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B.

Maurice Merleau-
Ponty: a fenomenologia
da percepção
3ª série A
Frei Everton
Maurice Merleau-Ponty (1908-1961)
 Influência das teses de Edmund Husserl (fenomenologia – suspensão completa da
atitude natural - juízos) e de Martin Heidegger (dasein – ser aí - ser no mundo).

É necessário ir além dos relatos científicos, pois eles:


1. Aspiram à completa objetividade;
2. Com enunciados que se pretendem acima da experiência individual;
3. O mundo é visto sob o prisma científico (universal, isento das condições
históricas, culturais, subjetivas) – a “visão de Deus”;
4. As relações humanas se resumem às ideias de causa-efeito.
5. Questiona a posição atribuída pela cultura moderna e
contemporânea à ciência;
6. O teor objetivista do discurso científico não é
adequado para pensar a experiência humana, anterior à
ciência;

Para o filósofo: a experiência humana realiza-se como um


conjunto de percepções situadas em horizontes
delimitados, como percepções de sujeitos posicionados
em pontos particulares do espaço, do tempo e do mundo.
 É preciso um retorno à experiência humana direta, anterior à
produção de sistemas explicativos sobre a realidade.

 A experiência humana desenvolve-se em um horizonte de


sujeitos historicamente encarnados, inseridos em um mundo
físico, social e cultural.

 Sua fenomenologia compromete-se com a descrição da


existência humana no mundo, reivindicando a ultrapassagem
das construções científicas em direção a nossas experiências
pré-reflexivas.
 O significado das coisas não existe previamente no interior dos seres humanos nem
na exterioridade dos objetos, mas sim em nossas relações com o mundo.

 Esse envolvimento da humanidade com o mundo não é prioritariamente intelectual:


é prático, emocional, imaginativo, estético, econômico.

 O sujeito que percebe está no mundo, sofre as ações do mundo e age sobre o
mundo.

 As demandas biológicas dos corpos humanos são vividas subjetivamente, os


movimentos corporais têm significados específicos para aqueles que os executam.

Os seres humanos são, simultaneamente, sujeitos e objetos.


Tese: SOMOS SERES CORPORIFICADOS:
 pertencemos às leis da biologia, da física e da química, entretanto, como sujeitos,
possuímos uma experiência subjetiva de mundo, construída por perspectivas
individuais, interesses específicos e valores socioculturais.

 subjetividade incorporada --- caráter intencional do comportamento humano


(comportamento humano não é simples consequência lógica de fenômenos naturais,
mas sim um movimento internamente dirigido e orientado por algum propósito,
voltado para significados).

Os seres humanos projetam suas possibilidades no mundo.


Os seres humanos são seres destinados ao mundo, são seres no mundo.
O mundo é sempre um mundo para alguém.
O eu, então, não é uma substância fixa e definitiva: é subjetividade em transformação,
que se desenvolve no horizonte da temporalidade.

Sobre a ARTE, ver apostila pág. 222.

Liberdade e temporalidade.

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