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PRINCÍPIOS - DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA

 Princípio = critério para julgar, orientação


para o agir

1. Dignidade da Pessoa Humana


2. Bem Comum
3. Destinação Universal dos Bens
4. Subsidiariedade
5. Participação
6. Solidariedade
PRINCÍPIOS DA DOUTRINA
SOCIAL DA IGREJA
1 – A Dignidade da Pessoa
Humana
 Pedra fundamental da DSI.
 “Toda a doutrina social se
desenvolve a partir do princípio que
afirma a intangível dignidade da
pessoa humana” (João XXIII, MM,
1961).
1. A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

1.1- A pessoa humana, imagem de


Deus
 Dimensão relacional e social,
 O homem e a mulher são de igual
nível e valor
 Homem e mulher, guardiães da vida
 Responsáveis por todas as outras
criaturas
 Dom especial: sua liberdade.
1. A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

 Deus é a aspiração profunda do coração humano


 O abuso da liberdade – a natureza humana
ferida
 Pecado pessoal e pecado social
 “Estruturas de pecado”
 Universalidade do pecado e universalidade da
salvação
 “Jesus Cristo destruiu o pecado e a morte” (Rom. 5, 18-
21). “Cristo, imagem de Deus” (2Cor 4.4),”Novo Adão”
(1Cor 15, 47-49; Rom. 5,14).
 
1. A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

1.2 - O “mistério” do homem (João Paulo


II, Redemptor Hominis)

A unidade da pessoa – corporeidade e


espiritualidade = uma única totalidade.
 Abertura à transcendência (ao infinito e

aos outros seres criados)


 Ser único e irrepetível.
 Dignidade transcendente da pessoa:

inviolável e inalienável.
 
A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

1.3 - A liberdade da pessoa.


“Foi para a liberdade que Cristo
nos libertou” (Gal 5,1).
A liberdade, sinal sublime da
imagem de Deus.
Valor e limites da liberdade

humana.
 
A DIGNIDADE DA PESSOA
HUMANA

1.4 - A igualdade em dignidade de


todas as pessoas.
“Deus não faz acepção de pessoas (At.10,34;
Gal.2,6; Ef. 6,9), pois todos os homens têm a
mesma dignidade de criaturas à Sua imagem
e semelhança (CIC nº 1934)
 O masculino e o feminino: diferentes, mas
não desiguais
 Pessoas com deficiência: sujeitos plenamente
humanos
 
1. A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

1.5 - A sociabilidade humana.


 “A pessoa é constitutivamente um ser
social, pois assim quis Deus que a criou”
(Pio XII; João XXIII, GS). Porém, a pessoa
precisa querer viver em comunhão, ser
solidária, pela abertura ao outro e o dom
de si.
 A sociabilidade humana é diversificada,
tem múltiplas expressões (pluralismo
sócio-cultural).
1. A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

1.6 - Os direitos humanos


 “A fonte última dos direitos humanos não se situa na
mera vontade dos seres humanos, na realidade do
Estado, nos poderes públicos, mas no próprio homem e
em Deus, seu Criador” (João XXIII, Pacem in Terris).

 Direitos humanos, universais, invioláveis, inalienáveis


(João Paulo II).
 Direitos e deveres recíprocos (muitas manifestações do
Magistério da Igreja)
 Direitos dos povos e das nações (Paulo VI, várias
encíclicas sociais).
 
PRINCÍPIOS DA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA

2 - O Bem Comum
 O bem comum é “o conjunto
daquelas condições da vida social
que permitem aos grupos e a cada
um dos seus membros atingirem de
maneira mais completa e facilmente
a própria perfeição” (João XXIII MM
nº62; GS nº26; Paulo VI e outros).
2 - O BEM COMUM
 “A finalidade da vida social é o bem
comum historicamente realizável” (CIC
nº 1910).
 Responsabilidade de todos pelo bem
comum
 - busca constante do bem do outro como
se fosse o próprio, para a plena realização
da pessoa.
 - ninguém está dispensado de colaborar,
segundo suas possibilidades.
2 - O BEM COMUM
O papel do Estado(comunidade política)
 “O bem comum é a razão de ser da autoridade
política” (Leão XIII, Pio XII).
 - Incentivo ao Estado de bem estar social ou
“Estado Providência”
 - Condenação da excessiva intervenção do Estado
(incentivo à autonomia das instituições civis)
 - Estado = mediador das relações entre patrões e
trabalhadores (aposta na conciliação)
2 - O BEM COMUM
 Primazia do trabalho sobre o
capital : “O trabalho é a chave da
questão social” (João Paulo II, Laboris
exercens).
 - conflito capital X trabalho – 1ª preocupação
da DSI, em 1891, na Rerum Novarum.
 - direito à organização dos trabalhadores –
Pio XI, Quadragesimo Anno (1931).
 - direito de greve – Vaticano II, Paulo VI,
João Paulo II (reconhecimento progressivo).
3 - A DESTINAÇÃO UNIVERSAL DOS BENS

Direito universal ao uso dos bens


(direito natural, “original” - Pio XII, 1941)
“Deus destinou a terra e tudo o que ela
contem para o uso de todos os homens,
de tal modo que os bens criados devem
bastar a todos, com equidade, segundo
a regra da justiça, inseparável da
caridade” (Concílio Vaticano II - Gaudium et
Spes nº 29).
3 - A DESTINAÇÃO UNIVERSAL DOS BENS

Destinação universal dos bens (FIM) e propriedade


privada (MEIO).

 propriedade privada, necessária à autonomia pessoal e familiar,


extensão da liberdade humana.
 a propriedade deve ser “equitativamente acessível a todos” (João
Paulo II, 1981)
 função social de qualquer forma de propriedade privada
(“hipoteca social” – João Paulo II)
 - formas de propriedade comunitária (ex: povos indígenas,
quilombolas)
 - distribuição equitativa de terra (reforma agrária).

 
3 - A DESTINAÇÃO UNIVERSAL DOS BENS

Revolução tecnológica: novas


exigências da distribuição universal dos bens.
 “Quebrar as barreiras e monopólios que
deixam tantos povos à margem do progresso”
(João Paulo II, Centesimus Annus, 1991)
 o conhecimento, nova fonte de riqueza a ser
equitativamente distribuída (destinação
universal dos frutos do progresso econômico e
tecnológico).
 Quem tem direito ao conhecimento humano?
(Ex: polêmica sobre o direito das patentes).  
3 - A DESTINAÇÃO UNIVERSAL DOS BENS

Opção preferencial pelos pobres


 a prática da caridade implica a atenção à
dimensão social e política da pobreza (não só
obras sociais).
 relação entre caridade e justiça: “não se dê como
caridade o que já é devido a título de justiça”
(Vaticano II)
 Medellín, Puebla, João Paulo II, Papa Francisco.
 “a opção preferencial pelos pobres está implícita
na fé cristológica”(Bento XVI em Aparecida,
13/5/2007).
 
4 - O PRINCÍPIO DE SUBSIDIARIEDADE

(subsidium = subsídio, ajuda, apoio, incremento)


 As responsabilidades devem ser assumidas e
as decisões devem ser tomadas o mais
próximo possível da vida das pessoas (Pio
XI, QA, 1931; João XXIII, Pacem in Terris,
1963).
 Incentivo à formação de “corpos
intermediários” (associações, cooperativas,
ONGs)
 
4 - O PRINCÍPIO DE SUBSIDIARIEDADE

 Reconhecimento da função social da


iniciativa privada

 Estado = função de “suplência” e de


coordenação das ações em nível
nacional, estadual, municipal...
Incentivo às iniciativas cidadãs. Não
ao assistencialismo e à
burocratização.
5 – A PARTICIPAÇÃO

 Dever dos cidadãos (individualmente ou


associado com outros) em vista do Bem
Comum.
 Exigência de democracia e alternância
dos dirigentes políticos (Ex: docs. Igreja
no Brasil)
 Participação popular:
corresponsabilidade na gestão pública.
“Toda democracia deve ser participativa” (João
Paulo II, Centesimus Annus nº 47, 1991).
 
6 – O PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE

 “Todos nós somos verdadeiramente


responsáveis por todos” (João Paulo II,
SRS,1987).
 Interdependência entre pessoas e povos -
unidade do “gênero humano” (muitos
documentos)
 Injustiça social em dimensão
planetária (agravamento das
desigualdades entre os povos como
impossibilidade para a paz – desde os
documentos de Paulo VI, 1967).
6 – O PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE

 “Globalização da Solidariedade”:
denuncia do atual modelo econômico
neoliberal globalizado; consumismo
exacerbado, idolatria do mercado
(João Paulo II e sucessores).
 Solidariedade cósmica - destruição do
meio ambiente (João Paulo II, Bento XVI)
 Francisco – ecologia integral:
Laudato Si’.

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