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COVID-19

PRMFC-JOINVILLE
2020
Coronavírus

■ RNA vírus
■ Zoonose
– Animais  homem (spill over)
– Homem  homem

COVID-
MERS SARS
19
(2002) (2012)
(2019)
Coronavírus
COVID-19

■ Transmissão: Gotículas respiratórias


■ Tempo de incubação: 5-6 dias com um intervalo de 0 a 14 dias
■ Casos leves – 80%
■ Casos graves – 5 a 10%

sin os ment

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COVID-19

Evolução:
■ Melhora dos casos leves
– 2-4ª semana

■ Melhora dos casos graves


– 3-6ª semana

■ Morte
– 2-8ª semana
COVID-19

■ Dados recentes sugerem que


indivíduos assintomáticos
podem transmitir a infecção 1- .
2 dias antes de aparecerem
sintomas

■ Número reprodutivo básico


é de 2,74 (o que significa que
cada paciente infecta em
média outros 2,74).
COVID-19
Pandemias

■ Quanto mais letal a doença menores as chances de causar uma


epidemia
– Ex: Ebola
Alguns conceitos
Caso • Pessoas que se infectaram em outro país
importado
Transmissão • Caso autóctone com vínculo epidemiológico a um caso confirmado

local identificado

• Casos autóctones sem vínculo epidemiológico a um caso


confirmado; ou

Transmissão • Se for identificado um resultado laboratorial positivo sem relação

comunitária com outros casos na iniciativa privada ou na rotina de amostras na


vigilância de unidades sentinela de síndrome gripal; ou

• A transmissão se mantiver por 5 ou mais cadeias de transmissão


Alguns conceitos
Alguns conceitos

Plano de enfrentamento de epidemias:

Fase de contenção

Fase de mitigação

Fase de supressão

Fase de recuperação
Alguns conceitos

Plano de enfrentamento de epidemias:

Fase de contenção
• Adotadas no início da epidemia, para evitar contato dos infectados com o restante da população
• Rastrear e isolar suspeitos
• Fechamentos das fronteiras
• Limite: transmissão comunitária
• Coreia do Sul

Fase de mitigação
Fase de supressão
Fase de recuperação
Alguns conceitos

Plano de enfrentamento de epidemias:

Fase de contenção
Fase de mitigação
• Quando não há mais possibilidade de saber a origem da contaminação
• Reduzir a transmissão interna
• Busca reduzir transmissão para grupos de risco
• Cancelamento de eventos, paralisação de aulas, diminuição da circulação de pessoas
• Brasil

Fase de supressão
Fase de recuperação
Alguns conceitos

Plano de enfrentamento de epidemias:

Fase de contenção

Fase de mitigação

Fase de supressão
• Quarentena obrigatória e fiscalização rígida do governo
• Testes diagnósticos feitos em massa
• China

Fase de recuperação
Alguns conceitos

Plano de enfrentamento de epidemias:

Fase de contenção

Fase de mitigação

Fase de supressão

Fase de recuperação
• Diminuição do número de infectados
• Requer uma organização política para reestruturar o país economicamente e socialmente
Isolamento

■ Lock down

■ Horizontal
– Todas as pessoas ficam isoladas
■ Vertical
– Isolar somente pessoas do grupo de risco e casos suspeitos

■ Pontos críticos
– Não sabemos ao certo como a doença se comporta
– Não podemos garantir o distanciamento total
– Muitas pessoas do grupo de risco não sabem que são do grupo de risco
– Desigualdade social
– Efeitos econômicos
Uma breve linha do tempo
30/01/2020
• Emergênc
07/01/2020 ia de
Surto de • Identifica saúde
PNM de ção do pública
causa vírus de
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da em • SARS-CoV-2 internacio 11/03/2020
Wuhan • COVID-19 nal • Pandemia

31/12/19 13/01/2020 26/02/2020 13/03/2020


• relatada à • Teste RT- • Primeiro • Transmiss
OMS – PCR para caso no ão
PNM de detectar Brasil comunitár
etiologia o vírus (Transmis ia, em SP
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a)
Como a doença se espalhou?
Como a doença se espalhou?
Como a doença se espalhou?
Importância da APS em situações
de epidemias
“Nós precisamos enfatizar e elogiar as funções da medicina de família e as equipes de
atenção primária na detecção precoce dos casos e na educação pública durante
emergências.”
Donald Kwok Tung Li

■ “Primeiro a chegar e último a sair”

■ “Gatekeepers” (controladoras ou qualificadoras do acesso desses pacientes a outros


serviços)

■ Situação após as contingências


– Consequências a longo prazo tanto na saúde física quanto psicológica de uma
comunidade, inclusive passando para as próximas gerações.
– Síndrome do Estresse Pós Traumático
Importância da APS em situações
de epidemias
■ Princípios da APS:
– Acesso (primeiro contato)
– Longitudinalidade
– Coordenação do cuidado

■ Com o aumento do número de sintomáticos respiratórios é importante


que os casos leves sejam atendidos nas UBSs
Sinais e Sintomas

Febre
Tosse; Dispneia;
(>37,8ºC);

Sintomas
Sintomas gastrointestinai
Mialgia e
respiratórios s, como
fadiga;
superiores; e diarreia (mais
raros).

Apresentaçã
o
assintomátic Apresentação
a ou leve grave
Diagnóstico

■ Quadro clínico: Síndrome gripal

■ Laboratorial: RT-PCR
– Fase de mitigação  somente para casos de Síndrome
Respiratória Aguda Grave
MANEJO CLÍNICO NA
APS
Caso Clínico

Seguindo o fluxo (fast track) de atendimento de casos na UBS,


instituído para agilizar o atendimento de casos de síndrome
gripal, responda os questionamentos a seguir:

■ Sr. Dráuzio, chega à UBS requerendo consulta médica

Qual seria a conduta inicial na recepção (por recepcionista ou


ACS) nesse caso?
1º Passo

■ ACS/Recepcionista

■ Objetivo: identificar e priorizar os casos suspeitos de síndrome gripal

■ Questionar a todos o motivo da procura da UBS

■ Perguntar ativamente se há queixa de sintomas de síndrome respiratória


– Tosse ou dor de garganta ou dificuldade respiratória  suspeita de síndrome gripal

■ Prioridades no atendimento: >60 anos, imunossuprimidos, doenças crônicas, gestantes e


puérperas

■ Se não houver contato direto e puder manter distância de pelo menos 1 metro do
paciente, EPI não é necessário para o funcionário
Caso Clínico

■ Sr. Dráuzio refere ter 55 anos, e que está há dois dias se sentindo
estranho, com fraqueza no corpo, tosse e corpo quente
■ A recepção prontamente percebe que se trata de um casos suspeito
de síndrome gripal.

Qual o próximo passo?


2º Passo

■ Objetivo: evitar contágio na UBS

■ Forneça máscara cirúrgica para a pessoa e a oriente a colocar;


■ Forneça meios para a pessoa higienizar a mão (álcool gel ou água e
sabão);
■ A pessoa deve ser conduzida para uma área separada ou para uma
sala específica visando o isolamento respiratório;
■ A sala deve ser mantida com a porta fechada, janelas abertas e ar-
condicionado desligado;

■ Caso não haja sala disponível  propiciar área externa e atender os


casos o mais rápido possível
2º Passo
Caso Clínico

■ O Sr. Dráuzio foi conduzido até a sala reservada na UBS para


atender os casos suspeitos.

■ Você então é chamado para avaliar o paciente. Quais perguntas


fazer? O que avaliar no exame físico?
3º Passo

■ Objetivo: estratificar a gravidade da síndrome gripal


■ Médico/enfermeiro
3º Passo

■ Paramentação

– Lavagem das mãos  Avental  máscara  óculos  luvas

– Luvas  Avental  Lavagem das mãos  óculos  máscara

Descartar em lixo infectante


3º Passo

A) Critérios para síndrome gripal:


Tosse ou
Febre de dor de
Cefaleia
início garganta
ou
súbito ou Síndrome
mialgia
(mesmo dificuldad gripal
ou
que e
artralgia
referida) respiratór
ia

Febre de Sintomas
início respiratório
Síndrome
súbito s (tosse,
Gripal <2
(mesmo coriza e
anos
que obstrução
referida) nasal)

■ Febre pode não estar presente em alguns casos excepcionais, como crianças, idosos,
imunossuprimidos ou pessoas que utilizaram antitérmicos e, portanto, a avaliação
clínica e epidemiológica deve ser levada em consideração.
3º Passo

B) Procurar sinais de gravidade (SRAG)


– Dispneia
– Sinais de desconforto respiratório ou aumento da frequência respiratória
avaliada de acordo com a idade.
– Piora nas condições clínicas de doença de base.
– Hipotensão.
– Indivíduo de qualquer idade com quadro de insuficiência respiratória

■ Crianças
– Batimentos de asa nasal
– Cianose
– Tiragem intercostal
– Desidratação
– Inapetência
3º Passo

C)Definir se a pessoa apresenta comorbidades ou condições de risco


para o acompanhamento ambulatorial
Caso Clínico

S- Paciente refere ter iniciado quadro de febre não aferida há dois dias, evoluindo
com tosse seca, mialgia e inapetência. Nega dispneia ou outras queixas. Em uso
de ibuprofeno quando tem dor ou febre, última dose há 6 horas.
Negou viagens recentes ou contato com pessoas com sintomas semelhantes
Mora com a esposa (54) e filho (20)
Comorbidades: HAS, em uso regular de enalapril
Nega alergias

O- LOTE, AAA, eupneico, hidratado, afebril


AR: MV+ s/ RA, sat 98% aa, FR 18, sem sinais de esforço respiratório
ACV: RCR, 2T, BNF s/ sopros, FC 67bpm, PA 130/80
Oroscopia: sem hiperemia em orofaringe, sem placas
Caso Clínico

■ Ao seu ver, qual seria a Avaliação do paciente?

A-???
3º Passo
Caso Clínico

A-
■ Síndrome Gripal
– Caso Leve

O que deve ser feito em seguida?


4º Passo

■ Notificar!!!

■ CID-10: J11 (síndrome gripal inespecífica)


■ CID-10: U07.1 (COVID-19)

Após a avaliação, estratificação e notificação. Qual seria a conduta


adequada para o paciente? É necessário modificar as medicações que
ele vem usando?
5º Passo

Para casos leves:


■ Medidas gerais: Repouso, hidratação, alimentação adequada,
analgésicos e antérmicos

■ Qual antitérmico usar?


– 1ª opção: paracetamol
– 2ª opção: dipirona

E o ibuprofeno???
5º Passo

Existe a indicação para uso de Oseltamivir?


■ Possibilidade de síndrome gripal por outros vírus
■ Indicação: síndrome gripal + fatores de complicação
■ Idealmente nas primeiras 48 horas

O paciente em questão tem indicação para o uso?


5º Passo
5º Passo

■ Isolamento domiciliar

Devo afastar também os familiares do trabalho?

• Paciente e contatos domiciliares


• CID para os contatos Z20.9 (Contato com exposição a
doença transmissível não especificada)

Qual o período de atestado?

• Por 14 dias a partir do início dos sintomas

E se o acompanhante passar a ter sintomas?

• O período de 14 dias deve ser reiniciado, somente para o


paciente sintomático demais contatos não reiniciam seu
isolamento
5º Passo

■ Quais orientações devem ser feitas em relação ao isolamento


domiciliar?

Manter-se em quarto isolado e ventilado


Na impossibilidade de quarto isolado, manter distância de pelo menos 1 metro do
paciente
Limitar a movimentação pela casa
Utilização de máscara cirúrgica todo o tempo

Higiene frequente das mãos

Sem visitas ao doente

Só sair de casa em situações de emergência e com máscara


5º Passo

Precauções do cuidador
• Máscara descartável quando estiver perto do paciente
• Higiene das mãos frequentemente
• Dar preferência a secagem das mãos com papel toalha, se não for
possível, trocar a toalha de tecido toda vez que estiver úmida
Precauções gerais
• Etiqueta respiratória
• Quando for descartar o lixo do paciente, utilizar luvas descartáveis
• Limpar frequentemente as superfícies que são frequentemente
tocadas com alvejantes
• Lavar roupas pessoais, de cama, de banho com sabão comum e
água entre 60-90ºC
Caso Clínico

P-
■ Paracetamol 500mg 6/6h se dor ou febre, se necessário, intercalar
com dipirona 500mg
■ Oriento suspender ibuprofeno
■ Oriento se sinais de piora, comunicar à UBS por telefone
■ Atestado médico por 12 dias para o paciente e familiares (esposa e
filho)
■ Oriento medidas de isolamento domiciliar para o paciente e familiares
■ Notifico o caso à vigilância epidemiológica
6º Passo

■ Monitoramento clínico

A cada 48 horas

Preferencialmente por telefone, solicitando consulta presencial se


necessidade de exame físico

Caso haja piora do paciente ou desenvolvimento de sintomas graves


em familiares, torna-se obrigatório o encaminhamento para os
outros níveis de cuidado
6º Passo
GRUPOS ESPECIAIS
Gestantes e puérperas

Dispneia  mesmo podendo ser uma manifestação fisiológica da gravidez, deve ser valorizada
na presença de síndrome gripal

Gestantes e puérperas devem ser tratadas com Oseltamivir na dose habitual, indicado na
síndrome gripal

Manter controle antitérmico, pois, a hipertermia materna determina lesões no feto

Manter a amamentação

Manter binômio em quarto separado

Distância mínima do berço do RN e da mãe de 1 metro

Usar máscara cirúrgica durante o cuidado e amamentação do RN


Favelas e periferias

Se não tiver água e não Importante desinfetar


Usar água e qualquer
puder comprar álcool gel, pelo menos os locais que
sabão, sabonete, xampu
algumas opções são: usar são tocados com maior
(com poo) ou detergente
álcool 70% líquido frequência

Quando não for possível Não é preciso separar


Algumas substâncias separar a pessoa doente talheres e pratos dessa
podem ser usadas para em um cômodo, é pessoa se tiver como
desinfetar: Água importante que ela fique lavar logo depois do usar.
sanitária, Água sempre de máscara, para Durante o uso ou
oxigenada, desinfetantes reduzir o risco de enquanto não lavar,
comuns. contaminação das outras nunca compartilhar esses
pessoas; objetos com ninguém.
Favelas e periferias

■ Embora o uso de tela (televisão, celular, tablet, computador) não seja


bom por muito tempo, vale lembrar que esse período de quarentena é
bastante fora da rotina e que deixar as crianças mais expostas as telas
não será a pior coisa do mundo quando você ficar sem energia,
criatividade ou tempo para entretê-los ao longo dos dias.

■ No transporte público:
– Se der, evitar os horários de pico, quando o transporte fica mais
cheio;
– Evitar colocar as mãos em barras de apoio;
– Quando sair do transporte público, tentar procurar um local para
lavar as mãos e sempre evitar tocar no rosto até limpá-las;
– Nos transportes que têm janelas, mantê-las sempre abertas
Favelas e periferia

■ Para circular de mototáxi é essencial o uso de capacete. Ele deve ser


desinfetado a cada troca de passageiro com álcool líquido em
concentrações de pelo menos 60% ou outro material desinfetante que
não danifique o interior do capacete.

■ Ao lavar roupas na mão, utilizar máscara


TELEATENDIMENTO
Teleatendimento

■ Portaria 467/2020
– Caráter excepcional e temporário  ações de telemedicina
– Atendimento pré-clínico
– Suporte assistencial
– Consultas
– Monitoramento
– Diagnóstico

■ Deverão ser registrados em prontuário:


– Dados clínicos
– Data, hora, tecnologia da informação e comunicação utilizada
– Nº do Conselho Regional Profissional e sua unidade da federação
Técnico de enfermagem faz a primeira escuta

<5 anos >5 ANOS

orientar precaução e agendar


Avaliar critérios para síndrome gripal e apresentação de sinais de gravidade
atendimento rápido na UBS

Sinais de gravidade presente Gravidade ausente

PA ou SAMU Transfere ligação para médico

Avalia comorbidades que indiquem avaliação presencial

Presentes Ausentes

Agendar atendimento rápido na


Notificar
UBS
Precauções de contato, receita,
oseltamivir se necessário,
atestado para paciente e contatos
domiciliares
ACS leva receitas e atestados e
reforça orientações de precaução
de contato
Enfermeiro reavalia o caso a cada
48h, até completar 14 dias do
início dos sintomas

Emergência ou SAMU Piora do quadro ou febre


persistente
PREVENÇÃO
COMUNITÁRIA
Prevenção comunitária
Prevenção Comunitária

■ Pessoas sem sintomas não precisam usar máscara em ambientes


públicos ou em casa
■ Portadores de doenças crônicas estáveis, devem ter seus receituários
renovados pelo maior período possível
■ Deve ser feito planejamento para que não fique sem medicamentos
■ Atenção especial deve ser dada a casas de repouso/lares de idoso sob
responsabilidade das equipes
Conduta em área com
transmissão comunitária
Reduzir o deslocamento laboral : incentivar a realização de reuniões virtuais,
cancelar viagens não essenciais, trabalho remoto (home office).

Reduzir o fluxo urbano: estimular a adoção de horários alternativos dos


trabalhadores para redução em horários de pico, escalas diferenciadas quando
possível.

Regime de trabalho: estimular o trabalho de setores administrativos ou


similares, para que ocorram em horários alternativos ou escala. reuniões virtuais
e home office, quando possível

Instituições de ensino: planejar a antecipação de férias, visando reduzir o


prejuízo docalendário escolar ou uso de ferramentas de ensino a distância
Prevenção Comunitária

■ Reduzir a transmissibilidade
do vírus na comunidade,
retarda a progressão da
epidemia
■ Reduz o impacto para os
serviços de saúde, por
reduzir o pico epidêmico
■ Reduzem a altura do pico,
permitindo, uma melhor
distribuição ao longo do
tempo e o esgotamento dos
serviços de sáude
.
Prevenção Comunitária

O crucial não é a gravidade da doença em si, mas a capacidade de dar


atenção a todos os infectados no momento em que eles precisam.

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