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EXAME PARASITOLÓGICO

Disciplina : FBC 053 8 - D iagnó stico Laboratorial de Infecç ões Fúngic as e Parasitárias
FC F-U SP
Exame Parasitológico
Escarro ( expectorado ou aspirado )
Fígado e Pulmão;
Sangue, Nódulos linfáticos, Medula Óssea e Baço;
Úlceras Cutâneas, Urina;
Biópsia ou Curetagem nas bordas das lesões;
LCR;
Tecidos ( musculares e Subcutâneo);
Raspados e Material de Biópsia Córnea;
Fezes.
Coleta e Preservação de amostras fecais

Tipos de amostras:

Fezes emitidas espontaneamente


Fezes emitidas através do uso de laxantes: fosfato de sódio e sulfato de sódio
tamponado
Coleta e Preservação de amostras fecais
Fatores considerados na coleta das fezes:

Tipo de recipiente utilizado para coleta

Idade da amostra

Volume de material

Utilização de medicamentos interferentes


Coleta e Preservação de amostras fecais
Informações básicas:

Nome do paciente
Número de identificação
Idade
Data e horário da coleta
Nome do médico (opcional)
Coleta e Preservação de amostras fecais
Coleta de fezes sem conservantes:

As fezes devem ser recolhidas em recipientes limpos isentos de contaminação com urina
ou com outros elementos do meio externo

Coletar 3 amostras com 2 dias ou mais de intervalo

Não ingerir os seguintes medicamentos antes da coleta: antibióticos, antidiarréicos,


hidróxido de magnésio, bário e óleo mineral
Coleta e Preservação de amostras fecais
Estabilidade das Amostras após a
evacuação

Líquidas: Até 30 minutos


Pastosas: Até 1 hora
Sólidas: Até 24 horas
Coleta e Preservação de amostras fecais

Preservação das amostras:

Refrigeração (3-5°C) - Preservação de ovos e


cistos por vários dias

Larvas de S. stercoralis e de ancilostomídeos


podem sofrer alterações morfológicas, assim
como trofozoítos de protozoários
Coleta e Preservação de amostras fecais

Preservação das amostras:


◦ Conservantes/Fixadores (1:3)
Formaldeído 5 ou 10%
MIF (mertiolato-iodo-formaldeído)
SAF (acetato de sódio-ácido acético-formaldeído)
APV (álcool polivinílico)
Schaudinn
Bicromato de potássio  para oocistos de coccídios
Exame MACROSCÓPICO
Consistência das fezes (formadas, pastosas, cíbalos,
diarréicas ou líquidas)

Aspecto fecal (normal, mucosa, sanguinolenta ou


mucos-sanguinolenta)

Exame da superfície da amostra ( proglotes de Taenia,


Ascaris ou Enterobius adulto.
Exame MICROSCÓPICO
Métodos diretos
Técnicas de concentração (gerais e específicos)
Métodos de contagem
Métodos especiais e de coloração

Visam demonstrar a presença de: ovos e larvas de helmintos; cistos ou trofozoítos de protozoários; oocistos ou
esporocistos de coccídios e esporos de microsporídios
I. Métodos Diretos:
1. Exame direto a fresco
2. Exame direto com lugol

Procedimentos eficazes apenas nas infestações


maciças.
É um método bastante econômico, mas requer
bastante prática por parte do examinador. Deve ser
utilizado juntamente com outras técnicas, leitura com
objetivas de 10 e 40X
II.Técnicas de Concentração
1. Técnica de Sedimentação (Lutz, 1919; Hoffman, Pons e Janer, 1934)

Princípio: Sedimentação espontânea

Finalidade: Método de escolha para a pesquisa de ovos pesados, como os de Schistosoma


mansoni, sendo muito útil também para a pesquisa de outros ovos e larvas de helmintos e
cistos de protozoários.
Técnica de Hoffman

2-24h
Fezes
+
H2O Filtrar em Lâmina + Lugol Microscópio
cálice + lâmínula 100 e 400X
Parasitos
Técnica de Hoffman

https://www.youtube.com/watch?v=t4XECGahNuI
II. Técnica de concentração
2. Técnica de Faust e colaboradores (1938)

Princípio: Concentração baseado na centrifugo-flutuação em sulfato de zinco de


densidade 1,18 para amostra sem conservante e 1,20 para amostra com conservante.

Finalidade: Técnica específica para cistos de protozoários e ovos leves de


helmintos (ovos de Schistosoma mansoni, larvas e ovos inférteis de Ascaris
lumbricoides poderão ser eventualmente encontrados).
Técnica de Faust Alça de platina

Parasitas
Sulfato
de zinco Sulfato
(dens.=1,18) de zinco

Detritos
Fezes Filtrar em
+ Lavar 3x
tubo de
H2O ensaio

Lâmina + Lugol
Microscópio
+ lâmínula
100 e 400X
Técnica de Faust

https://www.youtube.com/watch?v=X0Qjp4URRlU
II. Técnica de concentração
3. Técnica de Ritchie (1948)
Também conhecido por método de concentração em formol-éter ou acetato de etila.

Princípio: Centrifugo-sedimentação.

Finalidade: É recomendado para cistos de protozoários, ovos e larvas de helmintos,


incluindo os ovos de Schistosoma mansoni.
Técnica de Ritchie

Formol 10 +
éter ou Acetato de etila
Acetato de etila Detritos
Formol
c
Fezes Parasitos
+
H2O Filtrar em Transferir para
cálice tubo de ensaio e
centrifugar

Microscópio
Lâmina + Lugol
100 e 400X
+ lâmínula
Técnica de Ritchie

https://www.youtube.com/watch?v=wjgjYIpo9Hg
II. Técnica de concentração
4. Técnica de Willis (1921)

Princípio: O método é baseado sobre uma dupla propriedade que possuem certos ovos de
helmintos: a de flutuar na superfície de uma solução saturada de cloreto de sódio de
densidade 1,20 e a de aderir no vidro.

Finalidade: Ideal para a pesquisa de ovos leves, como os de ancilostomídeos, semi-leves de


helmintos e cistos, eventualmente larvas poderão ser encontradas.
Técnica de Willis

Parasitos
Solução (ovos leves)
saturada Solução
de NaCl saturada
Fezes de NaCl
Detritos
+ Filtrar em
Lavar 3x
H2O tubo de
ensaio

Lâmina + Lugol
Microscópio + lâmínula
100 e 400X
Técnica de Willis

https://www.youtube.com/watch?v=dTKaE76ypOA
II. Técnica de concentração
5. Técnica de Baermann (1917), Moraes (1948)

Princípio: termotropismo e hidrotropismo positivos.

Finalidade: Utilizada originalmente para isolar larvas de nematóides do solo. Adaptada para a
extração de larvas das fezes, principalmente as de Strongyloides stercoralis.

Recomenda-se a utilização de fezes recém-emitidas.


Técnica de Baermann

Nível da água (40-45°C)


Peneira com fezes

Tubo de borracha
Pinça de Mohr
Vidro de
relógio
1 hora

Microscópio
100 e 400X
https://www.youtube.com/watch?v=NO_tPjZR6DI
Larvas de
Parasitos
II. Técnica de concentração
6. Técnica de Rugai, Matos e Brisola (1954)

Princípio: termotropismo e hidrotropismo positivos. Modificação do método de Baermann

Finalidade: detecção de larvas de nematóides, principalmente Strongyloides stercoralis. É


uma técnica econômica, higiênica e simples. Oferece vantagens e tem sido largamente
utilizada.
Técnica de Rugai

90 min
Gase

Lâmina + Lugol Microscópio


Cálice com Larvas de + lâmínula 100 e 400X
H2O aquecida Parasitos
(40-45°)
Técnica de Rugai

https://www.youtube.com/watch?v=-EM5hS3GtCA
III. Métodos de Contagem
1. Método de Stoll

É utilizado principalmente para avaliar quantitativamente


as infecções causadas por ancilostomídeos. O número de ovos
de outros helmintos também pode ser avaliado por essa
técnica e a quantidade de vermes albergada pelos pacientes
calculada, levando-se em conta a consistência das fezes através
de constantes previamente estabelecidas.
III. Métodos de Contagem
2. Método de Kato, 1960; Katz, Chaves e Pellegrino, 1972.

Esta técnica é uma adaptação do método de Kato-Miúra para torná-lo quantitativo. É


simples e de fácil execução, sendo o método de escolha para a pesquisa de helmintos,
sobretudo Schistosoma mansoni. Entretanto não é recomendado para contagem de ovos de
ancilostomídeos e Hymenolepis nana (após uma hora de preparo). Não é adequado para
visualização de protozoários e larvas de helmintos.
Método de Kato-Katz

Espátula
Cartão retangular (com um orifício de 6 mm)
Lâmina
Tela de náilon

Papel celofane semipermeável


Solução Verde de Malaquita em glicerina
PROCEDIMENTO
Comprimir a tela de náilon sobre as fezes
Raspar com uma espátula

Transferir as fezes filtrada para um cartão retangular


contendo um orifício que deve estar sobre uma lâmina
Preencher completamente o orifício
Retirar o cartão cuidadosamente

Cubrir o material fecal com a lamínula


de papel celofane embebido na solução
de Verde Malaquita
https://www.youtube.com/watch?v=apuE0
No. de ovos x 24 = No. ovos/g de fezes YQxVnk
IV. Métodos Especiais de Coloração

1. Swab Anal

Método baseado na biologia do Enterobius


vermicularis. As fêmeas migram para a
região anal e perianal, onde fazem sua
desova; os ovos permanecem aderidos à
mucosa nessa região. Assim, são facilmente
coletados com fita adesiva. Eventualmente
pode ser utilizado para coletar ovos de
Taenia.

https://www.youtube.com/watch?v=T1X2WQ4hu84
IV. Métodos Especiais de Coloração
2. Tamisação das fezes

Método para pesquisa de proglotes de Taenia,


por meio de lavagem e peneiragem das fezes
coletadas durante 24 horas. Este processo
oferece vantagem por permitir o diagnóstico
diferencial entre T. solium e T. saginata após
clarificação e observação das proglotes.
IV. Métodos Especiais de Coloração
3. Hematoxilina Férrica

Método de coloração para protozoários intestinais, os


quais tomam a cor azulada ou cinzenta com estruturas
nucleares em preto. Os corpos cromatóides dos cistos
das amebas e inclusões, tais como bactérias ou então
hemácias no citoplasma dos trofozoítos, coram-se de
preto.

» É uma técnica complicada por apresentar várias etapas


para sua execução
IV. Métodos Especiais de Coloração
4. Coloração pelo Tricrômico

Método de coloração para protozoários intestinais, os


quais tomam a cor verde-azulada. A cromatina
nuclear, corpos cromatóides, hemácias e bactérias
coram-se de vermelho ou púrpura escuro. O material
de fundo, usualmente cora-se em verde, contrastando
com o protozoário.
IV. Métodos Especiais de Coloração
5. Método de Kinyoun
Método de coloração utilizado para o
diagnóstico de parasitos protozoários
intestinais oportunistas, como
Cryptosporidium e Isospora. Cora
estruturas álcool-ácido resistentes com
fucsina contrastadas com verde-malaquita
ou azul de metileno.
Parasitos Intestinais (diagnosticados por exames de fezes)
  
Protozoários
Giardia lamblia Cisto ou trofozoíto
Entamoeba histolytica Cisto ou trofozoíto
Entamoeba coli* Cisto ou trofozoíto
Iodamoeba butschilli* Cisto ou trofozoíto
Endolimax nana* Cisto ou trofozoíto
Chilomastix mesnili Cisto ou trofozoíto
Blastocystis hominis Oocisto
Cryptosporidium parvum Oocisto
Isospora belli Oocisto
Platelmintos
Taenia sp Ovo
Hymenolepis nana Ovo
Hymenolepis diminuta Ovo
Schistosoma mansoni Ovo
Nematelmintos
Ascaris lumbricoides Ovo (fértil ou infértil)
Enterobius vermicularis Ovo
Trichuris trichiura Ovo
Ancylostoma duodenale Ovo ou larva**
Necator americanus Ovo ou larva**
Strongyloides stercoralis Larva
 
* amebas comensais (não patogênicas para o homem)
** somente em fezes mantidas no laboratório por mais de 24 horas
OBRIGADO!!

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