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CURRÍCULO TEORIA E PRÁTICA

PROFA. DRA. MERCÊS COSTA

AULA 2
ESTÁCIO
ANANINDEUA
“O currículo é lugar, espaço, território.

O currículo é relação de poder.

O currículo é trajetória, viagem, percurso.

O currículo é autobiografia, nossa vida, currículum vitae:


no currículo se forja a nossa identidade.

O currículo é texto, discurso, documento.

O currículo é documento de identidade”

(Tomaz Tadeu da Silva, 2004)


CURRICULUM =
ORIGEM E ABRANGÊNCIA
CURSO, PERCURSO,
ATO DE CORRER
(modo e forma de fazer)

(vem do latim)
 Por que as escolas foram criadas?
 Quando se inicia (idade)a ida à escola?
 Quem deve ir a escola?
 O que se faz na escola?
 Quanto tempo ficamos (dias, anos) na escola?
 O que fazemos na escola?
 O que acontece se uma criança não vai à escola?
 O que aconteceria com a sociedade se não houvesse escola?
 O que significa respeito à diferença na escola?
 O que acontece se um aluno não alcança as expectativas
colocadas pela escola?
 Escola tem relação com indústria/mercado? Por quê?
TEORIAS
TRADICIONAIS
TEORIAS
DO TEORIAS
CURRÍCU CRÍTICAS
LO
TEORIAS
PÓS-CRÍTICAS
TEORIAS
TRADICIONAIS
DO
CURRÍCULO
CARACTERÍSTICAS
TRADICIONAIS

 Ensino humanístico de cultura geral


 Centra-se na essência do intelecto, no
conhecimento; homem constituído por
uma essência imutável
 Ensino de caráter verbalista, autoritário e
inibidor da participação do aluno
 Conteúdos enciclopédicos,
descontextualizados
 Valorização do conteúdo, do aspecto
intelectual, da disciplina
TRADICIONAIS  6. Educação centrada no professor, que deve
dominar os conteúdos
 Ensinar é repassar conhecimentos
 Aprendizagem é modificação de desempenho
 Ensino é processo de condicionamento /
reforço da resposta, através da mecanização do
processo
 Behaviorismo, comportamentalismo,
ambientalismo
 Não há preocupação com os processos de
TRADICIONAIS aprendizagem, mas com o resultado e produto
desejado
 Criança / aluno: capacidade de assimilação igual
a de adulto, porém menos desenvolvida
 A aprendizagem é receptiva, mecânica, sem
considerar as
 O aluno/a é educado/a atingir pelo próprio
esforço sua plena realização pessoal
(competitividade)
 Busca-se a eficiência, eficácia, qualidade,
racionalidade, produtividade na escola, que deve
funcionar como uma empresa
ESCOLA: realizar a preparação moral e
TRADICIONAIS intelectual dos indivíduos para assumirem
seu lugar na sociedade de trabalho (e de
consumo). Preocupação com aprendizagem,
notas, mensuração.
CONTEÚDO: conhecimentos verdadeiros
acumulados pela sociedade.
AVALIAÇÃO: aspectos quantitativos,
memorização, produtividade.
PROFESSOR: centro do saber, relação
autoritária, técnica e disciplina.
ALUNO: tábula rasa, passivo
https://www.youtube.com/watch?v=YR5ApYxkU-U

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TEORIAS
CRÍTICAS
DO
CURRÍCULO
Concepção de sociedade
CRÍTICAS

• a sociedade é dividida em classes antagônicas


que sob a forma de luta de classes opõe
burguesia ao proletariado

• é uma luta que se trava nas relações de


produção, que são relações de exploração
• discute que a educação é um instrumento de
discriminação social, na medida que reforça e
legitima a marginalização cultural escolar

• escola cumpre seu papel no processo de


reprodução do capitalismo
Conceitos
CRÍTICAS

1) Violência simbólica: os grupos e classes


dominantes controlam os significados
culturalmente legítimos e socialmente mais
valorizados. capital cultural (Bourdieu)
2) Aparelhos Repressivos do Estado:
polícia, tribunais, prisões...
3) Aparelhos Ideológicos do estado
igreja, escola, mídia...
A escola é dividida em duas grandes
redes

 Rede PP= primário =profissional, destinada aos


trabalhadores;
Rede SS = secundário superior, destinada à burguesia
Corresponde à divisão na sociedade capitalista; explicita os
mecanismos de funcionamento da escola capitalista e como
esta se constitui; põe em evidência o comprometimento da
educação com os interesses da classe dominante
CARACTERÍSTICAS

1. Crítica aos processos de convencimento,


adaptação e repressão da hegemonia
dominante
2. Contraposição ao empiricismo e ao
pragmatismo das teorias tradicionais
3. Crítica à razão iluminista e racionalidade
técnica
4. Crítica à escola como reprodutora da
hegemonia dominante e das desigualdades
sociais. (Michael Apple)
 Escola Francesa: teoria da reprodução
cultural - “capital cultural”. o currículo da
escola está baseado na cultura e na
linguagem dominante, transmitido através
do código cultural (Bourdieu e Passeron)
 Escola de Frankfurt : crítica à racionalidade
técnica da escola “pedagogia da
possibilidade”- da resistência: currículo
como emancipação e libertação (Giroux e
Freire)
 Currículo oculto = crítica à reprodução não
expressa no currículo oficial, mas
manifestada pelas relações sociais na e da
escola
 Currículo como conjunto das atividades
nucleares da escola – recuperação da
especificidade da função social da escola e do
papel do conteúdo historicamente
sistematizado e construído pelo conjunto da
humanidade.
Escola: Espaço socializador dos conhecimentos e
saberes universais; local de articulação entre o ato
político e o ato pedagógico
Conteúdo: conteúdos culturais universais que são
incorporados pela humanidade frente à realidade
social
Avaliação: meio de obter informações sobre o
desenvolvimento da prática pedagógica, para a
reformulação /intervenção dessa prática e dos
processos de aprendizagem
Professor-aluno: relação interativa, ambos são
sujeitos ativos na caminhada da aprendizagem.
Aluno é participante ativo.
https://www.youtube.com/watch?v=XFXg7nEa7vQ

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TEORIAS
PÓS-CRÍTICAS
DO
CURRÍCULO
Contexto das
Teorias pós- críticas

Movimento intelectual que proclama que estamos


vivendo uma nova época histórica=a pós-
modernidade

Não representa uma teoria coerente, unificada, mas


um conjunto variado de perspectivas, abrangendo
uma diversidade de campos políticos, estéticos,
epistemológicos
EM TERMOS SOCIAIS

Tem como referência uma oposição ou transição


entre a modernidade
( iniciada com a renascença e consolidada com o
iluminismo)
e a pós-modernidade
( iniciada em algum ponto da metade do século xx)
IDÉIAS DE RAZÃO, CIÊNCIA,
RACIONALIDADE, PROGRESSO
CONSTANTE,
Estão intimamente ligadas ao tipo de sociedade que
se desenvolveu nos séculos seguintes

Não estabelecerem um sociedade perfeita do sonho


iluminista

Pesadelo de uma sociedade totalitária,


burocraticamente organizada
Com Lacan e Freud ,
o sujeito é fundamentalmente fragmentado
e não é o centro das ações sociais.

Ele não pensa, não produz,


ele é pensado, e produzido
ele é dirigido a partir do exterior, pelas
estruturas,
pelas instituições, pelo discurso

Privilegia a mestiçagem, o hibridismo, de


culturas e estilos de vida
Ideia de “mudança de paradigmas”

Crítica aos padrões considerados “rígidos” da


modernidade

Rompimento à lógica, positivista, tecnocrática


e racionalista.

Tentativa de dar voz aos subalternos excluídos


de uma sistema totalizante e padronizado

Superação das verdades absolutas


O currículo existente é
linear, sequencial, estático;
sua epistemologia é realista e objetivista;
é disciplinar e fragmentado, rigidamente separado
entre o conhecimento científico
e o conhecimento do cotidiano,
segue fielmente as grandes narrativas das ciências,
tomadas como verdades.
As teorias pós-críticas
desconfiam profundamente dos impulsos
emancipadores e libertadores da teoria crítica,
que se fundamenta na vontade de domínio e
controle da epistemologia moderna.
Se constituem um ataque à própria ideia de
educação.
Enfatizam a indeterminação, a incerteza no
conhecimento
Os significados são culturais e socialmente
produzidos, envoltos em relações de poder
Questionamento de significados
“transcedentais” ligados à religião, política,
ciência...
buscando onde, quando, por quem foram
inventados
DESCONTRUÇÃO DOS BINARISMOS QUE
CONSTITUEM O CONHECIMENTO
MACHO / FÊMEA;
BRANCO / NEGRO;
CIENTÍFICO / NÃO CIENTÍFICO
Discussão das atuais e rígidas separações
curriculares
entre as diversas
áreas do conhecimento.
CURRÍCULO COMO DISCURSO

Não toma a realidade tal como ela é e sim como


o que os discursos sobre elas dizem como ela
deveria ser: representações

A realidade não pode ser concebida fora dos


processos linguisticos de significação e
relações de poder
O que as
Teorias Pós- Criticas não respondem?

FRAGMENTAÇÃO DAS RELAÇÕES SOCIAIS


RELATIVIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS
PRIMAZIA DA AMBIGUIDADE E DA INDETERMINAÇÃO
– INSUFICIENTE PARA SE CAPTAR O REAL
HIBRIDISMO DE CONCEPÇÕES RELATIVIZAM AS
POSSIBILIDADES DE COMPREENDER O REAL EM SUA
TOTALIDADE
NÃO HÁ O REAL PARA SE FAZER A CRITICA
 NÃO HÁ CONHECIMENTO PARA SER SISTEMATIZADO
INSUFICIENTE PARA SER “TRANSFORMADOR”
PODE CONTRADITORIAMENTE SER EMANCIPADOR E
REACIONÁRIO.
Escolas Inovadoras
https://www.youtube.com/watch?v=G29xn
dqylW0
Projeto Âncora
https://www.youtube.com/watch?v=kE6Ml
nwML8Y

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