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Questão de doçura
Novos adoçantes dietéticos chegam ao mercado no país; saiba
quando é válido substituir o açúcar por esses e outros
produtos disponíveis
Eduardo Knapp/Folha Imagem
JULLIANE SILVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Açúcar de verdade
Mesmo com tantas recém-lançadas opções "zero caloria", é
possível consumir, com açúcar, 10% das calorias diárias sem
ameaçar a saúde nem a balança. A conta é simples: se o aporte
diário é de 1.800 calorias, 180 delas podem vir da sacarose (açúcar
refinado, mascavo, mel ou industrializados). Como cada grama tem
quatro calorias, esse valor equivale a 45 gramas, ou três colheres
de sopa do açúcar refinado. Os diabéticos também podem
contabilizar esses ingredientes -nesse caso, são 5% do total.
Deve-se saber que nem sempre trocar o açúcar traz vantagens a
pessoas saudáveis ou diabéticas (leia detalhes na pág. 8), já que os
níveis de carboidratos totais podem permanecer inalterados, assim
como a quantidade de calorias.
Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq0409200807.htm
AÇUCARADO
light
é uma mistura de sacarose e edulcorantes, em proporções que
variam conforme a marca, que resulta em um produto com maior
poder adoçante do que o açúcar. Usa-se menos e, com isso,
diminuem-se as calorias ingeridas
demerara
é também chamado de açúcar bruto, que passou somente por
tratamento com cal. É mais usado no nordeste do país e tem gosto
e cor mais pronunciados. Possui propriedades semelhantes às do
açúcar mascavo
mascavo
assim como o melado, é produzido, em geral artesanalmente, por
um processo que preserva minerais, como potássio, magnésio,
cobre e zinco, e vitamina E, mas não deve ser considerado fonte
desses elementos. Tem gosto e cor forte e pode interferir no
resultado de receitas. Tem poder adoçante menor do que os outros
tipos
cristal
estágio posterior ao demerara, retiram-se alguns compostos. A
característica do cristal não faz diferença para o consumidor, mas
pode ser importante para exportação. Dá espessamento melhor a
caldas e compotas. É mais barato do que o refinado e tem poder
adoçante ligeiramente maior
refinado
o mais usado em São Paulo, é obtido a partir do demerara ou do
cristal ao passar por um outro processamento com enxofre ou
sulfito para a retirada de impurezas. Indicado para receitas que
exigem texturas mais finas e para adoçar bebidas frias, por
dissolver-se mais facilmente
Refinado granulado
açúcar refinado submetido a um processo de cristalização. Também
pode ser usado para adoçar bebidas e no preparo de receitas
Fontes: LIDIANE BATAGLIA DA SILVA, pesquisadora do Departamento
Cereal/Chocotec do Ital (Instituto de Tecnologia de Alimentos); MILENA SUGAI,
nutricionista da Sprim-Brasil; SANDRA CRUZ, química do setor de açúcar e
álcool do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da Esalq
(Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) da USP
INTERCÂMBIO DE SABOR
Trocar açúcar por adoçante em receitas pode parecer a melhor
alternativa para diabéticos e para quem quer perder peso. No
entanto, o mais indicado, sempre, é consumir doces de maneira
equilibrada e tentar reduzir a quantidade de açúcar nas receitas
>> Para fazer geléias sem açúcar, use meia xícara (chá) de
adoçante e uma colher (chá) de gelatina em pó sem sabor (que
ajuda a dar a consistência correta) ou de pectina (outro tipo de
gelificante) para cada meio quilo de fruta já limpa e descascada
- Cremes
- Bolos (mas diminui o rendimento)
- Geléias (com o uso de gelatina ou pectina)
Não funciona em
COMPENSA TROCAR?
NÃO
- chocolates
- barrinhas de cereal
- bolinhos individuais
- granola
ATENÇÃO
QUANTO É MUITO?
- Coca-cola Zero
1,5 LITRO
- Coca-cola Light
3 LITROs
* Para um adulto de 60 kg; crianças de 30 kg devem consumir
metade do valor aceitável
Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq0409200811.htm
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NOTAS
Este é o grande perigo das informações veiculadas pela mídia em
geral. Somos bombardeados constantemente pela TV, Jornais,
Revistas, Livros, anúncios e mais anúncios sobre como selecionar
os nossos alimentos e a maneira correta (???) de nos
alimentarmos, mas, QUANTO ABSURDO!!!
Os refrigerantes, os comuns, repletos de açúcar, ou os diet ou light,
são são boas opções de alimentos saudáveis, sendo, na verdade,
“alimentos-lixo”, “alimentos-tranqueira”, o mesmo valendo para os
produtos feitos a partir das farinhas brancas, a farinha de trigo
refinada, os doces e biscoitos de padaria, as bolachas
industrializadas, que abarrotam as prateleiras dos supermercados.
Evite tudo isto, não são nada saudáveis, e somente podem
prejudicar a nossa saúde, e MUITO!!!
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O ácido linolênico é abundantemente encontrado nas sementes
de linho, na gordura da carne e, em pequenas quantidades, em
verduras verdes de folha. Nosso primeiro alimento externo, o leite
materno, contém ambos os ácidos e ainda um terceiro, o ácido
gama-linolênico (GLA). O GLA quase não é encontrado em outra
fonte senão no leite materno humano e, em pequeníssimas
quantidades, na aveia pura e em óleos realmente esotéricos como
borrage, cassis, groselha e onagra. O GLA é produzido na segunda
etapa do metabolismo de ácidos graxos do ácido linoléico, de modo
que você vai obtê-lo de qualquer forma.
A amamentação dos recém-nascidos serve também a outro
propósito, além da nutrição. Na verdade, mantém os bebês
aquecidos. Os recém-nascidos contêm um tecido especializado,
metabolicamente ativo e produtor de calor, chamado gordura
marrom. Sua ação termogênica ameniza a brusca transição de um
ventre quentinho para um mundo frio. A gordura marrom é
altamente ativa em termos metabólicos – e há evidência de que
essa gordura, que é marrom em conseqüência da abundância de
mitocôndrias, responde ao GLA e a outros ácidos graxos.
Parece que a temperatura é realmente a chave nos adultos
também. Lembre-se das condições da Idade do Gelo. O leite
materno, afinal de contas, é um alimento integral e completo,
composto de proteína, gordura e carboidrato: exatamente o que
você precisa comer para batalhar como adulto. Já é de
conhecimento geral o fato de que os bebês alimentados com
fórmulas são mais gordos e, de inúmeras formas, menos saudáveis
que os bebês alimentados no peito.
Obtenha suas gorduras de nozes, azeitonas, abacates e qualquer
outra fonte que você encontraria na natureza. Se você pisar e uma
mancha de gordura se formar sob o seu pé, é sinal que é bom para
comer. Pense no mundo do qual fazemos parte de verdade. Não
havia máquinas – e portanto não havia óleo de milho. Essa
premissa, a partir de agora, vai ser chamada de regra “pise em
cima”.
Agora que você já sabe que o uso generalizado de um
antinutriente como o açúcar refinado, no último século, minou a
saúde normal do ser humano, e que a atual tendência de viver à
base de alimentos de baixo teor de gordura só fez colocar mais
lenha na foqueira, é muito fácil perceber por que os americanos
estão doentes e morrendo. Se sua insulina já estava alta
graças à invenção das luzes artificiais barata e aos
alimentos processados embalados industrialmente, como
estará agora se você retirou toda a gordura e a substituiu
por mais açúcar?
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Barry Sears chamou a gordura de “medida de controle” da
digestão dos carboidratos. Gostaríamos que essa fosse a sua
função mais importante. A gordura não somente baixa o índice
glicêmico dos alimentos. Os ácidos graxos essenciais e o colesterol
controlam a saúde e o bem-estar de cada uma das células que você
possui.
O que há demais numa gordura? Uma gordura com outro nome
faria o trabalho? Não. E não o fará especialmente se for
hidrogenada ou se chamar olestra. As gorduras hidrogenadas não
só são prejudiciais ao organismo, mas também se colam às fábricas
de energia (mitocôndrias) existentes em suas células e fazem você
envelhecer prematuramente. O olestra, além de ser uma idéia
bizarra, é um antinutriente igualzinho ao açúcar. Ele remove de seu
organismo as vitaminas A, D, E e K, solúveis em gordura, porque
essas vitaminas costumam pegar uma carona até o seu sistema
nas gorduras transportadas. As vitaminas não têm a menor idéia de
que o olestra é um impostor, e pulam na garupa. Porém, como não
é gordura de verdade, elas acabam saindo do outro lado com as
moléculas de gordura não digeridas.
Então a Procter & Gamble fortificou o olestra com versões
sintéticas dessas vitaminas. Agora, você está a caminho de se
tornar 100% artificial. O problema é: como as vitaminas vão saber
quem deve pular fora, se as nossas não sabem?
Essas vitaminas que estamos perdendo não são de pouca
importância. A deficiência de vitamina A é marcada pela
degeneração macular (cegueira). A vitamina D é uma
vitamina/hormônio que é ativada nos rins, cuja função é controlar a
absorção de cálcio para fortalecer os ossos. A principal função da
vitamina E é prevenir a oxidação e degradação dos ácidos graxos, e
inclui a formação das hemácias. Será que precisamos perder mais
algum antioxidante? A vitamina K previne hemorragias.
Desnecessário dizer que esta é a lista mais curta.
O grande escândalo em relação ao olestra se concentra em
vazamentos anais e urgências fecais. Ficamos realmente
imaginando se realmente é coincidência o fato de a Procter &
Gamble deter as patentes do olestra e do Depends (fraldas
descartáveis). Existe urgência, está certo, mas com relação à sua
vida e saúde, não em relação ao que você usa por baixo.
As outras gorduras que você encontra nos alimentos
processados, como a maionese e qualquer fritura, serão fatalmente
hidrogenadas. Hippolyte Mege-Mouries ganhou o prêmio oferecido
por Napoleão III
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para quem criasse uma gordura sintética comestível. Sua meta era
transformar um líquido em algo sólido mais ou menos macio. Ele
realizou o feito saturando artificialmente os óleos de plantas pela
exposição ao gás hidrogênio, a altas temperaturas. Todas as
gorduras saturadas que ocorrem naturalmente também são semi-
sólidas à temperatura ambiente. De outra forma, não seria possível
espalhar a manteiga. É a mistura de diferentes triglicerídeos numa
determinada gordura que causa o amaciamento gradual. À medida
que a temperatura muda pela fricção da faca, cada facção de
triglicerídeo derrete à velocidade própria, levando ao amaciamento
gradual.
A hidrogenagem parcial produz o mesmo efeito. Como substitutos
da gordura, os óleos hidrogenados aumentam a vida de prateleira e
geram uma maciez superior à da manteiga. E também previnem o
ranço devido à oxidação. O problema com essa “ciência espacial” é
que, obviamente, ela criou algo que não ocorre na natureza:
gorduras sólidas de plantas. Você, como parte da cadeia alimentar,
possui um sistema que não consegue lidar com substâncias
futuristas, criadas pelo homem, que não fazem parte da natureza.
Para o seu organismo, essas criações são análogas a pássaros no
fundo do oceano; simplesmente não conta.
Durante o processo de hidrogenagem, a forma verdadeira do
ácido graxo é alterada. Os óleos de plantas ocorrem naturalmente
em uma forma molecular conhecida como configuração cis; na
cadeia de carbono, os hidrogênios se grudam de um lado da
molécula. Durante a hidrogenagem os grupos podem fazer uma
rotação, de modo que ficam em ambos os lados da cadeia, na
posição trans, daí o nome ácidos trans-graxos. No final, todos
concordam em que “trans” é um ácido ruim. Essa alteração
efetivamente torna o ácido linoléico, o mais essencial dentre os
ácidos graxos, biologicamente nocivo.
Não é apenas inútil. É perigoso.
O óleo de soja ou de palma hidrogenado está presente em
virtualmente qualquer alimento embalado que você compre, como
tem estado na maior parte da sua vida. Para as suas células, os
óleos hidrogenados são gordura de “realidade virtual”. Isso significa
que seu organismo parece estar experimentando gordura , mas na
verdade não consegue interagir com ela.
Jantar cibernético.
Essa combinação contribui para a sua morte, porque as células
enviam essas moléculas deformadas e impotentes para as
mitocôndrias, onde elas se alojam e provocam disfunção e
diminuição generalizada do
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ritmo do metabolismo celular, ao reduzir a atividade das enzimas
que processam ácidos graxos. Se considerarmos o frágil sistema de
verificações e equilíbrios que ocorre dentro da célula, como alguém
poderia ser saudável ingerindo uma dieta com 34% de gordura
morta?
Quando você adiciona alimentos adoçados, processados e de
baixo teor de gordura à sua dieta já privada de gorduras, pode se
despedir de si mesmo.
Mais uma vez, a ciência controlada pelo governo é responsável
por esse desastre nutricional. No ano de 1905, a hidrogenagem não
teve de esperar 25 anos pela aprovação do FDA para entrar no
mercado, como o olestra teve. Na verdade, a hidrogenagem se
originou na Alemanha, não nos Estados Unidos. A época tinha muito
a ver com o fato, eram os anos dourados da verdadeira liberdade.
Não existiam carteira de motorista nem imposto de renda; você
podia dizer a qualquer pessoa para comer qualquer coisa – e ela
comia.
Não do jeito que é hoje.
Naquela época, tinha a ver com dinheiro também. A citação a
seguir, extraída do livro A vida no Mississipi, de Mark Twain, é
descrita pelo autor como sendo uma conversa entre dois homens
de negócios, que teria sido ouvida dentro da barca fluvial Cincinatti:
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O olestra, comercializado sob a marca comercial olean, é uma
molécula de gordura criada pelo homem que é grande demais para
ser digerida. Quase confunde a língua, mas não o corpo. Sua língua
vai registrar um ligeiro gosto no final; e seu corpo não responde de
forma alguma. Esta molécula vai passar por você inteiro sem ser
detectada como gordura por nenhum órgão de seu corpo, com
exceção das vitaminas A, D, E e K, solúveis em gordura. Essas vão
saltar dos outros alimentos que você ingeriu e se agarrar ao olestra,
em busca de transporte até as células. No entanto, elas vão sair do
outro lado sem sequer chegar a seus destinos, porque ingerir
olestra, no nível molecular, é como ingerir microscópicos amendoins
de espuma de borracha.
Após 25 anos de deliberações, o FDA finalmente puchou o plug
da saúde pública e aprovou o olestra para ser usado em lanches
rápidos. Limitar seu uso aos lanches rápidos foi a tentativa de criar
uma condição cautelosa e conservadora. Mas aquele movimento foi
uma trama de mercado muito velada.
Os americanos do ano 2000 subsistem quase que inteiramente à
base de alimentos de baixo teor de gordura. As crianças
americanas vivem literalmente à base de alimentos embalados para
lanches rápidos. Se fosse adicionado à água, não atingiria tantas
pessoas. A maioria dos aditivos dos alimentos, com exceção do
xarope de milho com alto teor de frutose e do óleo hidrogenado, são
ingeridos às miligramas. O FDA baseia suas revisões nessa
premissa. O olestra é um macronutriente, não um micronutriente.
Que as pessoas vão ingerir por grama. Isto é mil vezes mais
“gordura falsa” por porção do que a maior parte das substâncias
tóxicas. O olestra vai representar, em peso, cerca de um terço de
cada batata frita.
Como rotina, o FDA deveria fazer um teste de toxicologia. Mas
isso significaria dar a ratos cem vezes mais olestra do que os seres
humanos comeriam. Como os seres humanos comem enormes
quantidades, a dieta dos ratos seria inteira de olestra. Com isso eles
simplesmente morreriam de desnutrição, porque o olestra não tem
valor alimentício. Além disso, você poderia observar os hábitos
alimentares dos ratos à beira da morte durante 25 anos, e nunca
aprender nada. Talvez seja o que o FDA vem fazendo, durante
todos esses anos que antecederam a primeira petição da P&G e
sua aprovação. Aparentemente, o FDA não desestimula ninguém;
só faz com que os solicitantes esperem 25 anos.
A Procter & Gamble tentou reclassificar o olestra como uma droga
antiobesidade; porém ela “não realizou um trabalho suficientemente
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bom para se qualificar como remédio”, de acordo com a edição de 8
de janeiro de 1997 da revista Time. Agora a gente sabe que é
porque a gordura não pode fazer as pessoas engordarem e,
portanto, eliminar a gordura não pode curar a obesidade. De
qualquer maneira, os remédios precisam provar que trazem
benefícios, mas os aditivos alimentares não.
Dessa forma, o olestra resolveu voltar a ser um aditivo alimentar.
O FDA não tem dinheiro para conduzir estudos próprios, depende
dos requerentes, como a Procter & Gamble, para apresentar
pesquisas comprobatórias. Incrível. A questão é: se os requerentes
apresentam suas provas para secundar solicitações que fazem,
qual será realmente, realmente, o grau de malefício que o olestra
pode trazer para você? Em 25 anos, o período de teste mais longo
que o produto teve foi de 39 semanas – em porcos! O teste foi
realizado pela Procter & Gamble.
E isso é só o começo.
Agora que o olestra deu seu pontapé metafórico na porta dos
alimentos para lanches, logo vai marcar grande presença no
mercado – mercado esse que compreende todas as gorduras em
todos os alimentos processados. Com o que promete, seu preço e
seu potencial para ser hidrogenado, vai acabar tirando todas as
outras gorduras do mercado. Se 80% da gordura presente na dieta
de 200 milhões de americanos for indigerível, o que vai controlar
seu teor glicêmico dos alimentos? Onde vamos conseguir os ácidos
graxos para as funções celulares? Nós realmente vamos ser
movidos a nada. Afinal, nós não somos o que comemos, e sim o
que digerimos.
O FDA declarou que a única missão do órgão era obter uma
garantia razoável de que o olestra seria inofensivo. Que tipo de
precedente perigoso essa postura estabelece? O termo “inofensivo”
não parece estar muito bem definido. A menos que um teste de 39
semanas para todos os aditivos se torne o padrão de tempo
necessário para que o corpo seja “danificado”, a gente não sabe
nada. E, francamente, deficiência de vitaminas causada por diarréia
são dois quadros que podem matá-lo. E a palavra “razoável” nos
parece estranhamente familiar.
Reminiscência de um momento O.J.
O olestra foi descoberto porque os “cientistas espaciais” da
Procter & Gamble deram uma tremenda sorte quando estavam –
adivinha? – tentando melhorar comida para bebês. Estavam
trabalhando para tentar entender que tipos de gorduras os bebês
prematuros poderiam digerir com maior facilidade. Aí a gente se
pergunta por que eles nem consideraram o leite materno.
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As gorduras pertencem a uma classe de compostos chamados
ésteres. Os ésteres são moléculas de ácidos graxos agregadas a
moléculas de álcool. Na natureza, é claro, elas se agregam em
grupos de três à cadeia de álcool (triglicerídeos).
Os pesquisadores começaram adicionando uma molécula de
ácido graxo; depois foram adicionando mais e testando a
digestibilidade. É claro que, quando adicionaram o quarto ácido, a
digestibilidade caiu. Cinco, e depois seis ácidos graxos acabaram
tornando o composto completamente indigerível. Cara, que
descoberta. A verdadeira descoberta, de fato, foi um produto
chamado poliéster de sacarose (é verdade, soa como nome de algo
para se vestir, não para comer), que tem oito ácidos graxos em
torno de um anel de álcool, este por sua vez ligado a outro anel de
moléculas de sacarose.
Suas enzimas não conseguem encolher esses monstros, para
que possam passar através da parede de seu intestino. Se eles não
passam, você não obtém ácidos graxos essenciais, mesmo que o
olestra consiga se qualificar quimicamente como gordura em algum
planeta.
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• Os óleos poliinsaturados também são altamente
instáveis. Isso significa que o aquecimento os transforma
ainda mais naqueles perigosos óleos “trans”.
• Tente usar, antes de qualquer outro, os óleos
processados à frio, expelidos por pressão. Esses óleos
não foram alterados quimicamente de nenhuma forma.
Lembre-se da regra “pise em cima”.
• Todos os tipos de aquecimento transformam os óleos
numa certa medida. O cozimento a altas temperaturas, como
a fritura, danifica a configuração molecular “cis”, que ocorre
naturalmente, porque a transforma na configuração “trans”.
Quanto mais baixa a temperatura, menor o dano. Tenha em
mente que os óleos saturados e monoinsaturados apresentam
maior estabilidade, quando aquecidos, do que os
poliinsaturados.
• Perigo! Perigo! As cadeias de fast-food passaram a cozinhar
com óleos poliinsaturados; algum as usam até mesmo o
olestra, o veneno final. Fique longe delas. Lembre-se: as
palavras “comida” e “rápida” também não ocorrem juntas na
natureza.
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EXERCÍCIOS
ETAPA 3
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Pág 226