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Paixão de Cristo e Paixão da Igreja

“Paixão, Morte e
Ressurreição”
• A Paixão, a Morte e a Ressurreição de Nosso
Senhor Jesus Cristo constituem o acolhimento
central e definitivo de nossa salvação. É a
Páscoa de Jesus. Por ela, Jesus nos salvou.
Assim, a Páscoa é o mistério unificador de
toda nossa fé cristã. Por ela, Jesus Cristo é
realmente nosso Salvador, nosso Redentor e
nosso único Senhor, que nos conduz ao Pai, no
Espírito Santo.
“O caminho que Jesus Fez”
“A entrada “solene” de Jesus em Jerusalém foi um
prelúdio de Suas dores e humilhações. Aquela
mesma multidão que O homenageou, motivada
por Seus milagres, agora vira as costas a Ele e
muitos pedem a Sua morte. Jesus, que conhecia o
coração dos homens, não estava iludido.”
A muitos o Senhor Jesus decepcionou; pensavam
que Ele fosse escorraçar Pilatos e reimplantar o
reinado de Davi e Salomão em Israel; mas Ele
vem montado em um jumentinho frágil e pobre.
Muitos pensam: “Que Messias é esse? Que
libertador é esse? É um farsante! É um enganador
que merece a Cruz por nos ter iludido”.
“O que ele nos deixou”
Nesse dia celebramos a doação de Jesus por nós,
bem como o sangue que derramou para nos dar
vida.
A Instituição da eucaristia (última ceia), celebrada à
noite, corresponde a nossa ação de graças pelas
maravilhosas dádivas que, antes de morrer, Jesus
nos deixa: a Eucaristia, o Sacerdócio e o
mandamento do amor. Na celebração repete-se o
gesto de Jesus lavando os pés dos discípulos, a
fim de mostrar-lhes como a humildade e os
serviço são as expressões mais concretas do
verdadeiro amor: ‘Amai-vos como eu vos tenho
amado‘.
“O que ele sofreu”
• Saiu então, e foi, como de costume, para o Monte
das Oliveiras. E os discípulos seguiram também
com Ele. Quando chegou ao local, disse-lhes:
«Orai, para que não entreis em tentação».
Depois afastou-Se bruscamente deles até à
distância de um tiro de pedra, aproximadamente;
e, posto de joelhos, começou a orar, dizendo:
«Pai, se quiseres, afasta de Mim este cálice; não
se faça, contudo, a Minha vontade, mas a
Tua». Lc 22, 39-46
Como cada pessoa que está diante da morte,
também Cristo se sente afligido pela angústia;
aliás, a palavra originária que o evangelista
Lucas utiliza é «agonia», ou seja, luta. Então, a
oração de Jesus é dramática, tensa como num
combate, e o suor estriado de sangue que se
escorre pelo seu rosto é sinal de um tormento
áspero e duro. O grito é lançado para o alto,
em direção ao Pai que parece misterioso e
mudo: «Pai, se quiseres, afasta de Mim este
cálice», o cálice da dor e da morte.
“O Mistério da Cruz”
“Renuncie a si mesmo e tome a sua Cruz “

A Cruz significa, antes de tudo, a não ser mais nada


para nós mesmos, e ser tudo para os outros. De fato,
Jesus do alto da Cruz, já não tinha nada que fosse
seu; Jesus se doou totalmente à humanidade, a não
ser a sua própria vida, e até ela nos é dada conforme
Ele mesmo nos diz: ‘Ninguém tira a minha vida, e a
dou livremente’.

Esse fato é o coroamento de toda a vida de Jesus, que


não se apegou ciosamente à sua condição divina,
mas se fez homem, obediente até a morte e morte de
cruz, vivendo totalmente para servir ao seu Pai,
irmãos e irmãs numa total doação
“O que Maria Sentiu”
Uma espada transpassará a tua alma.(Lc 2, 35)

Maria mostra sua grande humildade pela qual


venceu toda a soberba. Nos momentos de glória
de Jesus esteve escondida… Mas agora, na hora
de sua Paixão, ela aparece e se faz presente aos
pés da cruz, quando todos fogem.
No Calvário ela vê seu Filho ser crucificado
friamente, levantado entre o céu e a terra por três
longas e cruéis horas, rezando e gemendo pela
salvação de cada um de nós. A espada da dor foi
até o fundo da alma da Mãe.
Ali, aos pés da Cruz gloriosa, ela recebeu de Jesus a
maternidade espiritual dos filhos da Igreja.
“Mulher, eis aí o teu Filho”… “Filho, eis aí tua
Mãe” (Jo 19,26).
Tendo se aniquilado pela nossa salvação, já prestes a
morrer, Jesus ainda nos quis deixar o que Ele
tinha de mais precioso nesta vida, a sua querida
Mãe. E como Jesus confiava nela! A tal ponto de
querê-la para nossa Mãe também.

“O sofrimento adquire o valor que lhe dá quem o


sofre. Por isso, só o cristão sabe sofrer”
“O que ele fez em sua morte”
E Cristo respondeu a Adão: “E com teu espírito”. E
tomando-o pela mão, disse: “Acorda, tu que
dormes, levante dentre os mortos, e Cristo te
iluminará. Eu sou o teu Deus, que por tua causa
me tornei teu filho; por ti e por aqueles que
nasceram de ti, agora digo, e com todo o meu
poder, ordeno aos que estavam na prisão: “Saí!”;
e aos que jaziam nas trevas: “Vinde para a luz!”;
e aos entorpecidos: “Levantai-vos!”
De uma antiga Homilia no grande Sábado Santo
(séc IV), de um autor grego desconhecido
“A Boa Nova foi igualmente anunciada aos
mortos…” (1Pd 4,6). A descida aos Infernos é
o cumprimento, até sua plenitude, do anúncio
evangélico da salvação. É a fase última da
missão messiânica de Jesus, fase condensada
no tempo, mas imensamente vasta em sua
significação real de extensão da obra redentora
a todos os homens de todos os tempos e de
todos os lugares, pois todos os que são salvos
se tomaram participantes da Redenção.
• Cristo desceu, portanto, no seio da terra, a fim
de que “os mortos ouçam a voz do Filho de
Deus e os que a ouvirem vivam” (Jo 5,25).
Jesus, “o Príncipe da vida”, “destruiu pela
morte o dominador da morte, isto é, O Diabo, e
libertou os que passaram toda a vida em estado
de servidão, pelo temor da morte” (Hb 2,5). A
partir de agora, Cristo ressuscitado “detém a
chave da morte e do Hades” (Ap 1,18), e “ao
nome de Jesus todo joelho se dobra no Céu, na
Terra e nos Infernos” (Fl 2,10).
“Ressuscitou”
A Ressurreição de Jesus é ponto fundamental da fé
cristã, a ponto que São Paulo pode dizer: “Se
Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação;
vazia também é a vossa fé… Se Cristo não
ressuscitou, vazia é a vossa fé; ainda estais nos
vossos pecados”(1Cor 15, 14.17).
A Ressurreição de Jesus é a base da fé; São Paulo
chama Cristo ressuscitado “o Primogênito dentre
os mortos”(Cl 1, 18). A Ele, ressuscitado em
primeiro lugar, seguir-se-á a ressurreição dos
irmãos: “Cada qual na sua ordem: Cristo, as
primícias; depois, os que são de Cristo, por
ocasião da sua segunda vinda; a seguir, haverá o
fim”(1Cor 15, 23s).
“O caminho que fazemos”
Que a exemplo de tantos santos, possamos fazer da
paixão de Cristo a nossa paixão também. Afinal, o
sentido último da Paixão de Cristo não é a morte em
si, mas a vida, a Ressurreição. Assim, nosso
sofrimento não tem um fim em si mesmo, mas é um
passo rumo à Vida Eterna.

Que possamos dizer a cada dia com São Paulo:


“Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo
batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos
pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma
vida nova. Se fomos feitos o mesmo ser com ele por
uma morte semelhante à sua, sê-lo-emos igualmente
por uma comum ressurreição” (Rm 6, 4s).
A Paixão da Igreja
“Agora me alegro nos sofrimentos suportados por vós. O que
falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu
corpo que é a Igreja” (Cl 1, 24).

Até hoje a Igreja não deixou de derramar seu


sangue pela humanidade
Depois que o Filho de Deus, tirou sua coroa de rei,
suas sandálias douradas e veio ate nós: pobre,
humano, despojado de tudo para nos salvar,
ninguém mais tem o direito de duvidar do amor de
Deus por nós.
“Eu completo na minha vida
o que falta a paixão de
Cristo no seu corpo que é
Igreja”.
• A Igreja é o corpo místico de Cristo. Cada um
de nós que foi batizado foi enxertado no corpo
místico de Cristo. A Igreja é um mistério
humano e divino, não é apenas uma instituição
humana. Somos os membros visíveis da Igreja.
A Igreja é um mistério que Cristo institui para
salvar o mundo.
• São Paulo diz que essa
Igreja está passando
por uma paixão; isso
dá um valor
extraordinário ao
nosso sofrimento. O
cristão é a única
pessoa neste mundo
que sofre com sentido,
por isso sofre com
alegria, porque sabe
que seu sofrimento
não cai por terra
perdido, é unido ao
Sangue de Cristo na
Eucaristia, e, assim,
divinizado
• É através da Igreja que Cristo salva a humanidade.
Como podemos ajudar o Cristo a completar a Sua
paixão, no Seu corpo místico que é a Igreja?
Rezando, trabalhando e sofrendo pela Igreja, e
assim nós vamos completar o que falta a paixão
de Cristo. Não tenha medo, São Pedro disse:

“O Deus de toda graça, que vos chamou em Cristo à


sua eterna glória, depois que tiverdes padecido
um pouco, vos aperfeiçoará, vos tornará
inabaláveis, vos fortificará” (1 Pd, 5,10).
• A primeira coisa que o sofrimento traz em nós
é o aperfeiçoamento, a santificação; faz com
que vivamos segundo a vontade de Deus. São
Pedro diz: “Vos tornará inabaláveis”. Quando
Deus nos aperfeiçoa através do sofrimento a
gente se torna inabalável.
“Completo na minha carne o que falta a paixão
de Cristo”.
Ser cristão é ser imitador de Cristo. Imitar Jesus
Cristo, fazer aquilo que o Cristo diz que é
certo. E quem é a voz de Cristo? A Igreja.
Essa é a lógica do Pai para salvar o mundo, o
Pai enviou o Filho e o Filho enviou a Igreja:
“Ide!”.

Desde que o Cristo sofreu Sua paixão na cruz,


até hoje a Igreja não deixou de derramar seu
sangue pela humanidade, e vai derramar até
Ele voltar.
“Tenho para mim que os sofrimentos da presente
vida não têm proporção alguma com a glória
futura que nos deve ser manifestada” (Rom 8,
18).

“Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos


ouviram, nem o coração humano imaginou (Is
64,4), tais são os bens que Deus tem preparado
para aqueles que o amam” (I Cor 2, 9).

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