Você está na página 1de 61

CISTO ÓSSEO

UNICAMERAL
DEFINIÇÃO

 “Cavidade unicameral, cheia de fluido claro ou


sangüíneo e revestida por membrana de espessura
variável (tecido conjuntivo vascular frouxo),
apresentando células gigantes osteoclásticas dispersas e,
às vezes, áreas de hemorragia recente ou antiga ou
fissuras de colesterol.”

 Literatura antiga: Osteitis fibrosa, Osteiti fibrosa cistica


localizata, Osteodistrofia fibrosa localizada
EPIDEMIOLOGIA
 Comuns da infância
 Lesão de desenvolvimento ou reativa “pseudotumor”
 85% ocorrerem nas duas primeiras décadas
 Pico 4-10 anos
 2m: 1f
 + comuns no úmero e fêmur proximais
 Em adultos, o ílio e calcâneo
 Mais ativos durante crescimento
 Normalmente curam espontaneamente na maturirade
 Assintomáticos
 2/3 se apresentam com fx patol., que podem
estimular o cisto para curar
 Raramente fraturam em ossos chatos
CARACTERÍSTICAS E
PATOGÊNESE
 Inicia como uma lesão metafisária próxima à fise; com o
tempo, parece se mover em direção à diáfise

 Benigno ativo ( B2) se até 1cm da fise, e latente (B1) se


mais distante

 Patogênese desconhecida
 Mais aceito: defeito focal no remodelamento metafisário
bloqueia a drenagem do flúido intersticial
 Ocorre aumento da pressão, com necrose óssea focal e
acúmulo de flúido
CARACTERÍSTICAS E
PATOGÊNESE
 Conteúdo do cisto:
 Prostaglandinas, radicais de oxigênio livre,
interleucinas, citocinas e metaloproteinases
 Todas as quais podem contribuir para reabsorção
óssea
 Macroscópicamente: fluido seroso amarelo claro (a
menos que sangramento por fratura)
 Membrana fibrosa com <1mm no revestimento,
principalmente composta por fibroblastos
 Profunda a ela, parede consiste em fragmentos de
osso imaturo, células gigantes semelhantes à
osteoclastos, células mesenquimais e ocasionalmente
linfócitos
RADIOGRAFIA
 Lesão puramente lítica
 Metafisária central
 Margem bem delimitada
 Pode expandir concentricamente (afilamento cortical),
mas nunca penetra o córtex
 Espículas ósseas na cortical interna podem dar aspecto
multiloculado
 Sem reação periosteal (a menos que fratura presente)
 Sinal da trabécula/folha caída (20%) é patognomônico
 Fratura de fragmento cortical caido na base da lesão
RADIOGRAFIA
RADIOGRAFIA
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

 Tumor Células Gigantes


 Cisto Ósseo Aneurismático

 Granuloma eosinofílico – coluna ( vertebra plana Calve)

 Displasia fibrosa – vidro fosco

 Tu. Marrom de hiperparatireoidismo

 Lipoma intraósseo
TRATAMENTO
 Objetivo: evitar fratura patológica (principalmente nos
MMII)

 Pequenas lesões assintomáticas no MMSS


 Observação com radiografias seriadas

 Lesões maiores (com risco de fratura patológica) e


sintomáticas, ou no MMII
 Curetagem ( +- enxerto ou fixação interna)
 Aspiração e injeção ( CTC, aspirado de medula óssea,
matriz óssea desmineralizada, hidroxiapatita de alta
porosidade, sulfato de cálcio…)
TRATAMENTO

 Fratura patológica nos MMSS


 Podem ter tratamento conservador -> estimula a
“cura” do cisto

 Fratura no femur proximal


 Curetagem + enxerto + fixação interna

 Hastes flexíveis
 Uso no fêmur e úmero para fornecer estabilidade
precoce, diminuindo necessidade de gesso
TRATAMENTO
 Uso de corticóide (técnica de Staglietti)
 Inicio do uso em meados de 1970 para diminuir
recorrência da curetagem + enxerto (era 50%)
 Injeção com agulha, auxiliado com fluoroscopia
 Coloca 2ª agulha para drenar

 Diagnostico é confirmado com a saída de fluido com cor


de palha
 Injeção de 80-200mg de metilprednisolona
 Efeito antiprostaglandina

 Diminuição da pressão

 Seausência de sinais de cura em 2 meses, repetir


 90% de sucesso com a técnica
TRATAMENTO
 Outros materiais para tratamento percutâneo -> estudos não
mostram superioridade entre as técnicas

 Fatores de pior prognostico no tratamento percutâneo


 Aparência multiloculada
 Grandes cistos
 Lesão radigraficamente ativa
 Paciente < 10 anos

 Se 3 injeções sem cura -> curetagem + enxerto


CISTO OSSEO ANEURISMATICO
DEFINIÇÃO
 “Lesão osteolítica expansiva que consiste em espaços
cheios de sangue, de tamanho variado, separados por tec.
conjuntivo com trabéculas de tecido ósseo ou osteóide e
cel. gigantes osteoclásticas”

 Lesões reativas do osso preenchidas de sangue e


localmente destrutivas
 Não são consideradas neoplasias verdadeiras

 Benigna ativa ou agressiva ( B2 ou B3)


EPIDEMIOLOGIA

 Local mais comum -> úmero proximal, fêmur distal,


tibia proximal e coluna
 Lesões vertebrais (15-20%) – nos elementos
posteriores, com frequente expansão para o corpo
vertebral e níveis adjacentes

 Maioria em pacientes abaixo de 20 anos

 Leve predominância no sexo feminino


CLÍNICA

 Dor leve a moderada, presente por semanas / alguns


meses

 Pode ocorrer crescimento rápido, simulando malignidade

 Lesões espinhais podem causar déficit neurológico ou


dor radicular
EXAMES DE IMAGEM
 Radiografia
 Lesão lítica expansiva
 Eleva o periósteo, mas se
mantém contida por uma fina
camada de osso cortical
 Margens bem definidas ou
aparência permeativa que
simula malignidade
 Região metafisária, excêntrica
EXAMES DE IMAGEM
 RX – 3 estágios progressivos:

 1) Lesão restrita ao osso esponjoso, sem atingir cortical


 Lesão arredondada e centralizada na metáfise
 2) Lesão excêntrica, afila e insufla cortical
 Atinge periósteo – “bolas de sabão”
 Area insuflada – “casca de ovo”
 Pode ter reação periosteal : casca de cebola e triângulo de Codman

 3) Lesão se expande
 Osso cortical é destruído
 Invade tecidos moles
 Fratura é comum nessa fase
EXAMES DE IMAGEM
 Cintilografia
 Aumento da captação difusa ou periférica, com área central de
menor captação
 TAC
 Útil na caracterização do cisto em áreas com anatomia complexa
-> coluna ou pelve
 Halo ósseo ao redor da lesão pode ser identificado
 RNM
 Cavidades multiloculadas e nível flúido
 Para diferenciar simples x aneurismático
 Presença de nível fluido de dupla-densidade e septação

intralesionais -> aneurismático


 Biópsia: geralmente se consegue apenas coágulos. Deve-se retirar
fragmentos das paredes internas da lesão
EXAMES DE IMAGEM
PATOGÊNESE
 Pode aparecer de novo (primária), porém áreas
semelhantes ao cisto ósseo aneurismático são
encontradas em
 TCG, condroblastoma, osteoblastoma, displasia
fibrosa, fibroma não-ossificante, fibroma
condromixóide

 É resultado de um distúrbio circulatório local, com


aumento da pressão venosa e produção de hemorragia
local
 Cavidade com espaços septados cheios de sangue,
envolta por uma fina camada óssea coberta por
periósteo
MICROSCOPIA – SEMELHANTE AO TCG
 Tecido hemorrágico com espaços
cavernosos separados por
estroma celular
 Bordos das cavidades ->
fibroblástos e histiócitos
comprimidos
 Outros achados: macrófagos
carregados com hemossiderina,
céls. inflamatórias crônicas, céls.
gigantes multinucleadas
 Variante sólida -> granuloma
reparativo de céls. gigantes
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

 Granuloma eosinofílico - benigno

 Osteoblastoma agressivo - agressivo

 Cisto ósseo simples - benigno

 Osteossarcoma telangectásico - maligno

 TCG – benigno agressivo


DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Cisto Ósseo Simples Cisto Ósseo Aneurismático

 lesão solitária  lesão excêntrica


 central  aspecto insuflado

 pouca expansão do osso  reação periosteal

 sem reação periosteal

 sem extensão para partes


moles
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
TRATAMENTO
 Curetagem estendida + enxerto (ósseo ou substituto)
 Nao usar cimento como adjuvante

 Grande sangramento -> usar garrote

 Ressecção marginal ocasionalmente indicada em lesões em


ossos expansíveis

 Coluna e pelve
 Embolizar previamente para evitar sangramento
TRATAMENTO
TRATAMENTO
 Opções

 Se curetagem extremamente difícil


 Embolização arterial pode ser tratamento definitivo

 Radioterapia
 Método efetivo com baixa dose, levando a ossificação
rápida
 Não usada de rotina -> risco de transformação maligna
RECORRÊNCIA
 10-20% após curetagem

 Maior risco
 Idade <15 anos
 Cistos com localização central
 Remoção incompleta do conteúdo do cisto

 Abordagem da recorrência é igual a da lesão primária


CISTO GANGLIÔNICO
CISTO GANGLIÔNICO

 Extremidades dos ossos longos: tíbia distal, embora o joelho e


ombro são outras áreas comuns.
 Homens , meia-idade

 Esses cistos são considerados extensões intraósseos de


gânglios dos tecidos moles locais.
 Uni ou multiloculados, bem delimitados, líticos
com uma borda fina de osso esclerótico
 Pode ter contiguidade com a articulacao

 Tratamento de lesões sintomáticas é de excisão local e


curetagem do osso envolvido.
 A recorrência é incomum
 243-O cisto ósseo aneurismatico tem quadro histológico
semelhante ao tumor de células gigantes.
VAMOS TREINAR
LINDOS???
 CERTO
 Áreas mais sólidas do cisto ósseo aneurismático podem
ser mais celulares com células gigantes multinucleadas,
estroma fibroso e macrófagos co hemossiderina,
assemelhando-se ao tumor de células gigantes.
 O diagnóstico histológico deve se basear no estudo das
áreas que nao foram modificadas por extensa hemorragia
e por fenomenos de necrose ou fibrose cicatricial.
 240- O cisto ósseo aneurismático é uma lesao
pseudotumoral que pode ocorrer de forma isolada ou
concomitante com outros tumores como: fibroma
condromixóide, condroblastoma , tumor gigantocelular e
osteosarcoma telangectásico.
 CERTO
 O cisto ósseo aneurismático é uma lesao pseudotumoral
que ocorrem em criancas, adolescentes e adultos jovens.
Em alguns casos, a análise histológica do tumor revela
apenas os componentes tradicionais do cisto ósseo
aneurismático( tabiques de tecido conjuntivo com grande
quantidade de células gigantes, fragmentos de osso ou
osteóide e cheios de sangue). No entanto, algumas outras
lesoes, como por exemplo o granuloma eosinófilo, o tumor
de celulas gigantes, o osteoblastoma e a displasia fibrosa
podem apresentar áreas de cisto ósseo aneurismático.
 211- No tratamento cirurgico do cisto ósseo simples, a
curetagem da parede adjacente a placa cartilaginosa deve
ser evitada.
 CERTO
 No passado os cistos que faziam contato com uma fise
eram chamados ativos e os que apresentavam uma
incidencia maior de recidiva maior após tratamento do
que aqueles separados da fise por osso normal,
chamados cistos inaticos.O distúrbio do crescimento
pode ocorrer independentemente de o cisto ser ou nao
tratado, porem a curetagem da parede adjacente a placa
cartilaginosa poderá lesar as celulas da cartilagem de
crescimento e resultara em disturbio de crescimento.
 466 – Qual das alternativas abaixo nao representa um
dos possiveis tratamentos para cisto osseo simples?
 a-observação

 b-ressecção com margem oncologica

 c-aspiração e injeção metilprednisolona

 d-parafuso canulado pra drenagem continua


 466 – Qual das alternativas abaixo nao representa um
dos possiveis tratamentos para cisto osseo simples?
 a-observação

 b-ressecção com margem oncologica

 c-aspiração e injeção metilprednisolona

 d-parafuso canulado pra drenagem continua


 no tto do cisto osseo simples , a conduta é em geral
expectante. A intervenção cirurgica é indicada qdo ha
risco de fx. Consiste em curetagem cuidadosa de toda
superficie interna do cisto e preenchimento com enxerto.
Resultados favoraveis tem sido obtidos com injeção ctc,
metodo introduzido por Scaglietti.
 Taro 2007
 67. Lesão lítica na metáfise distal do fêmur, insuflativa,
excêntrica, de crescimento rápido, com aspecto
radiográfico tipo “favo de mel”, em paciente jovem, é
sugestiva de
 a) tumor de células gigantes.

 b) fibroma condromixóide.

 c) cisto ósseo aneurismático.

 d) condroblastoma.
 Taro 2007
 67. Lesão lítica na metáfise distal do fêmur, insuflativa,
excêntrica, de crescimento rápido, com aspecto
radiográfico tipo “favo de mel”, em paciente jovem, é
sugestiva de
 a) tumor de células gigantes.

 b) fibroma condromixóide.

 c) cisto ósseo aneurismático.

 d) condroblastoma.
 Taro 2008
 88. Questão: O cisto ósseo unicameral apresenta em seu
interior altos níveis de
 

 A) PGE (prostaglandina E).

 

 B) BMP (bone morphogenetic protein).

 

 C) IGF (insulin-like growth factor).

 

 D) TGF (tissue growth factor).


 Taro 2008
 88. Questão: O cisto ósseo unicameral apresenta em seu
interior altos níveis de
 

 A) PGE (prostaglandina E).

 

 B) BMP (bone morphogenetic protein).

 

 C) IGF (insulin-like growth factor).

 

 D) TGF (tissue growth factor).


 Taro 2009
 33. O diagnóstico mais provável da lesão tumoral
epifisária no esqueleto maduro é
 A) cisto ósseo aneurismático.

 B) encondroma.

 C) condroblastoma.

 D) tumor de células gigantes.


 Taro 2009
 33. O diagnóstico mais provável da lesão tumoral
epifisária no esqueleto maduro é
 A) cisto ósseo aneurismático.

 B) encondroma.

 C) condroblastoma.

 D) tumor de células gigantes.


 Dentre as lesoes tumorais benignas agressivas do
esqueleto, o tcg tem como principal caracteristica a
apresentação de lesoes situadas excentricamente nas
epifises dos ossos longos em adultos, sendo muito raro
em pctes imaturos. Sao lesoes puramente liticas e q
frequentemente rompem a cortical. O condroblastoma
tambem afeta a reg epifisaria, porem tipicamente em
esqueleto imaturo. O cisto osseo aneurismatico nao tem
uma localização preferncial e o encondroma situa-se de
preferencia nos pequenos ossos tubuloares de maos e
pes, em situação central.
 Taro 2011
 57 - Para o tratamento do cisto ósseo simples, o método
proposto por SCAGLIETTI consiste na
 A) curetagem simples.

 B) ressecção em bloco.

 C) curetagem seguida de enxertia óssea.

 D) injeção intralesional com corticosteroides.


 Taro 2011
 57 - Para o tratamento do cisto ósseo simples, o método
proposto por SCAGLIETTI consiste na
 A) curetagem simples.

 B) ressecção em bloco.

 C) curetagem seguida de enxertia óssea.

 D) injeção intralesional com corticosteroides.


 Alguns autores, visando diminuir as taxas de recorrência,
têm proposto novas técnicas, como a injeção local de
corticosteróides após esvaziamento do conteúdo cístico,
com bons resultados (Técnica de Scaglietti - 1976)
 Teot 2010
 41. os locais mais comuns do cisto osso simples:

 A)prox femur e distal umero

 B)prox femur e prox umero

 C)distal femur e prox umero

 D)distal femur e distal umero


 Teot 2010
 41. os locais mais comuns do cisto osso simples:

 A)prox femur e distal umero

 B)prox femur e prox umero

 C)distal femur e prox umero

 D)distal femur e distal umero


 Teot 2010
 42. a caracteristica histologica do cisto osseo
aneurismatico é predominantemente:
 A) celular

 B)vascular

 C)fibroso

 D)epitelial
 Teot 2010
 42. a caracteristica histologica do cisto osseo aneurismatico é
predominantemente:
 A) celular

 B)vascular ?

 C)fibroso

 D)epitelial

 LESÃO OSTEOLITICA EXPANSIVA QUE CONSISTE EM


ESPAÇOS CHEIOS DE SANGUE, DE TAMANHO
VARIADO, SEPARADOS POR TEC. CONJUNTIVO COM
TRABECULAS DE TECIDO ÓSSEO OU OSTEÓIDE E CEL.
GIGANTES OSTEOCLASTICAS

Você também pode gostar