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DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Um olhar inclusivo

Anallu Guimaraes
Bruna Soares
Bruniara Passos
Gabriela Neves
Rafael Almeida
 CONCEITO
O conceito de Deficiência intelectual, passou no decorrer dos anos por
diversas definições e terminologias para caracterizá-la, tais como:
Oligofrenia, Retardo mental, Atraso mental, Deficiência mental, etc. É um
vasto complexo de quadros clínicos, produzidos por várias etiologias e
que se caracteriza pelo desenvolvimento intelectual insuficiente, em
termos globais ou específicos.

 DIAGNÓSTICO
Na maioria dos casos o diagnóstico é feito baseado no atraso no
desenvolvimento neuro-psicomotor (a criança demora em firmar a
cabeça, sentar, andar, falar) e na dificuldade no aprendizado
(dificuldade de compreensão de normas e ordens, dificuldade no
aprendizado escolar), mas existem ou critérios para o diagnóstico.
 PRINCIPAIS TIPOS DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
• Síndrome de Down
• Síndrome do X-Frágil
• Síndrome de Prader-Willi
• Síndrome de Angelman
• Síndrome Williams
• Erros Inatos de Metabolismo (Fenilcetonúria, Hipotireoidismo congênito
etc.)
• Autismo
Um Olhar Inclusivo

“o que decide o destino da pessoa, em última instância, não é o


defeito em si mesmo, se não as suas consequências sociais, sua
realização psicossocial”

 A questão está em propiciar interações significativas para estas


pessoas, para que possam aprender e desenvolver-se

 Vigotisky (1997) defende que uma criança que tem o


desenvolvimento complicado pelo seu “defeito” não é menos
desenvolvida, e sim desenvolvida de outro modo.
 É importante que a instituição de ensino conheça as peculiaridades do
caminho de desenvolvimento pelo qual deve contribuir com seu aluno.
(11:40-13:32 apae)

 Deste modo ele não deve entregar-se ao domínio das leis biológicas, de
suas limitações, mas, ao contrário, diante de seu desenvolvimento,
agregar-lhe objetivos, exigências sociais, e conduzi-lo para fora de um
mundo de isolamento. (14:30-16:10 apae II)

 A educação das pessoas com deficiência não deveria limitar-se à


reabilitação ou à educação profissional, mas sim, estar “centrada no
desenvolvimento da capacidade dos indivíduos de pensar e agir
conscientemente ou planejadamente, participando dos desafios postos
àquela sociedade, fazendo compensações ou supercompensações das
áreas ou funções afetadas, a partir de órgãos ou funções íntegros.”
A singularidade do desenvolvimento da pessoa com deficiência está nos
efeitos positivos da deficiência, nos caminhos encontrados para sua
superação.
O psicólogo e a deficiência
intelectual
 Carlo (2001), com base em Vygotsky, aponta que a “deficiência tem caráter mais
social do que biológico. As particularidades psicológicas [...] estão mais relacionadas ao
social que ao núcleo biológico, ainda que este não possa ser desprezado.” Então, não
se trata de desconsiderar o núcleo biológico, mas de considerá-lo na dialética das
intermediações entre o substrato biológico e o cultural, compreendendo que a
dimensão humana está fortemente colocada na história e na cultura, e não no
biológico, ou seja, o que nos torna pertencentes ao humano são as capacidades
culturalmente colocadas, como a linguagem, a representação, os atos cotidianos da
cultura; apropriarmo-nos das formas de ser da nossa cultura, desde os atos simples –
banhar-se, pentear o cabelo, escovar os dentes, comer com talheres, vestir roupas –,
até atos mais sofisticados, como o uso da linguagem, da escrita, do cálculo, do
desenho, da música, da arte, da religiosidade

 As condições intelectuais destes sujeitos devem ser culturalmente significadas e


qualificadas no interior de suas práticas sociais, ou seja, em seu contexto, pois a
interpretação sobre sua condição e possibilidades depende diretamente das
concepções, percepções e valores presentes no meio social e cultural.
A intervenção do psicólogo em
contextos de educação especial na
grande Florianópolis
 Autores:
Laura Kemp de Mattos - Mestranda do Programa de Pós-graduação em
Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina
Adriano Henrique Nuernberg - Professor do Departamento de Psicologia
da Universidade Federal de Santa Catarina. Subvenção: FUNPESQUISA
/UFSC
 Conhecer as características da intervenção dos psicólogos em
instituições de educação especial e o impacto das políticas de
inclusão escolar em suas práticas profissionais é fundamental para a
identificação de necessidades de incremento da formação dos
psicólogos, de modo a ampliar a responsabilidade social e os direitos
humanos (SILVA, 2005). Com esse estudo espera-se fornecer subsídios a
essa formação na perspectiva inclusiva, de modo a possibilitar a
identificação dos avanços e as lacunas existentes na prática desse
profissional.
 A natureza dessa pesquisa é qualitativa e exploratória, pois tem por
objetivo proporcionar uma caracterização da intervenção do
psicólogo na educação especial numa perspectiva inclusiva
 Para a caracterização que essa pesquisa pretendeu realizar foram
selecionados para entrevista 12 psicólogos inseridos nas principais
fundações, centros de reabilitação e associações, em geral
mantidas pela sociedade civil em parceria com o Estado e
Municípios, às quais se vinculam escolas que atendem aos alunos
com deficiência da Grande Florianópolis.
 A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista
semiestruturada. O roteiro da entrevista foi constituído por 12
questões abertas e 10 questões fechadas, as quais objetivaram
identificar os dados pessoais, as características do contexto em
questão e as condições de trabalho, as características da atuação
profissional, além da relação entre a atuação e formação
acadêmica.
Resultados:
 Todos os entrevistados trabalham em equipes multidisciplinares,
organizadas por meio de reuniões semanais compostas geralmente
pelos seguintes profissionais: pedagogo, médico, fisioterapeuta,
terapeuta ocupacional, professor de educação especial, assistente
social e psicólogo.
 As principais atividades desenvolvidas no cotidiano de trabalho
são:
 As demandas das instituições em relação ao trabalho dos psicólogos
entrevistados são bem distintas entre si, embora a
orientação/educação de pessoas com deficiência e a atuação junto
às famílias sejam atividades desenvolvidas por quase todos os
entrevistados (92%). A avaliação psicológica, orientação/educação
sexual e intervenções com a equipe técnica apareceram como
realizadas por 10 dos informantes (cerca de 83%).
 Destaca–se também a assistência psicológica com alunos realizada
por nove profissionais (75%), além da orientação psicoeducacional aos
professores, atendimento de emergência, visitas domiciliares e
assistência psicológica com professores realizadas por oito
entrevistados (cerca de 67%). Outra atividade que foi mencionada por
sete entrevistados (aproximadamente 58%) foi a elaboração,
avaliação e desenvolvimento do projeto pedagógico, como visto no
gráfico a seguir.
 Além do teste de inteligência, boa parte dos profissionais realiza uma
entrevista com a família para identificar aspectos referentes à
comunicação, cuidados pessoais, vida familiar, habilidades sociais,
auto-gestão, saúde, segurança, habilidades cognitivas e
comportamentos do aluno. Nesse caso, observa-se também como ele
está interagindo com o meio avaliando o comportamento adaptativo,
componente inserido no momento que vigoravam as políticas de
integração, tendo sido proposto por meio dos parâmetros de
avaliação da AAMR na década de 60. Após essa avaliação, todos os
profissionais da equipe diagnóstica reúnem-se para estudo do caso e
fechamento do diagnóstico.
 A seguir apresenta-se a figura relativa aos dados sobre outras
atividades menos destacadas dos psicólogos informantes dessa
pesquisa:
 Formação:
No que concerne ao referencial teórico e metodológico que
subsidia a atuação dos psicólogos entrevistados, a teoria sistêmica
e a psicologia histórico-cultural de Lev Vygotski foram os mais
citados. Os entrevistados relataram agregar diversas teorias à sua
prática. Foram também mencionadas a abordagem cognitiva, a
comportamental, a psicanálise, a psicodinâmica, a teoria da
gestalt, a teoria humanista e a psicobiologia. Foram citados autores
como: "Vygotski, Piaget, Wallon, Freud, Melanie Klein, Ana Bock,
Ciampa, Ronaldo Yudi" (SUJEITOS 10, 11 E 12)3. E também "Luria,
Leontiev, Vygotski, Rossi, Erikson" (SUJEITO 2).
Discussão dos resultados:
 Os resultados apontam a permanência de práticas consideradas
tradicionais nesse campo, especialmente no tocante aos
procedimentos de avaliação psicológica.
 A finalidade da avaliação é basicamente verificar as condições da
"inteligência desse sujeito". O objetivo final é dizer como é que está o
"nível desse sujeito", se é realmente um aluno com deficiência mental e
em qual grau, a saber, leve, moderado, severo e profundo.
 O olhar da psicologia é mais voltado para a deficiência intelectual
no processo de diagnóstico, prática que vem marcando a profissão
desde as arcaicas políticas de segregação, quando a atuação do
psicólogo restringia-se ao processo de avaliação do grau de
incapacidade, focando apenas a deficiência no psicodiagnóstico do
sujeito. Assim era a perspectiva de atenção às pessoas com
deficiência nesse período que visava classificar os sujeitos para formar
classes homogêneas. Nesse sentido, os depoimentos dos profissionais
apontam fortes e tardias influências dessa perspectiva no processo de
avaliação psicológica, cumprindo o papel de atendimento a
demandas de ordem institucional.
A Deficiência Intelectual e a
Psicologia
 Diferentes perspectivas teóricas da psicologia geram diferentes
propostas de atuação prática do psicólogo.
 Dificuldades enfrentadas pelo psicólogo para trabalhar em um
contexto onde a sua função é reconhecida apenas como um
instrumento de medida para o diagnóstico, que visa a
medicalização.
 Educação: À luz das políticas de inclusão vigentes, a atuação do
psicólogo se volta à promoção de práticas educacionais que
favoreçam a participação e aprendizado de todos os alunos.
 Abordagem da Psicanálise: Adio II, 5:30.
Procurando Alice

 Para retratar a beleza do cotidiano de sua filha com síndrome de


Down, a fotógrafa britânica Sian Davey produziu a série “Finding Alice”
(“Procurando Alice”, em português).
 Davey decidiu produzir o ensaio como uma forma de superar e
aceitar o fato de sua filha ter nascido com o distúrbio genético. Ela
afirma que, no início, não conseguia ter um relacionamento comum
com a criança e, em certo momento, percebeu que Alice estava
sentindo essa rejeição.
 Com o intuito de modificar esses sentimentos e se aproximar da
pequena garota, Sian capturou imagens que revelam a beleza e a
pureza infantil e o amor que foi se constituindo na família e entre mãe
e filha.

Fonte: Site Catraca Livre.

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