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“NOVO”CÓDIGO FLORESTAL

e a Política de Governo
no Mato Grosso do Sul

Pedro Mendes Neto


Fiscal Ambiental
Assessor Jurídico da
Diretoria de
Desenvolvimento do
IMASUL
HISTÓRICO BRASILEIRO
Primeiro Período: de 1.500 a 1.808
INSIPIENTE

Segundo Período: de 1.808 a 1.981


FRAGMENTADO

Terceiro Período: de 1.981em diante


HOLISTICA
• 1934 – Dec. 23.793 (Getúlio Vargas)

“Approva o codigo florestal que com este baixa”

embriões da Reserva Legal e Área de


Preservação Permanente
Dec. 23.793/34 (Getúlio Vargas)

Art. 3º As florestas classificam-se em:


   a) protectoras (APP);
  b) remanescentes (parques);
c) modelo (“artificiaes”);
d) de rendimento (“as restantes”).

Art. 23. Nenhum proprietario de terras cobertas de


mattas poderá abater mais de tres quartas partes
da vegetação existente na propriedade...
RESERVA LEGAL
• 1965 – Lei 4.771 (Castello Branco)
“NOVO CÓDIGO FLORESTAL”
“Reserva Legal”

Art. 16 As florestas de domínio privado, não sujeitas ao regime de


utilização limitada e ressalvadas as de preservação permanente,
previstas nos artigos 2° e 3° desta lei, são suscetíveis de
exploração, obedecidas as seguintes restrições:

- nas regiões Leste Meridional, Sul e Centro-Oeste, esta na parte


sul, as derrubadas de florestas nativas,
nativas primitivas ou regeneradas,
só serão permitidas, respeitado o limite mínimo de 20% da área
de cada propriedade com cobertura arbórea;
- nas regiões Nordeste e Leste Setentrional, inclusive nos Estados
do Maranhão e Piauí, o corte de árvores e a exploração de florestas
só será permitida com observância de normas técnicas a serem
estabelecidas por ato do Poder Público;
RESERVA LEGAL(?) na Lei n. 4771/65
(até 1989) Na região Norte e na parte Norte da região Centro-Oeste
enquanto não for estabelecido o decreto de que trata o artigo 15, a
exploração a corte raso só é permissível desde que permaneça com
cobertura arbórea, pelo menos 50% da área de cada propriedade

(após 1989) Definição de reserva legal,


assim entendida a área de , no mínimo, 20% (vinte por cento) de cada
propriedade, onde não é permitido o corte raso, deverá ser averbada à
margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis
competente, sendo vedada, a alteração de sua destinação, nos casos de
transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento da área.
(Incluído pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)

§ 3º Aplica-se às áreas de cerrado a reserva legal de 20% (vinte  por


cento) para todos os efeitos legais. .
(Incluído pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)
• 1989 –Alteração (José Sarney)

• RL - Criação do conceito de Reserva


Legal, necessidade de averbação na
matrícula e estabelecimento de reserva
legal para o cerrado
• Passa da área com mata NA propriedade
para percentual de área DA propriedade
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
APP
REDAÇÃO ORIGINAL DA LEI 4.771/1965:
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
• ao longo dos rios ou de outro qualquer curso d'água, em faixa marginal cuja largura mínima será:

• de 5 (cinco) metros para os rios de menos de 10 (dez) m de largura;

• igual à metade da largura dos cursos que meçam de 10 (dez) a 200 (duzentos) metros de distância
entre as margens;

• de 100 (cem) metros para todos os cursos cuja largura seja superior a 200 (duzentos) metros.

+ Lagos, Lagoas, nascentes, topo de morros, inclinação, restingas, borda de tabuleiros, altitude.

CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO


APP alterada pela LEI Nº 7.511, DE
07/07/1986:
ao longo dos rios ou de outro qualquer curso d'água, em faixa
marginal cuja largura mínima será:

De 30 metros, chegando a largura do rio


quando acima de 200m!
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
ASSOCIADA AOS RIOS OU CURSOS D’ÁGUA

 ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais
alto em faixa marginal cuja largura mínima será:
(Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)
De 30 a 500metros

Nível mais alto

APP APP

CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO


A edição da Lei 4771/65 e as alterações feitas
nessa lei entre 1986 e 1989 produziram uma
significativa diferença de comportamentos
25 metros
esperados para APP e Reserva Legal.

Mínimo: Foi de 5 metros para 30 metros 400 metros


Máximo: Foi de 100 metros para 500 metros

Na “Reserva Legal” que aparentemente nada exigia para o


cerrado e somente 50% para a Amazônia, passou aos 20%
de cerrado e até 80% na Amazônia.

E nas faixas cuja ocupação era legal ao seu tempo,


Como ficam frente as restrições?

CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO


Princípio da Legalidade

Tanto na Constituição de 1988 (art. 5º, XXXIX)

Quanto no “Código Penal” Decreto-Lei n. 2.848,


de 7 de dezembro de 1940, com redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11 de julho de 1984:

Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o


defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Duas importantes vantagens da nova Lei:

- Resgata um passivo ambiental


secular; e

- Cria segurança jurídica no campo.

com Responsabilidade Ambiental


Lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012
“CÓDIGO FLORESTAL”

Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa

Substituí a Lei n. 4771, de 15 de setembro de


1965 que Institui o novo Código Florestal
Principais destaques relativos à APP
• Manutenção das métricas utilizadas na Lei 4.771/65 e incorpora
medidas para lagos, lagoas e veredas, e estabelece referencial para
demarcação da APP a partir do Leito Regular;

• Acumulações de água com menos de 1 ha dispensadas de APP;

• Topo de morros, mínimo de 100m e inclinação média maior que 25°;

• Continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de


turismo rural em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008;

• APP de reservatórios/barramentos definida no licenciamento.


com Responsabilidade Ambiental
Áreas Consolidadas em APP

Autoriza, exclusivamente, a continuidade das


atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de
turismo rural em áreas rurais consolidadas até
22 de julho de 2008, obrigando-se a:

•Imóveis de até 1 (um) módulo fiscal recomposição de 5 metros;


•Imóveis de até 2 (dois) módulos fiscais recomposição de 8 metros;
•Imóveis de 2 a 4(quatro) módulos fiscais recomposição de 15 metros;
•Imóveis de 4 a 10 módulos fiscais recomposição de 20 metros para rios
de até 10 metros de largura;
•Nos demais casos, recomposição de APP correspondente a metade da
largura do rio sendo o mínimo 30 metros e máximo 100 metros.
INOVAÇÕES

• Nos imóveis rurais com até 15 (quinze) módulos fiscais,


é admitida, nas áreas de APP de rios, lagos e lagoas a
prática da aquicultura e a infraestrutura física
diretamente a ela associada.
(OBS: a práticas sustentáveis, planos de bacia, licenciamento, CAR
e não suprimir);
INOVAÇÕES
Art. 7º Regime de Proteção das APPs
§ 1o  Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de
Preservação Permanente, o proprietário da área, possuidor ou
ocupante a qualquer título é obrigado a promover a recomposição
da vegetação, ressalvados os usos autorizados previstos nesta
Lei.

§ 3o  No caso de supressão não autorizada de vegetação realizada


após 22 de julho de 2008, é vedada a concessão de novas
autorizações de supressão de vegetação enquanto não cumpridas
as obrigações previstas no § 1o . 
RESERVA LEGAL na Lei n. 12. 651/2012
Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação
nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das
normas sobre as Áreas de Preservação Permanente, observados os
seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel:

I - localizado na Amazônia Legal:


a) 80% (oitenta por cento), em área de florestas
b) 35% (trinta e cinco por cento), em área de cerrado
c) 20% (vinte por cento), em área de campos gerais;

II - localizado nas demais regiões do País: 20% (vinte por cento).


Principais destaques relativos à Reserva Legal
Não estão sujeitos à Reserva legal:
- Empreendimentos de abastecimento público de água e
tratamento de esgoto;
- Áreas para exploração de potencial de hidroelétrica;
- Subestações ou linhas de transmissão de energia;
- Área de implantação ou ampliação de rodovias e ferrovias.

Obrigação de RL em propriedade incluída no perímetro urbano (19).

Desobriga a RL registrada no CAR de averbação na matrícula.

Permite sobreposição da RL à APP.

com Responsabilidade Ambiental


RESERVA LEGAL na Lei n. 12.651/2012

Art. 15.  Será admitido o cômputo das Áreas de


Preservação Permanente no cálculo do percentual da
Reserva Legal do imóvel, desde que:
I - o benefício previsto neste artigo não implique a conversão
de novas áreas para o uso alternativo do solo;
II - a área a ser computada esteja conservada ou em processo
de recuperação, conforme comprovação do proprietário ao órgão
estadual integrante do Sisnama; e
III - o proprietário ou possuidor tenha requerido inclusão do
imóvel no Cadastro Ambiental Rural - CAR, nos termos desta Lei.
Áreas de Uso Restrito

Nos pantanais e planícies pantaneiras é permitida


a exploração ecologicamente sustentável, devendo-
se considerar as recomendações técnicas dos
órgãos oficiais de pesquisa (condiciona novas
licenças às citadas recomendações);

Em áreas de inclinação entre 25° e 45°, serão


permitidos o manejo florestal sustentável e o
exercício de atividades agrossilvipastoris, bem
como a manutenção da infraestrutura.
Ações de Governo em MS

com Responsabilidade Ambiental


•Dispõe sobre o Cadastro Ambiental Rural de
Mato Grosso do Sul; sobre o Programa MS Mais
Sustentável, e dá outras providências.

com Responsabilidade Ambiental


O CAR-MS constitui instrumento administrativo de registro
obrigatório para todos os imóveis rurais situados em Mato
Grosso do Sul, destinado ao controle de suas obrigações
ambientais intrínsecas, assim entendidas, em especial, a
manutenção das Áreas de Preservação Permanente (APPs),
das áreas de Reserva Legal (RL) e das Áreas de Uso Restrito.

A operacionalização do CAR-MS será feita pelo IMASUL em


sistema próprio integrado ao Sistema IMASUL de Informações
Estratégicas do Meio Ambiente – SIRIEMA com mecanismos
desenvolvidos progressivamente conforme a evolução do
sistema e integração com o SiCAR contemplando mecanismos
de inscrição e analise das informações declaradas e
mecanismos de recepção de documentos digitalizados.

com Responsabilidade Ambiental


com Responsabilidade Ambiental
Nos projetos de loteamento rural, assim como
naqueles de assentamento para fins de reforma
agrária ou outros coletivos de origem pública, a
obrigação quanto à inscrição será do órgão
proponente responsável pelo projeto.

A regularidade do imóvel perante o CAR-MS será


caracterizada pela emissão digital do Certificado de
Regularidade após a validação do cadastro do imóvel.

com Responsabilidade Ambiental


com Responsabilidade Ambiental
Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de
Preservação Permanente, haverá a obrigação de recuperação da
vegetação, ressalvados os usos autorizados previstos em Lei. A
obrigação de recuperação tem natureza real, e é transmitida ao
sucessor no caso de transferência de domínio ou de posse do imóvel
e deverá ser feita mediante apresentação de PRADA pelos seguintes
métodos:

I - condução de regeneração natural de espécies nativas;


 
II - plantio de espécies nativas;
 
III - plantio intercalado de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo
longo, exóticas com nativas de ocorrência regional, em até 50% da
área total a ser recomposta, no caso dos imóveis da agricultura
familiar e nos demais com até 4 (quatro) módulos fiscais onde sejam
desenvolvidas atividades agrossilvipastoris.

com Responsabilidade Ambiental


O proprietário ou o possuidor de imóvel rural que detinha,
em 22 de julho de 2008, área apta para Reserva Legal, em
extensão inferior a 20% da área total do imóvel, poderá
regularizar sua situação, independentemente de adesão ao
Programa MS Mais Sustentável, adotando as seguintes
alternativas, isolada ou conjuntamente:
 
I - permitir a regeneração natural da vegetação na área de
Reserva Legal;

II - recompor a Reserva Legal;


 
III - compensar a Reserva Legal.

com Responsabilidade Ambiental


A compensação poderá ser feita mediante:
 
I - aquisição de Cota de Reserva Ambiental Estadual (CRAE),
integrante de Título de Cotas de Reserva Ambiental Estadual
(TCRAE);
 
II - doação ao poder público de área localizada no interior de Unidade
de Conservação de domínio público pendente de regularização
fundiária;
 
III - arrendamento de área, sob regime de servidão ambiental ou de
Reserva Legal;
 
IV - cadastramento de outra área equivalente e excedente à Reserva
Legal, em imóvel de mesma titularidade ou adquirida em imóvel de
terceiro, com vegetação nativa estabelecida, em regeneração ou
recomposição, desde que localizada no mesmo bioma.
com Responsabilidade Ambiental
PRA - PROGRAMA MS MAIS SUSTENTÁVEL

Tem por objetivo proporcionar apoio à


regularização ambiental de imóveis rurais com
passivos ambientais em Área de Preservação
Permanente, de Reserva Legal ou de Áreas de
Uso Restrito, com vistas a uma maior
sustentabilidade socioeconômica e ambiental de
Mato Grosso do Sul.

com Responsabilidade Ambiental


 

São instrumentos do Programa MS Mais


Sustentável:
 
I - o Cadastro Ambiental Rural de Mato Grosso do Sul
(CAR-MS), conforme disposto no Capítulo II deste Decreto;
 
II - os termos de compromisso;
 
III - o Projeto de Recomposição de Área Degradada ou
Alterada (PRADA);
 
IV - a compensação de Reserva Legal.

com Responsabilidade Ambiental


 

Os custos de análise das informações inerentes ao CAR-


MS estão a seguir dispostos:
 
I - para propriedade ou posse rural com área de até 4
(quatro) módulos fiscais, incluídas aquelas descritas no
inciso XXVIII do art. 2º deste Decreto: isento;
 
II - para propriedade ou posse rural com área superior a 4
(quatro) até 15 módulos fiscais: 10 (dez) UFERMS;
 
III - para propriedade ou posse rural com área superior a
15 módulos fiscais: 20 (vinte) UFERMS.

com Responsabilidade Ambiental


Os custos de análise para emissão de TCRAE são os
seguintes:
 
I - para propriedade ou para posse rural com área de até 4
(quatro) módulos fiscais, incluídas aquelas descritas no
inciso XXVIII do art. 2º deste Decreto: isento;
 
II - para propriedade ou para posse rural com área superior
a 4 (quatro) até 15 módulos fiscais: 5 (cinco) UFERMS;
 
III - para propriedade ou para posse rural com área
superior a 15 módulos fiscais: 10 (dez) UFERMS.

com Responsabilidade Ambiental


MUITO OBRIGADO

PEDRO MENDES NETO


Coordenador de Normatização
Diretoria de Desenvolvimento do IMASUL
supema@semac.ms.gov.br
pneto@imasul.ms.gov.br
3318 5712
3318 5617
MATO GROSSO DO SUL
• Extensão territorial:
• 357.125,96 km²
• 78 municípios
• População:
• 2.297.981
• Densidade Demográfica:
• 6,42 habitantes / Km²
• Duas Bacias Hidrográficas
Principais:
• Paraguai e Paraná

com Responsabilidade Ambiental


com Responsabilidade Ambiental

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