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Análise Do Poema "Contrariedades" de Cesário Verde para Português 11ºano
Análise Do Poema "Contrariedades" de Cesário Verde para Português 11ºano
es
Por Cesrio Verde
Cesrio Verde
Contrariedades
Eu hoje estou cruel, frentico, exigente;
Nem posso tolerar os livros mais bizarros.
Incrvel! J fumei trs maos de cigarros
Consecutivamente.
Di-me a cabea. Abafo uns desesperos mudos:
Tanta depravao nos usos, nos costumes!
Amo, insensatamente, os cidos, os gumes
E os ngulos agudos.
Sentei-me secretria. Ali defronte mora
Uma infeliz, sem peito, os dois pulmes doentes;
Sofre de faltas de ar, morreram-lhe os parentes
E engoma para fora.
Pobre esqueleto branco entre as nevadas roupas!
To lvida! O doutor deixou-a. Mortifica.
Lidando sempre! E deve a conta na botica!
Mal ganha para sopas...
O obstculo estimula, torna-nos perversos;
Agora sinto-me eu cheio de raivas frias,
Por causa de um jornal me rejeitar, h dias,
Um folhetim de versos.
Que mau humor! Rasguei uma epopeia morta
No fundo da gaveta. O que produz o estudo?
Mais duma redao, das que elogiam tudo,
Me tem fechado a porta.
A crtica segundo o mtodo de Taine
Ignoram-na. Juntei numa fogueira imensa
Muitssimos papis inditos. A imprensa
Vale um desdm solene.
Estrutura Interna
Diviso em partes
Primeira parte: estrofes 1 e 2
Segunda parte: estrofes 3 e 4
Terceira Parte: estrofes 5 a 12
Quarta Parte: estrofes 13 a 14
Quinta parte: estrofes 15 e 16
Sexta parte: estrofes 17
Contedo
Forma/Contedo
As figuras de estilo pretendem acentuar uma
crtica. O sujeito surge contra as
desumanidades e a ignorncia que oprimem
e marginalizam os mais fracos.
Assim temos:
Adjetivao:
realidade
Ironia:
Interrogao:
Arte?
O que produz o estudo?
E a tsica?
E a vizinha?
A pobre engomadeira ir-se- deitar sem ceia?
Exclamao:
Aliterao
Estrangeirismo
coterie
rclame
blague
O poema tem diversas linhas de sentido: a realidade como ponto de partida para uma reflexo do
sujeito; a dimenso social (solidariedade em relao a um desfavorecido); a crtica parcialidade
da imprensa. Este assuntosconcorrem para um nicotema: a crtica de uma sociedade injusta e
desumana, atravs da denncia de situaes de abandono (dos doentes a engomadeira; dos
artistas o prprio sujeito).
O poeta coloca-se ao lado dos desfavorecidos, vtimas da opresso social da sociedade e denuncia
as situaes sociais injustas, por exemplo, no retrato da engomadeira.
O poeta comea por revelar o seu estado emocional. O primeiro verso resume o que depois ser
desenvolvido. Este primeiro verso quase um desabafo e faz-nos antever que a realidade que nos
vai ser oferecida ser condicionada por fatores fsicos e psicolgicos
(frenesim;agitao;ansiedade;dordecabea; impacincia;J fumei trs maos de
cigarros/Consecutivamente.).
Alm de desabafo, este primeiro verso funciona como um aviso prvio do que vir a seguir e
que detm a ateno do poeta: a descrio de uma sociedade corrupta, injusta e decadente que se
encontra representada pela redao do jornal que rejeitou os seus poemas e pela vizinha tsica.
Corrente Literria
Pode-se dizer que, neste poema, se podem
observar algumas influncias e caractersticas que
fazem de Cesrio Verde o ponto de vrias
correntes que tinham sido ou iriam ser importantes
na literatura
Realismo
Impressionismo
Simbolismo
Surrealismo
Estrutura Externa
Composio
O poema Contrariedades composto por 17 estrofes
(todas elas quadras) onde os trs primeiros versos so
alexandrinos (tm 12 slabas mtricas) e o quarto um
hexasslabo (6 slabas mtricas).
Eu/ ho/ je es/ tou/ cru/ el,/ fre/ n/ ti/ co, e/ xi/gen/ te;
Nem/ pos/ so/ to/ le/ rar/ os/ li/ vros/ mais/ bi/ zar/ ros.
12 slabas mtricas
In/ cr/ vel!/ J/ fu/ mei/ trs/ ma/ os/ de/ ci/ gar/ros
Con/ se/ cu/ti/ va/ men/ te.
6 slabas mtricas
Rima
In
da t e
rp
ol
Em
pa
re
lh
a
da