Professora: Dalila Reis Disciplina: Redação Turma: 8º ano PROPOSTA DE REDAÇÃO DO ENEM O TEXTO DISSERTATIVO - ARGUMENTATIVO
É o tipo textual cobrado pelo ENEM. É um texto opinativo que se
organiza na defesa de um ponto de vista sobre determinado assunto. Nele, a opinião é fundamentada com explicações e argumentos, para formar a opinião do leitor, tentando convencê-lo de que a ideia defendida é correta. É argumentativo porque defende uma tese, uma opinião, e é dissertativo porque se utiliza de explicações para justificá-la. No texto dissertativo-argumentativo, os parágrafos tem sequência para que o texto seja de fácil compreensão. A linguagem escrita é diferente da linguagem falada, usa-se a linguagem formal. ESQUEMA DE REDAÇÃO - ENEM
• Tema – os temas da redação do ENEM são de ordem
social, científica, cultural ou política. Na prova, há textos motivadores que direcionam e orientam o aluno sobre o tema.
• Tese – é a ideia que você vai defender no texto. Ela deve
estar relacionada ao tema e deve estar apoiada em argumentos ao longo da redação.
• Proposta de intervenção – uma solução para o problema;
deve respeitar os direitos humanos. PROPOSTA DE REDAÇÃO DO ENEM • Muitos vestibulares e outras provas oficiais valorizam temas propositivos, ou seja, temas que exigem que os alunos apresentem propostas de intervenção para o problema discutido. • É importante lembrar que a proposta de intervenção é diferente de solução para o problema. O que se espera do aluno, nesse momento, é que ele apresente formas de enfrentar o problema. ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS São recursos utilizados para desenvolver os argumentos, de modo a convencer o leitor: exemplos; Dados estatísticos; Pesquisas; Atos comprováveis; Citações ou depoimentos de pessoas especializadas no assunto; Alusões históricas; Comparações entre fatos, situações, épocas ou lugares distintos. ESTRUTURA DE UM TEXTO DISSERTATIVO- ARGUMENTATIVO • INTRODUÇÃO – Apresenta-se a ideia central (tese) a ser discutida, de modo que o leitor saiba de que o texto vai tratar. Corresponde, geralmente, a um parágrafo.
• DESENVOLVIMENTO – Parte encarregada pelo desdobramento da tese.
Corresponde à exposição dos argumentos, opiniões que comprovam o ponto de vista contido na introdução. Pode haver mais de um parágrafo, dependendo da quantidade de linhas disponíveis.
• CONCLUSÃO – É o encerramento do texto. Nesse momento, deve está
bem clara para o leitor a proposta de intervenção apresentada , de modo a indica os agentes responsáveis por esse processo ( quem? Como? Por meio de que? Quais serão as consequências?) ENEM- 2016 - Redação nota mil No meio do caminho tinha uma pedra No limiar do século XXI, a intolerância religiosa é um dos principais problemas que o Brasil foi convidado a administrar, combater e resolver. Por um lado, o país é laico e defende a liberdade ao culto e à crença religiosa. Por outros, as minorias que se distanciam do convencional se afundam em abismos cada vez mais profundos, cavados diariamente por opressores intolerantes. O Brasil é um país de diversas faces, etnias e crenças e defende em sua Constituição Federal o direito irrestrito à liberdade religiosa. Nesse cenário, tomando como base a legislação e acreditando na laicidade do Estado, as manifestações religiosas e a disseminação de ideologias fora do padrão não são bem aceitas por fundamentalistas. Assim, o que deveria caracterizar os diversos "Brasis" dentro da mesma nação é motivo de preocupação. Paradoxalmente ao Estado laico, muitos ainda confundem liberdade de expressão com crimes inafiançáveis. Segundo dados do Instituto de Pesquisa da USP, a cada mês são registrados pelo menos 10 denúncias de intolerância religiosa e destas 15% envolvem violência física, sendo as principais vítimas fieis afro-brasileiros. Partindo dessa verdade, o então direito assegurado pela Constituição e reafirmado pela Secretaria dos Direitos Humanos é amputado e o abismo entre oprimidos e opressores torna-se, portanto, maior. Parafraseando o sociólogo Zygmun Bauman, enquanto houver quem alimente a intolerância religiosa, haverá quem defenda a discriminação. Tomando como norte a máxima do autor, para combater a intolerância religiosa no Brasil são necessárias alternativas concretas que tenham como protagonistas a tríade Estado, escola e mídia. O Estado, por seu caráter socializante e abarcativo deverá promover políticas públicas que visem garantir uma maior autonomia religiosa e através dos 3 poderes deverá garantir, efetivamente, a liberdade de culto e proteção; a escola, formadora de caráter, deverá incluir matérias como religião em todos os anos da vida escolar; a mídia, quarto poder, deverá veicular campanhas de diversidade religiosa e respeito às diferenças. Somente assim, tirando as pedras do meio do caminho, construir-se-á um Brasil mais tolerante." ENEM- 2016 - Redação nota mil
• Tema: “Caminhos para o combate a intolerância religiosa”.
INTRODUÇÃO: No limiar do século XXI, a intolerância religiosa é um dos principais problemas que o Brasil foi convidado a administrar, combater e resolver. Por um lado, o país é laico e defende a liberdade ao culto e à crença religiosa. Por outros, as minorias que se distanciam do convencional se afundam em abismos cada vez mais profundos, cavados diariamente por opressores intolerantes.
PROBLEMATIZAÇÃO APONTADA PELA AUTORA: A intolerância religiosa .
Ela expõe duas ideias que mostra a contradição que ocorre no Brasil : O país é laico, mas ao mesmo tempo, as minorias religiosas sofrem intolerância” DESENVOLVIMENTO: O Brasil é um país de diversas faces, etnias e crenças e defende em sua Constituição Federal o direito irrestrito à liberdade religiosa. Nesse cenário, tomando como base a legislação e acreditando na laicidade do Estado, as manifestações religiosas e a disseminação de ideologias fora do padrão não são bem aceitas por fundamentalistas. Assim, o que deveria caracterizar os diversos "Brasis" dentro da mesma nação é motivo de preocupação. Paradoxalmente ao Estado laico, muitos ainda confundem liberdade de expressão com crimes inafiançáveis. Segundo dados do Instituto de Pesquisa da USP, a cada mês são registrados pelo menos 10 denúncias de intolerância religiosa e destas 15% envolvem violência física, sendo as principais vítimas fieis afro-brasileiros. Partindo dessa verdade, o então direito assegurado pela Constituição e reafirmado pela Secretaria dos Direitos Humanos é amputado e o abismo entre oprimidos e opressores torna-se, portanto, maior.
• OBSERVE: Para expor seu posicionamento, e embasar seus argumentos, a autora
da redação, utilizou seus conhecimentos sobre o assunto, apontando ideias paradoxais, citando a Constituição Federal Brasileira a qual garante a liberdade religiosa, porém ainda há intolerância conforme aponta a pesquisa realizada pela USP. CONCLUSÃO: Parafraseando o sociólogo Zygmun Bauman, enquanto houver quem alimente a intolerância religiosa, haverá quem defenda a discriminação. Tomando como norte a máxima do autor, para combater a intolerância religiosa no Brasil são necessárias alternativas concretas que tenham como protagonistas a tríade Estado, escola e mídia. O Estado, por seu caráter socializante e abarcativo deverá promover políticas públicas que visem garantir uma maior autonomia religiosa e através dos 3 poderes deverá garantir, efetivamente, a liberdade de culto e proteção; a escola, formadora de caráter, deverá incluir matérias como religião em todos os anos da vida escolar; a mídia, quarto poder, deverá veicular campanhas de diversidade religiosa e respeito às diferenças. Somente assim, tirando as pedras do meio do caminho, construir-se-á um Brasil mais tolerante." • A autora faz uma citação indireta do sociólogo Zygmun Bauman mostrando que tem conhecimento sociocultural. • Proposta de intervenção – apresenta formas de enfrentar o problema. ATIVIDADE DE REDAÇÃO • PÁGINAS – 86 e 87
Fernando Leite, Adriano Codato (2013) Autonomização e Institucionalização Da Ciência Política Brasileira: o Papel Do Sistema Qualis-Capes. Agenda Política, 2013