Histria & Lendas

ORIGENS E MARCAS

Jos Manuel Pasadas Pimenta Aluno da UCP

No meu primeiro artigo para o jornal Mensagem de Mora dissertei sobre a origem do nome desta terra tentando revelar a alma deste povo. Neste nmero, abordarei a que momentos histricos se podem remontar a presena humana nas terras compreendidas no actual concelho de Mora e as suas consequentes marcas. As marcas de presena humana nos territrios de Mora e seu concelho antecedem largamente a portugalidade, pois, foi povoada desde pocas pr-histricas e atestada na abundncia de monumentos megalticos e na toponmia de algumas herdades, tais como: Anta, Antinha, Antes, etc.

Imagem 1 Cromeleque do Monte das Fontainhas Velhas

Encontramos a cerca de 4km de Mora o Cromeleque do Monte das Fontainhas Velhas. Neste espao, podem ver-se os restos de seis meglitos almendrados de granito que datam do incio do IV ou meados do III milnio a.C.,
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mas na localidade de Pavia que encontramos uma das maiores e mais espantosas Antas da Pennsula Ibrica. Esta Anta de granito de planta circular, como tronco de pirmide, composta por sete esteios megalticos e chapu, foi erguida entre o IV e o III milnio a.C. como monumento funerrio e foi transformada, posteriormente, num edifcio cristo dedicada a So Dinis ou So Dionsio, contudo, ignora-se o perodo da transformao da Anta em templete sacro, mas a sua primeira referncia acontece no sc. XVII, no ano de 1625, num documento da autoria do chantre da Catedral de vora, Manuel Severim de Faria. Da actual capela destaca-se o altar-mor com os seus admirveis azulejos setecentistas e barrocos.

Imagem 2 Anta de Pavia ou capela de So Dinis

Todos estes monumentos megalticos, pela qualidade e importncia, mereceram profundo e consciencioso estudo do grande Prof. Dr. Verglio Correia, na sua obra, El neolitico de Pavia, in Memorias de la Comission de Investigaciones Paleontologicas y Prehistoricas, 27, Madrid, 1921; e posteriormente tambm estudados pelo grande historiador de arte portugus Tlio Espanca, in Inventrio Artstico de Portugal, VIII, Distrito de vora, Concelho de Mora, SNBA, 1975.

Tirando estes vestgios at agora nada mais se sabe sobre o povoamento deste territrio at que este fique sob o domnio da coroa portuguesa aps a expulso definitiva dos mouros das terras compreendidas entre as ribeiras de Tera e Seda.