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Arquitetura

Áreas artísticas
A arquitetura

A arquitetura existe como


conceito, desde que o ser humano
tentou intervir no espaço com o
intuito de o modificar e de o
submeter à sua vontade.

Rem Koolhaas, Casa da Música, 1999-2005, Porto


A arquitetura varia de cultura para cultura, de acordo com o meio envolvente e as
necessidades do ser humano.

Habitação da tribo Guajajara, Brasil Habitação africana, África Habitação tradicional da Amazónia, Perú
Muitas construções aparentam formas e volumetrias semelhantes apesar de
pertencerem a civilizações distantes no tempo e no espaço, e que nunca tiveram contacto
entre si. Os edifícios em forma de pirâmide, por exemplo, aparecem em diversos pontos
do nosso planeta, independentemente do local e da cultura.

Pirâmides de Gizé, c. 2700 a.C., Egito Pirâmide Chichen Itza, c. 600-1200, México Pirâmide Angkor, século XII,
Cambodja
A arquitetura pode assumir diversos tipos de construção:

Religiosa

Comemorativa

Defensiva

Habitacional
Com o objetivo de sepulcro,
religioso, este monumento é
Coletiva considerada uma das sete
maravilhas do mundo moderno.
Taj Mahal, Mausoléu, Índia, século XVII
A arquitetura religiosa tem o objetivo de prestar o culto de qualquer religião,
independentemente da entidade de devoção.

Santa Sofia, século VI, Turquia

Panteão, século II, Roma Mosteiro de Santa Maria da Vitória,


século XIV-XVI, Batalha
A arquitetura comemorativa tem o intuito de representar um evento comemorativo
ou servir de função para o mesmo.

Os arcos têm sido um


símbolo da arquitetura
comemorativa, onde por
vezes fica inscrito o
acontecimento e as
datas.

Apolodoro de Damasco, Arco de Tito, século I, Roma


Anfiteatro e coluna de Trajano, século II, Roma
A arquitetura defensiva ou militar pode ser constituída por castelos, fortes ou
fortalezas com elementos como muralhas e torres.

Castelo de Óbidos, séculos XII-XIII, Óbidos


A arquitetura habitacional tem como função a habitação e é planeada em conjunto
com o Plano Diretor Municipal, cumprindo normas e regulamentos aliados à estética.

Siza Vieira, Conjunto habitacional do Bairro da Bouça,


Serviço de Apoio Ambulatório Local, (SAAL), 1973-77 e
2001-06, Porto
A arquitetura coletiva tem como objetivo as funções coletivas de âmbito
cultural, desportivo ou outro.

Tomás Taveira, Estádio José de Alvalade, 2003

Manuel Salgado e Vittorio Gregotti, Centro Cultural de Belém, 1992


A evolução na arquitetura remete para o contexto da época, materiais e técnicas.

Templo romano, século I, Évora Igreja de São Pedro de Cete, século Catedral de Notre Dame de
X, Paredes Amiens, século XIII
A arquitetura na Pré-história
Os edifícios arquitetónicos surgiram
para dar resposta às necessidades de
abrigo, de segurança e de conforto do
ser humano.
Inicialmente as construções eram
feitas com os materiais disponíveis
que a Natureza oferecia. A história da
arquitetura inicia-se na Pré-história,
no Neolítico, quando começam a
aparecer os primeiros monumentos e
o ser humano começa a dominar a
arte de trabalhar a pedra.
Dólmen de Santa Marta, século III a.C, Penafiel
A arquitetura do Neolítico é uma
arquitetura de circunstância, adaptada
à necessidade de sobrevivência, da
proteção das intempéries e dos
ataques dos animais.
Esta primeira tipologia de construção
arquitetónica designa-se de “cabana
primitiva”. O Homem pré-histórico aproveitava as grutas naturais de pedra e
aperfeiçoava-as para as utilizar como habitação.
No fim do Neolítico começam a surgir
construções com outras
configurações, são as antas ou
dólmens, que tinham como principal
função abrigar e homenagear os
mortos.
Na arquitetura megalítica (entre 5000
e 3000 a.C.) surgem os menires, os
alinhamentos e os cromeleques que
mostravam que para além da
preocupação com a proteção, existia
igualmente uma organização física do Menir dos Almendres, Stonehenge, c. 3100 a.C., Inglaterra
espaço e um simbolismo associado à c. 6000 a 3000 a.C., Évora

construção.
A arquitetura na Idade Antiga
Na Idade Antiga assiste-se ao
desenvolvimento de uma arquitetura
essencialmente militar e religiosa. No
entanto, é também neste período que
surgem as primeiras cidades, em que
os templos e os palácios constituíam
os seus principais edifícios.

Templo de Ramsés II, Abu Simbel, c. 1260 a.C., Egito


No século IV a.C. acontece a
unificação política dos povos que
habitavam as margens do rio Nilo
dando origem à civilização egípcia.
As suas primeiras construções
estavam voltadas para os seus deuses
e faraós, construindo assim templos e
túmulos. Na sua construção usavam
tijolos crus e pedra.

Templo de Luxor, c. 1270 a.C., Egito


A arquitetura grega está muito
ligada à religião. Os gregos
procuravam alcançar o máximo da
perfeição em tudo o que faziam e
construíam. Usavam cálculos
matemáticos, regras, proporções e a
geometria nas suas construções. A
mármore foi introduzida como um
material de eleição.

Pártenon, século V a.C., Atenas


A arquitetura romana sofre a
influência dos gregos. É uma
arquitetura que se preocupa com o
pragmatismo e a funcionalidade,
embora conjugue a estética. As
conquistas romanas eram celebradas
com a construção de monumentos,
de obeliscos e arcos de triunfo.

Anfiteatro Flávio (Coliseu), século I, Roma


Os romanos deixaram um enorme
legado na arquitetura. As estradas,
construídas em linha reta e os
aquedutos para conseguir abastecer e
desenvolver as colónias romanas
espalhadas pelos territórios
conquistados foram contributos
fundamentais para o
desenvolvimento da arquitetura e da
civilização europeia.
Ruínas em Pompeia, século I, Pompeia
A arquitetura na Idade Média
Na Idade Média ainda não existe a
figura do arquiteto. As construções são
essencialmente religiosas e defensivas
e os seus responsáveis são designados
por mestre de obras.
A interpretação do espaço construtivo
nas igrejas orienta-se numa primeira
fase para a abside, com a função de
iniciar a prática do culto, e depois para
a finalização da construção.

Igreja românica de São Cristóvão, século XII, Vila do Conde


Nesta época dão-se algumas inovações:
introduz-se os arcobotantes, que
escoravam as paredes altas; as colunas
nervuradas com capacidade de
suportar maior peso e os arcos ogivais,
que permitiam a elevação vertical da
construção e a distribuição do peso das
abóbadas em vários pontos em
simultâneo bem como a entrada da luz
em diversos locais no interior, através
das rosáceas e das múltiplas aberturas,
preenchidas com vitrais. Catedral de Notre Dame, século XII, Paris
A arquitetura no Renascimento

No renascimento as principais
construções são os palácios, as
habitações dos mecenas e das
personalidades mais prestigiadas.
A cúpula da catedral de Santa Maria del
Fiore, em Florença, foi construída e
projetada por Brunelleschi, considerado
o pioneiro da arquitetura renascentista.

Cúpula da Catedral de Santa Maria del Fiore, século XV, Florença


A arquitetura a partir da Revolução Industrial
A partir da Revolução Industrial, o
ferro passa a ser usado na arquitetura
de outra forma. Aparecem igualmente
novos materiais, como o aço, o vidro e
o zinco, que passam a permitir
diferentes criações.
Começam-se a utilizar formas simples
e geométricas, permitindo uma maior
rapidez na construção e colocação por
módulos, maior iluminação e
possibilidade de reutilização, como é
exemplo o edifício para a Exposição Joseph Paxton, Exposição Universal, 1851
Universal em Londres, de Joseph
Paxton.
A arquitetura de ferro e vidro, no século XIX, marca uma rutura na arquitetura
quando assume a estrutura como forma.

Gustave Eiffel, Maurice Koechlin, Émile Nouguier, Torre Eiffel, Raoul Mesnier de Ponsard,
1889, Paris Elevador do Carmo ou Elevador de
Santa Justa, 1902; Lisboa
A arquitetura no século XX
A escola da Bauhaus foi um marco na História da Arte, no Design e na Arquitetura.
O edifício projetado por Walter Gropius é um símbolo da arquitetura funcional,
composto por diversos elementos que se articulam harmoniosamente.

Walter Gropius, edifício da escola da Bauhaus, Walter Gropius, vista do interior da Bauhaus
Dessau, 1925
O funcionalismo tem em Le Corbusier o arquiteto mais representativo.

Os volumes brancos, com formas geométricas assentes em pilares, janelas


corridas, fachada e planta livre (espaços amplos e flexíveis) vão ser as bases da
arquitetura dos séculos XX e XXI.
Le Corbusier, Ville Savoye,1931
O organicismo encontra em Frank Lloyd Wright o arquiteto mais representativo.
A Casa da Cascata assume-se como um ícone da arquitetura funcional orgânica.

A arquitetura orgânica integra-se na Natureza.


Utiliza os materiais da região e articula
harmoniosamente o espaço exterior e interior.
Frank Lloyd Wright, Casa da Cascata, 1935
Arquitetura em Portugal
A primeira metade do século XX é marcada pelas duas tendências: a arquitetura
eclética, inspirada na escola francesa, e a defendida pelo Estado Novo, aproveitando
o estudo da “casa portuguesa” de Raul Lino, conhecido como Português Suave.

Ao estudo de Raul Lino irá associar-se a


utilização de elementos considerados
portugueses, como a pedra rústica, vão
de cantaria, cobertura com águas
inclinadas, rematada com beirais,
colunas, entre outros.
Raul Lino, Casa de Santa Raul Lino, Casa dos Patudos, c. 1905-09, Santarém
Maria,1902, Cascais
Escola do Porto XX e XXI
Fernando Távora é conhecido por ter fundado a Escola do Porto e ter marcado
uma época na arquitetura.

Professor de arquitetos que se


destacam como Alcino Soutinho,
Souto de Moura e Siza Vieira.
Assumiu o modernismo
internacional, valorizou as
preexistências e o sítio do projeto, in
situ, a história do local e a
materialidade da arquitetura.
Fernando Távora, Pavilhão de ténis, Quinta da
Conceição, 1956-58 Fernando Távora, Antiga casa da Câmara,
Casa dos 24, 2002
Analisa a imagem e comenta.

A arquitetura projeta todos


os tipos de formas e
volumes com determinados
objetivos.

Jean Nouvel, Museu Nacional do Qatar, 2019

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