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Sessão nº 2

29/11/2010
Teresa França
Livro = Manual escolar
A “omnipresença” do manual escolar, na aula
de Língua Portuguesa:

 afasta as crianças dos livros.

 não concorre para que as crianças entendam a leitura como uma

experiência cultural e estética relevante, uma vez que lhes permite

aprender a ler sem livros

 não contribui nem para a promoção de uma educação literária,

nem para o fomento de hábitos de leitura


Porque…

Os seus textos são fechados, na medida em que as práticas de


interpretação, sugeridas pelos manuais e realizadas pelos alunos,
transformam os textos em objectos de sentido único e os alunos em
consumidores (e não intérpretes) de sentidos apontados pelos outros.
 O manual não pode ser o único e exclusivo recurso
pedagógico a utilizar na sala de aula, nomeadamente para
promover o desenvolvimento nas crianças de competências de
leitura e escrita.

“A escola deve proporcionar aos seus alunos livros de literatura


infantil para lerem e não apenas excertos, fragmentos soltos e
desgarrados, adaptações desastrosas, seguidas de
questionários e exercícios de sentido único, que não
concorrem para que o aluno possa ter uma leitura pessoal dos
objectos textuais”
BALÇA, Ângela, Formar Leitores, 2007
È muito importante a leitura quotidiana de textos literários de
recepção infantil na sala de aula, prática aliás muito comum na
educação pré-escolar, que deverá ter continuidade, de forma
natural, no primeiro ciclo

 Só conseguiremos formar crianças leitoras literárias através


da leitura de livros de literatura infantil
 Para que a criança possa desejar ser ela própria leitora, tem
de ouvir ler textos que lhe interessem e com os quais sinta
prazer.
- Ampliar o capital literário;
- Interagir com o livro de maneira agradável, reconhecendo-o
como fonte de múltiplas informações e entretenimento;
- Compartilhar experiências leitoras;
- Confrontar interpretações;
- Estabelecer relações com outros textos;
- Ampliar os conhecimentos acerca de um determinado autor,
ilustrador, género literário utilizando-os como critério de
selecção na escolha dos livros
- Valorização da leitura como uma fonte de prazer e entretenimento.

- Interesse por compartilhar opiniões, ideias e preferências acerca


dos livros lidos.

- Desenvolvimento de estratégias de argumentação para defender


ideias e pontos de vista sobre os livros lidos.

- Desenvolvimento de critérios de escolha e de indicação de livros.


Actividade permanente ao longo do ano ou
do semestre, com frequência quinzenal ou
semanal.
1. Formar uma roda com os alunos
2. Cada aluno apresenta o seu livro de acordo com as
indicações dadas pelo professor
3.Cada aluno faz uma ou duas perguntas a um colega
acerca do livro escolhido

Com o tempo, as crianças vão construindo uma


autonomia cada vez maior para partilhar a sua
experiência sobre as leituras realizadas,
assumindo um protagonismo cada vez maior na
troca.
Ao longo do tempo o professor deve observar se os
alunos:

-Demonstram interesse em seleccionar livros para levar e


ler em casa.

- Partilham ideias, opiniões e passagens preferidas sobre


os livros e as situações de leitura em casa.

- Recomendam a leitura do livro que leram levando em


conta as suas características e os gostos da pessoa para
quem a recomendação é feita.

- Estabelecem relações entre a história lida em casa e


outras histórias conhecidas.
O contacto físico com o
livro tem de ser precoce e
continuado para que se
criem hábitos de leitura.

 Ouvir ler é uma forma de
leitura, particularmente
para os que não dominam
ou dominam mal a técnica
de ler.

 As crianças gostam de
ouvir a voz dos grandes
quando partilham o acto
mágico de ler uma história.
 Possibilitaentrar, de mãos dadas com alguém
de quem se gosta, noutros mundos e por lá
viajar em segurança, enquanto quisermos;

 Ajuda as crianças a serem capazes de criar


mundos com a palavra e pela palavra,
percebendo assim o poder criador da língua;

É uma forma de fazer coisas com as palavras.


É preciso considerar:

O contexto
O mediador
 O texto
 Os destinatários
Contextos:
Casa/Família
Escola
Biblioteca
Livrarias
Outros
O contacto com o universo das histórias
promove o desenvolvimento da criança a
diferentes níveis:
(Morais, 1994; Cooper, 2002; Sousa, 2006; Viana 2001).
Nível Linguístico

 Clarificação das relações entre linguagem oral e


linguagem escrita

 Orientação convencional da leitura

 Identificação da fronteira de palavra

 Relação entre comprimento das palavras faladas e das


palavras escritas
Nível Linguístico

 Consciência dos sons e das letras e das relações entre


eles

 Identificação das marcas de pontuação

 Aumento do reportório lexical

 Desenvolvimento da estrutura frásica


Nível Linguístico

 Construção de uma consciência de texto

 Apropriação de estruturas sintácticas e regras de


coesão menos frequentes na linguagem oral

 Compreensão de figuras de estilo (comparações,


adjectivação, dimensão figurada da linguagem…)

 Desenvolvimento de estratégias de compreensão da


informação
Nível Social

 Aprende-se a estar em grupo

 Aprende-se a ouvir e a partilhar ideias

 Aprendem-se comportamentos sociais


Nível afectivo

 Entre quem lê / conta e quem ouve criam-se laços


afectivos ou aprofundam-se

 A descoberta do universo da leitura e dos livros


guiado pela voz de alguém de quem se gosta:

. dá gosto às palavras e ao conhecimento


. potencializa ganhos cognitivos e linguísticos
Nível Cognitivo

As histórias ensinam o funcionamento


do mundo e desenvolvem-se em torno
de conceitos organizadores, conceitos
chave que são centrais em todas as
sociedades. (
Cooper 2002
Nível Cognitivo

 Veiculam valores

 Apresentam sistemas de crenças

 Descrevem estruturas sociais

 Ocupam-se da agricultura e dos sistemas económicos

 Referem-se a viagens e a sistemas de comunicação


Nível Cognitivo

 Relatam os perigos que os elementos naturais podem


desencadear.

 Constituem-se como “mundos alternativos” ou “paralelos”


sujeitos a regras / leis que têm um funcionamento que pode ser
diferente do mundo real, mas que é sempre coerente.

 Veiculam pontos de vista, perspectivas.


Nível Cognitivo

 Relatam os perigos que os elementos naturais podem


desencadear.

 Constituem-se como “mundos alternativos” ou “paralelos”


sujeitos a regras / leis que têm um funcionamento que pode ser
diferente do do mundo real, mas que é sempre coerente.

 Veiculam pontos de vista, perspectivas.


Nível Cognitivo
 Elaboração de cenários e esquemas mentais

 Estabelecimento de relações entre a experiência


dos outros e a sua
Nível Cognitivo

Assim, as histórias dão um bom contributo para:

 Interiorização do esquema da narrativa

 Interpretação de factos e argumentos

 Estabelecimento de nexos de causalidade

 Ordenação de sequências de acontecimentos no tempo e no espaço

 Organização e retenção de informação


Como é um bom livro de histórias?
atractivo
ilustrações; material; tipo e tamanho de
letra

adequado
um bom texto/uma boa história;
personagens convincentes; diálogos
consistentes (personagens e acções)
interessante
relação entre o habitual e o inesperado

envolvente
identificação do ouvinte /leitor
Antes…
Escolher e proporcionar o espaço adequado:

Confortável
Calmo
Agradável
Registo de leituras feitas
Registo de leituras feitas
 Lengalengas

 Destravalínguas

 Adivinhas

 Provérbios

 Banda desenhada

 Narrativas da literatura clássica e contemporânea (originais ou adaptações)

 Narrativas de literatura de países de língua oficial portuguesa (originais ou adaptações);

 Narrativas de literatura para a infância: aventuras, fantásticas, com forte ligação ao real;

 Textos dramáticos;
 Poemas, canções;
 Biografias, autobiografias;
 Diários, memórias;
 Relatos de viagem;
 Relato histórico;
 Textos da literatura popular e tradicional (cancioneiro,
contos, mitos , fábulas, lendas...)
Ateliêsde leitura
Círculos de leitura
Ralis de leitura
A tenda das histórias
O caderno de leitura
Bibliografia:

 AZEVEDO, Fernando, Formar Leitores, das teorias à


prática, 2007, Lidel
 Orientações Pedagógicas para o Pré-escolar
 Novo Programa de Português para o Ensino Básico
 pág.70 e 71

a.O livro

b.Partilha de estratégias de leitura

c.“leitura” realizada pelas crianças

Leitura – 1º-2º anos e 3º-4º anos

- Ler para apreciar textos variados

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