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ENVELHECIMENTO POPULACIONAL

 O envelhecimento populacional está ocorrendo no


mundo todo, porém de maneira mais rápida,
principalmente nos países em desenvolvimento;
 Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - 2011) sobre o crescimento da
população idosa mostraram que o Brasil se
tornará, em 2025, o país com a sexta maior
população nessa faixa etária;
ENVELHECIMENTO POPULACIONAL
 O envelhecimento populacional exige preparação para
as consequências sociais e econômicas que dele
advêm, ou seja, doenças próprias da faixa etária terão
maior expressão para esse conjunto da sociedade;
 Alterações fisiológicas e anatômicas do próprio
envelhecimento têm repercussão na saúde e na
nutrição do idoso. Essas mudanças progressivas
envolvem redução da capacidade funcional, alterações
do paladar e dos processos metabólicos do organismo
e modificações da composição corporal;
Alterações
fisiológicas da
própria idade

Fatores que
dificultam a
avaliação
nutricional
do idoso
Existência Mudanças da
de composição
corporal, que afetam
doenças e parâmetros de
antropometria
edema
ESTADO NUTRICIONAL
 Pode ser afetado pelo uso de medicamentos que
interferem na ingestão, no sabor, na digestão e na
absorção dos alimentos, alterando o consumo
alimentar;
 Pode ser alterado por modificações na cavidade oral
que causam dificuldade de mastigação e,
consequentemente prejudicam o consumo e a
diversidade de alimentos;
ESTADO NUTRICIONAL
 Alguns tipos de doenças e baixas condições
socioeconômicas também podem afetar o consumo
alimentar do idoso, alterando seu estado
nutricional;
 Com todos esses fatores, a avaliação nutricional do
idoso é importante para a melhora da qualidade de
vida, pois muitos aspectos dietéticos estão
relacionados com o ambiente, a socialização, a
capacidade funcional do idoso e o próprio
envelhecimento;
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO IDOSO
 Deve incluir anamnese alimentar, antropometria,
exame físico e avaliação bioquímica.
 Nenhum parâmetro utilizado de forma isolada
avalia diretamente o estado nutricional do idoso ou
determina suas necessidades com exatidão.
 A avaliação nutricional pode ser subjetiva e/ou
objetiva e a escolha depende das condições do
paciente e dos recursos disponíveis pelo
nutricionista;
AVALIAÇÃO SUBJETIVA
 Compreende o exame físico e a avaliação
nutricional subjetiva global (ANSG) , representando
uma ferramenta sensível detecção dos fatores de
risco associados à subnutrição. Ela faz parte da
triagem nutricional;
 Os sinais clínicos apresentam baixa especificidade
para identificação de problemas nutricionais do
indivíduo idoso, pois muitos deles podem ter como
causa alterações fisiológicas decorrentes do
processo de envelhecimento;
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL SUBJETIVA GLOBAL
(ANSG)
 Utiliza um questionário composto por questões simples,
que permitem destacar sinais de alerta do
comprometimento do estado nutricional, direcionando
as intervenções que devem ser realizadas pelos
profissionais da área de saúde;
 Essa avaliação considera não apenas alterações na
composição corporal, mas também alterações
funcionais;
 Método de baixo custo, não invasivo e pode ser
realizado à beira do leito;
MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
 Outro método de avaliação subjetiva;
 A Miniavaliação Nutricional (MAN) é uma
ferramenta de controle e avaliação do estado
nutricional aplicável a pacientes idosos;
 A MAN fornece um método simples e rápido de
identificação de pacientes idosos que presentam
risco de desnutrição ou que já estão desnutridos,
para que se possa planejar uma intervenção;
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL OBJETIVA
 A antropometria é o método mais utilizado para
avaliação do estado nutricional;
 As medidas recomendadas para avaliação no
idoso são as mesmas para a população em geral:
peso, estatura, CB, CA, CQ, CP, DCT e DCSE;
 As dobras cutâneas permitem verificar a
quantidade de tecidos adiposo e muscular (esse
último quando calculados a CMB e AMB);
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL OBJETIVA
 As técnicas empregadas seguem as mesmas
orientações, entretanto deve-se atentar para as
dificuldades encontradas próprias do
envelhecimento, por exemplo: a envergadura da
coluna vertebral, dificuldade de equilíbrio e
deambulação, excesso de flacidez, desidratação e
alterações específicas nos compartimentos
corporais;
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL OBJETIVA
 O peso e a estatura sofrem alterações que
acompanham o envelhecimento e tendem a
diminuir;
 Há redução de massa magra e modificações no
padrão de gordura corporal → o tecido gorduroso
dos membros superiores e o tecido magro das
pernas diminuem e ocorre um aumento no tecido
adiposo na região do tronco (abdome);
 Assim a DCT e a CB diminuem e a CA aumenta;
ANTROPOMETRIA
 Pode ser modificada pela doença;
 Envelhecimento → modificações biológicas que
alteram a composição corporal;
 Outras alterações que podem afetar a aferição da
antropometria: encurtamento das vértebras,
escoliose, osteoporose, cifose toráxica e
encurvamento da coluna;
PESO E ESTATURA
 Na impossibilidade de deambulação do idoso, as
medidas de peso e estatura podem ser obtidas por
meio de equações (Chumlea et al. 1985, 1988):

HOMENS
Peso = (1,73 xCB) + (0,98 xCP) + (0,37 x DCSE) + (1,16 x AJ) – 81,69
MULHERES
Peso = (0,98 x CB) + (1,27 x CP) + (0,4 x DCSE) + (0,87 x AJ) – 62,35
CB=circunferência do braço; CP= circunferência da panturrilha; DCSE=
dobra cutânea subescapular; AJ= altura do joelho
PESO E ESTATURA

HOMENS
Estatura = 64,19 – (0,04 x I) + (2,02 x AJ)
MULHERES
Estatura = 84,88 – (0,24 x I) + (1,83 x AJ)

I=idade em anos; AJ=altura do joelho

 Ainda, para estimar a estatura de indivíduos acamados, ou que não deambulam,


tem-se, como outra alternativa, o emprego do método dado pela envergadura do braço,
Obtida pela medida do comprimento entre a distância entre os dedos médios de uma mão
a outra;
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL
 É o indicador antropométrico mais utilizado para
avaliação de risco nutricional, entretanto é muito
questionado sua utilização em idosos;
 Não existe um consenso sobre a definição de IMC
alto ou baixo para o idoso e alguns autores propõe
classificações específicas para faixas etárias
avançadas;
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL
Diferentes pontos de corte propostos para a classificação do IMC
Referência Magreza Eutrofia Sobrepeso
OMS (1995) <18,5 18,5 a 24,9 ≥25
Perissinotto et al <20 20 a 30 >30
(2002)
Lipschitz (1994) <22 22 a 27 >27
Nutrition Screening <22 22 a 27 >27
Initiative (1992)
OPAS (2001) ≤23 23 a 28 ≥28
CIRCUNFERÊNCIAS
 CB = irá refletir a redução de massa muscular e
tecido subcutâneo. Tal medida pode ser avaliada
pelo percentual de adequação. Os valores de
referência não diferem dos valores de adultos;
 CMB = Estima reservas proteicas. A redução
dessa medida e a perda de peso são indicadores
importantes da existência de desnutrição no idoso;
CIRCUNFERÊNCIAS
 CP = É um marcador de desnutrição e uma medida
sensível de massa muscular em idosos;
 CC = A medida deve ser realizada no ponto médio
entre a última costela e a crista ilíaca. Usada para
definir complicações metabólicas e
cardiovasculares associadas à obesidade, com
valores superiores a 88 cm para mulheres e 102
cm para homens;
CIRCUNFERÊNCIAS
 CQ = Essa medida juntamente com a da cintura
possibilitam a caracterização da distribuição de
gordura. A razão entre elas apresenta pontos de
corte para avaliação do risco do acúmulo de
gordura visceral intra-abdominal: maior que 1 para
homens e 0,8 para mulheres;
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL
 A maior dificuldade é encontrar um método preciso,
válido e de fácil manuseio para ser utilizado para o
idoso;
 Os métodos mais disponíveis são: bioimpedância
elétrica (BIA), medidas de circunferência e o
somatório das dobras cutâneas;
DOBRAS CUTÂNEAS
 São medidas utilizadas com frequência em idosos,
e as dobras tricipital e subescapular correlacionam-
se significativamente com a quantidade total de
gordura subcutânea do corpo;
 Fatores intrínsecos que afetam a precisão da
medida das dobras → mudança de fluidos
corporais: edema, ascite, perda de peso e flacidez
da pele;
DOBRAS CUTÂNEAS
 Pode ocorrer dificuldade para a separação do
tecido adiposo subcutâneo do músculo, pela
redução da elasticidade da pele com o avanço da
idade;
 No entanto, é uma medida simples, independente
da estatura e menos afetada pelo estado de
hidratação do que o peso;
BIBLIOGRAFIA
PFRIMER, K.; FERRIOLLI, E. Avaliação Nutricional do Idoso. IN:
VITOLO, M.R. Nutrição da gestação a envelhecimento. Rio de
Janeiro: Rubio, 2015.
FRANGELLA, V.S.; MARUCCI, M.F.N.; TCHAKMAKIAN, L.A. Idosos.
IN: ROSSI, L.; CARUSO, L.; GALANTE, A.P. Avaliação Nutricional:
Novas Perspectivas. São paulo: Roca, 2008.

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