EQUAÇÃO DO 2º GRAU

PROCESSO HISTÓRICO

Prof. Dr. Ademir

Damazio
1) BABILÔNIOS:
Possuíam uma tábua de raízes quadradas que
permitia resolver rapidamente equações da forma:

x2 + px = q;
x2 = bx +c;
x2 + c = bx

Chamavam a incógnita de comprimento e o seu

quadrado de área.
Problema Típico: Achar o lado de um quadrado
se sua área é igual a 870.
Resolução em sua Resolução na
notação retórica sua notação atual
Toma a metade de 1 que é p = 1; p/2 = 0,50;
0,5, e multiplica 0,5 por (p/2)2 = 0,25; q = 870
0,5, que é 0,25. Soma este
número a 870, o que dá x = (p/2)2 + q + p/2
870,25. Nas tabelas
comprovamos que este é o x = 29,5 + 0,5 = 30
quadrado de 29,50. Soma
0,5 a 29,5 e o resultado é
30, o lado do quadrado.
 2) HERÓN (100 d.C):
Resolve a equação x2 + 4x = 896, buscando um
quadrado perfeito:

x2 + 4x + 4 = 896 + 4
x2 + 4x + 4 = 900
(x + 2)2 = 900
x + 2 = 30
x = 28
3) HINDU - ARYABHATA (500 d.C):
Resolve a equação 6x2 + 100x – 1600 = 0,
mediante a álgebra retórica, que pode ser
expressa pela nossa notação da seguinte forma:
 16 . 100 . 6 + (100/2)2 - 100/2
6
Pode ser expressa na forma atual:
 -100  1002 + (4 . 6 . 1600)
12
As duas formas são idênticas, porém Aryhata elimina a raiz
negativa.
3.1) BRAHMAGUPTA:
Dá duas regras que atualmente pode se expressa:

x = - b - b2 – 4ac
2a

x =  (b/2)2 + ac - b/2
a
 O método algébrico hindu era
essencialmente de "completar quadrado ".
Usando a notação atual:
Seja a equação ax2 + bx = c
Multiplicar o termo independente pelo coeficiente de x2. a . c

Adicionar o quadrado da metade da metade do termo em x.

a . c + (b/2)2
Extrair a raiz quadrada da soma anterior e subtrair a metade do
termo em x  (b/2)2 + ac - b/2

 Dividir pelo coeficiente de x2  (b/2)2 + ac - b/2

a
 A interpretação geométrica é a seguinte:
O método consiste em somar o quadrado colorido para
completar o quadrado maior na figura abaixo:

½.abx (b/2)2 b/2 Como ax2 + bx = c,

substituindo a2x2 + abx por
a.c: a .c + (b/2)2 *
(a2x2 + abx) + (b/2)2
a2x2 ½abx Por sua vez, a área total do
quadrado é (ax + b/2)2 e
seu lado ax + b/2 **
b/2
De * deduzimos que o lado do quadrado será:  (b/2)2 + ac ***
Igualando ** e ***, resulta: ax + b/2 =  (b/2)2 + ac.

Separando a incógnita x, resulta:  (b/2)2 + ac - b/2

a
4) ÁRABES: Al-Khwarismi (século IX)
distinguia três tipos de equação quadráticas, que não
incluíam e nem aceitavam soluções negativas:

x2 + bx = c
x2 = bx + c
x2 + c = bx
As demonstrações de seus métodos foram geométricas.
Por exemplo: x2 + bx = c

Sua solução é equivalente à fórmula:  (b/2)2 + ac - b/2

 Tal método era justificado da seguinte forma:
A área do quadrado da figura seguinte pode ser expressa como;
[ x + 2(b/4)]2 ou x2 + 4(bx/4) + 4(b2/16) *

(b/4)2 bx/4 (b/4)2 Simplificando e igualando

as expressões *,
bx/4 x2 bx/4 (x + b/2)2 = x2 + bx + b2/4.
Substituindo na equação
(b/4)2 bx/4 (b/4)2 original temos:
b/4 x b/4 (x + b/2)2 = c + b2/4
Extraindo a raiz quadrada: x + b/2 =  (b/2)2 + c
Isolando a incógnita, obtém se: x =  (b/2)2 + c - b/2
5) MICHEL STIFEL (Século XVI):
Foi o primeiro a usar termos negativo. Considera
três classes de equações quadráticas:

x2 = c – bx
x2 = bx – c
x2 = bx + c

Dá como solução: x =  (b/2)2  c  b/2

6) FRANÇOIS VIÉTE (1540 - 1603) :
Supera os métodos baseados em prova geométricas por
outras estritamente algébrica.
Para resolver equação x2 + bx = c, adota x = u + v.

Substituindo na equação geral tem-se: (u + v)2 + b(u + v) = c

u2 + 2uv + v2 +bu +bv = c
u2 + (2v + b)u + v2 + bv = c
Fazendo v= -b/2:
u2 – b2/4 = c.
Logo u =  (b/2)2 + c
A partir de u, obtém-se por substituição o valor de x.
Atividade: Deduzir a fórmula de Bhaskara pelo método de Viète.
7) CHINA: Tsu Chung Chin (459 d.C):

Problema:

“A área de um quadrado (x.x) menos seu

lado (x) resultou vinte. Quanto mediu o lado
desse quadrado?”
 Forma algébrica: x2 – x = 20
“Pense na solução do problema de quadrado
(equação do segundo grau) e acrescente o número
dois. A solução aproximada do segundo problema
que se forma é obtida dividindo o número
resultante pela soma dos coeficientes do quadrado
e do comprimento. Some esse valor com a
solução pensada do primeiro problema e faça o
cálculo novamente, até aparecer (fan-fan) um
número que não se modifique”.
 a) x=2+d d = diferença entre a solução
verdadeira e a solução arbitrária 2.

x2 – x = 20
(2 + d)2 – (2 + d) = 20
4 + 4d + d2 – 2 – d = 20
d2 + 3d = 18
b) Solução aproximada=

solução pensada + número resultante

coeficiente do quadrado + comprimento

x=2 + (18) = 6,5

1+3
 c) Repetir o procedimento

x = 6,50 + d
(6,50 + d)2 – (6,50 + d) = 20
42,25 + 13d + d2 – 6,50 – d = 20
d2 + 12d = - 15,75
x = 6,50 + (-15,75) = 5,28
1 + 12
Repetir novamente o procedimento considerando agora o 5,8 como
valor arbitrado. E assim sucessivamente até o valor se repetir.
8) Índia: Bhaskara (1.114 d.C):
Consistiu em apresentar soluções para problemas do tipo:
“Certa quantidade de vasos de água pela mesma certa quantidade
de vasos de água, mais dez vezes esta certa quantidade de vasos de
água seria igual a 39. Qual é esta certa quantidade de vasos de
água?”
Em linguagem algébrica: x2 + 10x = 39
que pode ser escrito como: x2 + 5x + 5x = 39
x 5
x xx 5x 8
39
5 + 25 x=3
5x 25 64
8
Kayo Matsushita (2001)
 ax2+bx+c=0
ax2+bx=-c -ac -ac
x(ax+b)=-c =-ac x 4+b2
ax b b2
x -c -ac -ac Filling up b2

xa ax b ax
ax b
x 4
ax -ac Having made up a perfect square

Using four quadrangles (2ax + b)2=b2-4ac

2ax+b =  b2-4ac
2ax=-b b2-4ac
x=-b b2-4ac
2a
 2X2 + 8x +6 = 0
2X2 + 8x = -6
2x(x + 8) = -6
Multiplicando por a=2, conseqüentemente, o outro membro da igualdade:
4x(x + 8) = -12 x4
(4x + 8)2 = -4.2. 6 + 82
(4x + 8)2 = -48 + 64
(4x + 8)2 = 16
(4x + 8)2 =    16
4x + 8 =  4
4x = -8  4
X = -8  4
4

X’ = -1 x” = -3
 Bibliografia
As equações de 1 à 6 foram extraídas e adaptadas de:
ROBABYNA, Martín Manoel Socas, et al. Iniciación al Algebra.
Madrid: Editorial Síntesis,1996
As equações 7 e 8 foram extraídas e adaptadas de:
VITTI, Maria Catarina. Matemática com Prazer. Piracicaba:
Unimep, 1995.
A última equação foi extraída de:
MATSUSHITA, Kayo. From monologic to dialogic Learning: A
Case Study of Japonese Mathematics Classrooms. Aarhus:
Aarhus University Press, 2001.
 42 + 32 + 1 + 1 = 27
n2 + (n – 1)2 + 2 = 27 (n + 1)2 + n2 + 2 = 27
n2 + n2 – 2n + 1 + 2 = 27 n2 + 2n + 1 + n2 + 2 = 27
2n2 – 2n – 24 = 0 2n2 + 2n – 24 = 0
n2 – n – 12 = 0 n2 + n – 12 = 0
n = 4 n =3
n = -3 n = -4
 x  8 x  15  0
2

x2

x 2  8 x  15  1  1
x 2  8 x  16  1
 x  4  1
2

 1   1
2

x  4  1 e x  4  -1
x  -3 ou x  -5
• 
. . . 1 + 3 + 2n - 1 = n2
 
1 + 3 + 5 + 7 = 16 = 42

1 + 3 + 5 = 9 = 32
1 + 3 = 22
1 = 1 = 12

•n2 + (n – 1)2 + (n – 2)2 + (n – 3)2 = 30

n2 + n2 – 2n + 1 + n2 – 4n + 4 + n2 – 6n+ 9 = 30
•4n2 – 12n + 14 = 30
•4n2 – 12n - 16 = 0
•n2 – 3n – 4 = 0
•n’ = 4 ou n’’ = -1
. . . (2n – 1)2

72 = 49 = 1 + 8 + 16 + 24

52 = 25 = 1 + 8 + 16

32 = 9 = 1 + 8

1
 ...
  9 Qn = .n2
4 4 4

x1 = 1 -  X2 = 4 -4 x3 = 9 – 9 xn = n2 – n2
4 4 4 4
  
1 –0 =1
2 2
   
 
   
   
22 – 12 = 3
   
   
     
32 – 22 = 5
     
     
           
       
        4 2 – 32 = 7
       
       
           
         
         
52 – 42 = 9
         
         
         
n2 – (n –1)2 = 2n - 1
     
n2 – n2 + 2n –1 = 2n - 1
• 02 x 12 = 0
• 12 x 22 = 4
• 22 x 32 = 36
• 32 x 42 = 144
• 42 x 52 = 400
• 02 + 12 = 0
• 12 + 22 = 5
• 22 + 32 = 13
• 32 + 42 = 25
• 42 + 52 = 41
• .................
• n2 + (n + 1)2 = 2n2 + 2n + 1
• Para alguns retângulos a base tem quatro centímetros a
mais que altura. Complete a tabela

• Altura (cm) Base (cm) Perímetro (cm) Área (cm)

• 1 5 12 5
• 5 9 28 45
• 8,4 12,4 41,6 104,16
• ... ... … …
• W w+4 4w + 8 w2 + 4w
• 12 = 1

• 22 = 1 + 2 + 1 = (1 + 1)2

• 32 = 1 + 2 + 3 + 2 + 1 = (1 + 1 + 1)2

• 42 =1 + 2 + 3 + 4 + 3 + 2 + 1=(1+ 1 + 1 + 1)2

• 52 =1+2+3+4+5+4 3+2 1=(1+1 + 1 + 1 + 1)2

• 42 = (1 + 1 + 1 +1)2 =

• 1+1+1+1
• x 1+1+1+1
• 1+1+1+1
• 1+1+1+1
• 1+1+1+1
1+1+ 1+1
1+2+ 3+4+3+2+1