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O megalitismo, derivado da palavra Mega que significa grande e lithos que significa
pedra, nasce de um contexto histórico caracterizado pela sedentarização crescente do
Homem, centrado na agricultura, cada vez com mais contactos entre as comunidades,
a par de uma atividade económica e cultural cada vez mais notáveis, demonstra uma
apetência artística intensa por parte das comunidades que a usavam, bem como uma
organização social progressiva e uma atitude religiosa marcante. Para além do habitat,
das construções e realizações quotidianas e de uso corrente, o Homem está mais
habilitado e ousado quanto à edificação de conjuntos arquitetónicos representativos
do seu desenvolvimento cultural e artístico, principalmente de caráter espiritual. As
construções megalíticas surgem um pouco por todo o lado, com simbologias ou
finalidades variadas.
No caso do megalitismo na Europa Ocidental, supôs-se durante muito tempo ser
oriundo da bacia mediterrânica, esta tese difusionista foi derrubada pela datação
científica de várias sepulturas megalíticas na Bretanha e em Portugal, demonstrando-
se assim uma idade anterior de quase dois milénios em relação às pirâmides do Egito.
De facto, o megalitismo aparece na história da Humanidade talvez durante o V milénio
a.C., porventura a data mais credível atualmente, sendo os conjuntos arquitetónicos
mais antigos, talvez, os da Europa Ocidental e África Central.
Tem uma câmara formada por cinco grandes lajes, a que se acede por um corredor
estreito e mais baixo. A toda a volta foi alinhado um circulo de lajes deitadas, com 5
metros de diâmetro, contra o qual foram construídas rampas de blocos de pedra (1).
Ambos foram depois cobertos com terra (2), com lajes de pedra no topo (3) e de novo
com terra. No exterior foi construído um pátio de pequenas pedras sobre o qual se
construiu uma espécie de altar circular (4).
Mais tarde o monumento foi abandonado, mas há cerca de 6.500 anos, o monumento
foi reconstruído (6) e, a toda a volta, foi construído um círculo de pequenas lajes
intervaladas por grandes seixos de quartzo e quartzito. Graças aos seixos, quando fazia
sol a anta brilhava, destacando-se ainda mais no vale.
Os cerca de 90 mortos que aqui foram enterrados, ao longo de quase 3.000 anos, eram
acompanhados de vasos, machados, facas, flechas, placas de xisto e outros objetos em
pedra, cerâmica, osso e madeira (como podemos observar em alguns exemplos da
figura 7).
E alguns destes objetos podem ser vistos no Centro de Pré-História do Instituto
Politécnico de Tomar.
Há sete mil anos atrás o Médio Tejo era povoado por caçadores e pescadores que
aproveitavam a riqueza dos recursos da região: javalis, veados, frutos, raízes, entre
outros
É a este cenário, dominado bosque, que chegam, pouco depois, dois grupos de
pastores. Uns, vindos do litoral atlântico e da Estremadura, ocuparam a região calcária
de Tomar, deixando vestígios de enterramento em grutas (Caldeirão, Cadaval, Nª Sª
das Lapas, e outras).
Outros, vindos do interior da Península Ibérica e do Alentejo, atravessaram o rio Tejo
há mais de seis mil anos e, em conjunto com as comunidades de caçadores já
existentes, adotaram um modo de vida misto, e começaram a marcar o território com
sinais da sua presença dominadora: a arte rupestre da bacia do Tejo e os monumentos
megalíticos.
Ao longo do tempo, a paisagem irá mudar, com substituição do bosque por um campo
mais aberto. O antigo mundo dos caçadores será substituído, progressivamente, pelo
domínio da pastorícia e agricultura.
Tholos de Montelirio:
O Tholos de Montelirio é um dos mais importantes monumentos megalíticos da
Península Ibérica e está localizado na província de Sevilha, em Espanha, na cidade de
Castilleja de Guzmán. Estima-se que foi construído durante a Idade do Cobre entre os
anos 2900 e 2800 a.C. A construção consiste em duas câmaras conectadas (Câmara
Grande e Câmara Pequena), cobertas por cúpulas de marga e argila. O corredor e as
duas câmaras foram construídos a partir de lajes de ardósia não locais (ou seja, o
material foi extraído de outras áreas), que apresentam traços de pigmentos vermelhos
(principalmente óxido de ferro e cinábrio).
Da mesma forma, destaca-se a presença nas câmaras de pós- furo, que nos fornece
informações sobre as cúpulas mencionadas anteriormente. Está localizada sob um
monte de 75 metros de diâmetro, o próprio Tholos tem um comprimento aproximado
de 50 metros.
Os