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Desk Research

Sobre Consumo
de Álcool
na Adolescência
Levantamento dos principais estudos
Junho de 2011
Principais Estudos
Alinhamento de Conceitos

Sobre o Álcool

O termonas
O álcool, presente alcoolista
bebidasfoi proposto é
alcoólicas, por alguns pesquisadores
como uma
uma substância alternativa
depressora do menos
Sistemacarregada de valoração do
que o termo alcoólatra:
Nervoso Central, que provoca mudança no
comportamento de quem o consome.
Alcoólatra
O termo alcoólatra confere uma identidade e impõe um estigma,
que anula todas as outras identidades do sujeito. Em outros termos,
não é a bebida
Por ser uma substância em si,
lícita, maspresente
está aquela pessoa que bebe de modo
em quase
abusivo, desregrado, que a leva à condição de ser socialmente
todas as culturas e participa do cotidiano e de vários
identificada como "alcoólatra", quem "idolatra", "adora" e se
rituais da humanidade, desde meados
tornou dependente de 6.000 a 8.000
do álcool.
a.C.
Alcoolista
O termos alcoolista não reduz a pessoa a uma condição, como
Apesar de suaa ampla aceitação
de alcoólatra, mas osocial, o como
identifica consumo de que tem como
uma pessoa
bebidas alcoólicas, quando
característica umaexcessivo, passa
afinidade com a sercoisa.
alguma um Por exemplo, uma
problemapessoa
para oque
alcoolista
torce peloeFlamengo
para quem o cerca. É uma
é flamenguista.
característica, mas não reduz o indivíduo a ela, como uma
identidade única e dominante.
Drogas Psicotrópicas
São aquelas que atuam sobre o nosso cérebro, alterando de alguma maneira o nosso psiquismo. São
classificadas em três grupos, de acordo com a atividade que exercem junto ao nosso cérebro:

1- Depressores da Atividade do SNC:


- Álcool
- Soníferos ou hipnóticos (drogas que promovem o sono); Drogas
- Ansiolíticos (acalmam; inibem a ansiedade). As principais drogas pertencentes a essa classificação são os
benzodiazepínicos. Ex. : diazepam, lorazepam, etc
que
- Opiáceos ou narcóticos (aliviam a dor e dão sonolência). Ex.: morfina, heroína, codeína, meperidina, etc
- Inalantes ou solventes (colas,tintas, removedores, etc)
são
usadas
2- Estimulantes da Atividade do SNC de
- Anorexígenos (diminuem a fome). principais drogas pertencentes a essa classificação são as anfetaminas. Ex.:
dietilpropriona, femproporex, etc
maneira
- Cocaína abusiva
3- Perturbadores da Atividade do SNC
- De origem vegetal:
Mescalina (do cacto mexicano) - De origem sintética:
THC (da maconha); LSD-25;
Psilocibina (de certos cogumelos) “Ectasy"
Lírio (trombeteira, zabumba ou saia branca) Anticolinérgicos (Artane® , Bentyl®)

Fonte: CEBRID
Métricas para mensuração do uso de drogas

Uso na vida: quando a pessoa fez uso de qualquer droga pelo menos uma vez na vida;

Uso no ano: quando a pessoa utilizou droga pelo menos uma vez nos doze meses que antecederam a pesquisa;

Uso no mês: quando a pessoa utilizou droga pelo menos uma vez nos trinta dias que antecederam a pesquisa;

Uso frequente: quando a pessoa utilizou droga seis ou mais vezes nos trinta dias que antecederam a pesquisa;

Uso pesado: quando a pessoa utilizou droga vinte ou mais vezes nos trinta dias que antecederam a pesquisa.

Fonte: Relatório Brasileiro sobre Drogas


Sobre o Relatório

O Relatório Brasileiro sobre Drogas 2010


constitui-se na primeira fonte unificada de
informações sobre drogas no país, facilitando o
acesso aos dados mais relevantes sobre a
situação nacional do consumo de drogas e suas
consequências.

A meta final do relatório é subsidiar o


planejamento e a execução de políticas públicas
setoriais.

Além da apresentação dos diversos indicadores


foi priorizada a análise da sua variação ao longo
do tempo, de modo a detectar possíveis
tendências. Para a consecução desse último
objetivo foi necessário, então, restringir o
período aos anos de 2001 a 2007.

Fonte: Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas - 2010


Prevalência de Uso de Drogas

No Brasil, o uso na vida para qualquer droga


(exceto tabaco e álcool) foi de 22,8%.

Esta porcentagem é, por exemplo, próxima à do


Chile (23,4%) e quase metade da dos EUA
(45,8%).

A prevalência de uso na vida de qualquer droga,


exceto tabaco e álcool, foi maior na Região
Nordeste, onde 27,6% dos entrevistados já
fizeram uso de alguma droga. A região que
apresentou menor uso na vida foi a Norte com
14,4%.

População estudada em 2001 foi 8.589 e 2005 foi de 7.939 pessoas de


12 a 65 anos . A pesquisa foi realizada em 108 cidades. Pelo
planejamento amostral só foi possível conclusões por região.
Prevalência de Uso de Drogas
O uso na vida de Álcool, foi de 74,6% porcentagem
inferior a de outros países (Chile com 86,5% e EUA com
82,4%).

Tabaco foi de 44,0% no total, porcentagem inferior à do


Chile (72,0%) e EUA (67,3%).

Maconha foi de 8,8%, resultado próximo aos da Grécia


(8,9%) e Polônia (7,7%), porém abaixo dos apresentados
nos EUA (40,2%) e Reino Unido (30,8%).

Cocaína foi de 2,9%, sendo próxima à da Alemanha


(3,2%), porém bem inferior à dos EUA, com 14,2%, e Chile,
com 5,3%.

Crack foi de 0,7%, cerca da metade do valor apresentado


no estudo americano.

A heroína, droga tão citada na mídia, teve uso na vida por sete entrevistados, sendo seis
homens. Porcentagens muito abaixo da americana e da colombiana (1,3%) .
Prevalência de Uso e Dependência

A estimativa de dependentes de álcool foi de 12,3% para o


Brasil;

A faixa etária que apresenta maior


dependência é a de 18 a 24 anos anos,
seguida da de 25 a 34 anos. Essas
observações valem para ambos os
sexos.

O gênero masculino apresenta maior uso na vida e maior dependência


de álcool do que o gênero feminino, em todas as faixas etárias.
Uso de Álcool por Região e Faixa Etária

O menor uso de álcool ocorreu na


Região Norte (53,9%) e o maior na
Sudeste (80,4%).

A estimativa de dependentes de álcool


no Nordeste atingiu quase 14%.

Em todas as regiões observaram-se


mais dependentes de álcool para o
gênero masculino.

População estudada em 2001 foi 8.589 e 2005 foi de 7.939 pessoas de 12


a 65 anos . A pesquisa foi realizada em 108 cidades. Pelo planejamento
amostral só foi possível conclusões por região.
Para avaliar como os brasileiros bebem, foram utilizadas duas variáveis importantes: “frequência e a
quantidade de beber”, uma forma consagrada na literatura internacional.
As frequências e quantidades de consumo foram combinadas em cinco categorias de intensidade do beber:

Bebedor pesado frequente : bebe 1 vez ou mais por semana e consome 5 ou mais doses por ocasião;

Beber em binge: é definido como o consumo, em uma só ocasião, de 5 doses ou mais para homens e 4 doses ou
mais para mulheres;

Bebedor frequente: bebe 1 vez por semana ou mais e pode ou não consumir 5 ou mais doses por ocasião pelo
menos 1 vez na semana, mas mais de uma vez por ano;

Bebedor menos frequente: bebe de 1 a 3 vezes por mês e pode ou não beber 5 doses ou mais, ao menos 1 vez por ano;

Bebedor não frequente: bebe menos de uma vez por mês, mas ao menos 1 vez por ano e não bebe 5 doses
ou mais em uma única ocasião;

Abstêmio: bebe menos de uma vez por ano ou nunca bebeu na vida.

Fonte: I Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira - 2007
O Que a Literatura Nacional Aponta até o
Momento

Levantamentos entre crianças e


Fica claro nos estudos epidemiológicos adolescentes em situação de rua
realizados até o momento que o consumo de Os cinco levantamentos realizados
bebidas alcoólicas no Brasil, particularmente apontam que o consumo de drogas,
entre os jovens, é um importante problema de incluindo o álcool, é bastante alto entre
saúde pública. crianças e adolescentes de 9 a 18 anos.

Levantamentos entre estudantes de Para esses jovens, o álcool não apareceu


Ensino Médio e Ensino Fundamental como a droga favorita, mas seu consumo
recente (últimos 30 dias) ainda se
encontrava no patamar de 43% nas cidades
Foram realizados cinco levantamentos mais pesquisadas e o consumo semanal ou
amplos com essa população. diário chegava a 22% no último ano
pesquisado.

Fonte: I Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira -


2007
Quanto e Como Bebe o Brasileiro Adulto

Principais Conclusões do I Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool


na População Brasileira - 2007
Metade da população não bebe. Constatou-se que 48%
da população adulta é abstinente (35% dos homens
e 59% das mulheres).

9% bebe em um padrão perigoso;

15% bebe em padrão potencialmente perigoso;

29% bebe em um padrão relativamente seguro;

Homens bebem mais intensamente que as mulheres


e os mais jovens superam os mais velhos

Este resumo afasta a visão simplista de que todo mundo bebe um pouco.

Fonte: I Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira -


2007
Intensidade do Beber, em Adultos, por Região

A região Sul apresenta a menor taxa de


abstinência entre todas as regiões
brasileiras.

Uma hipótese plausível é que fatores


como a boa renda per capita, aliada a
influências culturais principalmente de
origem europeia, acabem por valorizar o
consumo de bebidas alcoólicas.

No entanto, inúmeros outros fatores


devem contribuir para esta configuração,
sendo leviana qualquer tentativa de
explicação que leve em conta apenas os
dados ora apresentados.

Fonte: I Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira -


2007
tensidade do Beber, em Adultos, por Classes

Nota-se que a maior prevalência do


bebedor frequente foi de 22%,
observada na classe A.

A menor prevalência do bebedor


frequente foi de 9%, observada na
classe E. Esta classe socioeconômica é
a que apresenta também a maior taxa
de abstêmios, demonstrando talvez a
influência da renda no
consumo de bebidas alcoólicas.

Fonte: I Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira -


2007
Tipos de bebida mais consumidos

Foi perguntado, aos adultos entrevistados,


com que frequência eles consumiam cada
uma das bebidas: vinho, cerveja, bebidas ice
ou destilados e qual a quantidade que cada
uma foi consumida nos últimos 12 meses.

A categoria cerveja incluía cerveja


e chope, na de bebidas ice foram incluídos
destilados misturados com refrigerantes ou
sucos industrializados; e na de destilados
foram incluídos cachaça, uísque, vodca,
conhaque e rum. A cerveja ou chope é a bebida mais consumida pelos brasileiros
quando se comparam bebidas pelo número de doses consumidas
anualmente.

As porcentagens de doses consumidas de cerveja e de destilados não


são iguais em todas as classes , ou seja, o consumo dessas bebidas
depende da classe social do indivíduo.

Fonte: I Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira -


Tipos de bebida mais consumidos

O vinho é bebido mais frequentemente


pelas mulheres e os destilados pelos
homens.

Não há diferença significativa entre os


consumos de cerveja e de bebidas ice
nos gêneros.

Fonte: I Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira -


Tipos de bebida mais consumidos

Pode-se observar que o consumo de


vinho na Região Sul é maior que na
Região Nordeste.

O consumo de destilados é mais alto


nas Regiões Norte e Nordeste.

As porcentagens de doses consumidas


de cerveja são semelhantes em todas
as regiões, o mesmo ocorrendo com as
bebidas ice.

Fonte: I Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira -


Consumo de Álcool na
Adolescência
Alinhamento de Conceitos
“Adolescer” vem do latim e significa crescer, engrossar, tornar-se maior, atingir a
maioridade; construindo-se em uma etapa de muitos eventos relevantes e de tomada de
decisões que repercutirão por toda a existência.

Cronologicamente, a adolescência corresponde à segunda


década da existência humana, quando se elege o conceito
pertinente ao campo da saúde. Talvez seja a fase mais
turbulenta da vida, pela sua relevância. O crescimento e
desenvolvimento humano ocorrem em maior intensidade
nessas etapas da vida.

É na fase adolescente que o hábito de beber se instala,


sendo, portanto, o momento m que a prevenção
também deve ocorrer, para evitar problemas no futuro.

Fonte: Compreendendo o consumo de bebidas alcoólicas através do olhar do adolescente. Tese


Principais Conclusões do I Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de
Álcool na População Brasileira – 2007

Pesquisa mostrou que 66% dos adolescentes não bebem (64% dos meninos, 68% das
meninas).

A média das idades do início de consumo foi 13,9 anos para os adolescentes e 15,3
anos para os jovens adultos.
Quanto ao início do consumo regular, a média das idades dos adolescentes foi 14,6
anos e dos adultos jovens, 17,3 anos. Isto sugere que os adolescentes estão iniciando
o consumo de álcool cada vez mais cedo.

Amostra da pesquisa: Foram entrevistados 3.007 pessoas, sendo 2.346 adultas com mais
de 18 anos e 661 adolescentes entre 14 e 17 anos em 143 municípios brasileiros
A maioria dos adolescentes de ambos
os gêneros (cerca de 66%) são
abstinentes.

Embora no Brasil seja proibida a venda


de bebidas alcoólicas para menores de
18 anos, quase 35% dos adolescentes
consomem bebidas alcoólicas pelo
menos uma vez por ano.
muito frequente: todos os dias
Não há diferença significativa entre as frequente: 1-4 vezes/semana
distribuições da frequência de consumo ocasional: 1-3 vezes /mês
nos dois gêneros (p>0,05). raramente: menos de 1 vez/mês
abstinente: menos de 1 vez/ano ou
nunca bebeu
Fonte: I Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira – 2007
Observa-se que 13% dos
adolescentes têm padrão intenso
de consumo de álcool, e outros 10%
consomem álcool de 1 a 3 vezes por
mês, podendo chegar a consumir
quantidades arriscadas.

Não há diferença significativa


entre as distribuições da
intensidade do beber nos dois
gêneros (p>0,05).
As categorias da intensidade
foram as mesmas consideradas
para os adultos.

Fonte: I Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira – 2007
Foi perguntado aos adolescentes
com que frequência consumiram
cerveja, vinho, destilados ou
bebidas ice nos últimos 12 meses.

Observa-se que aproximadamente


metade das doses consumidas é de
cerveja ou chope.

Não há diferença significativa entre


os gêneros quanto às porcentagens
de doses dos tipos de bebida
(p>0,05).

Fonte: I Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira – 2007
Hábitos de Consumo
Considerando os adolescentes que
beberam com maior risco nos
últimos 12 meses, observa-se que
45% dos adolescentes o fizeram
com regularidade.

O beber com maior risco em um curto espaço de tempo, ou o beber em


binge, é definido como o consumo, em uma só ocasião, de 5 doses ou mais
para homens e 4 doses ou mais para mulheres.

Esta prática deixa o adolescente exposto a uma série de problemas sociais e


de saúde. O problema mais comum é o de acidente de trânsito, que pode
ter consequências graves. Outros problemas ocasionados são: o
envolvimento em brigas, vandalismo e prática de sexo sem camisinha.
(SENAD/UNIFESP, Pesquisa Nacional, 2006)
Hábitos de Consumo

Teenage Binge
Drinking
Commercial
Segundo dados do Cratod (Centro de Referência de Álcool,
Tabaco e Outras Drogas) , 39% dos jovens analisados tinham
pais que bebiam e 19% tinham mães que repetiam o
comportamento.

Os estudos já feitos afirmam que 70% dos menores que têm pais alcoolistas acabam
desenvolvendo o mesmo distúrbio.

Especialistas afirmam que os filhos aprendem com o exemplo dos pais e tendem a repetir o mesmo
comportamento, seja ele bom ou ruim acrescenta.

Essas crianças tinham o consentimento da família para


beber, porque o pai ou a mãe bebiam.

Eles começaram a ingerir bebidas sem culpa e não se


deram conta de que estavam se viciando.

“Um paciente chegou a dizer que havia nascido dentro


do álcool", diz a diretora do Cratod.

(ABEAD, 2011)
O hábito de consumo de bebidas alcoólicas vem sendo transmitido
de geração a geração

Campanha de Prevenção Australiana


O consumo de álcool na adolescência parece ser um problema invisível

Campanha de Prevenção nos Países Baixos


Segundo pesquisa da Unifesp realizada em todas as capitais
brasileiras, estudantes que trabalham têm 84% a mais de
chance de fazer uso pesado de álcool, comparados aos que
não têm trabalho formal.

O psiquiatra responsável pela pesquisa diz que


Isto pode se explicar pelo fato de estes jovens
estarem trabalhando com adultos. Ter o próprio
dinheiro também pode reforçar uma ilusão de
independência, de poder fazer tudo.

CEBRID/UNIFESP, V Levantamento Nacional Sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas Entre Estudantes do


Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública de Ensino nas 27 Capitais Brasileiras, 2004
O consumo de álcool para os adolescentes, também pode estar
sendo incorporado como um ritual de passagem para o mundo
adulto. Está relacionado ao desejo de adolescentes serem
aceitos no grupo, a curiosidade, ficar animado e diminuir a
timidez.

O Alcoól é tido como um agente


socializador

Os adolescentes bebem em companhia


dos amigos, pais e outros familiares. O
que demonstra que muitos dos hábitos
desenvolvidos pelos adolescentes provêm
do que eles aprendem nos seus espaços
de convivência social, além do que o
caráter da proibição ou ilicitude parece
ser um atrativo a mais para a adoção.
Jovens que consomem bebidas alcoólicas passam mais tempo no computador, segundo
levantamento que avaliou dados de 264 adolescentes entre 13 e 17 anos nos Estados Unidos.

Os resultados mostraram que os jovens que


beberam no período avaliado acabaram usando o
computador mais horas durante a semana.

Entre as causas mais prováveis da relação, estão as


publicidades das bebidas na internet e a interação com
colegas em redes sociais

(ABEAD, 2011)
Motivações para o Consumo
A exposição à publicidade e a atratividade da publicidade de bebidas alcoólicas estão relacionadas
com maior expectativa de consumo futuro e com consumo maior e mais precoce, principalmente
entre adolescentes e adultos jovens.

Estudos mostram que a associação entre gostar da


propaganda X consumo de álcool é evidente.
Os jovens prestam muita atenção aos anúncios e
dizem acreditar que as propagandas retratam
“apenas a verdade”. Esta crença influencia o
consumo precoce do álcool.

Fonte: Apreciação de propagandas de cerveja por adolescentes: relações com a exposição prévia às mesmas e o consumo de álcool. 2009
Um estudo da Unifesp conclui que a publicidade de bebidas alcoólicas está
concentrada nos programas de esporte.

Os pesquisadores analisaram 420 horas da programação dos quatro canais de


TV de maior audiência no Brasil.

Os programas de esportes concentraram 69,2% dos anúncios


de álcool. É preocupante ver os jogadores da seleção fazendo
propaganda de cerveja durante a Copa do Mundo.

Nas 420 horas de programação analisadas, foram encontradas 7.359 peças publicitárias. Dessas,
438 (7,6%) eram de bebida alcoólica - o sexto produto mais anunciado. As bebidas não alcoólicas
ficaram em 10.º lugar, com 3,4%.

O autor principal do estudo, Nelson Fragoso, explica que foram gravados apenas programas
que tinham ao menos 10% de audiência de adolescentes, de acordo com dados do Ibope.
Cerca de 80% da propaganda de bebida encontrada era de cerveja. "A publicidade usa
elementos da cultura nacional, como o futebol, para atingir o jovem", diz Fragoso.

Fonte: O impacto da publicidade de bebidas alcóolicas sobre o consumo entre jovens: revisão da literatura internacional. 2008
Um estudo americano, utilizando um banco de dados com mais de quatro milhões de
americanos, os pesquisadores avaliaram quais medidas de controle seriam mais eficientes para
prevenção.
- Impostos maiores para as bebidas alcoólicas;

- Programas educacionais e familiares;

- Restrição da propaganda de bebidas alcoólicas;

- Idade mínima para beber de 21 anos (já implantada)

- Tolerância zero para o consumo de menores de idade


(medida já implantada)

Os autores do estudo americano concluíram que a restrição completa da propaganda de álcool e o


aumento do imposto de produtos alcoólicos seriam as medidas mais eficientes.

No Brasil, os autores deste artigo, concluiíam que a publicidade de álcool, principalmente a


cerveja tem como alvo preferencial os adultos jovens e adolescentes.

Fonte: O impacto da publicidade de bebidas alcóolicas sobre o consumo entre jovens: revisão da literatura internacional. 2008
Impactos Sociais
Impactos Sociais

Cerca de 1 em cada 7 famílias tem alguém com problemas


significativos em relação ao álcool.

O álcool contribui especialmente para o aumento


da violência no Brasil. Na violência entre casais o
álcool está presente em mais de 45% dos casos.

O impacto nas crianças também é grande,


pois 1 em cada 5 crianças já presenciou
violência por alguém intoxicado pelo álcool
em casa.

(SENAD/UNIFESP, Pesquisa Nacional, 2006)


O abuso de álcool é responsável por significativas perdas de
qualidade de vida:
 sofrimento causado pela violência associada ao abuso
de álcool;
 perda de anos de vida devido à morte precoce;
Impactos na Saúde  sequelas deixadas por doenças ou acidentes.

No Brasil, e na maioria dos países da América Latina, o consumo de bebidas


alcoólicas é responsável por cerca de 8% de todas as doenças existentes, segundo
a OMS. (ABEAD, 2010)

As doenças mais frequentes causadas pelo uso de álcool são as cardiovasculares,


sexuais, os vários tipos de câncer, o diabetes e os problemas pulmonares
crônicos. (OMS, Relatório Global, 2011)
Curiosidade
O primeiro acidente relatado no Brasil envolvendo
ingestão de bebidas alcoólicas ocorreu no ano de
1897 quando um motorista de taxi bateu seu veículo
em um edifício e assumiu estar sob a influência de
bebida alcoólica.
Acidentes de Trânsito

Atualmente, cerca de 50.000 mortes ocorrem no trânsito todos os anos


no Brasil e pelo menos metade dessas mortes são devidos ao consumo
de álcool

Mesmo com a introdução da chamada “lei seca” (Lei 11.705) que alterou a
concentração permitida para dirigir para 0,2 grama de álcool por litro,
convivemos com 25% dos motoristas alcoolizados dirigindo nos finais de
semana

(ABEAD, 2010)
Um estudo realizado pelo IPEA/ANTP em
2003 calculou os custos decorrentes de
acidentes de trânsito.

Impactos Econômicos

Os resultados apontaram m um custo


anual de R$ 5,3 bilhões – o equivalente a
aproximadamente 0,4% do PIB do país.

Desse total, 42,8% é referente à perda


de produção associada à morte precoce
das pessoas ou à interrupção temporária
de suas atividades; 13,3% é referente a
custos médicos e 28,8% a custos de
reparação dos veículos acidentados.

(SENAD, Uso de Bebidas Alcoólicas e Outras Drogas nas Rodovias Brasileiras e Outros Estudos,
2010)
Beber é muito mais danoso para o cérebro
jovem do que para o dos adultos.

Os efeitos a longo prazo são bastante


indesejáveis. Eles variam de déficits de
aprendizagem, falhas permanentes de
memória, dificuldade de autocontrole a
ausência de motivação.

Além disso, o abuso de álcool na juventude


faz com que o jovem fique cinco vezes mais
propenso a se tornar alcoolista na idade
adulta.

REVISTA VEJA, O Álcool e o Cérebro dos Jovens, edição 1985, 6 de


dezembro de 2006
Além dos danos neurológicos a longo prazo, o adolescente fica
exposto a riscos mais imediatos, como:

envolvimento em brigas,
acidentes de trânsito,
prática de sexo sem proteção e/ou sem consentimento,
maior risco de suicídio ou homicídio...

Por ano, cerca de 320 mil pessoas de 15 a 29 anos de


idade morrem devido ao consumo de álcool no mundo

(OMS, Relatório Global, 2011)


O Artigo 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente, disciplina
que vender, fornecer ainda que gratuitamente, ministrar ou
Venda e Fiscalização entregar de qualquer forma a criança ou ao adolescente, sem
justa causa, produtos cujos componentes possam causar
dependência física ou psíquica, ainda que por utilização indevida,
é crime, com pena de 2 a 4 anos, além de multa. De forma que
nem a alegação de que a criança e o adolescente encontra-se
acompanhado pelos responsáveis ou por pessoa adulta, é
desconsiderada pela Justiça.

Embora seja proibida a venda de bebidas a menores de 18 anos, meninos e meninas bebem
quanto querem e nos mais variados locais: postos de gasolina, bares próximos a escolas, boates,
clubes e festas.
Exposição de bebidas alcoólicas em supermercados ao lado de
refrigerantes e biscoitos
A propaganda de bebidas alcoólicas é regulamentada pelo CONAR
(Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária) que separa
o álcool em três categorias: destilados, cervejas, vinhos e bebidas ice.

Só bebidas com alto teor alcoólico, como uísque, têm restrição de publicidade: só podem
anunciar na TV das 21 às 6 horas.

Cervejas podem anunciar em qualquer horário.

O público (adolescente) que deveria ser protegido está exposto, de modo


significativo, à grande quantidade de propagandas de álcool, com mensagens
notadamente atraentes para os adolescentes menores de idade.
Considerações sobre as campanhas existentes

• Praticamente não existe contrapropaganda para uso de álcool, as campanhas são


direcionadas ao consumo moderado e não para prevenção do consumo;

• As campanhas de prevenção nacionais utilizam os mesmos elementos utilizados em


anúncios publicitários de cerveja (carnaval, praias, festas com gente bonita e alegre
bebendo), ou seja, reforçam a imagem do produto e a mensagem de prevenção não
é assimilada;

• As campanhas de prevenção no Brasil são focadas quase que exclusivamente na


relação do beber e dirigir;

• Não se aborda os males causados pela ingestão do álcool à saúde.


Campanha de Prevenção Campanha de Cerveja
Campanha realizada pelo
Conselho Tutelar da cidade de
Agricolândia (PI) em 2010
Outdoor na
Alemanha.
A Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas
(Abead) coordena em Porto Alegre um trabalho pioneiro no
país

Em parceria com escolas da cidade, passou a orientar os pais de


alunos a deixar de servir bebidas alcoólicas a menores em festas
de família.

A corrente antiálcool formada pela iniciativa já


conseguiu evitar a presença de bebidas em festas de 15
anos promovidas por pais que aderiram ao programa

REVISTA VEJA, O Álcool e o Cérebro dos Jovens, edição 1985, 6 de dezembro de 2006
O que os especialistas recomendam para os pais

REVISTA VEJA, O Álcool e o Cérebro dos Jovens, edição 1985, 6 de dezembro de 2006
Fonte: I Levantamento Nacional sobre Consumo de álcool na População Brasileira
Fonte: I Levantamento Nacional sobre Consumo de
álcool na População Brasileira
Fonte: I Levantamento Nacional sobre Consumo de álcool na População Brasileira
Para refletir...

Platão advertia quanto ao uso bebida alcoólica antes dos dezoito anos:

Não se pode colocar fogo no fogo!

Sabedoria Japonesa

Primeiro o homem toma um drink


Fontes Consultadas
ABEAD – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDOS DO ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS . http: www.abead.com.br

CEBRID; UNIFESP. V Levantamento Nacional Sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas Entre Estudantes do Ensino
Fundamental e Médio da Rede Pública de Ensino nas 27 Capitais Brasileiras, 2004

OBID – OBSERVATÓRIO BRASILEIRO SOBRE DROGAS. http://www.obid.senad.gov.br

OMS. Global Status Report on Alcohol and Health, 2011.

PINSKY, Ilana. Publicidade de bebidas alcoólicas e os jovens. São Paulo: FAPESP, 2009.

REVISTA VEJA. O álcool e o cérebro dos jovens, edição 1985, 6 de dezembro de 2006.

SENAD – SECRETARIA NACIONAL ANTIDROGAS; CEBRID. II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas
Psicotrópicas no Brasil, 2005.

SENAD; UNIFESP. I Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, 2006.

SENAD. Relatório brasileiro sobre drogas, 2009.

SENAD. Uso de bebidas alcoólicas e outras drogas nas rodovias brasileiras e outros estudos, 2010.

SOUZA, Sinara de Lima. Compreendendo o consumo de bebidas alcoólicas através do olhar d@s adolescentes.
Ribeirão Preto: USP, 2009
Elaborado pela Equipe do CIDI
SOBRE O CIDI, CONSULTA AO ACERVO, PRODUTOS E SERVIÇOS:
www.intranet.ibope.com.br/cidi

Joanita Lopes
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