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LOCKE E A DOUTRINA DO DIREITO DE RESISTÊNCIA

Filósofo Inglês - (29/08/1632 *** 28/10/1704)

Assinatura Original:

LOCKE E A DOUTRINA DO DIREITO DE RESISTÊNCIA


LOCKE E A DOUTRINA DO DIREITO
DE RESISTÊNCIA

INTRODUÇÃO

Através de seus escritos políticos, notamos uma conjuntura opositora ao absolutismo, no entanto, o ato
de resistência ao governo tirano é legítimo dos súditos, pois o revel, ou seja, o ato de se opor, é derivado da
lei natural, em forma de direito natural (liberdade / propriedade / vida) contudo todo poder que visa fins
diferentes daqueles que o justificam à luz do consentimento pactual, deve ser decadente e extinto.
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RESISTÊNCIA

Estado de Natureza e Governo Civil.


Não existe poder que possa ser considerado inato (que nascem com o indivíduo) e de origem divina.

 Locke acreditava que se tratando de Estado de Natureza, os homens não vivem de forma bárbara ou primitiva. Para ele, há uma vida
pacífica explicada pelo reconhecimento dos homens por serem livres e iguais.

 Para impedir a invasão mutua dos direitos observando a lei da natureza, importante para a paz e preservação da humanidade, fica somente
nesse caso, autorizado um homem castigar ao próximo que infringe a lei da natureza, devido a inexistência de superioridade e prevalência
da igualdade.

 Apesar de Locke agregar à paz existente no Estado de Natureza, a ausência de leis positivas, pode levar o individuo a se sentir ameaçado
e a guerrear contra outros indivíduos, o que nos leva ao estado de guerra, cogitando a necessidade de um juiz comum a todos.

 Eis que o estado de guerra faz Locke concordar com Hobbes à respeito de existir um soberano, saindo do Estado de Natureza, para o de
sociedade civil, onde os indivíduos cedem ao soberano, parte se seus direitos, afim de desfrutar de um corpo politico legislativo e judiciário,
além do poder coercitivo.

 Nasce o Contrato Social, fruto do livre consentimento entre os homens salvaguardando os direitos naturais, a vida a propriedade e a
liberdade. De modo a protege-los dos perigos internos e das invasões estrangeiras.
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RESISTÊNCIA

Governo Civil e Direito de Resistência.

 O objetivo principal da união dos homens em comunidade, sob governo, é a preservação


da propriedade – a vida, a liberdade e os bens, sendo a escolha da forma de governo é
feita pela observância do principio da maioria.

 O poder legislativo, “sagrado e inalterado nas mãos em que a comunidade colocou”


determina as condições em:
 Que as leis promulgadas não devem variar nos casos particulares, mas serem iguais para todos
 Que elas só devem visar ao bem do povo;
 Que o poder legislativo não pode transferir a outros a sua faculdade de fazer leis;
 O poder legislativo deve ser exercido por uma assembleia.
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RESISTÊNCIA

Governo Civil e Direito de Resistência.

 O poder executivo, autonomamente possui poder permanente para acompanhar a


execução das leis que se elaboram e ficam em vigor.

 O poder federativo, segundo Locke não há necessidade, nem é conveniente, a


permanente reunião do poder legislativo, elaboradas as leis, este poder deve se
desfazer e somente se recompor quando assim for necessário.
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RESISTÊNCIA

Governo Civil e Direito de Resistência.

 A teoria lockeana da separação de poderes não gera um equilíbrio entre os eles como
ocorre, na teoria de Montesquieu. Ao contrário, estabelece uma relação de
subordinação dos demais poderes ao poder legislativo. Locke afirma que a primeira lei
positiva e fundamental de todas as comunidades consiste em estabelecer o poder
legislativo. Assim, somente este poder tem autoridade para elaborar leis que devam ser
cumpridas.
 Montesquieu, observa a vigilância harmoniosa entre o poder judiciário, executivo e legislativo,
onde que para o poder não se auto abusar, deve policiar-se e ser freado por ele mesmo.
 Locke não tem essa mesma ideia, de vigilância do poder pelo próprio poder, apenas a ideia
de salvaguardar os indivíduos como possuidor de direitos naturais, sendo eles mesmos
limitadores da sociedade política, ou seja, do poder.
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RESISTÊNCIA

A Teoria do Direito de Resistência e Direito Natural.

 Tomas de Aquino deu importante colaboração a Locke, diante a um governo


despótico, e em certas circunstâncias o povo poderia não apenas resistir ao poder
do rei, mas depor no caso de seus preceitos estarem contrários à justiça.

 O direito de resistência ocorre quando há uma quebra da legitimidade com a qual o


governo era legitimado.
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RESISTÊNCIA

A Teoria do Direito de Resistência e Direito Natural.


Formas de degeneração quando há quebra da legitimidade:
 Conquista:
 Injusta e ilegítima: aquele que conquista por guerra injusta não pode ter qualquer direito à submissão e obediência do
conquistado, por esse motivo e de não ter a que recorrer se não ao céu, volta o estado de natureza, o direito do povo é
desrespeitado.
 Justa e legítima: contudo não da direito de submissão e para os conquistadores o seu reinado é opressor, contudo pelo
fato da conquista, não os dá direitos aos conquistadores pelas posses do povo;
 Usurpação: ação planejada do exterior para o interior da comunidade, para golpes, revoluções e guerras civis.
 Tirania: uso de poder além do direito, que não pode caber à ninguém, uma disvirtualização da comunidade
civil por parte do governante, em favor às suas paixões particulares;
 Dissolução do governo:
 Quando se altera o poder legislativo: conflito do executivo tomando para si a obrigações que pertencem ao legislativo, ou
seja, influencia do executivo nas leis.
 Quando o legislativo investe contra os direitos naturais dos indivíduos: o legislativo não respeita seus limites viola suas
próprias obrigações, e investe contra os direitos naturais dos indivíduos, agindo de modo ilícito.
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RESISTÊNCIA

Conclusão.

O uso progressivo da força sem que a lei estabeleça o direito de fazê-lo, colocam a
sociedade e o governo em estado de guerra, os governantes entram em rebelião
contra os governados, pertencendo ao povo o legítimo direito de resistência à opressão
e à tirania.
Este estado de guerra, por parte do governo imposto ao povo configura o fim da
sociedade civil (contrato social) caracterizando o retorno ao então chamado estado de
natureza, inexistindo um juiz comum, decidindo-se este impasse somente pela força,
contudo, o direito de resistência não se assenta no direito subjetivo de resistir mas sim
por consequência da imprudência do soberano. Com aval do direito natural, conhecido
pela razão e as normas morais.

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