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Prosa
A busca da identidade nacional foi uma das preocupações mais
marcantes no Romantismo brasileiro. Por ter acontecido no período pós-
independência, o movimento trabalhou para estabelecer aquilo que é
próprio à nação brasileira. (...)
A prosa no Romantismo brasileiro exalta o pitoresco de nossas
paisagens, a riqueza e diversidade delas, pondo em relevo o tipo
humano nativo, o índio.
A classificação da poesia romântica em três gerações não é válida
para a prosa. Esta é compreendida em quatro categorias: a prosa
social-urbana, ambientada nas cidades; a prosa histórica, cujo tempo é
necessariamente pretérito ao vivido pelo autor; a prosa indianista e a
prosa regionalista, que se desenvolveu
em decorrência da necessidade de valorizar todos os espaços do Brasil,
e não somente o espaço urbano ou selvagem dos romances indianistas,
imprimindo um sentido nacional à nossa literatura.
O gosto pelo romance no Brasil começou a ser fomentado a partir
de 1830, quando se iniciou a publicação dos primeiros folhetins –
encartes especiais que continham fragmentos de romances publicados
em jornais ou revistas, a maioria dos quais consistindo em traduções de
grandes nomes da literatura europeia. Os folhetins traziam histórias em
capítulos de tal modo que suscitavam o interesse do leitor, eram
sinônimos de entretenimento e lazer para estudantes, profissionais
liberais e, sobretudo, para a mulher – o grande público
leitor da época. O romance passou a ser um dos gêneros mais
consumidos tanto na Europa como no Brasil: era a forma que a
burguesia encontrava para ter seus valores retratados por meio de
intensas histórias de amor e aventura.
José de Alencar
Como e porque sou romancista. Campinas: Pontes, 1990.
Romance Indianista
Te telefonar
Cartazes te procurando
Aeronaves seguem pousando
Sem você desembarcar
Pra eu te dar a mão nessa hora
Levar as malas pro fusca lá fora....
E eu vou guiando
Eu te espero, vem...
Diga que você me quer
Porque eu te quero também
E eu te amo!
E eu berro: Vem!
Grita que você me quer
Que eu vou gritar também!
Hei! Hei!...
(E eu gosto dela
E ela gosta de mim
Eu penso nela
Será que isso não vai ter fim?)
Nando Reis