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Aspectos Bioéticos do início da vida

Professor: Ricardo Ferreira Nunes


Princípios éticos norteadores da
temática da vida e dignidade humana

Como princípios éticos gerais, referente à questão da


vida humana, são registrados em concordância,
indistintamente, pelos estudiosos do tema os seguintes:

• O respeito pela dignidade da pessoa humana;


• Beneficência;
• Não maleficência;
• Autonomia;
• Justiça.
O respeito pela dignidade da pessoa humana

O Princípio Constitucional da Dignidade da Pessoa


Humana, é o principal e mais amplo princípio constitucional.
Requer o respeito e consideração por parte do Estado
e da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo
de direitos e deveres fundamentais que asseguram a
pessoa a proteção contra atos de cunho degradante e
desumano, e que venham lhe garantir o direito à vida e
as condições existenciais mínimas para uma vida saudável
e em comunhão com os demais seres humanos.
Princípio de beneficência

O princípio da beneficencia tenta, num primeiro


momento, a promoção do benefício e a prevenção dos
malefícios e, em segundo lugar, pesa os bens e os males,
buscando a prevalencia dos primeiros.
Tem como regra norteadora da prática solidária, o bem
ao pessoa humana, o seu bem-estar e os seus interesses,
de acordo com os critérios do bem fornecidos pelas
ciências.
Princípio de não-maleficência

Surge da tradição Hipocrática: “cria o hábito de duas


coisas: socorrer ou, ao menos, não causar dano”.

A não maleficência tem a obrigação de não causar


danos, enquanto que a beneficencia tem o dever de prevenir
os danos.
Princípio de autonomia

É um termo que vem do grego e significa:


''autogoverno“.
Autodeterminação da pessoa de tomar decisões que
afetem sua vida, sua saúde, sua integridade físico-psíquica,
suas relações pessoais. Refere-se à capacidade de o ser
humano decidir o que é bom, ou o que é o seu bem estar.
A pessoa autônoma é aquela que tem liberdade de
pensamento, é livre de coações internas ou externas
para escolher entre as alternativas que lhe são
apresentadas.
Princípio de autonomia
Limites da autonomia

A autonomia não deve ser convertida em direito


absoluto. Seus limites devem ser dados pelo respeito à
dignidade e à liberdade dos outros e da coletividade.
A decisão ou ação de pessoa, mesmo que autônoma,
que possa causar dano à outra pessoa ou ao bem público
poderá não ser validada eticamente.
A Constituição brasileira assegura o direito à autonomia
a todos os cidadãos.
Princípio de justiça

O termo justiça, de maneira simples, diz respeito à


igualdade de todos os cidadãos É o principio básico de
um acordo que objetiva manter a ordem social através da
preservação dos direitos em sua forma
legal (constitucionalidade das leis) ou na sua aplicação a
casos específicos da sociedade.
Justo é aquilo que é equitativo ou consensual, adequado
e legítimo, aplicado a todos.
Questões jurídicas relacionadas à proteção
da vida humana
Art. 5º, da CF, diz: “Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros
e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do
direito à vida...”
O Código Civil trata essa prerrogativa como sendo um direito
de personalidade, que podem ser conceituados como “sendo
aqueles direitos inerentes à pessoa e à sua dignidade”,
surgindo aí a proteção e seguridade da vida humana.
Questões jurídicas relacionadas à proteção
da vida humana
Art. 2o do código civil, diz: “A personalidade civil da pessoa
começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,
desde a concepção, os direitos do nascituro”.

Portanto, o nascituro também possui tais direitos, devendo


ser enquadrado como pessoa. Aquele que foi concebido mas
não nasceu possui personalidade jurídica formal: tem direito à
vida, à integridade física, a alimentos, ao nome, à imagem,
etc.
Questões jurídicas relacionadas à proteção
da vida humana
Já no CEM, no seu capítulo I (Princípios Fundamentais),
inciso VI, também assegura a proteção da vida humana em
todas as suas instâncias:

“O médico guardará absoluto respeito pelo ser humano e


atuará sempre em seu benefício. Jamais utilizará seus
conhecimentos para causar sofrimento físico ou moral, para
o extermínio do ser humano ou para permitir e acobertar
tentativa contra sua dignidade e integridade.” (CEM, capítulo I,
inciso VI)
Conflitos morais envolvendo
bioética

Aborto
Aborto – o que é?
A palavra aborto é derivada de “ab-ortus”, que significa
privação do nascimento.

A Organização Mundial da Saúde e o Ministério da


Saúde do Brasil define abortamento, sob a perspectiva da
saúde, como sendo a interrupção da gravidez até a 22ª
semana de gestação, e com produto da concepção pesando
menos que 500g.

Aborto é o produto da concepção eliminado pelo


abortamento.

Subclassifica ainda em precoce, quando ocorre até 12


semanas e tardio quando entre 12 e 22 semanas.
Aborto – o que é?

Para o direito, no conceito formal jurídico, o aborto é


definido como sendo a interrupção da prenhez, com a morte
do produto, haja ou não expulsão, qualquer que seja o seu
estado evolutivo, desde a concepção até o parto. 
A legislação, ao contrário da medicina, não define
tempo limite para a ocorrência de aborto, aceitando a
denominação desde a concepção até o fato ocorrido.
Aborto – o que é?

Alguns autores jurídicos afirmam que o abortamento consiste,


em essência, na morte do concepto antes de sua viabilidade.
Quando provocado dolosamente, tipifica o crime de aborto,
tratado nos artigos 124º e seguintes do Código Penal
Brasileiro.
Outros pensadores definem abortamento como a interrupção
da gravidez antes do termo normal, com morte do embrião,
sendo indiferente sua expulsão ou não, assim como a
viabilidade do produto sobre o qual incidem as manobras.
Aborto – o que é?
MÉTODOS DE INTERRUPÇÃO ATÉ 12 SEMANAS DE IDADE
GESTACIONAL
Para a interrupção da gravidez de até 12 semanas de idade
gestacional, o método de escolha é a aspiração a vácuo
intra-uterina, segundo a Organização Mundial de Saúde e a
Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO).

A curetagem uterina deve ser usada apenas quando a


aspiração a vácuo não estiver disponível.

A administração do misoprostol isoladamente, como método


de interrupção da gravidez nas primeiras 12 semanas de idade
gestacional, é opção a ser considerada em circunstâncias
especiais. O procedimento é mais demorado, possivelmente
mais doloroso, e com efeitos gastrointestinais mais frequentes.
Aborto – o que é?
MÉTODOS DE INTERRUPÇÃO APÓS 12 SEMANAS DE IDADE
GESTACIONAL

No segundo trimestre, o abortamento farmacológico constitui


método de eleição. Para as gestações com mais de 12 e menos
de 20 semanas de idade gestacional, recomenda-se a utilização
do misoprostol para a dilatação cervical e a expulsão do feto.

A mulher deve permanecer, obrigatoriamente, internada até a


conclusão da interrupção, completando-se o esvaziamento
uterino com curetagem nos casos de abortamento incompleto.

A aspiração intra-uterina e a curetagem não são recomendadas


como métodos de interrupção de gestações com mais de 12
semanas. Métodos cirúrgicos maiores devem ser reservados para
situações excepcionais.
Aborto – o que é?
GESTAÇÕES COM MAIS DE 20 SEMANAS DE IDADE
GESTACIONAL

Não se recomenda a interrupção da gravidez após 20


semanas de idade gestacional.

A mulher deve ser informada da impossibilidade de atender


a solicitação e aconselhada ao acompanhamento pré-natal
especializado, facilitando-se o acesso aos procedimentos de
adoção, se assim o desejar.

Mas, segundo o ordenamento jurídico, esse aborto pode ser


provocado a qualquer tempo, nos casos previstos em lei.
Classificação do Aborto

Do ponto de vista legal, o aborto pode ser classificado como


natural (espontâneo) ou provocado.
O aborto espontâneo é aquele em que o próprio organismo se
encarrega de realizá-lo, independe da vontade da mulher.
Caracteriza-se pela inviabilidade natural do concepto e sua morte
devido a diferentes fatores etiológicos. Observa-se que o filho é
desejado, mas ocorre a interrupção da gestação por fatores
impeditivos da própria natureza, sem participação da vontade. 
Classificação do Aborto

O aborto provocado é aquele feito intencionalmente,


ocasionando, então, a morte do feto por vontade da
própria gestante e/ou de outrem.

Subclassifica-se em legal ou criminoso.   


OBJETIVIDADE JURÍDICA - ABORTO
O código penal disciplina a matéria nos seguintes termos:

Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem


lhe provoque. Pena: detenção, de um a três anos.

Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da gestante.


Pena: reclusão, de três a dez anos.

Art.126. Provocar aborto com o consentimento da gestante.


Pena: reclusão, de um a quatro anos.

Parágrafo único: Aplica-se a pena do artigo anterior, se a


gestante não é maior de 14 (quatorze) anos, ou é alienada ou
débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude,
grave ameaça ou violência.
OBJETIVIDADE JURÍDICA - ABORTO
O código penal disciplina a matéria nos seguintes termos:

Art. 127. (Aborto Qualificado) As penas cominadas nos dois


artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em
consequência do aborto ou dos meios empregados para
provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e
são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém
a morte.

Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico: I – se não


há outro meio de salvar a vida da gestante; II – se a gravidez
resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da
gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.

III – Em casos de anencefalia


Classificação do Aborto
Aborto Legal
Aborto legal é aquele que se enquadra em situações previstas
e amparadas pela lei. Atualmente, no Brasil, apenas duas
situações são consideradas legais: gravidez decorrente de
estupro e quando este é o único meio de salvar a vida da
gestante. Na primeira situação fala-se em aborto sentimental,
moral ou humanitário. A segunda situação configura o chamado
aborto terapêutico. A lei não define tempo de gravidez,
permitindo que nessas situações a gravidez seja interrompida a
qualquer tempo de sua evolução (ovo, embrião ou feto).
  
Classificação do Aborto
Aborto Legal - terapêutico
No aborto terapêutico, o perigo de morte da mãe deve
ser real. A lei oferece amparo ao aborto em situações, por
exemplo, de gestação ectópica, câncer de colo uterino, formas
graves de diabete, cardiopatia grave, nefropatia severa,
insuficiência hepática.
Instalado o perigo iminente não há necessidade de
autorização judicial e nem de autorização dos genitores,
pois a demora poderia caracterizar negligência, imprudência ou
omissão de socorro.
Classificação do Aborto
Aborto Legal - Sentimental
No caso de estupro (conjunção carnal mediante violência física ou
grave ameaça) é permitido o aborto. Esse é chamado também de
aborto sentimental.
O Código Penal não exige qualquer documento para a prática do
abortamento nesse caso, a não ser o consentimento da mulher. Assim,
a mulher que sofre violência sexual não tem o dever legal de noticiar o
fato à polícia. Deve-se orientá-la a tomar as providências policiais e
judiciais cabíveis, mas, caso ela não o faça, não lhe pode ser negado o
abortamento.
O Código Penal afirma que a palavra da mulher que busca os
serviços de saúde afirmando ter sofrido violência deve ter credibilidade,
ética e legalmente, devendo ser recebida como presunção de
veracidade. O objetivo do serviço de saúde é garantir o exercício do
direito à saúde. Seus procedimentos não devem ser confundidos com
os procedimentos reservados à polícia ou à Justiça..
  
Classificação do Aborto
Aborto Legal - Sentimental
O(a) médico(a) e demais profissionais de saúde não devem
temer possíveis consequências jurídicas, caso revele-se
posteriormente que a gravidez não foi resultado de violência sexual.

Segundo o Código Penal, art. 20, § 1º, "é isento de pena quem,
por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação
de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima".

Se todas as cautelas procedimentais foram cumpridas pelo


serviço de saúde, no caso de verificar-se, posteriormente, a
inverdade da alegação, somente a gestante, em tal caso,
responderá criminalmente.  
Classificação do Aborto
Aborto Legal - Sentimental
CONSENTIMENTO: Segundo o Código Penal, é imprescindível o
consentimento por escrito da mulher para a realização do
abortamento em caso de violência sexual, que deve ser anexado ao
prontuário médico. Essa medida garante o direito de respeito à
autonomia.

O Código Civil estabelece que, a partir dos 18 anos, a mulher é


considerada capaz de consentir sozinha para a realização do
abortamento. Entre 16 e 18 anos, a adolescente deve ser assistida
pelos pais ou pelo representante legal, que se manifestam com ela.

Se a adolescente ou criança tem idade menor que 16 anos, deve


ser representada pelos pais ou por seu representante legal, que se
manifestam por ela.
Classificação do Aborto
Aborto Legal - Sentimental

OBJEÇÃO DE CONSCIÊNCIA: Segundo o art. 7 do Código de


Ética Médica, "o médico deve exercer a profissão com ampla
autonomia, não sendo obrigado a prestar serviços profissionais a
quem ele não deseje, salvo na ausência de outro médico, em casos
de urgência, ou quando sua negativa possa trazer danos irreversíveis
ao paciente".

O art. 21 acrescenta que é direito do(a) médico(a) "indicar o


procedimento adequado ao paciente, observadas as práticas
reconhecidamente aceitas e respeitando as normas legais vigentes
no país".
Também é direito do(a) médico(a), art. 28, "recusar a realização
de atos médicos que, embora permitidos por lei, sejam contrários aos
ditames de sua consciência".
Classificação do Aborto
Aborto Legal - Sentimental

Cabe ressaltar que não há direito de objeção de consciência em


algumas situações excepcionais:
1) risco de morte para a mulher;
2) em qualquer situação de abortamento juridicamente permitido,
na ausência de outro(a) profissional que o faça;
3) quando a mulher puder sofrer danos ou agravos à saúde em
razão da omissão do(a) profissional;
4) no atendimento de complicações derivadas do abortamento
inseguro, por se tratarem de casos de urgência.

É dever do Estado e dos gestores de saúde manter nos hospitais


públicos profissionais que não manifestem objeção de consciência e
que realizem o abortamento previsto por lei.
Classificação do Aborto
Antecipação Terapêutica do Parto (anencefalia)
Em março de 2012, por uma decisão do STF (súmula
vinculante), tivemos a permissão do aborto nos casos de
anencefalia.

  
ANENCEFALIA
Em caso de anencefalia, o nome que se dá é “Antecipação
Terapêutica do Parto”

Muitos afirmam que a antecipação terapêutica do parto seja


abortamento;

Outros defendem sua diferenciação.

Feto Malformado: nem sempre a malformação é


incompatível com a vida extra-uterina. Muitas malformações
originam fetos com limitações, mas que terão condições de
viver.

Caso a antecipação terapêutica do parto for feita nestas


condições, fala-se em aborto.
ANENCEFALIA
Etimologicamente a palavra deriva do grego:
Na = privação e enckephalos = cérebro
Anencéfalo significa aquele que é privado de cérebro.
A anencefalia é uma anomalia fetal grave e incompatível
com a vida extra-uterina.
No anencéfalo não há: hemisférios cerebrais e córtex, ou
seja, não há funções superiores do sistema nervoso central. Há
apenas o tronco cerebral;
As funções restantes são FUNÇÕES VEGETATIVAS
(controlam parcialmente a respiração, funções vasomotoras e
funções dependentes da medula espinhal)
ANENCEFALIA
Danos físicos na gestante: hipertensão, polidrâmnio ( gestante
tem uma quantidade maior que o normal de líquido amniótico, sendo
perigoso para sua saúde) .
“...as complicações são decorrentes da própria deformidade do feto,
que por não possuir caixa craniana formada, não encaixa
corretamente para o parto, então temos fetos sentados, fetos
atravessados e isto é um grande risco para a vida da mulher. O
trabalho de parto costuma demorar entre 14 a 16 horas, enquanto
outros partos duram 6 horas” (J. Andalaft – coordenador da
Comissão Violência Sexual e Interrupção da Gestação da Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia – Febrasco)
Danos psíquicos: angústia, dor, sofrimento por saber estar
gerando, por nove meses um feto que não terá vida extra-uterina;
A sensação de ser um “caixão ambulante”, “um túmulo vivo”;
Binômio gestante-feto fica comprometido
Conflitos morais envolvendo
Bioética

Reprodução assistida
REPRODUÇÃO ASSISTIDA
INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

•Técnica em que os sptz’s ou o sêmen são capacitados em meio de


cultura e introduzidos por meio de sonda no trato genital feminino.
Possuem vários tipos:

• Do parceiro: chamada de inseminação homóloga – quando


utilizado o sêmen ou o sptz do parceiro;

• De doador: chamada de heteróloga - quando utilizado o


sêmen ou o sptz de doador;

• Intrauterina, Cervical ou Vaginal: Sptz’s são processados e


introduzidos na cavidade uterina; no canal cervical ou na
vagina.
TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA

FERTILIZAÇÃO IN VITRO E TRANSFERENCIA DE


EMBRIÕES (FIVETE)

•São feitas em mulheres com problemas nas trompas,


anovulação crônica ou outros problemas que impedem a
ovulação ou a implantação do óvulo na parede uterina.

•Essa técnica é a que a fertilização do óvulo pelo


espermatozóide ocorre em laboratório

•A ovulação é estimulada, os óvulos são colhidos por um meio


de punção guiadas por ultrassonografia endovaginal e
colocados juntamento com os sptz’s em um ambiente propício
à fecundação. Após 24 horas, os pré embriões formados são
transferidos para a cavidade uterina.
TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA

INDICAÇÕES:

•São indicadas para casos de infertilidade que atinge por volta


de 20% da população mundial.

•O sucesso de gravidez com as técnicas de reprodução


assistida existentes diminui conforme a idade avança.

•Deve ser evitado ao máximo, constituindo a última opção na


vida do casal.
TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA
LEGISLAÇÃO
Código de Ética Médica: Capítulo III – É vedado ao médico:

•Art 15, §1 - No caso de procriação assistida, a fertilização não


deve conduzir sistematicamente à ocorrência de embriões
supranumerários.

§2 - O médico não deve realizar a procriação assistida com


nenhum dos seguintes objetivos:

 I. Criar seres humanos geneticamente modificados;


 II. Criar embriões para investigação;
 III. Criar embriões com finalidades de escolha de sexo, eugenia
ou para originar híbridos ou quimeras.

§3 – Praticar procedimentos de procriação assistida sem que os


participantes esteja de inteiro acordo e devidamente esclarecidos
sobre o mesmo.
TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA
LEGISLAÇÃO

Lei de Biossegurança – Lei 11.105 de 24 de Março de 2005.

•Fica permitido no Brasil o uso para pesquisa e terapia com


células tronco obtidas em embriões humanos de até cinco dias
que sejam sobras do processo de fertilização in vitro, desde que
sejam inviáveis para a implantação e/ou estejam congelados há
pelo menos 3 anos, sempre com o consentimento dos genitores

•Fica proibido realizar engenharia genética em óvulos,


espermatozóides e embriões humanos, bem como técnicas de
clonagem para produzir embriões humanos, seja para obter
células-tronco (clonagem terapêutica), seja para produzir um ser
humano (clonagem reprodutiva)
TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA
QUESTIONAMENTOS ÉTICOS, ANTROPOLÓGICOS E JURÍDICOS
• Deve se permitir a doação e o congelamento de embriões, óvulos,
esperma?
• Se os “pais” desistirem do embrião congelado excedente, o que
fazer?
• Deve o embrião possuir um estatuto jurídico que o proteja?
• No caso de divórcio, o embrião pode ser objeto de uma divisão?
• Qual o direito tem a clínica (que o preserva) dá-los a um terceiro?
• Os embriões possuem direito de herança?
• Que itens deve constar num contrato de doação de óvulos,
esperma ou embriões?
• Quais as garantias de que a clínica não usará os embriões sem o
consentimento dos pais?
• O que diferenciaria, do ponto de vista ético, a destruição ou a
morte de embriões do aborto?
• A pessoa gerada por sêmen heterólogo é legítimo ou ilegítimo? Ela
teria o direito a conhecer o pai biológico?
• Casais homossexuais poderiam (pela lei) gerar filhos por
Inseminação Artificial?

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