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Aula 7 – Contas Econômicas

Integradas
Objetivo
• Descrever o Sistema de Contas Nacionais
(SCN) de 1993
• Apresentar as contas nacionais do Brasil na
nova base
Introdução
• Para estudar o SCN de um país é necessário
considerar:
– As especificidades nas estruturas econômicas e
sociais
– Disponibilidade dos dados
– Qualidade dos dados
– Métodos de pesquisa
– Tipologia censitária
Introdução
• Não há um padrão completamente homogêneo de
apuração das contas nacionais para todos os países
• A estrutura das contas nacionais não é
absolutamente idêntica
• Entretanto, é necessário certo grau de
homogeneidade para que seja possível fazer
comparações entre os vários países
• ONU – responsável por produzir uma sistemática de
apuração das contas através do System of National
Accounts (SNA) – SNA vigente é o de 2008
Palavras-chave

Sistematização

Padronização
Roteiro
• Descrição do sistema completo de
contabilidade nacional
– Contas Econômicas Integradas (CEI)
– Tabelas de Recursos e Usos (TRU)
• Contas que compõem as CEI
– Contas Correntes
– Contas de Acumulação
– Contas de Patrimônio
Contas Nacionais no Brasil
• Início do cálculo das contas nacionais no Brasil –
1947 no Núcleo de Economia da FGV (RJ).
• 1º SNA - 1953. No Brasil, em 1956 é construído um
balanço geral das atividades econômicas do país,
tomando por base uma adaptação do SNA 1953.
• Até 1986, o Centro de Contas Nacionais do IBRE-FGV
responsabiliza-se pelo cálculo e elaboração das
contas nacionais no Brasil.
• A partir de 1986, o IBGE passa a se responsabilizar
pela elaboração das contas nacionais.
O sistema brasileiro de contas
nacionais
• O SNA 1993 para o Brasil
• Novo SCN das Nações Unidas está centrado
em duas contas:
– Contas Econômicas Integradas (CEI): formadas por
um conjunto de contas de operações e contas de
ativos e passivos dos setores institucionais e do
restante do mundo.
– Tabelas de Recursos e Usos (TRU): apresentam os
resultados dos agregados macroeconômicos por
setores de atividade econômica.
Contas Econômicas Integradas (CEI)
• As CEIs se constituem na estrutura central do SCN
• Construídas em torno de uma sequência de contas de fluxo
inter-relacionadas com as contas de patrimônio
• Contas de fluxo: descrevem como ocorrem diferentes tipos de
atividades econômicas num determinado período de tempo
• Contas de Patrimônio: registram os valores de ativos e
passivos detidos pelos setores institucionais no início e fim de
um período
• Interligação entre as contas: ocorre por meio do transporte do
saldo de uma conta para a conta seguinte
Terminologia/convenções
• Usos: refere-se às operações que reduzem o
montante do valor econômico de um setor e, por
convenção, são lançados do lado esquerdo das
contas correntes
• Recursos: usado para designar o lado das contas
correntes onde figuram operações que aumentam o
valor econômico de um setor; por convenção, são
lançados no lado direito
• Saldos: obtidos pela diferença entre recursos e usos
(resultado líquido das atividades); constituem-se em
agregados econômicos de interesse!
Terminologia/convenções
• Cada linha das CEIs corresponde a uma operação
onde são apresentados os montantes a pagar (usos)
e a receber (recursos) pelos vários setores
institucionais e pelo resto do mundo
• Nas colunas estão os setores institucionais, de ambos
os lados
• As CEIs estão estruturadas em três subconjuntos de
contas:
– Contas Correntes; Contas de Acumulação e Contas de
Patrimônio
Contas Correntes
• Produção, distribuição e utilização da renda
• Essas contas apresentam a atividade de produção de
bens e serviços, a geração de renda na produção e a
subseqüente distribuição e redistribuição dos
rendimentos pelas unidades institucionais e a
alocação final entre consumo e poupança
• Saldo é registrado do lado esquerdo e representa a
rubrica de abertura da conta seguinte, lançada do
lado direito
• O último saldo das Contas Correntes é a Poupança
Resumo

Resumo das Contas Correntes

Contas Correntes Saldo da Conta


1. Conta de Produção PIB
2. Conta de Renda
2.1 Conta de Distribuição Primária da Renda
2.1.1 Conta de Geração de Renda Excedente operacional bruto
2.1.2 Conta de Alocação da Renda Renda Nacional
2.2. Conta de Distribuição Secundária da Renda Renda Nacional Disponível
2.3 Conta de uso da Renda Poupança

Exemplo numérico: valoração (ver planilha)


Contas de Acumulação
• Variação de ativos e passivos e do patrimônio líquido
• As contas de acumulação abrem com a poupança e
registram os “fluxos de transações” e “outros fluxos”,
que representam mudanças nos ativos (do lado
esquerdo) e mudanças nas obrigações/passivos e no
patrimônio líquido (no lado direito)
• Fluxos de transações: operações entre unidades
institucionais que têm significado econômico
relevante – produção, compra, venda etc.
• Outros fluxos: mudanças no valor de ativos e
passivos que não ocorrem em decorrência de
transações econômicas
Contas de Acumulação
• Apresentam a aquisição e a cessão de ativos e
passivos financeiros e não financeiros por unidades
institucionais através de transações econômicas ou
como resultado de valorizações do capital
• As relações entre as contas de acumulação e de
rendimento (Contas Correntes) se dão através da
Poupança que pode ser usada para adquirir ativos
reais (bens de capital, p ex.) ou ativos financeiros
Contas de Acumulação
• Se poupança < aquisição de ativos reais:
– esta aquisição deve ser financiada ou pela cessão de ativos, ou;
– pelo aumento do endividamento do setor institucional
• Contas de Acumulação se dividem em:
– Conta de Capital, Conta Financeira, Conta de Outras Variações no
Volume de Ativos e Conta de Reavaliação
• Capital e Financeira – evidencia-se o saldo contábil
Capacidade(+)/Necessidade(-) de Financiamento
• Outras Variações no Volume de Ativos e de Reavaliação –
variações de ativos, passivos e patrimônio líquido resultantes
de operações não registradas no grupo anterior
• As contas são utilizadas para construção das Contas de
Patrimônio para registrar a variação patrimonial
Resumo

Resumo das Contas de Acumulação

3. Conta de Acumulação Saldo da Conta


3.1 Conta de Capital Capacidade ou Necessidade de Financiamento
3.2 Conta Financeira Igual ao da Conta de Capital com sinal trocado
3.3. Conta de Outras variações no volume dea tivos e contas de reavaliação
3.3.1 Conta de outras variações nos ativos e financeiros Mudanças no patrimônio líquido resultantes de
outras variações no volume de ativos
3.3.2 Conta de reavaliação Mudanças no patrimônio líquido resultantes de
ganhos/perdas de detenção nominais
Contas de Patrimônio
• Estoques de ativos e passivos e patrimônio
líquido
• Estas contas mostram os valores de balanço
dos ativos e dos passivos dos setores
institucionais no início e no fim do período
• Subdivididas em:
– Conta de Patrimônio Inicial, Conta de Variação no
Patrimônio e Conta de Patrimônio Final
Contas de Patrimônio
• Operações registradas nestas contas:
– variação nos ativos não-financeiros, variação dos ativos
financeiros, variação nos passivos financeiros e variação no
patrimônio líquido
• A relação entre as contas de fluxos (Contas Correntes e
Contas de Acumulação) e as Contas de Patrimônio se dá
pelas “operações” ou “outros fluxos” registrados na
sequência das Contas Correntes e de Acumulação, e que
afetam os ativos ou passivos detidos pelos setores
institucionais
• Fluxos e estoques estão ligados, dado que a variação de
estoques resulta de uma acumulação prévia de fluxos
Contas de Patrimônio
• O conceito de patrimônio em contas nacionais
engloba os ativos:
– Tangíveis, como bens patrimoniais físicos, mas exclui os
bens duráveis possuídos pelas famílias
– Intangíveis, como por exemplo, marcas e patentes
– Financeiros, como por exemplo, a moeda, ações e títulos
• Recursos naturais não são considerados
– Ausência de preço de mercado e de mercado organizado
Resumo

Resumo das Contas de Patrimônio

4. Contas de Patrimônio Saldo da Conta


4.1 Conta de Patrimônio Inicial Patrimônio Liquido
4.2 Conta de variação do patrimônio Variação no Patrimônio Liquido Total. Registro
de saldos das contas de capital (variação do
patrimônio Liquido resultante de poupança e
transferência líquida de capital) e Conta de outras
variações no volume dos ativos e conta de
reavaliação (3.3.1 e 3.3.2)
4.3 Conta de Patrimônio Final Patrimônio Líquido
Tabelas de Recursos e Usos
• As TRUs se vinculam às CEIs através dos
resultados de oferta e demanda e renda
agregados por setores de atividades
• Nas TRUs as unidades produtivas são
classificadas segundo as atividades
econômicas permitindo visualizar as relações
de troca entre os diversos setores
• Base para a construção do modelo da matriz
de insumo-produto
Bibliografia
• Feijó, C. e Ramos, R. L. O. (Org.) (2008).
Contabilidade Social: A Nova Referência das
Contas Nacionais do Brasil. Rio de Janeiro:
Campus. 3ª. Edição, cap. 3.

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