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Bombas Industriais

Célio Augusto F. da Silva


TG4L
813-5203
Bombas

São equipamentos que conferem energia ao líquido com a finalidade de


transportá-lo de um ponto para outro, obedecendo as condições do
processo.

Elas recebem energia de uma fonte motora qualquer e cedem parte


desta energia ao líquido sob a forma de energia de pressão, cinética, ou
ambas. Isto é, aumentam a pressão, a velocidade, ou ambas.
Classificação das bombas

• Dinâmicas
Centrífugas

• Volumétricas
Alternativas ( Pistão, Êmbolo, Diafragma)

Rotativas (Engrenagens, Lóbulos, Parafuso, Palhetas)


Características das bombas

• Centrífugas
São aquelas em que a energia fornecida ao líquido é do tipo cinética,
sendo posteriormente convertida em grande parte, em energia de
pressão.

A conversão da energia cinética em energia de pressão é realizada


fazendo com que o líquido, ao sair do impelidor, passe por um conduto
de área crescente.
Características das bombas

• Alternativas
As bombas alternativas são especificadas para serviços onde se requer
alta pressão e baixa vazão. A peça que produz o movimento do líquido
pode ser um pistão ou êmbolo que se desloca com movimento
alternativo dentro de um cilindro, ou um diafragma, onde uma haste age
sobre um fluído, geralmente óleo, que por sua vez atua numa membrana.
Características das bombas
• Rotativas
As bombas rotativas são especificadas para serviços onde se requer
alta pressão e baixa vazão, porém com vazão mais elevada que as
bombas alternativas.
Consistem de duas rodas dentadas, ou dois lóbulos, ou dois fusos
roscados, ou por uma roda com um jogo de palhetas que trabalham
dentro de um caixa com folgas muito pequenas. Com o movimento, o
fluído é aprisionado entre os vazios e forçado a sair do outro lado.
Novos espaços se formam sendo preenchidos de líquidos e assim
sucessivamente.
Bombas Centrífugas

Bombas centrífugas são dispositivos mecânicos que usam a força


centrífuga para transformar energia mecânica em pressão ou altura
manométrica. O líquido que entra na bomba é acelerado pela força
centrífuga.

A velocidade aumentada do líquido é então transformada pela bomba


em pressão ou altura manométrica.
Principais componentes
• carcaça
• bocal de entrada ou bocal de sucção
• rotor
• voluta
• bocal de descarga
• anéis de desgaste
• eixo
• mancais
• selos mecânicos
• tubulação auxiliar
Principais componentes
• Carcaça
É uma câmara vedada que abriga a bomba inteira. A carcaça direciona o
líquido ao rotor e o conduz para fora da bomba.
A carcaça é vedada de forma que o líquido não possa escapar, exceto
através do bocal de descarga.
É geralmente bipartida a fim de facilitar o acesso aos componentes que
estão no seu interior.
Principais componentes
• Bocal de entrada
É a porta através da qual o líquido entra na bomba.
• Voluta
É uma peça em forma de chifre que transforma a velocidade do líquido
em pressão. Ela começa em um ponto inicialmente estreito de
passagem denominada borda da voluta e depois se alarga, à medida que
gira aproximadamente 360o em torno do rotor, até o seu orifício de
abertura final.
Depois de ser acelerado pelo rotor, o líquido passa pela voluta onde a
velocidade do líquido é transformada em pressão.
Principais componentes
• Bocal de descarga
É a porta através da qual o líquido sai da bomba. Uma vez que o líquido
passou por todo o comprimento da voluta, ele chega ao bocal de
descarga. Um duto acoplado ao bocal de descarga com um flange de
alta pressão, leva o líquido à jusante.
Principais componentes
• Rotor
É um dispositivo giratório que usa a força centrífuga para aumentar a
velocidade do líquido que entra na bomba.
O rotor é constituído por um conjunto de pás presas a um eixo
giratório. A base das pás, onde elas se prendem ao eixo, é denominada
olho do rotor.
Principais componentes
• Anéis de desgaste
Os anéis de desgaste reduzem o intervalo entre a passagem de entrada
e a passagem de descarga da carcaça. Quando os anéis de desgaste
ficam muito gastos, eles são substituídos, de modo que o rotor inteiro
não precise ser trocado.
Principais componentes
• Eixo
É a ligação física entre o motor e o rotor. O eixo da bomba fica preso
ao eixo do acionador através de um acoplamento, para que a potência
do acionador possa ser transferida para o rotor.
Principais componentes
• Mancais
Os mancais ajudam a manter o eixo e o rotor da bomba girando ser ter
movimentos axiais (de uma extremidade para outra) ou radiais (de um
lado para outro), de modo que o eixo e o rotor girem em uma posição
fixa e se mantenham adequadamente alinhados com os componentes
fixos da bomba.
Principais componentes
• Selos mecânicos
São constituídos de um anel fixo em uma carcaça e de um anel
giratório preso no eixo, mantido firmemente preso por molas. O selo do
eixo gira contra o selo da carcaça, enquanto ambos os selos são
mantidos juntos através de molas.
Os selos mecânicos evitam que o líquido vaze de cada extremidade da
carcaça por onde o eixo entra e sai.
Principais componentes
• Tubulação auxiliar
São pequenas tubulações necessárias ao funcionamento de uma bomba
grande.
A tubulação auxiliar inclui:
• resfriamento do mancal
• drenos de lubrificação do mancal
• suspiro da carcaça
• dreno da carcaça
• drenos de vazamento do selo
• linhas do sistema de injeção da selagem
Resumo do fluxo típico
O líquido entra no olho do rotor a uma velocidade baixa e com baixa
pressão. O rotor faz o líquido girar, para que a força centrífuga e a
aceleração centrífuga aumentem a velocidade do líquido. O líquido
depois passa para a voluta, onde o diâmetro crescente da mesma
transforma a velocidade do líquido em pressão.
Desempenho
A determinação do ponto de trabalho, isto é, vazão, carga, potência
consumida e rendimento de uma bomba operando em um sistema, é
função das características da bomba e do sistema. Assim sendo, torna-
se necessário conhecer as Curvas Características da bomba.
Estas curvas são fornecidas pelo fabricante e normalmente traduzem o
desempenho da bomba.
Desempenho
Curva do Head ou Carga (H) x Vazão (Q)
O Head fornecido pela bomba ao líquido diminui devido a conversão da
energia potencial em energia cinética (fluxo) e as perdas por atrito
interno.
Por via de regra, o maior Head ocorre num ponto em que não existe
fluxo, sendo denominado “Head de shut off”, quando a válvula de
descarga está completamente fechada e a bomba está em
funcionamento. Nesta situação, toda a energia é utilizada para criar
Head e superar o atrito relacionado ao movimento do rotor.
Desempenho
Curva do Head ou Carga (H) x Vazão (Q)
Aumentando-se o fluxo, uma maior porção de energia potencial é
convertida para fluxo ou velocidade, diminuindo-se então o Head ou
energia potencial.

A curva Head x Vazão é resultante do ângulo das palhetas do rotor e da


configuração da voluta.
Desempenho
Curva de Potência (BHP) x Vazão (Q)
Para que uma bomba centrífuga possa suprir a vazão desejada e o
Head, ela tem que ser suprida de certa energia.

A curva de Potência x Vazão representa a potência necessária para


transportar um determinado fluído de um local para outro, com uma
certa vazão, superando as perdas por atrito.
Desempenho
Curva de Eficiência x Vazão (Q)
A curva de Eficiência x Vazão é a indicação da energia perdida na
bomba. Quanto menores as perdas, mais elevada será a eficiência.

A bomba não atinge 100% de eficiência no topo da curva, em virtude das


perdas dentro da bomba.
Desempenho
Curva de Altura de sucção líquida (NPSH) x Vazão (Q)
Os líquidos não podem ser “aspirados” ou “puxados” para dentro do
rotor de uma bomba centrífuga, ao invés disso, eles tem que ser
empurrados para dentro do rotor por uma pressão ou altura
manométrica posítiva.

O NPSH é a pressão que empurra o líquido para dentro do bocal de


sucção da bomba centrífuga.
Desempenho
Curva de Altura de sucção líquida (NPSH) x Vazão (Q)
O NPSH é o Head, acima da pressão de vapor do líquido, existente no
flange de sucção da bomba.

O NPSHr é o NPSH que bomba precisa para evitar a cavitação,


portanto o NPSHd deve sempre ultrapassar o NPSHr.
Classificação das bombas centrífugas

Há alguns recursos de projeto normalmente usado para classificar as


bombas centrífugas:

• A quantidade de estágios
• Eixo da bomba horizontal ou vertical
• Rotor sucção simples ou sucção dupla, e
• Voluta simples ou dupla
Classificação das bombas centrífugas
Bombas de um estágio e multi-estágio
Uma bomba de um estágio possui um rotor e um estágio de
pressurização. Isto significa que que o único rotor da bomba e a voluta
aumentam a pressão do líquido que entra na bomba.

Uma bomba multi-estágio é uma bomba que possui dois ou mais rotores
montados em um mesmo eixo, e uma quantidade igual de estágios de
pressurização. Por exemplo: Uma bomba de seis estágios tem seis
rotores e seis estágios de pressurização.
Classificação das bombas centrífugas
Bombas de um estágio e multi-estágio
As bombas multi-estágio produzem um diferencial de Head muito mais
alto do que as bombas de um estágio. O diferencial de Head é um
aumento na pressão do líquido entre a sucção e os bocais de descarga.

As bombas multi-estágio podem produzir uma pressão de descarga


muito mais alta, sem elevar o NPSH requerido pela bomba.
Classificação das bombas centrífugas
Bombas horizontais e Bombas verticais

• bombas centrífugas horizontais são bombas em que o eixo do rotor


gira horizontalmente na carcaça

• bombas centrífugas verticais tem o eixo montado na posição vertical.


Considerações sobre a operação de bombas
• Vazão mínima contínua
Toda bomba centrífuga precisa que o líquido passe por ela a uma vazão
mínima contínua. O funcionamento de uma bomba centrífuga a uma
vazão mais baixa do que sua vazão mínima resultará em um excesso de
vibração, cavitação, acúmulo de calor, ruído e pode causar danos aos
componentes da bomba.
Considerações sobre a operação de bombas
• Cavitação
A Cavitação é a formação e posterior implosão, de pequenas bolhas em
um líquido. Ela acontece quando a pressão na sucção da bomba cai à
pressão de vapor do líquido que está sendo transferido. As bolhas de
vapor se formam e fluem juntamente com o líquido, entrando em
colapso ao encontrarem uma pressão acima da pressão de vapor.
À medida que as bolhas implodem, uma onda de choque é gerada,
podendo atingir valores altíssimos.
Considerações sobre a operação de bombas
• Cavitação
Se as bolhas implodirem dentro da bomba, ou próximas a uma parede
sólida, como a parede de um tubo ou uma válvula, é dado um golpe
pequeno e altamente concentrado. A Cavitação pode provocar:
• ruído ou barulho de rachadura que pode se transformar em vibrações
perigosas
• erosão e corrosão por “pit” das superfícies metálicas
• má “performance” da bomba
Curvas de sistemas
Curva do sistema é um gráfico que mostra de que forma as variáveis
como viscosidade, massa específica e vazão se combinam com
condições fixas, tais como comprimento do duto, diâmetro interno do
tubo, rugosidade do duto e as variações de elevação.
Curvas de sistemas
Número de Reynolds
O número de Reynolds não tem unidade, sua forma simples indica
claramente o tipo de vazão existente no duto.
Curvas de sistemas
Lei de Darcy
É a relação matemática que é usada para determinar uma curva de
sistema simples.
H = f (L/d)(v2/2g) onde:
f = fator de fricção retirado de um gráfico
L = comprimento do duto
d = diâmetro interno do duto
v = velocidade do fluxo
g = aceleração da gravidade
Ponto Operacional
Ponto de interseção entre a curva do sistema e a curva de Head da
bomba.

O ponto operacional da bomba é determinado pela queda da carga


estática, provocada pelas variações na elevação que o líquido tem que
superar, com a queda das cargas dinâmicas causadas pelas perdas
devido à fricção com o duto e queda das pressões através de
equipamentos.
Associação de bombas
• Associação de bombas em série
Quando a altura manométrica for elevada, deve ser examinada a
possibilidade de utilização de bombas em série. Esta solução
normalmente é utilizada quando o valor da altura manométrica
ultrapassa os valores alcançados pelas bombas multi-estágios.
Neste caso, a descarga de uma bomba é conectada na sucção da
seguinte, de modo que a vazão será a mesma em todas as bombas,
enquanto que a pressão de descarga será a soma das pressões de cada
uma das unidades.
Associação de bombas
• Associação de bombas em paralelo
Este tipo de associação é utilizada quando a vazão exigida for elevada
ou quando a vazão exigida varia de forma definida. No primeiro caso, o
uso de bombas em paralelo dá, com certa vantagem, segurança
operacional, pois no caso de falha de uma das bombas, haveria apenas
uma diminuição da vazão fornecida e não um colapso total no
fornecimento.
Associação de bombas
• Associação de bombas em paralelo
No segundo caso, a utilização da associação em paralelo, dá mais
flexibilidade operacional, pois mediante a colocação ou retirada de
funcionamento de uma bomba, conseguimos a vazão exigida com boa
eficiência.

A curva característica do conjunto é obtida a partir das curvas de cada


uma das bombas, somando-se as vazões correspondentes a cada
bomba.

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