Você está na página 1de 23

IEFP – DELEGAÇÃO REGIONAL DE LISBOA E VALE DO TEJO

CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO SEIXAL – SFPS


74 EFA PRO TÉCNICO AUXILIAR DE SAÚDE

PERTURBAÇÕE
S AFETIVAS
DEPRESSÃO
UFCD 6579
CUIDADOS NA SAÚDE MENTAL

REALIZADO FORMADORA:
POR: PATRÍCIA
JULIETA SOARES
PORTELA
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
………………………………………………………………………………………………… 3
……………..
O QUE É A DEPRESSÃO?
4
………………………………………………………………………………………………..
SINAIS E SINTOMAS
………………………………………………………………………………………………… 5-6
……
FORMAS E GRAUS DE DEPRESSÃO
7-8
………………………………………………………………………………..
DIAGNÓSTICO
………………………………………………………………………………………………… 9
…………….
QUAL A FREQUÊNCIA?
………………………………………………………………………………………………… 10-11

2
QUAIS AS CAUSAS?
INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial da Saúde, prevê-se que em 2030, a depressão, seja a primeira
causa de mortalidade e morbilidade a nível mundial (World Federation for Mental Health, WFMH,
2012).
A depressão é um estado intenso e contínuo de sofrimento. Dado que as recaídas em estados
depressivos ocorrem com elevada frequência, é de primordial importância reconhecer, identificar
os primeiros sinais e procurar ajuda – médica, psicológica, de amigos - para que o seu tratamento
se inicie o mais precocemente possível.
Apresenta-se como um estado que tende a ser recorrente e frequentemente crónico, sendo
necessário, muitas vezes, terapêutica médica, psicoterapia e até outras ações complementares
(como Grupos Psicoeducativos), durante vários anos, incentivando-se a inclusão de familiares,
amigos, entidades patronais – tão nucleares para o bem estar - muitas vezes desinformados, outras
vezes partilhando o “peso” destes estados dolorosos.

3
O QUE É A
DEPRESSÃO?
A depressão é uma perturbação do estado do humor que
atinge a esfera dos interesses, da vontade, da capacidade
cognitiva e a regulação dos instintos. Não deve ser
confundida com sentimentos de alguma tristeza (o “estar
em baixo” ou “desmoralizado”), geralmente em resposta a
acontecimentos marcantes da vida, que passam com o
tempo e que, geralmente, não impedem a pessoa de ter
uma vida de acordo com o que pretende e com um estilo
protetor do próprio.

4
SINAIS E SINTOMAS

Na depressão, os sintomas tendem a persistir durante um certo tempo (pelo menos, duas
semanas seguidas, durante a maior parte dos dias e do dia) e podem agrupar-se de forma
variável em cada pessoa, sendo os mais frequentes os seguintes:
■ Sentimentos de tristeza, vazio e aborrecimento;
■ Sensações de irritabilidade, tensão ou agitação;
■ Sensações de aflição, preocupação, insegurança e medos, contudo, os receios tendem a
ser infundados;
■ Diminuição da energia, fadiga e lentidão;
■ Perda de interesse e prazer nas atividades diárias;

5
SINAIS E SINTOMAS
■ Perturbações do apetite, do sono, do desejo sexual, e
variações significativas do peso (mais frequentemente no
sentido da diminuição podendo contudo ocorrer aumento);
■ Pessimismo e perda de esperança;
■ Sentimentos de culpa, de auto desvalorização e ruína, que
podem atingir uma dimensão delirante (sem fundamento
real);
■ Alterações da concentração, memória e raciocínio;
■ Sintomas físicos não devidos a outra doença (dores de
cabeça, perturbações digestivas, dor crónica, mal estar
geral);
■ Ideias de morte e tentativas de suicídio.

6
FORMAS E GRAUS DE
DEPRESSÃO
■ Transtorno depressivo maior, é caracterizado por uma
combinação de sintomas que interferem com a capacidade da
pessoa de trabalhar, dormir, estudar, comer e desfrutar de
atividades outrora prazerosas. O Transtorno depressivo maior
é incapacitante e impede uma pessoa de funcionar
normalmente. Algumas pessoas podem ter apenas um único
episódio dentro da sua vida, mas muitas vezes uma pessoa
pode ter episódios múltiplos.
■ O transtorno distímico, ou distimia, caracteriza-se por
sintomas a longo prazo (2 anos ou mais) que não podem ser
graves o suficiente para incapacitar uma pessoa, mas pode
impedir o funcionamento normal.
■ Depressão menor é caracterizada por ter sintomas por duas
ou mais semanas, mas não satisfazem todos os critérios que as
anteriores. Sem tratamento, as pessoas estão em alto risco de
desenvolver transtorno depressivo maior.

7
FORMAS E GRAUS DE DEPRESSÃO

Alguns tipos de depressão são ligeiramente diferentes, ou podem desenvolver-se sob circunstâncias únicas.
■ Psicótica, que ocorre quando uma pessoa tem depressão grave com alguma forma de psicose, como ter
falsas crenças ou uma rutura com a realidade (delírios), ou ouvir ou ver coisas que os outros não
podem ouvir ou ver (alucinações).
■ Pós-parto, o que é muito mais grave do que os “baby blues” que muitas mulheres experimentam após
o parto, quando as mudanças hormonais e físicas e a nova responsabilidade de cuidar de um recém-
nascido são esmagadoras. Estima-se que 10 a 15 por cento das mulheres sofrem desta doença após o
parto.
■ Distúrbio afetivo sazonal (SAD), caracteriza-se pelo aparecimento durante os meses de inverno,
quando há menos luz solar natural. Geralmente desaparece durante a primavera e verão.
■ O transtorno bipolar, também chamado de doença maníaco-depressiva.

8
DIAGNÓSTICO
A depressão é diagnosticada, considerando o todo da pessoa, no sentido físico, psicológico e
social.
Convém ter presente que os sintomas depressivos podem fazer parte do quadro de outras doenças
(Doença de Parkinson, Doenças da Tiroide, Suprarrenal e outras); resultar do uso de certas
substâncias (álcool e outras drogas) e de alguns medicamentos (para a tensão arterial, hormonas e
outros).
Por isso, o médico pesquisa não só os acontecimentos traumáticos da vida da pessoa, mas
também os medicamentos que está a tomar, e a existência de outros contextos habitualmente
associados à depressão. Uma boa parte das pessoas com outro tipo de doenças crónicas (p. ex.,
osteoarticulares, da pele ou cardiovasculares), podem vir a sofrer de depressão.
Certos períodos da vida, como a infância, a adolescência e a senescência podem facilitar o
desencadeamento de crises depressivas. Na mulher o período pós-parto e a menopausa
predispõem à depressão. Há casos em que a depressão está associada às estações do ano.

9
QUAL A
FREQUÊNCIA?
Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que,
globalmente, 350 milhões de pessoas sofram de estados depressivos
e que estes têm maior prevalência no sexo feminino (5,1%) do que
no masculino (3,6%) e variável entre as Regiões da OMS, mas não
só:
■ As taxas de prevalência variam de acordo com a idade,
atingindo o pico na idade adulta mais avançada (acima de 7,5%
entre as mulheres com 55-74 anos e acima de 5,5% entre os
homens). A depressão também ocorre em crianças e
adolescentes com idade inferior a 15 anos, mas num nível mais
baixo do que nos grupos etários mais velhos e com formas de
apresentação indiretas (alterações do comportamento, do sono
ou do apetite; dificuldade de concentração);
■ O número total estimado de pessoas que vivem com depressão
aumentou 18,4% entre 2005 e 2015, refletindo o crescimento
geral da população global, bem como um aumento proporcional
nos grupos etários em que a depressão é mais prevalente.

10
QUAL A FREQUÊNCIA?

■ Portugal está entre os três países europeus com maior


prevalência de depressão. Na União Europeia, quatro
Proporção de utentes com registo de perturbações depressivas em
em cada 100 pessoas foram diagnosticadas com
Portugal, entre os utentes inscritos ativos em cuidados de saúde
primários (%), por região de saúde, 2011-2018.
depressão.
■ A depressão afeta ao longo da vida cerca de 20% da
população portuguesa e é considerada a principal
causa de incapacidade e a segunda causa de perda de
anos de vida saudáveis.
■ Estes dados estão, contudo, incompletos. Nem todos
os pacientes que sofrem deste tipo de doenças chegam
a pedir auxílio ou a ser diagnosticados.

11
QUAIS AS CAUSAS?
Ainda que não seja totalmente claro o que causa,
especificamente, os estados depressivos, a investigação
aponta para que seja uma combinação de fatores
genéticos, biológicos, contextuais e psicológicos.
Existe uma predisposição hereditária para alguns tipos
de depressão, embora não se conheçam ainda as formas
precisas dessa transmissão. Sabe-se, por exemplo, que
em certas depressões, gémeos, separados à nascença,
têm cerca de 70% a 80% de probabilidade de iniciar
uma depressão, mesmo tendo vivido num ambiente
diferente.
Os conhecimentos atuais, permitem evidenciar a
existência de alterações em algumas substâncias
cerebrais na depressão (neurotransmissores, serotonina,
noradrenalina ou dopamina).

12
QUAIS AS CAUSAS?

Os acontecimentos traumáticos, adversos, da vida


contribuem também para o aparecimento da depressão.
Problemas familiares, o stress diário, ou não, a morte de
alguém próximo, os estados de doença, uma crise
financeira, conflitos prolongados, a pobreza, podem
funcionar como precipitantes, ou facilitadores, de
episódios depressivos.
A maneira da pessoa lidar com os acontecimentos da
vida, e consequentemente com os estados depressivos,
podem também correlacionar-se com uma maior
predisposição, ou manutenção, para estados depressivos.

13
O QUE FAZER?

O médico de clínica geral situa-se numa ação de


primeira linha. Os médicos psiquiatras atendem os
casos mais difíceis. A orientação terapêutica
depende do tipo e gravidade da depressão, bem
como da presença de outras doenças, medicações
concomitantes e de outros fatores.
A intervenção de outros técnicos, como os
enfermeiros, os psicólogos, assistentes sociais,
terapeutas ocupacionais, são ações
complementares necessárias, sabendo-se que só as
terapêuticas combinadas asseguram uma
recuperação mais eficaz a longo prazo.

14
TERAPÊUTICA COM MEDICAMENTOS
ANTIDEPRESSIVOS
■ Os fármacos antidepressivos são medicamentos cuja ação decorre no cérebro,
modificando e corrigindo a transmissão neuro química em áreas do Sistema Nervoso
que regulam o estado do humor (o que equivale para o doente deprimido, a tristeza,
angústia, desinteresse, desmotivação, falta de energia, alterações do sono e do apetite e
muitos outros sintomas). Os medicamentos antidepressivos não atuam quando o estado
do humor é normal.
■ É o tratamento médico mais utilizado e indicado para tratar as depressões, sendo
indispensável para a maioria dos doentes deprimidos.

15
TERAPÊUTICA COM
MEDICAMENTOS
ANTIDEPRESSIVOS
■ Início do tratamento: É um período muito importante, que se segue ao diagnóstico da depressão. O
médico seleciona o(s) medicamento(s) apropriado(s), indica as doses, informa sobre a evolução dos
sintomas, disponibilizando-se para um contacto, caso seja necessário
■ A motivação para o tratamento é essencial: uma interrupção precoce ou a redução das doses sem o
consentimento médico resulta num fracasso do tratamento. As melhorias registam-se, em geral, após 2 a
3 semanas de tratamento contínuo. Os efeitos secundários são um fator que também pode levar à
interrupção da terapêutica. É muito importante que procure esclarecer todas as suas dúvidas com o seu
médico acerca destes efeitos, para não pôr em causa o seu tratamento.
■ Fase de manutenção: Pode durar 6 ou mais meses, dependendo da gravidade e tipo de depressão. É o
período de consolidação das melhorias, consultas menos frequentes e estabilização da dose terapêutica.
■ Prevenção de recaídas: Em certos casos é necessário manter o apoio terapêutico muito mais
prolongado do que o habitual, ou até de modo permanente, para evitar que a doença não se agrave ou se
instale de novo.

16
ELECTROCONVULSIOTERA
PIA (ECT)
■ É um tratamento psiquiátrico no qual são provocadas alterações
na atividade elétrica do cérebro induzidas por meio de passagem
de corrente elétrica, sob condição de anestesia geral.
■ É uma terapêutica importante e pode até ser indispensável em
depressões graves com risco de suicídio, em depressões
resistentes aos antidepressivos e em psicoses depressivas. Obriga
ao consentimento informado da pessoa, ou de um familiar
próximo.
■ Oito em cada dez pessoas em estados depressivos que estão a
fazer ECT melhoram significativamente, o que torna a ECT o
tratamento mais eficaz para a depressão grave.
■ Os efeitos da ECT aliviam os sintomas da depressão, mas não
fazem desaparecer as circunstâncias da vida. Estas situações
continuarão a existir no fim da ECT, carecendo de intervenções
complementares.
■ Depois da melhoraria do estado depressivo, e de acordo com o
médico assistente, a medicação para estabilizar o humor, e
prevenir novos estados, deverá manter-se.
17
INTERVENÇÃO
PSICOLÓGICA
■ Sendo importante a medicação, como em outras áreas da medicina,
ou até outros estados de sofrimento psicológico, é também
importante a compreensão, a explicação, a intervenção psicológica
individual e/ou familiar.
■ No estabelecimento de uma relação terapêutica, em acordo mútuo,
existe a intenção de um aumento de consciencialização do que são
estados depressivos, de uma ação de acordo com a
identificação/ação o mais precoce possível na interrupção da
evolução de um estado inicial e na (re)ativação dos recursos pessoais
(quer de relação interpessoal, quer de projetos e valores de vida).
■ A Psicoterapia Cognitivo-comportamental é uma linha da
psicoterapia que promove uma diversidade de abordagens, com vista
ao desenvolvimento de estratégias e instrumentos para lidar com
situações de maior cuidado e atenção, no quadro dos estados
depressivos unipolares ou bipolares.

18
OUTRAS INTERVENÇÕES
COMPLEMENTARES
■ Grupos Psicoeducativos (GPE)
■ Grupos Terapêuticos de Stress e Ansiedade (GTSA)
■ Grupos de Prevenção de Ideação e Comportamento Suicida (GPICS)
■ Atividades sócio ocupacionais
■ SOS: Sentir ADEB

https://www.adeb.pt/

19
RELAÇÃO DA DEPRESSÃO COM O
SUICÍDIO
■ A depressão, incluindo a depressão que faz parte do transtorno bipolar, está associada a mais de
50% das tentativas de suicídio e numa percentagem ainda maior aos suicídios consumados.
■ No ano de 2015, estima-se que 788.000 pessoas morreram devido a suicídio, muitas mais
tentaram (mas não concretizaram).
■ O suicídio foi responsável por cerca de 1,5% de todas as mortes em todo o mundo, colocando-o
entre as 20 principais causas de morte em 2015. Ocorre ao longo da vida e foi a segunda principal
causa de morte entre os 15-29 anos de idade, globalmente, em 2015.
■ Diferenciado da situação média global, o suicídio em Portugal, é sobretudo um problema de
pessoas mais velhas e do género masculino e está significativamente relacionado com o viver
sozinho e o sofrer de doenças crónicas e incapacitantes que são os principais fatores de risco de
depressão no idoso.

20
CONCLUSÃO
■ Apesar de ser uma doença cada vez mais comum e com tratamentos eficazes, menos da metade das
pessoas afetadas têm acesso a opções terapêuticas. Em alguns países, menos de 10% das pessoas com
depressão são tratadas efetivamente. 
■ Ainda existe um estigma social relacionado aos transtornos mentais somado a outros problemas que
dificultam o acesso aos tratamentos. Muitas pessoas nem sabem que estão doentes.
■ Por isso, é fundamental saber reconhecer os sinais e sintomas da depressão, que aparecem na maior
parte dos casos, de modo a pedir ajuda o mais precocemente possível.
■ Uma vez que os adolescentes e idosos apresentam uma taxa de prevalência bastante elevada de
depressão e muitas vezes não conseguem identificar ou associar os sintomas, deve ser o cuidador/pessoa
responsável por estes a ter em atenção os sinais e sintomas.
■ Apesar de grave a depressão pode ser tratada e ser devolvida a alegria de viver a estas pessoas, por isso
é importante o autoconhecimento e a autoanálise e caso nos apercebamos de alguns dos sintomas,
descritos neste trabalho, de forma sistemática, não devemos exitar em falar com o nosso médico de
família.
■ Não podemos esquecer que quem já sofreu de depressão tem uma probabilidade maior de voltar a ter
uma crise depressiva por isso deve continuar a ser acompanhado.

21
“NUNCA DESPREZE AS PESSOAS
DEPRIMIDAS.
A DEPRESSÃO É O ÚLTIMO
ESTÁGIO DA DOR HUMANA.”
(Augusto Cury)

Obrigada
22
REFERÊNCIAS

■ http://www.itad.pt/
■ https://www.dgs.pt/
■ https://www.who.int/pt
■ https://www.adeb.pt/
■ https://www.cuf.pt/saude-a-z/depressao
■ https://www.sppsm.org/

23

Você também pode gostar