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COMO FAZER UM DESENVOLVIMENTO PARA

A REDAÇÃO

AULA DE REDAÇÃO – 26/09/2021


COMO FAZER UM DESENVOLVIMENTO PARA
A REDAÇÃO
• Estamos entrando na parte que mais precisa
de estudo na redação, o desenvolvimento.
Sem dúvidas, ele é o centro das atenções, o
fragmento que mais possui critérios de
avaliação. Por isso, é fundamental que você
saiba como fazer um desenvolvimento para
garantir uma excelente nota.
O que um desenvolvimento não deve conter
• O desenvolvimento não pode ser uma continuidade
da introdução. Esses dois têm uma relação íntima,
mas independente. Como assim?
• Isso significa que, ao começar o desenvolvimento, é
como se estivéssemos começando o texto
novamente. Nunca devemos iniciá-lo com os termos:
• Por causa disso… Com isso… Baseado nisso… Dessa
maneira…etc.
Podemos fazer um teste simples para ver se o
desenvolvimento está sendo uma
continuidade da introdução. É o seguinte: se
cortássemos a introdução fora, o texto ficaria
sem sentido? Se a resposta for sim, fizemos
uma dependência entre eles. Vamos ver isso
com um exemplo. Digamos que a introdução
do capítulo anterior continuasse com um
desenvolvimento:
TEMA: O Chocolate no Mundo Moderno
• “Chocolate faz bem à humanidade. Porém, apesar de
trazer benefícios, o seu consumo em excesso pode
trazer prejuízos. (introdução - Tese ) 
• Considerando isso, é importante estar atento às
quantidades consumidas de chocolate. A dose diária
recomendada é alvo de discussões entre nutricionistas,
dado que os benefícios do cacau são contrabalançados
com os malefícios do açúcar.” (desenvolvimento)
 
• Vamos retirar o termo em questão e ver como
ficaria nosso texto:
 
• É importante estar atento às quantidades
consumidas de chocolate. A dose diária
recomendada é alvo de discussões entre
nutricionistas, dado que os benefícios do cacau
são contrabalançados com os malefícios do
açúcar”.
• Criando um texto bem conectado
• Agora que já aprendemos que o desenvolvimento precisa
“sobreviver sozinho”, precisamos ter uma atenção especial
em uma coisa: a chamada “ligação entre as frases”.
• Você sabe qual é a diferença entre um texto e uma receita
de bolo? Uma receita é cheia de frases soltas, enquanto
que um texto apresenta uma conexão entre elas. E o que
precisamos fazer para evitar que nossa redação pareça
uma receita? Utilizar os chamados os conectivos ( nexos
oracionais). Exemplos disso são as conjunções (mas,
porém, portanto, etc.).
• Estava frio. Levantei cedo. Precisava ir para a
aula. Foi um esforço. Valeu a pena. Finalmente
aprendi a matéria.
• Vamos estabelecer uma conexão entre essas
frases utilizando os conectivos a seguir (mas,
afinal, apesar de, pois, por isso etc)
• Cuide para nunca deixar uma frase solta,
dando a impressão de ter surgido do nada.
• Esse aspecto parece bem básico, mas é
essencial. Nosso objetivo aqui é nunca
esquecer essas coisas “básicas”, pois elas são
uma espécie de fundamento em que temos
que nos apoiar.
• Qual a função do desenvolvimento
• Chegou a hora de entender a missão do
desenvolvimento.
• A missão do desenvolvimento é provar ao
leitor o nosso ponto de vista. Fazemos isso
com argumentos.
Um bom texto dissertativo deve apoiar-se
principalmente em uma boa argumentação
(por isso o nome: dissertativo
argumentativo). Para que isso ocorra, é
preciso que se organizem as ideias que serão
expostas. Seguem abaixo os tipos mais
comuns de argumentos que podem ser
utilizados em uma redação:
Tipos de argumentos
 

• – Argumento de Autoridade: É aquele que se


apoia no conhecimento de um especialista da
área. É um modo de trazer para o texto o peso
e a credibilidade da autoridade citada. Por
exemplo: “Conforme afirma Bertrand Russel,
não é a posse de bens materiais o que mais
seduz os homens, mas o prestígio decorrente
dela”.
• – Argumento de consenso: Alguns enunciados
não exigem a demonstração de um especialista
para que se prove o conteúdo argumentado.
Nesse caso, não precisamos citar uma fonte de
confiança. Por exemplo: “O investimento na
Educação é indispensável para o
desenvolvimento econômico do país”. Repare que
essa afirmação não precisa de embasamento
teórico, pois é um consenso global.
• – A Comprovação pela Experiência ou Observação: Esse
tipo de argumentação é fundamentada na documentação
com dados que comprovam ou confirmam sua veracidade.
Por exemplo: “O acaso pode dar origem a grandes
descobertas científicas. Alexander Flemming, que cultivava
bactérias, por acaso percebeu que os fungos surgidos no
frasco matavam as bactérias que ali estavam. Da pesquisa
com esses fungos, ele chegou à penicilina”. Observe que,
nesse caso, o argumento que validou a afirmação “O acaso
pode dar origem a grandes descobertas” foi a
documentação da experiência de Flemming. 
• – A Fundamentação Lógica: A argumentação nesse caso
se baseia em operações de raciocínio lógico, tais como as
implicações de causa e efeito, consequência e causa, etc.
Por exemplo: “Ao se admitir que a vida humana é o bem
mais precioso do homem, não se pode aceitar a pena de
morte, uma vez que existe sempre a possibilidade de um
erro jurídico que, no caso, seria irreparável”. Note que a
ideia que o leitor tentou passar era: Não se pode aceitar a
pena de morte. Para isso, foi mencionado o caso de falha
humana na sentença, o que permitiu que se chegasse a
tal conclusão.
• -- Argumento por comparação (analogia): No argumento
por comparação, o argumentador pretende levar o
auditório a aderir à tese ou conclusão com base em
fatores de semelhança ou analogia evidenciados pelos
dados apresentados. Ex: “Numa lista de 82 países
pesquisados pela International Center for Alcohol Policies,
instituição com sede em Washington (EUA), a nova lei
seca brasileira com limite de 2 decigramas de álcool por
litro de sangue é mais rígida que 63 nações, iguala-se em
rigidez a cinco e é mais tolerante que outras 13, onde o
limite legal varia de zero a 1 decigrama.”
• -- Argumentos com provas concretas: Nesse tipo, autor
recorre a dados já comprovados, como dados de
pesquisas, estatísticas, etc. Exemplo:“São expedientes
bem eficientes, pois, diante de fatos, não há o que
questionar... No caso do Brasil, homicídios estão
assumindo uma dimensão terrivelmente grave. De acordo
com os mais recentes dados divulgados pelo IBGE, sua
taxa mais que dobrou ao longo dos últimos 20 anos,
tendo chegado à absurda cifra anual de 27 por mil
habitantes. Entre homens jovens (de 15 a 24 anos), o
índice sobe a incríveis 95,6 por mil habitantes.” 
Argumentos de alusão histórica:
Por sua vez, alusão histórica trata-se de fazer referência a um fato ou
personagem histórico para comparar e aprofundar a argumentação no
decorrer do texto. Exemplo: Há exatos 122 anos, era declarada ilegal
a propriedade de um ser humano sobre outro no Brasil. Contudo, a
Lei Áurea – curta, grossa e lacônica – não previu nenhuma forma de
inserir milhões de recém-libertos como cidadãos do país, muitos
menos alguma compensação pelos anos de cárcere para que
pudessem começar uma vida independente. Para substituir os
escravos, veio a imigração de mão-de-obra estrangeira, agora
assalariada. Os fazendeiros não precisavam mais comprar
trabalhadores, podiam apenas pagar-lhes o mínimo necessário à
subsistência. Ou nem isso.
 

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