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Direito 12

O Direito e a Evolução Social:

O Direito é uma realidade dinâmica em consonância com a


evolução da sociedade e das conceções económicas,
princípios filosóficos e valores vigentes, em dado momento
histórico, na ordem jurídica que regula.
 
• Direito como instrumento de realização de fins sociais
(social engineering)
• Direito como forma de resolução de conflitos de
interesses
• Direito como agente de mudança social em função de
valores
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Noção de Casamento
(art.º 1577.º do Código Civil)
•  Casamento é o contrato celebrado entre duas pessoas
que pretendem constituir família mediante uma plena
comunhão de vida, nos termos das disposições deste
Código. (Redação atual)

• Casamento é o contrato celebrado entre duas pessoas


de sexo diferente que pretendem constituir família
mediante uma plena comunhão de vida, nos termos das
disposições deste Código. (Redação anterior)
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Em Portugal e em inúmeros países como a


Argentina, Bélgica, Brasil, Canadá,
Dinamarca, Escócia, Espanha, França,
Holanda, entre outros, o casamento entre
pessoas do mesmo sexo é permitido por lei.
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Argumentos a favor:

• Não permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo seria


uma discriminação baseada na orientação sexual.
• A função do casamento não é só a procriação.
• O fundamento do casamento é o amor que existe tanto entre
casais constituídos por pessoas de orientação hetero como
homossexual.
• Não é certo que as crianças que crescem em famílias
homossexuais só desenvolvam essa orientação sexual.
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Argumentos contra:

• O casamento entre pessoas do mesmo sexo afasta o casamento da


finalidade de procriação.
• O casamento entre pessoas do mesmo sexo priva os filhos
(crianças) de crescer em convivência com os pais biológicos.
• O pai e a mãe biológicos são mais aptos para compreender e
ajudar as crianças nas várias fases e vicissitudes do seu
crescimento e desenvolvimento da personalidade (infância,
adolescência e juventude).
• Uma sociedade composta por famílias com os papéis de pai e de
mãe mal definidos desagrega os vínculos afetivos gerados no seio
da família tradicional tornando-a mais permissiva a políticas
agressivas dos direitos dos cidadãos e de privação das suas
liberdades fundamentais.
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Os direitos de personalidade são o conjunto de direitos cujo núcleo


essencial incide sobre os aspetos mais relevantes da vida humana e
sua dignidade, imprescindíveis ao desenvolvimento da pessoa
humana.
 
Exemplo:
 
Constituição da República Portuguesa
 
Artigo 24.º
Direito à vida
1. A vida humana é inviolável.
2. Em caso algum haverá pena de morte.
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Código Civil
 
Artigo 70.º
Tutela Geral da Personalidade
1. A lei protege os indivíduos contra qualquer ofensa ilícita ou
ameaça à sua personalidade física ou moral.
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A tutela (proteção) dos direitos de personalidade (direitos inerentes à


dignidade da pessoa humana) impõe a nulidade da limitação
voluntária do seu exercício.
 
Artigo 81.º
Limitação voluntária dos direitos de personalidade
1. Toda a limitação voluntária ao exercício dos direitos de
personalidade é nula, se for contrária aos princípios da ordem
pública.
2. A limitação voluntária, quando legal, é sempre revogável,
ainda que com obrigação de indemnizar os prejuízos causados
às legítimas expetativas da outra parte.
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Em alguns ordenamentos jurídicos existem situações extremas em


que a limitação voluntária ao exercício do direito à vida é admitida
por lei, como é o caso da eutanásia.
 
Noção: Eutanásia é a prática ou a omissão de um ato com vista a
provocar ou a antecipar a morte de uma pessoa para pôr termo ao
sofrimento. É a chamada ‘morte piedosa’ ou ‘boa morte’.
 
A Holanda foi um dos primeiros países no mundo a proceder à
legalização da eutanásia.
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Argumentos a favor da eutanásia:

• A eutanásia é uma forma consciente de evitar o sofrimento


desnecessário, prolongado ou intenso a doentes; incuráveis e em
fase terminal.

• A eutanásia confere dignidade à morte de uma pessoa.

• A eutanásia permite à pessoa decidir com autonomia para decidir


por si próprio por fim à sua vida.

• A eutanásia não faz a apologia da morte é, apenas, uma forma de


permitir a cada um de nós optar por ter uma morte suave e
indolor em vez de sofrer uma morte lenta e dolorosa.
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Argumentos contra a eutanásia:
• Segundo uma perspetiva religiosa, a eutanásia é uma forma
ilegítima de usurpar a vida concedida por Deus, que seria a única
entidade que a poderia suprimir de forma legítima.

• Alguns médicos recorrem a argumentos de ordem ética para se


oporem à eutanásia (juramento de Hipócrates), pois, o seu
compromisso profissional é o de salvar a vida e não ‘matar’.

• “Nunca é lícito matar o outro: ainda que ele o quisesse, mesmo se


ele o pedisse (…) nem é lícito sequer quando o doente já não
estivesse em condições de sobreviver” (Santo Agostinho in
Epístola).

• A eutanásia é uma decisão irreversível que não permite o


arrependimento.

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