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Ciências Humanas e suas

Tecnologias - História
Ensino Médio, 2º Ano
A Corte portuguesa no Brasil:
o Reino Unido
História, 2º Ano do Ensino Médio
A corte portuguesa no Brasil: o reino unido

A CORTE PORTUGUESA NO
BRASIL: O REINO UNIDO

Imagem: Debret, Jean Baptiste, 1768-1848 / public domain


História, 2º Ano do Ensino Médio
A corte portuguesa no Brasil: o reino unido

A EUROPA, COMEÇO DO SÉCULO XIX

• Grandes transformações econômicas políticas e sociais ocorreram na Euro


pa no final do século XVIII e início do século XIX;

• Na Inglaterra, se iniciava o processo de Revolução Industrial. No começo d


o século XIX, o país ostentava o posto de nação mais rica. Tinha a melhor
marinha mercante e de guerra, e já dominava um vasto território colonial;

• A Revolução Francesa dava os últimos golpes no Antigo Regime, substituin


do o Absolutismo monárquico e os privilégios feudais pelos princípios liber
ais na economia e na política;

• A Portugal e aos demais países europeus restava ficar entre as exigências e


as ameaças militares do imperador francês Napoleão Bonaparte e a depen
dência econômica em relação a economia inglesa.
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A EUROPA, COMEÇO DO SÉCULO XIX


• O ano de 1789 é marcado pelo inicio da Revolu
ção Francesa. Houve a destruição social e políti
ca dos vestígios feudais e a tomada do poder p
ela burguesia;
• Em 1791 é lançada a nova Constituição, que afi
rma a posição social dominante da burguesia fr
ancesa; o rei Luis XVI é executado.
• Para pôr fim à corrupção e à incompetência do
governo instalado, a burguesia decidiu dar um
golpe e apoiar o general Napoleão Bonaparte;
• Em 1804, foi criado o Império, espécie de mon
arquia vitalícia. Apesar de haver Constituição,
Napoleão governou despoticamente. Por algu
m tempo, a prosperidade resultante das refor
mas internas e o êxito das guerras permitiram Imagem: Jacques-Louis David (1748–1825) /
a continuidade do regime. public domain
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A EUROPA, COMEÇO DO SÉCULO XIX


• O imperador francês, Napole
ão Bonaparte, havia colocad
o em prática uma política mil
itar expansionista, com intuit
o de estender seu domínio s
obre toda a Europa;

• Com o objetivo de quebrar a


resistência da Inglaterra, Na
poleão tentou sufocá-la econ
omicamente proibindo os pa
íses europeus de comercializ
arem com os ingleses, ao de
cretar, em 1806, o Bloqueio
Continental. Imagem: Alex:D / public domain
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A EUROPA, COMEÇO DO SÉCULO XIX


• A Inglaterra capitalista e vários reinos absolutistas europeus unem-se para
tentar destruir o governo revolucionário francês;
• Lavrado em 1806, o documento que criava o Bloqueio Continental estabel
ecia que todos os portos da Europa deveriam fechar suas portas para as e
mbarcações inglesas;
• Portugal se encontrava numa situação bastante difícil, sofrendo pressões ta
nto dos ingleses quanto dos franceses;
• Em 1807, França e Espanha assinavam o Tratado de Fontainebleau, decidin
do invadir Portugal e dividir entre si suas colônias;
• Preferindo aliar-se aos ingleses, o reino de Portugal assinou uma convençã
o secreta, na qual ficava decidida a transferência do governo português par
a o Brasil;
• Enquanto os ingleses se comprometiam a defender o território lusitano co
ntra a França, a Coroa Portuguesa entregava sua esquadra e garantia a abe
rtura dos portos brasileiros para os ingleses.
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A FUGA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA, NOVEMBRO DE 1807

Imagem: Autor desconhecido / disponibilizado


por Dornicke / public domain
“Era uma cena impressionante, mas nem de longe lembrava os
tempos heroicos, quando a esquadra de Vasco da Gama partiu do mesmo
cais, singrando as águas do mesmo rio para navegar mares desconhecidos e
descobrir terras distantes. Em 1807, o espírito de aventura dera lugar ao
medo. Em vez de empreender e conquistar, a elite portuguesa fugia sem ao
menos tentar resistir aos invasores franceses.”
Fragmentos retirados do livro ‘1808’, de Laurentino Gomes.
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A FUGA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA, NOVEMBRO DE 1807


• A esquadra portuguesa, que saiu do porto de Lisboa, era integrada pelo seg
uinte número de embarcações: oito naus, três fragatas e três brigues, e dua
s escunas;
• Após a partida, os navios da esquadra portuguesa, escoltados pelos inglese
s, dispersaram-se devido a uma forte tempestade;
• Entre 10 a 15 mil pessoas acompanharam o príncipe regente na viagem ao
Brasil;
• O grupo incluía: nobres, conselheiros reais, cozinheiros, militares, juízes, co
merciantes, médicos, clérigos, damas de companhia, todos acompanhados
por suas famílias;
• O povo português reagiu de forma indignada, com demonstrações de choro
, desespero e revoltas;
• A bagagem real incluía além do tesouro real, cerca de 80 milhões de cruzad
os, e os arquivos da monarquia portuguesa. Porém, com a pressa, todos os l
ivros da Biblioteca real foram deixados na costa portuguesa, sendo embarc
ados para a colônia meses depois.
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A FUGA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA, NOVEMBRO DE 1807

Desmenbramento da
frota por tormentas na
costa da Ilhha da
Portugal
Madeira Açores
Depois de
Madeira abastecer nas ilhas
Canárias de Cabo Verde, o
Cabo Verde resto da frota
segue diretamente
para o Rio de
Janeiro

Brasil
Os navios que levam a
Familia Real ancoram em
Salvador, antes de seguir para
o Rio de Janeiro.

Imagem: Hoshie / public domain


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A FAMILIA REAL PORTUGUESA


Dom João VI - Nascido em Lisboa em1767, era filho
segundo da rainha D. Maria I, e de seu marido e tio D.
Pedro III. Casou-se com a princesa espanhola, D. Carlota
Joaquina de Bourbon. Em 1788 foi declarado herdeiro do
trono, por ter falecido seu irmão primogênito, o príncipe
D. José. Tendo enlouquecido a rainha sua mãe, teve de
assumir a regência do reino no dia 1 de Fevereiro de
1792.

Princesa Carlota Joaquina - Filha primogênita do rei da


Espanha, Carlos 4°, e de sua esposa, nasceu em abril de
1775. Com apenas dez anos, casou-se por procuração
com o príncipe de Portugal, D. João, em um acordo de
aliança entre os dois países. Possuía um temperamento
forte e voluntarioso, o que dificultava a sua relação com
outras pessoas. Comenta-se que, durante a lua de mel, Imagem: Manuel Dias de Oliveira / public domain
teria agredido o seu marido com uma dentada para que
o casamento não fosse consumado.
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A FAMILIA REAL PORTUGUESA


Dona Maria I, de Portugal - nasceu em Lisboa em 1734, e era filha do
rei José I. Ocupou o trono português até 1816. Era chamada de “A Piedosa” por
ser uma pessoa de profunda religiosidade. No Brasil, ficou conhecida como
Dona Maria, a Louca, devido a sua doença mental que veio a tona após o
falecimento de seu primeiro filho.

E os filhos do príncipe regente, futuros herdeiros do trono português -


D. Pedro, D. Miguel, Maria Izabel, Maria Teresa, Maria da Assunção, Ana de
Jesus, Maria Isabel, Maria Francisca e Isabel Maria.

Layraud
Imagem: Joseph Fortuné-Séraphin
(1834-1912) / public domain
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A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL


• No dia 22 de janeiro de 1808, chegava a
Salvador a família real portuguesa;
Chegada da família real portuguesa em • Foram apenas 34 dias em Salvador. O b
Salvador, janeiro de 1808 reve tempo, porém, não impediu dom J
oão de tomar decisões fundamentais p
ara destravar a economia brasileira e pr
omover o crescimento da cidade;
• o príncipe regente provocou uma verda
deira revolução na economia brasileira,
ao decretar a abertura dos portos às n
ações amigas de Portugal;
Imagem: Henry L'Évêque (1768-1845) / public domain • Era o fim do monopólio comercial port
uguês com o Brasil;
• A medida permitiu que navios mercant
es estrangeiros atracassem livremente
nos portos brasileiros.
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A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL


• Após sair de Salvador, o rei foi para o Rio de Janeiro,
lá chegando em 08 de março de 1808, transforman
do a cidade em residência fixa da corte portuguesa; Litoral fluminense
• instituiu alguns ministérios, entre eles o da Guerra,
da Marinha, da Fazenda e do Interior;
• Em 10 de setembro de 1808, imprimiu-se o primeir
o jornal do país, a ‘Gazeta do Rio de Janeiro’;
• Fundou o primeiro Banco do Brasil, criou a Real Aca
demia Militar, a Academia de Belas Artes, incentivo
u a instalação de manufaturas, incentivou a vinda d Imagem: Jean-Baptiste Debret (1768–1848) / public
e uma Missão Artística Francesa em 1816, domain

• a criação da Real Biblioteca, do Jardim Botânico e d


o Museu Real, posteriormente, o Museu Nacional;
• Criou duas escolas superiores de medicina: uma em
Salvador e outra no Rio de Janeiro.
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A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL


D.João VI, Carlota Joaquina e seus filhos hospedaram-se, temporariamente, no
Paço Imperial, um casarão localizado no centro da cidade que se transformaria na sede
oficial do governo, até sua partida.

O fluxo de mercadorias inglesas fez com que os navios se multiplicassem nos


portos. A corte portuguesa causou um verdadeiro caos na cidade. O Rio de Janeiro passou
por um rápido processo de urbanização. Charcos foram drenados, ruas ampliadas e
calçadas construídas. Novos bairros foram incorporados à cidade. O número de escravos
tendia a aumentar cada vez mais.

Imagem: Louis Compte / public domain


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A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL


• A cobrança pela proteção inglesa veio sob a forma da criação de vários aco
rdos entre as duas coroas;
• Os mais famosos são os Tratados de 1810, ou de Comércio e Navegação, A
liança e Amizade, que estipulava novas taxas alfandegárias aos produtos in
gleses, no valor de 15%;
• Estes tratados também davam o direito aos ingleses de extraterritorialidad
e, ou seja, os cidadãos ingleses, mesmo morando no Brasil continuariam s
ob tutela e defesa das leis britânicas;
• Além de dar permissão para que os navios ingleses pudessem navegar em
águas brasileiras;
• Determinava a proibição da Santa Inquisição no Brasil e a gradual extinção
do tráfico negreiro;
• Consolidava-se a preponderância inglesa. A Igreja católica, os comerciante
s reinóis e os proprietários se sentiram prejudicados.
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A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL


• Após a derrota napoleônica, sacramentada na famosa Batalha de Waterloo
, na Bélgica, as monarquias europeias se reuniram em Viena, na Áustria, p
ara discutir a redefinição do mapa político do Velho Continente - alterado
em razão das Guerras Napoleônicas.;
• Dois princípios acabaram norteando os trabalhos do Congresso: o princípi
o da restauração e legitimidade e o princípio do equilíbrio de poder e fro
nteiras geográficas;
• Segundo os princípios adotados pelo Congresso de Viena, a Casa de Braga
nça, que reinava em Portugal antes da invasão napoleônica, seria restaura
da. Porém, João de Bragança, D. João VI, estava no Brasil, não em Portugal.
E o Brasil era somente uma colônia, não tendo o mesmo status político qu
e o reino.
• como consequência do estabelecimento da Casa de Bragança e da capital
do Império Português no Rio de Janeiro, no referido ano de 1808, D. João
VI estabeleceu a nova designação de Reino Unido para as suas coroas;
• Os domínios portugueses da época ficaram a partir de então oficialmente
designados como Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves;
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A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL


• Com a decisão de permanecer no Bras
il, D. João neutralizou qualquer tentati
va de emancipação política, mas, em c
ompensação, provocou enorme insati
sfação em Portugal;
• Enquanto a América espanhola obtev
e a independência por meio de lutas
mais ou menos sangrentas, a presenç
a da Corte no Brasil favoreceu a ruptu
ra colonial sem grandes convulsões so
Imagem: Jean baptiste Debret / public domain
ciais;
• A manutenção do Estado e da luxuosa
vida cortesã exigia o aumento dos trib
utos existentes e a criação de outros,
pois os impostos alfandegários, a prin
cipal fonte de recursos, haviam dimin
uído.
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“Tudo isso contribuiu para que o entusiasmo dos primeiros dias da


chegada logo se dissipasse. A colônia brasileira ganharia muito com a vinda
de D. João, a começar pela sua independência, mas os problemas e o custo
dos primeiros anos da família real no Rio de Janeiro foram enormes. Era
preciso alimentar e pagar as despesas de uma corte ociosa, corrupta e
perdulária. Isso aconteceu de duas formas. A primeira foram as listas de
subscrição voluntária, que os ricos e poderosos da colônia assinaram de muito
boa vontade porque tinham a certeza de obter em trocas rápidas e generosas
vantagens. Como se verá (...), muita gente se enriqueceu com a chegada da
família real. A segunda foi o aumento indiscriminado de taxas e impostos, que
o povo todo pagou sem conseguir avaliar de imediato que benefícios teria
com isso. No longo prazo, o descontentamento resultante se tornaria
incontrolável.”

Fragmentos retirados do livro ‘1808’, de Laurentino Gomes.


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A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL


• Vieram juntamente com a Família Real cerca
de 15000 pessoas que eram sustentadas pel
o governo. A maioria passou a ocupar os pri Bandeira da Revolução
ncipais postos na administração; Pernambucana
• O governador de Pernambuco, assim como o
s das outras províncias, era obrigado a envia
r grandes somas de dinheiro para o Rio de Ja
neiro;
• A Influência da Independência dos EUA, da R
evolução Francesa e da Independência de al
gumas colônias espanholas incentivaram os Imagem: Tonyjeff / public domain
pernambucanos a se revoltarem contra as co
rtes instaladas no Rio de Janeiro;
• A chamada Revolução Pernambucana eclodi
u em 6 de março de 1817, influenciada pelas
ideias Iluministas, propagadas pelas socieda
des maçônicas.
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• no momento da Insurreição, os produtores nordestinos sofriam com a flutuaçã


o do açúcar e do algodão no mercado internacional;
• Após conquistarem a cidade de Recife e derrotarem as tropas defensoras de P
ortugal, os revoltosos formaram um governo provisório composto por cinco m
embros;
• difundiram o movimento em outras capitanias do Brasil e em algumas nações
europeias;
• a cidade do Recife foi cercada por embarcações que interromperam a comunic
ação da capitania com outras regiões;
• Os lideres acabaram sendo presos e executados.

Imagem: Autor Desconheciado /


http://www.brasilescola.com/upload/e/Rev%20Pe
rnambucana%20-%20BRASIL%20ESCOLA.jpg
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A REVOLUÇÃO DO PORTO, 1820

Imagem: Oscar Pereira da Silva


(1865–1939) / public domain
Iniciado na cidade do Porto no dia 24 de Agosto de 1820, cuja burguesia
mercantil se ressentia dos efeitos da elevação do Brasil a categoria de Reino Unido de
Portugal e Algarves. Entre as suas reivindicações, exigiam o imediato retorno da Corte para
o reino, visto como forma de restaurar a dignidade metropolitana, o estabelecimento, em
Portugal, de uma Monarquia Constitucional, e a restauração da exclusividade de comércio
com o Brasil (reinstauração do Pacto Colonial).

O movimento vitorioso teve como consequências o retorno da Corte, à exceção


de Dom Pedro I que permaneceu no Brasil na condição de Príncipe Regente, a Portugal no
ano de 1821 e, diante do progressivo aumento da pressão para a recolonização do Brasil,
este proclamou a sua independência em 1822.
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O RETORNO DA FAMÍLIA REAL A PORTUGAL


Pressionado pelos súditos em Portugal, D. João VI anunciou sua
partida e, através de um decreto, entregou a seu filho D. Pedro a regência do
Brasil. Pressentindo a inevitável independência, teve o cuidado de
recomendar ao regente: “Pedro, se o Brasil se separar, antes seja para ti, que
me hás de respeitar, do que para algum desses aventureiros.”

O embarque da família real ocorreu em meio a grande agitação.


Espalhara-se a notícia de que os navios que conduziriam a Corte estavam
repletos de ouro, que o tesouro do Banco do Brasil teria sido saqueado. A
agitação teria sido maior, não fosse a ordem de dispersão violenta da
população que se dirigia ao porto, feita pelo próprio D. Pedro.

Imagem: Autor Desconhecido /


http://4.bp.blogspot.com/_MNjvTyDyXgc
/TQ9zSEBL2tI/AAAAAAAABXQ/mCkW
n93f3dw/s1600/fuga_D_joao_VI.jpg
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“Dom João partiu do Rio de Janeiro em 26 de abril. Sua comitiva


incluía cerca de 4000 portugueses – um terço do total que o havia
acompanhado na fuga para o Rio de Janeiro, treze anos antes. Conta-se que o
rei embarcou chorando de emoção. Se dependesse apenas de sua vontade,
ficaria no Brasil para sempre. Porém, uma vez mais, aquele rei gordo,
bonachão, sossegado, solitário e indeciso e, muitas vezes, medroso, curvava-
se ao peso das responsabilidades que a História lhe impunha (...).

O retorno da corte deixou o Brasil à míngua, às vésperas de sua


Independência. Ao embarcar, D. João VI raspou os cofres do Banco do Brasil e
levou embora o que ainda restava do tesouro real que havia trazido para a
colônia em 1808.”

Fragmentos retirados do livro ‘1808’, de Laurentino Gomes.


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ATIVIDADES

1. (UDESC 2009) O ano de 2008 assinala os duzentos anos da chegada da Família Real
ao Brasil. Sobre isso assinale a alternativa correta.
A) A monarquia que chegava ao Brasil representava, em realidade, boa parte dos idea
is da Revolução Francesa e do liberalismo europeu daquele período.
B) As motivações da vinda da Família Real para o Brasil estão relacionadas mais à reali
dade europeia do período do que à ideia de desenvolvimento de um Brasil monárq
uico e posteriormente independente de Portugal.
C) Foi incentivada a manifestação pública de nossos problemas, seguindo as práticas l
iberais e laicas da monarquia portuguesa.
D) Chegando ao Brasil, o monarca trabalhou muito para a ampliação da cidadania.
E) A política de terras foi imediatamente implementada e, em 1810, o Brasil realizava
sua primeira reforma agrária.
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2. Sobre a vinda da Coroa Portuguesa para o Brasil, é correto afirmar que:


A) O bloqueio continental decretado por Napoleão Bonaparte foi a gota d´água para
a mudança da sede da corte.
B) Apesar da vinda da família real para o Brasil, o monopólio comercial de Portugal co
ntinuou.
C) A abertura dos portos brasileiros às nações amigas beneficiou principalmente à Ing
laterra.
D) O tratado de 1810 estabelecia que a taxa alfandegária sobre produtos portugueses
vendidos para o Brasil subiria para 30%.
E) A abertura dos portos beneficiou o desenvolvimento industrial do Brasil.

3. Explique o que era o Bloqueio Continental

4. Exponha duas ações tomadas por Dom João VI assim que chegou a terras
brasileiras.
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5. (UFPB 2008) Há quase 200 anos, em 29 de novembro de 1807, zarpava de Portugal uma
esquadra conduzindo a Família Real portuguesa para a sua Colônia americana, onde chegou
em janeiro de 1808. Esse acontecimento teve muitos desdobramentos para o processo de
autonomização política do Brasil. Sobre esse acontecimento e alguns de seus efeitos
históricos, assinale V ou F:
( ) A fuga da Família Real portuguesa insere-se no bojo da disputa de hegemonia econômico-
política entre a Inglaterra e a França, sendo Portugal um país-satélite nesse jogo. A
transmigração para o Brasil, já cogitada pela realeza lusitana em outras ocasiões, foi uma
engenhosa solução para que D. João não cedesse às pressões de Napoleão para que
Portugal apoiasse a França contra a Inglaterra.
( ) Uma das primeiras medidas tomadas pelo Príncipe Regente D. João, após sua chegada ao
Brasil, foi a reafirmação do exclusivo colonial para a metrópole, consolidando o poder da
burguesia comercial portuguesa. Essa medida causou revolta na elite agrária colonial
nortista, especialmente a paraibana, que tinha expectativas de melhores condições de
comercialização para seus produtos mediante uma política econômica liberal.
( ) A instalação do Estado português na Colônia significou a interiorização da metrópole,
criando um centro de decisão (Rio de Janeiro) mais próximo dos súditos coloniais. Esse
núcleo de poder possibilitou a aglutinação de algumas províncias (o chamado Sul: Minas
Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo), que polarizaram a construção da futura unidade política
brasileira, com certa secundarização das províncias do Norte (hoje Nordeste).
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GABARITO

1. B
2. C
3. Foi uma medida imposta por Napoleão Bonaparte a todas as nações que integrava
m a Europa Continental. Pelo decreto, nenhuma nação europeia deveria firmar rel
ações comerciais com a Inglaterra, maior potência industrial existente naquela épo
ca. Os países que contrariassem tal medida seriam militarmente invadidos pelas tr
opas de Napoleão Bonaparte.
4. Ao desembarcar no Brasil. Dom João VI estabeleceu a liberação dos portos brasileir
os para outras nações estrangeiras. Além disso, desapropriou uma série de proprie
dades no Rio de Janeiro que serviriam para o abrigo dos membros da corte e da Fa
mília Real de Portugal.
5. V, F, V
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COSTA, Luís César Amad e MELLO, Leonel Itaussu Almeida. História do Brasil. 11ª ed.
São Paulo, Ed. Scipione, 1999
VICENTINO, Claúdio. História Geral e do Brasil. Vol.2. 1ª ed. São Paulo, Ed. Scipione,
2010
FERREIRA, João Paulo Hidalgo e FERNANDES, Luiz Estevam de Oliveira. Nova História
Integrada: ensino médio, vol. Único. 1ª ed. São Paulo, Ed. Companhia da Escola,
2005
BARBEIRO, Heródoto; CANTELLE, Bruna Renata e SCHNEEBERGER, Alberto. História: de
olho no mundo do trabalho. Vol. Único. 1ª ed. São Paulo, Ed. Scipione, 2004
AZEVEDO, Gislaine Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História em movimento: ensino
médio, vol. 2. São Paulo, Ed. Ática, 2010
GOMES, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte
corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. São
Paulo, Ed. Planeta do Brasil, 2007.
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ENDEREÇOS ELETRÔNICOS

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2 Debret, Jean Baptiste, 1768-1848 / http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Aclama%C3%A7 29/08/2012


public domain %C3%A3o_do_rei_Dom_Jo%C3%A3o_VI_no_Rio_de_Janei
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4 Jacques-Louis David (1748–1825) / http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jacques- 29/08/2012
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5 Alex:D / public domain http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Europe1815_190 29/08/2012
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10 Manuel Dias de Oliveira / public http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Manuel_Dias_de 29/08/2012
domain _Oliveira_-
_Retrato_de_D._Jo%C3%A3o_VI_e_D._Carlota_Joaquina.J
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13 Jean-Baptiste Debret (1768–1848) / public http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pa%C3%A7 29/08/2012


domain o_Imperial_1830.jpg
14 Louis Compte / public domain http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pa%C3%A7 29/08/2012
o_imperial_1850.jpg
17 Jean baptiste Debret / public domain http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Debret,_M 29/08/2012
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19 Tonyjeff / public domain http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Flag_Perna 29/08/2012
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20 Autor Desconheciado / http://www.brasilescola.com/upload/e/Rev%20Pern 29/08/2012
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%20BRASIL%20ESCOLA.jpg
21 Oscar Pereira da Silva (1865–1939) / public http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Portuguese 29/08/2012
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22 Autor Desconhecido / http://4.bp.blogspot.com/_MNjvTyDyXgc/TQ9zSEBL 29/08/2012
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