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Osciladores e o Circuito Integrado

555
Professor: Jefferson Santana Martins
Introdução
• Circuitos multivibradores são
circuitos que podem variar sua
saída para dois estados
distintos.

• Tem como característica


principal possuir a amplitude do
sinal oscilante bem definida,um
ganho de malha muito elevado,
e apresenta uma onda O 555 é um circuito integrado (chip) utilizado em uma
quadrada na saída. variedade de aplicações, podendo ser utilizado como
multivibrador.
Tipos de multivibradores
• Existem três tipos de circuitos
multivibradores: monoestáveis,
biestáveis e os astáveis.

• Os multivibradores monoestáveis
possuem como característica
apresentar apenas um estado
estável, sendo que no estado instável,
que pode ser estimulado por um pulso
de gatilho, o sinal deverá permanecer
apenas por um determinado período.
Tipos de multivibradores

• Os multivibradores biestáveis
possuem como característica
apresentar apenas dois estados
estáveis, que aparecem na
presença de um pulso de entrada.
Após o término desse período o
circuito deverá retornar para o
estado de origem estável.
Tipos de multivibradores

• Os multivibradores astáveis
possuem como característica
não apresentar estado
estável, sem a necessidade de
disparo de excitação,
mantendo uma oscilação
constante.
Circuito Integrado 555

• O circuito integrado 555 é um


dispositivo fabricado para aplicações
gerais de temporização, fácil de
encontrar no mercado e de simples
funcionamento.

• Esse dispositivo pode ser usado tanto


como um circuito multivibrador
monoestável, e também como
multivibradores astáveis e biestáveis.

Fotografia do interior do 555 de 1978


Circuito Integrado 555-Características
• O circuito integrado 555 é um dispositivo fabricado para aplicações gerais de temporização
• Alimentação: na faixa de +5V até +18V; Corrente: até 200 mA;
• Função stand-by: consumo dos componentes internos do dispositivo fica na faixa de 10 mA.
• Permite o controle direto de dispositivos de maior potência, tais como relés, lâmpadas, entre
outros.
Circuito Integrado 555
Pino Nome Descrição

1 GND Terra – Este pino deve estar sempre conectado ao terra da


alimentação. Cuidado para não inverter a alimentação pois isto pode
danificar o seu chip.
2 TRIGGER Gatilho – Este pino ativa o biestável interno e a saída (OUTPUT)
quando estiver com uma tensão abaixo de 1/3 da tensão VCC.

3 OUTPUT Saída – Quanto ativada permanece em VCC por um intervalo de


tempo. O intervalo de tempo é definido por alguns componentes
externos e isto ficará mais claro mais tarde.
4 RESET Reset – Interrompe um ciclo de temporização quando conectado ao
terra (“pulled low”).
5 CONTROL Tensão de Controle – Usada para alterar o funcionamento do
comparador interno do chip ligado ao pino limiar (THRESHOLD)
tornando-o mais ou menos sensível.
6 THRESHOLD Limiar – Desativa o biestável interno e a saída (OUTPUT) quando
estiver com uma tensão acima de 2/3 da tensão VCC.
7 DISCHARGE Descarga – É usado para descarregar o capacitor conectado a este
terminal. O capacitor é um dos componentes externos que citamos ao
descrever o pino saída.
8 VCC Positivo – Este pino deve estar sempre conectado ao positivo da
alimentação. A alimentação deve estar entre +5 e +15V.
Circuito Integrado 555
• O 555 é o resultado de uma combinação de
comparadores lineares (Amplificadores
Operacionais – AMPOPs).
• Uma conexão em série de três resistores
determina os valores das tensões de referência
para os dois comparadores (2/3 VCC e 1/3
VCC).
• A saída desses comparadores habilita ou
desabilita o Flip-Flop. A saída deste é aplicada
a um estágio amplificador de saída (AMPOP de
ganho unitário).
• O Flip-Flop também opera um transistor dentro
do CI, que tem a função de descarregar o
capacitor de temporização.
Circuito Integrado 555 - Funcionamento

http://tinyurl.com/y7nkpefo
555- Operação
astável (oscilador)
O modo de operação astável produz uma saída
digital com uma determinada frequência. Nesse
modo de operação, um capacitor é
constantemente carregado e descarregado,
sendo utilizados os comparadores internos do
CI para o disparo de saída e descarga do
capacitor, gerando um sinal com ciclo alto e
baixo ajustável.
555- Operação astável
(oscilador)
• O capacitor C carrega-se, tendendo ao valor de
VCC, através dos resistores externos RA e RB. A
tensão do capacitor aumenta até ultrapassar 2/3
VCC.
• Essa tensão é o limiar do pino 6, que leva o seu
comparador a disparar o reset do Flip-Flop, http://tinyurl.com/ya7ottja
colocando a saída do pino 3 em nível lógico baixo.
Além disso, o transistor de descarga é ligado,
fazendo com que o capacitor seja descarregado
através de RB pelo pino 7.
• A tensão do capacitor diminui até cair abaixo do talto = ln(2) * (RA + RB) * C
valor de disparo (1/3 VCC), voltando a carregar.
tbaixo = ln(2) * RB * C
Exemplo de
funcionamento em modo
astável
O circuito da figura apresenta uma
configuração astável do 555 para piscar
dois LEDs com uma determinada
frequência. Quando a saída do 555 está
em estado alto, o LED inferior acende e
quando está em estado baixo, o superior
acende, fazendo com que ambos os http://tinyurl.com/y94as5kk
LEDs pisquem alternadamente.
555- Operação
monoestável
A operação monoestável é a responsável
pela caracterização do 555 como uma
“máquina de temporização”. É justamente
essa operação que ativa a saída do 555
por um determinado tempo.
555- Operação monoestável
Quando o sinal na entrada de disparo apresentar uma
borda negativa, o comparador relativo a essa entrada
aciona o Flip-Flop do 555 e a saída deste vai a nível
alto, permanecendo aí por um período de tempo dado
por:

O capacitor C é carregado pela fonte VCC através do


resistor RA. Durante o intervalo de carga, a saída
permanece alta. Quando a tensão do capacitor atinge
o valor limiar de 2/3 VCC, o outro comparador dispara
o Flip-Flop levando sua saída complementar ao nível http://tinyurl.com/ybounvds
lógico baixo.
Exemplo do 555 em modo monoestável

A figura apresenta um circuito


que irá acionar um determinado
motor de corrente contínua (DC)
por um período de tempo de
aproximadamente 10s quando
um botão for pressionado.
Biestável com o Circuito Integrado 555
O desenvolvimento dos multivibradores biestáveis com o 555 também é possível,
utilizando um gatilho para as mudanças de estados e seu funcionamento baseado na
carga e descarga de um capacitor a ser utilizado.
Biestável com o Circuito Integrado 555

Percebe-se que no período de funcionamento o nível


lógico alto esteve presente na saída do circuito somente
quando o capacitor C estava carregando, por esse
motivo o tempo de acionamento do dispositivo é
relacionada aos elementos RC do circuito. A expressão
que representa a carga do capacitor no momento do
disparo é dada por:

http://tinyurl.com/y7gg5lhe

O comportamento do circuito multivibrador biestável


pode ver verificado na simulação ao lado.
Circuitos práticos com 555

Detector sonoro de luminosidade

É possível detectar a luminosidade


ambiente controlando o pino de
reset do 555; a figura ao lado ilustra
um circuito com essa
funcionalidade. Quando ativo, o 555
gerará um sinal sonoro no alto-
falante.
Circuitos práticos com 555

Gerador de Muito Alta Tensão

O 555 pode ser empregado para


gerar uma “muito alta tensão” (MAT),
como a utilizada em cercas
eletrificadas, por exemplo. O circuito
da Figura 25 ilustra um circuito para
essa função (é necessário o uso de
um transformador adequado para
gerar a MAT).
Circuitos práticos com 555

Provador sonoro de continuidade

Para a medição de continuidade, pode


ser empregado o circuito da figura,
que aciona um alto-falante quando
houver um curto entre os terminais de
medição. O 555 trabalhará no modo
astável quando os terminais + e –
forem curto-circuitados.
Circuitos práticos com 555

Controle de velocidade de um
motor DC.

Para o controle da velocidade de um


motor de corrente contínua, pode ser
utilizado um sinal PWM (Pulse Wave
Modulation), conforme figura. A
velocidade do motor é controlada com
o potenciômetro de 100 kΩ, que altera
o ciclo ativo da forma de onda gerada.
Circuitos práticos com 555

Sensor de toque

O circuito da figura pode ser utilizado


para o acionamento de uma
determinada carga quando os
terminais do sensor forem tocados (à
mão).
Circuitos práticos com 555

Repelente para mosquitos

O circuito eletrônico do repelente de


mosquito é simples, ele usa um circuito
integrado 555 como gerador de
frequência de áudio. Este circuito gera um
sinal de áudio acima do que é audível por
humanos, com isso ele se torna inaudível,
podendo ficar ligado 24 horas por dia já
que não incomoda o sono ou qualquer
atividade.
Circuitos práticos com 555

O jammer para TV confunde o receptor


de infravermelho da TV produzindo um
sinal constante que interfere no sinal
emitido pelo controlo remoto. Se ligar o
circuito uma vez, o televisor não
receberá quaisquer comandos do
controle remoto. A ideia por trás do
jammer para o controle remoto da TV é
enviar um pulso de IR constante com a
frequência portadora do transmissor, de
modo interferir no sinal do controle.
Circuitos práticos com 555
O circuito mostrado na figura é baseado no CI
555 e trata-se de um testador de transistores.
Para verificar se um transistor está bom ou não
basta conectá-lo entre os terminais “b”, “c” e “e”,
base, coletor e emissor respectivamente. Seu
funcionamento é muito simples e baseia-se na
utilização do 555 na configuração astável,
oscilando a uma frequência de 2Hz. Esta
oscilação permanecerá enquanto nenhum
transistor for ligado ao circuito. Ao conectar um
transistor nos terminais “b”, “c” e “e” três
situações poderão ocorrer. Se ele estiver em bom
estado, somente um Led continua piscando. Se
ele estiver aberto, ambos continuarão piscando.
E finalmente, caso o transistor esteja em curto,
nenhum Led piscará.
Oscilador controlado por tensão elétrica
(voltagem)- Introdução
Os osciladores estudados até o presente Isso tem aplicação em circuitos de sintonia
momento apresentavam frequência fixa de automática, seja em rádio-receptores, televisores e
oscilação e tensão de saída indeterminada outros equipamentos do gênero. Neste caso
ou fixa. Em muitas situações é desejável empregam-se os osciladores controlados por
que a frequência e/ou tensão de saída tensão (VCO).
possam ter seus valores alterados pelo
usuário. A frequência pode ser alterada
modificando-se a constante de tempo do
oscilador, seja alterando o valor do resistor,
capacitor ou indutor, conforme o caso. Por
outro lado, em diversas aplicações, como
por exemplo em áudio, recepção de sinais,
etc., é interessante que a frequência da
oscilação seja controlada por uma tensão
presente no circuito.
Oscilador controlado por tensão elétrica
(voltagem)
.

É um oscilador eletrônico,
desenhado especificamente, para
que a sua frequência seja
controlada por um entrada de
voltagem DC variável, enquanto
que os sinais moduladores podem
ser aplicados ao VCO , para gerar
modulação de frequência (FM) ou
Um oscilador controlado por tensão
por impulsos (PWM ou PAM ou (12–18 GHz)
QAM).
Oscilador controlado por tensão elétrica
(voltagem)
Uma das aplicações mais comuns dos VCO’s, são os
sintonizadores de canais de TV, em que é Varicap é um tipo de diodo
selecionada uma tensão a aplicar por cada canal, a que possui uma capacitância
um “varicap” que altera a frequência do oscilador. variável em função da tensão
à qual ele é submetido.
Quando não têm nenhuma tensão aplicada, oscilam a
um frequência que depende dos valores dos
componentes do circuito eletrônico, chamada
“oscilação livre”
Oscilador controlado por tensão elétrica
(voltagem)
O oscilador controlado por tensão, VCO, é um O VCO poder-se-á também chamar um
circuito cuja frequência de saída é diretamente conversor de voltagem em frequência (VFO)
proporcional à voltagem de controle aplicada na como matematicamente se demonstra.
entrada.

onde ω0 é a frequência angular de saída do


O VCO poder-se-á também chamar um conversor VCO. Vf é a voltagem de controlo de entrada
de voltagem em frequência (VFO) como do VCO, vinda do loop do filtro. Ko é o ganho
matematicamente se demonstra. de conversão do VCO (rad/s/V).
VCO- Amplificador operacional

● A tensão Vin é aplicada de forma


diferencial ao integrador através
duma malha resistiva.

● Quanto maior Vin, mais rápida será a


variação das rampas na saída do
segundo amplificador. Então a
frequência é determinada por Vin
(positiva) e linearmente proporcional
a esta tensão de control http://tinyurl.com/ydczpazw
VCO - CI 555
Um oscilador controlado por tensão usando o
CI555. O circuito é geralmente conhecido
como um conversor de tensão para
frequência, pois a frequência de saída será
modificada alterando a tensão de entrada.

O terminal do pino 5 é um terminal de controle


de tensão e sua função é gerenciar os níveis
de tensão de controle. Se a tensão de controle
for aumentada, o capacitor demora um longo
período para carregar e descarregar; a
frequência, portanto, diminui. Então a
frequência será modificada alterando a tensão
de controle. http://tinyurl.com/y8dp5mk3
Modulação PWM

A partir do gerador de onda triangular pode-se


construir um modulador PWM. A modulação por
largura de pulso (PWM) consiste em uma onda
quadrada cuja largura de pulso é variável
segundo o valor do sinal aplicado. Em outras
palavras a largura do pulso é modificada de
acordo com a amplitude do sinal modulador. Isto
faz com que o valor médio do sinal resultante
seja proporcional ao sinal que se deseja
modular. Em outras palavras, obtêm-se pulsos,
cujas larguras (tempo) são proporcionais a uma
tensão (amplitude) aplicada.
Modulação PWM-
Simulação
O sinal PWM é facilmente obtido
através da comparação do sinal
modulante (modulador) com uma
onda triangular. Desta forma,
sempre que o valor do sinal
modulador for inferior ao da onda
triangular a saída do comparador
http://tinyurl.com/yc2h7989
estará em nível alto.
Referências

1. BOYLESTAD, R. L. e NASHELSKY, L. Dispositivos Eletrônicos e Teoria de Circuitos. 8a ed.Rio de Janeiro:


Prentice Hall do Brasil, 1984.
2. A. P. MALVINO. Eletrônica. Volumes 1 e 2. Editora McGraw Hill do Brasil, São Paulo, 1987.
3. LALOND, David E.; Ross, John A. Princípios de Dispositivos e Circuitos Eletrônicos –volumes 1 e 2. Makron
Books. São Paulo, 1999.
4. BOGART JR, Theodore F. Dispositivos e Circuitos Eletrônicos – volumes 1 e 2. Makron Books. 3 a ed, São Paulo,
2001.
5. PERTENCE JUNIOR, A. Eletrônica Analógica: Amplificadores Operacionais e Filtros Ativos: teoria, projetos,
aplicações e laboratório. Porto Alegre: Bookman, 2003.

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