Historia Arquitetura

UNIPAC – Faculdade Presidente Antônio Carlos
Curso de Engenharia Civil
ARQUITETURA E URBANISMO
História da Arquitetura
Professor: Osvaldo Nazareno Júnior
Arquiteto e Urbanista, 2008, Unileste; Esp. Engenharia de Segurança do Trabalho, 2012, Unileste.
Contato: osvaldo.nazareno@timoteo.mg.gov.br
HISTÓRIA DA ARQUITETURA
A história da arquitetura está diretamente relacionada à

evolução humana. A arquitetura passou a existir quando o
homem começou a construir para se proteger de
predadores e dos fenômenos naturais. Novas demandas
sociais (como o crescimento das civilizações, a
necessidade de interligação entre cidades, o abastecimento
de água, a consolidação de crenças religiosas) ou mesmo a
simples busca por formas agradáveis aos olhos forçaram a
humanidade a buscar novos materiais, novas ferramentas
e técnicas de construção.
É assim que a arquitetura continua evoluindo até hoje.

Arquitetura e Urbanismo
ARQUITETURA DA PRÉ-HISTÓRIA
Período entre o surgimento do homem até o aparecimento da escrita.
Funções: abrigar, criar locais referência espacial, cultural e religioso.
 Paleolítico: Homem nômade, habitavam cavernas.

 Mesolítico: Surgem cabanas rudimentares (1ª tentativa estrutural)
 Idade Cobre: utilização de pedras e argila (1º tijolos) – Aberturas
eram triangulares (eliminação da flexão na verga).
 Idade Bronze: aperfeiçoamento e fabricação novas ferramentas.
 Neolítico: cabanas mais elaboradas. Peças mais esbeltas
(contraventamento) – Uso do couro (vedação). Cabanas suspensas
(palafitas – vigas, pilares e peças do assoalho). Surgimento de
construções de cunho religioso.

MONUMENTOS MEGALÍTICOS
Menhir:
que consiste num megalítico, coluna rudimentar, erguida em direção
ao céu. Na sua origem, admite-se estar numa manifestação (ritual) à
vitalidade e à fertilidade da terra ou, pela sua forma fálica, uma
evocação à fecundidade. Usava-se para ver o tempo (através da
sombra projetada) e para demarcação de terrenos.

MONUMENTOS MEGALÍTICOS
Anta ou Dólmen:
construções megalíticas formadas por pedras colocadas na vertical
sobre as quais assenta uma laje formando uma câmara circular que
serviriam como locais de enterramento ou de culto ligado à morte.
Cromoleque:
designação dada a um agrupamento de menires e dólmens
organizado em círculo. Os cromeleques acentuam a ideia de recinto
sagrado ou lugar de culto. Alguns podem estar relacionados com a
astronomia e o estudo de fenômenos celestes. Stonehenge é o maior,
o mais complexo e o mais característico monumento megalítico
edificado pelo homem.

Menhir – Pedras erguidas (20m altura)
Dólmens – Duas colunas sob laje de pedra.

Cromlech – conjunto de menires dispostos circularmente com marco central.
Lichaven – dois pilares e uma viga (sistema trilítico).

Stonehenge, monumento pré-histórico localizado na

Inglaterra. Acredita-se que ele também tenha sido
construído por volta de 3.000 a.C.

Situada a 130 quilômetros oeste de Londres está a enigmática
Stonehenge. Considerada como um dos mais belos monumentos
megalíticos existentes, é composta por um complexo de enormes
pedras eretas de dolariza azulada e arenito, formando dois anéis
concêntricos que circundam dois blocos rochosos em forma de
ferradura, encaixados um no outro. Pelas marcas existentes no chão,
calcula-se que metade das pedras foi retirada posteriormente à sua
criação. Ao seu redor, existem vários blocos isolados que receberam
os nomes de “Pedra do Sacrifício”, ”Pedra do Altar” e “Pedra do
Calcanhar”. Em sua forma primitiva, o círculo possuía 30 blocos
verticais, sobre os quais havia 30 blocos horizontais, formando um
círculo de 30 metros de diâmetro e 5 metros de altura.

O templo pré-histórico de Newgrange, na Irlanda, é o

prédio mais antigo do mundo que ainda está em pé.
Estima-se que ele tenha sido construído por volta de
3.000 a.C.

Dos tijolos de barro seco ao concreto armado, das casas

mais primitivas aos arranha-céus, das primeiras tumbas
sagradas às grandiosas catedrais européias, de pequenos
vilarejos pré-históricos às ilhas artificiais, o arquiteto
continua contando a história do Planeta Terra, em linhas,
texturas e cores.

Assim como acontece com quase toda atividade humana, é
difícil determinar um período histórico ou uma região e dizer
que a arquitetura começou naquele momento. A primeira
notícia que se tem dela está ligada às cidades pioneiras que
surgiram no Oriente Médio e na Ásia Central no sétimo
milênio a.c. quando as primeiras residências foram
construídas, usando tijolos de lama secados ao sol,
conhecidos como tijolos crus — material que, ainda hoje, é
um dos mais utilizados, principalmente em construções mais
populares.
Mehrgarh, um dos mais importantes sítio

arqueológico do Neolítico (7.000 a.C. a 3.200 a.C.),
encontra-se na planície Kachi do Baluquistão, no
Paquistão.
Em locais onde não era possível secar a lama ao sol, era

difícil confeccionar o tijolo cru. A solução encontrada no
sétimo milênio a.C. por povos da Europa Central e da Ásia
Central foi usar argila ou areia e madeirame (estrutura de
tábuas de madeira entrelaçadas), numa técnica semelhante
à das construções de pau-a-pique.
Contudo, fazer uma casa para morar não era a única

manifestação arquitetônica dos povos pré-históricos. Alguns
se dedicavam à construção de tumbas para os mortos e
templos de pedra para os deuses.

ARQUITETURA EGÍPCIA
Localização geográfica responsável pela riqueza cultural.

Monumentalidade e imutabilidade da arquitetura corresponde aos
princípios de sua cultura.
Arquitetura religiosa > crenças baseadas no milagre renovador da
fertilidade do Nilo e a consequente crença na vida após a morte.
Uma das inovações dos egípcios foi a utilização de encaixes de

madeira que permitiam empilhar as pedras sem a necessidade
de usar massa para prendê-las umas às outras. Com o tempo, para
marcar os túmulos dos faraós e tentar protegê-los de ladrões, eles
passaram a empilhar tijolos sobre os túmulos, gerando uma
estrutura conhecida atualmente como mastaba. E, à medida que
foram desenvolvendo suas técnicas de construção, foram
substituindo os tijolos por pedras.
No terceiro milênio a.C., Imhotep, o primeiro arquiteto a ter o nome

registrado na História, foi tido como o responsável pela construção da
primeira pirâmide do Egito para Djozer, faraó da III dinastia. Ele alterou o
formato da mastaba para um a estrutura de base quadrada e,
posteriormente, adicionou uma mastaba sobre a outra, gerando a pirâmide
de degraus.

ARQUITETURA MESOPOTÂMICA
 Pouco conhecimento sobre a região.

 Baixa resistência dos materiais empregados.
 Uso da argila (tijolos cozidos).
 Uso do betume (material impermeabilizante).
 Uso da madeira.

ARQUITETURA MESOPOTÂMICA
O relato bíblico da "Torre de Babel" trata exatamente de um tipo de
zigurate vertical de aproximadamente 90 metros de altura construído
durante o reinado do imperador babilônico Nabucodonosor II.

ARQUITETURA PERSA
 Inicialmente influenciada pela egípcia e mesopotâmica.
 Surgimento de conceito nacionalista, aperfeiçoando elementos.
 Uso da argila (tijolos padrões), madeira e da pedra.
 Colunas talhadas em mármore. h= 10X seu Ø (diâmetro).
 Coberturas planas – Paredes menos espessas.
 Coberturas abobadas – Paredes mais grossas (conforto térmico).

ARQUITETURA INCA
 Extensão territorial vasta. Rede de estradas pavimentadas.
Desenvolveu a construção de pontes e túneis.
 Cultivavam alimentos em terraços das encostas (método de
irrigação).
 Nas edificações, tijolos de adobe secos ao sol. Uso de grampos
metálicos.

ARQUITETURA INCA
Fortaleza Inca de Sacsayhuaman, Peru.

ARQUITETURA MAIA
 Pedra em abundância.
 Desenvolveram métodos de extração de blocos de calcário.
 Lajes planas de 30 a 40cm de espessura com vigamento de
madeira nas duas direções.
 Pilares redondos com capitel simples e de forma retangular.

ARQUITETURA MAIA
Ruínas de El Rey, na zona hoteleira de Cancun

ARQUITETURA ASTECA
 Totalmente destruída onde hoje é a cidade do México.
 Sistemas de canais (comparada a Veneza).
 Pontes.
 Desenvolveram a técnica do aterro.
 Uso de madeira na cobertura e fechamentos laterais (pau-a-
pique).
 O adobe empregado nos degraus e paredes.
 Pedras sob forma de blocos de alvenaria ou lajões.
 Única a desenvolver o uso de pilares que sustentavam as vigas
que sustentavam as lajes ou coberturas.

ARQUITETURA ASTECA
Pirâmide Asteca de Tenochtitlán, Cidade do México.

POSIÇÃO GEOGRÁFICA – INCAS, MAIAS E ASTECAS

ARQUITETURA GREGA
Apesar de manter uma forte ligação com a religiosidade, a arquitetura
grega se destaca pelo grande valor dado à razão. Em tudo que produziam
e construíam, os gregos buscavam alcançar o máximo da perfeição por
meio de cálculos matemáticos e geométricos, regras, proporções e
perspectiva. As esculturas, a perfeição geométrica dos templos gregos, a
organização e o planejamento das cidades gregas e seus teatros estacam-
se no curso da história da arquitetura. Por tudo isso, e também pela
beleza, a arquitetura grega é chamada de clássica.
Parthenon, pode-se observar o uso da

técnica de êntase: as colunas se
deformam e inclinam com o objetivo de
confundir o olho e criar a ilusão que são
retas.

ARQUITETURA GREGA
A arquitetura Grega foi dividida em quatro períodos:
• Geométrico (templos sem muita identidade)

• Arcaico (projetos mais proporcionais, templos com pórticos de acesso)
• Clássico (senso absoluto de organicidade e equilíbrio)
• Helenístico (desenvolvimento do urbanismo)
As 03 ordens da arquitetura Grega: Dórica >
• Dórica
• Jônica Jônica >
• Coríntia
Coríntia >

ARQUITETURA ROMANA
A arquitetura romana foi bastante influenciada pelos gregos (templos,
caráter realista, preocupação com o belo). Também foi direcionada pelo
grande espírito guerreiro e prático dos próprios romanos. Suas conquistas
eram celebradas com esculturas, monumentos, obeliscos e arcos de
triunfo. Grande exemplo é o Coliseu, em Roma.
O Panteão Romano, cuja cúpula só foi

possível construir com o opus
cementicium, uma mistura de areia
vulcânica com calcário e ladrilhos
quebrados, um “ancestral” do cimento.
Com essa massa, eles conseguiram
construir estruturas monumentais, como a
cúpula do Panteão, que tem 43,2 m de
altura e nenhum pilar de sustentação.

ARQUITETURA ROMANA

COLISEU
• Foi construindo entre os anos 70 e 90d.C., iniciado por Vespasiano

de 68 a 79 d.C. mais tarde inaugurado por Tito por volta de 79 a 81
d.C.
• Poderia sustentar em seu interior cerca de 50000 expectadores em

três andares, no reinado de Gordiano III, foi ampliado para um quarto
andar podendo abrigar cerca de 90000 expectadores.
• Foi construído em mármore, pedra travertina, ladrilho e tufo. Sua

planta elíptica são de 190m x 155m, a faixada compõe-se de
arcadas decoradas de acordo com subdivisão.
• A arena tinha dimensões de 87m x 55m, alguns dos detalhes dessa

construção são bem interessantes, como a cobertura removível.

COLISEU

A IDADE MÉDIA
A Idade Média, período que compreende cerca de 10 séculos, foi a época
da construção das igrejas mais importantes da História. Uma marca
registrada da Idade Média são as catedrais góticas, que têm como maior
exemplo a Catedral de Notre Dame, em Paris, construída entre 1163 e
1250. São igrejas gigantescas, que simbolizam a tentativa de alcançar os
limites celestes e tocar, com suas torres pontiagudas, em Deus.
Catedral de Notre Dame – Paris.
 Surgimento de inovações arquitetônicas.

 arcobotantes
 colunas nervuradas
 arcos ogivais, responsável pela elevação
vertical e distribuição das cargas.
 decoração interna – vitrais, rosáceas.

A IDADE MÉDIA
Os castelos também se destacam no panorama da arquitetura medieval.
Grandes e imponentes, eles visavam garantir segurança aos nobres
senhores feudais, diante das constantes guerras que assolavam a Europa
naquele período. Tinham grossas muralhas e torres de vigia com
aberturas para seus arqueiros atirarem em defesa, quando fosse
necessário.

ARQUITETURA RENASCENTISTA
O Renascimento está associado a idéias como razão, humanismo e
antropocentrismo — o pensamento de que o homem está no centro de
tudo. É aí que começa a aparecer o nome do autor de cada obra de arte
ou construção, elevando a figura do artista e do arquiteto (funções que, em
muitos casos, eram exercidas pela mesma pessoa). São dessa época
nomes como Brunelleschi, Bramante, Palladio, Michelangelo, Rafael e
Leonardo da Vinci, ainda hoje lembrados e admirados.
Do castelo ao Chateau.
 Surgimento da pólvora, sistema de

defesa dos castelos tornam-se ineficientes.
 ligado ao fator estético do renascimento,
houve mudança no estilo de residência da
nobreza.
 espaços de clausuras defensivas viraram
espaços amplos e agradáveis.
ARQUITETURA BARROCA
No início do século XVII, a Europa conheceu a arquitetura barroca. Sua
principal característica era tentar emocionar e impressionar com o
exagero no tamanho das obras e no uso de elementos decorativos. O
Barroco coincidiu com o período da Contra-Reforma da Igreja Católica,
que buscava barrar o crescimento do protestantismo, e acabou sendo
usado pela instituição com a finalidade de impressionar as pessoas e
resgatar fiéis.
O Barroco coincidiu também com o período

do absolutismo e, aos poucos, os
chateaus foram dando lugar a palácios.

ARQUITETURA NEOCLÁSSICA
Tendência racionalista questionava os exageros do barroco, não viam
razão para ostentação exagerada e resgataram o objetivo, puro. A maioria
das construções buscava lembrar padrões estéticos gregos e romanos.
Mas, também foram feitas várias construções em estilo neogótico e
neobizantino.
Prédio da Suprema Corte.

Washington, EUA.

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL x ARQUITETURA

A partir de 1750, começa a era da produção industrial, das máquinas e
da energia a vapor: tudo isso se faz representar também na arquitetura.
As construções definitivamente passam a ser voltadas à praticidade,
rapidez e economia de tempo e dinheiro. Após a Revolução Industrial, as
pontes passaram a ganhar o destaque que até então cabia às catedrais na
arquitetura. Construir pontes para transpor vales e rios era essencial para
fazer a economia acelerar.
O ferro revolucionou as construções,

fazendo com que fosse possível
produzir estruturas mais leves, sem
paredes internas e com janelas
enormes. E o melhor: em menos
tempo.

ARQUITETURA MODERNA
A arquitetura moderna passou a ser o estilo dominante no início do século
XX. São várias as tendências modernistas, mas as mais difundidas
buscavam romper com todos os padrões históricos anteriores. A ordem era
priorizar a finalidade da obra e eliminar ao máximo os ornamentos.
Pela primeira vez, residências e construções comerciais passaram a ter
destaque arquitetônico. A prova disso é que, em vez de igrejas, catedrais
e palácios, o principal marco do modernismo são gigantescos prédios de
escritórios e apartamentos: os arranha-céus.
Só foi possível construir arranha-céus
após a disponibilização do ferro
(1707), aço (1885), concreto (final do
século XIX) e vidro (1827) em escala
industrial. Construções altas eram
ineficazes até a invenção dos
elevadores (1853) e da bomba d’água.
(início do século XIX).
ARQUITETURA MODERNA
O arquiteto Le Corbusier é considerado o pai da arquitetura moderna. Ele
propôs uma arquitetura baseada em cinco pontos, que são:
1º
2º -- Fachada Livre
Planta Livre
3º - Pilotis
4º - Janelas em Fita
5º - Terraço Jardim
Villa Savoye
ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA
A tendência mais difundida na arquitetura contemporânea é o pós-
Modernismo, que prega a colisão de estilos anteriores e a adoção de
assimetria e formas geométricas não-lineares (desconstrutivismo).
O século XX foi o período em que o homem

mais poluiu a Terra e explorou suas reservas
naturais, levando muitas ao esgotamento. Isso
nos leva a outra corrente que chama muito a
atenção: a de obras ambientalmente
sustentáveis, ou seja, que causem o menor
impacto possível no meio ambiente. O maior
exemplo disso seja o “30 St Mary Axe”, em
Londres, edifício de 180 metros que consome
metade da energia que um prédio do mesmo
porte.

ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA

Shanghai Corporate Pavilion
O acabamento é feito todo em capas de CDs reaproveitadas, e a

parede de lâmpadas de Led é controlada por um computador, criando
um efeito diferente quando escurece.

Cidade Flutuante: Lilypad
Autosuficiente e ecológica, Lilypad é um projeto de cidade flutuante que

combina uma rede de infraestruturas semelhante à vida terrestre,
recriando espaços urbanos em plena sintonia com o oceano.


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