Promover a LEIT UR A

A leitura serve para inventar o

mundo
A Biblioteca
do
Avô
Segundo se dizia por aquelas bandas, tinha sido o avô de Nimbo –
um homem que sabia muitas coisas importantes que mais ninguém
sabia – a primeira pessoa a tratá-lo por esse nome tão invulgar.
 Constava que, no dia em que o rapazinho nascera, o céu
estava carregado de nuvens cinzentas a prometerem chuva – e,
essas nuvens, explicara o avô, chamavam-se precisamente
“nimbos”.

E porquê? Ora, por ele

andar sempre com a

cabeça nas nuvens!

 A mãe achava
que era tudo culpa do
avô, que metia na
cabeça do rapazinho
histórias
fantásticas de
lugares
distantes…
 Aprender a ler não fez
com que Nimbo
deixasse de andar com
a cabeça nas
nuvens.
Nimbo aprendeu as primeiras letras
do alfabeto num abrir e fechar de
olhos e começou logo a pedir

mais, mais!
Os textos que lia na escola falavam de mundos que ele não
conhecia, mundos muito diferentes da sua aldeia…
 Começaram
as férias
grandes!
Para dizer a
verdade, Nimbo não as
achou apenas grandes,
achou-as ENORMES. Dois meses
sozinho: sem os
amigos, sem o avô,
numa aldeia que
conheço de cor e
salteado.
No dia em que a professora se despediu de Nimbo,
ele passou a tarde
a caminhar pelo campo…
 Estava cansado da planície amarela que
teimava em estender-se diante dos seus olhos.
 r
- Oh! Como queria ver o ma de
que tanto ouço falar! Ou uma
l
co ina com os rebanhos, ou uma

mont anha alta com os

cumes de neve, ou uma cidade
mesmo que não fosse com muita
gente…

Suspirou outra vez!

Também estava cansado daquele silêncio. Se o

silêncio tivesse uma cor seria amarelo, com certeza.
Um riso bonito arrancou-o àquela cegueira. Era
Rochinha, que parara à sua frente e lhe fazia sombra.

e a
s t
v e
s ti ir?
E r m
do
Estive foi a sonhar…
Sabes?
Tenho muitas saudades do
avô.

Ela sorriu.
 A irmã sentou-se ao seu lado e

abraçou-o
l o n g a m e n t e.
Estava um calor tórrido, o SOL ardia,
mas aquele abraço, ainda assim, sabia tão
bem.
Não fiques triste, vou contar-

te um seg redo…

Um Segredo
?!!!
Dá-me a tua mão e vem daí…
 No quarto, ajoelhou-se no
soalho, soltou os ferrolhos da arca
velha que estava aos pés da cama
do avô e, com todos os cuidados
que requerem os mais valiosos
objectos do mundo…
 … retirou dela, um a um, muitos livros…

Livros onde havia centenas de histórias sobre o mar, e uma com colina e
uma montanha mágica que tocava a Lua, e muitas… muitas cidades que
o silêncio não se atrevia a visitar.
 O livro é o bater do
coração da Biblioteca do Avô.
… nunca mais
se esqueceu
de que
aquelas férias
cheias de

livros
foram as
melhores
férias da
sua vida.
 VEM DAÍ!...

Um Livro é…
um amigo,
uma aventura,
uma viagem,
um sonho,
um sorriso,
uma janela para o
MUNDO …