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AVALIAÇÃO 1 – PARASITOLOGIA CLÍNICA II 1

PARASITOLOGIA • MIF (mertiolato, iodo e formol): conserva ovos e


larvas de helmintos, cistos e oocistos de
protozoários.
A parasitologia é a associação entre seres vivos onde há • SAF (acetato de sódio, ácido acético e formol):
unilateralidade de benefícios, onde o hospedeiro é fixador de cistos e trofozoítos, utilizado em fezes
espoliado pelo parasito, fornecendo-o nutrientes e abrigo. formadas ou diarreicas.

Para existência da parasitose fatores inerentes ao parasito Trofozoítos de amebas e Giardia não são conservados
(virulência da cepa, localização, carga infecciosa), e com formol, pois estes se tornam transparentes após
inerentes ao hospedeiro (idade, sexo, imunidade) são adição.
levados em consideração.
PROCESSAMENTO E ANÁLISE DAS FEZES
Para identificação de parasitoses intestinais, são solicitados
exames parasitológicos de fezes. São de baixo custo, não A escolha do método adequado, execução e microscopia
invasivo e de fácil execução. indicam a fase analítica do EPF. Diferentes métodos são
empregados de acordo com a solicitação médica ou
COLETA E CONSERVAÇÃO suspeita clínica.

Constituem a fase pré-analítica do EPF e são de A fase analítica inicia com avaliação macroscópica das fezes,
fundamental importância. Para melhores resultados, com verificação da consistência, odor, presença de muco,
orientar o paciente sobre como realizar a coleta de forma sangue ou vermes adultos.
correta.
Em seguida a amostra é processada em diferentes métodos
A evacuação deve ser feita em recipiente limpo e seco, ou e submetida ao exame microscópico. Esta por sua vez
sobre uma superfície seca e protegida com papel higiênico possibilita a visualização de ovos, larvas, cistos, trofozoítos
ou saco plástico. ou oocistos.

Parte das fezes devem ser transferidas para o frasco de O EPF pode ser realizado com método quantitativo ou
boca larga, fechado e identificado. Para melhor resultado, qualitativo. O quantitativo permite a contagem de ovos nas
coletar a amostra de três pontos distintos das fezes (porção fezes com avaliação da intensidade do parasitismo, os
inicial, média e final). Alguns exames parasitológicos métodos mais empregados é o Kato-Katz ou Stoll-
necessitam de coleta seriada, para aumentar a sensibilidade Hausheer.
do teste, com coleta em 3 dias distintos.
Já os métodos qualitativos são mais comuns e permitem
A adição da amostra no pote ocorre com a homogeneização avaliar a presença de formas parasitárias sem sua
no líquido e no frasco. quantificação;

A identificação deve conter nome do paciente, idade, data, A maioria dos métodos se baseiam em processos de
consistência das fezes e hora da coleta. Fezes eliminadas enriquecimento, que concentram as formas parasitárias,
no vaso sanitário ou no solo são inadequadas para o exame. aumentando sua chance de detecção, também eliminam
parte dos detritos fecais facilitando a visualização na
A utilização de laxantes, antiácidos, bismuto, sulfato
microscopia.
ferroso, óleos minerais, contrastes e etc, interferem no
resultado. Seu uso deve ser interrompido ao mínimo uma • Sedimentação espontânea: método de Hoffman,
semana antes da coleta. Pons e Janer. São de fácil execução, viabilizam a
visualização de ovos e larvas de helmintos, e cistos
Se a coleta for sem conservantes, a entrega ao laboratório
e oocistos de alguns protozoários.
deve ser imediata (fezes frescas) para o processamento. Ou
• Sedimentação por centrifugação: método de Blagg,
podem ser armazenadas entre 5 e 10 °C.
método de Ritchie. Pesquisa de ovos e larvas de
Coleta com conservantes não necessita de entrega helmintos, e cistos e oocistos de protozoários.
imediata, de mantê-las em baixas temperaturas ou • Flutuação espontânea: método de Willis. Pesquisa
processamento rápido. de ovos leves, como os de ancilostomídeos.
• Centrifugoflutuação: método de Faust. Pesquisa de
O conservante é colocado no frasco e entregue ao paciente cistos e oocistos de protozoários. Utilizado quando
e usado na porção 3:1 de fezes. há suspeita de ameba ou giárdia.
• Concentração de larvas de helmintos por migração
• Formol 10%: conserva por mais de 1 mês ovos e
ativa por hidrotropismo e termotropismo positivo:
larvas de helmintos, cistos e oocistos de
método de Baermann-Moraes e método de Rugai.
protozoários.
Pesquisa de larvas de Strongyloides stercoralis.
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• Concentração de ovos mediante passagem das 4. Completar o volume do cálice com água até 200
fezes por tela metálica ou de nylon: método de mL;
Kato-Katz. Ao retirar detritos maiores, há 5. Deixar a suspensão em repouso de 2 a 24 h;
passagem de detritos menor e ovos, com maios 6. Para análise, coletar com pipeta de Pasteur o
concentração deste último na amostra fecal. A sedimento e em seguida numa lâmina, adicionar
visualização é facilitada pelo uso de uma solução uma lamínula e analisar na objetiva de 10 ou 40x.
de verde-malaquita.
Realiza diluição, filtração e sedimentação por gravidade,
COLORAÇÃO utilizando lugol como corante.

Larvas de helmintos, cistos e oocistos de protozoários MÉTODO DE BLAGG


devem ser corados para identificação microscópica. O lugol,
corante mais utilizado leva iodo, iodeto de potássio e água 1. Coletar as fezes recém-emitidas em líquido
destilada em sua formulação. conservante de MIF e homogeneizar;
2. Filtrar a suspensão de fezes em gaze dobrada em
LAUDOS 4, em um copo descartável;
3. Transferir 1 a 2 mL do filtrado para um tubo cônico
Após o exame, a fase pós-analítica consiste nos resultados de centrifugação;
com a apresentação e liberação dos laudos, 4. Acrescentar de 4 a 5 mL de éter sulfúrico e agita r
armazenamento da amostra e arquivamento dos resultados vigorosamente para desengordurar o material;
internos, com avaliação na prevalência epidemiológica de 5. Centrifugar a 1500 rpm;
determinados parasitos ao longo dos meses. 6. Com um bastão, descolar a camada de detritos da
parede do tubo;
Todos os parasitos encontrados são relatados, se 7. Inverter o tubo para desprezar o líquido e limpar a
patogênicos ou não, devem ser citados a forma parasitária parede para retirar os restos de detrito com um
observada, nome científico do parasito, gênero e espécie. swab;
8. Acrescentar lugol;

EXAMES 9. Inverter o tubo em uma lâmina para coleta do


sedimento, cobrir com lamínula e examinar na
objetiva de 10 ou 40x.
EXAME DIRETO A FRESCO
Para concentração de oocistos de Cryptosporidium o tempo
1. Adicionar 2-3 gotas de solução salina (NaCl) em
de centrifugação é de 10 min.
uma lâmina;
2. Tocar com um palito em vários pontos da amostra O método de Ritchie, ou formol-éter segue o mesmo
fecal e transferir uma pequena porção para a princípio, com a mesma técnica, diferindo que as fezes são
lâmina; coletadas em formol 10%.
3. Espalhar as fezes e fazer um esfregaço, examinar
na objetiva de 10x e/ou 40x; MÉTODO DE FAUST
4. Para identificar cistos de protozoários e larvas de
helmintos, corar com lugol. 1. Diluir 10 g de fezes em 20 mL de água filtrada e
homogeneizar;
Tem baixa sensibilidade por não concentrar as formas 2. Filtrar em uma gaze dobrada em quatro, e
parasitárias e deixar muito detrito na lâmina. Útil na transferir para um tubo;
pesquisa de trofozoítos de protozoários em fezes diarreicas 3. Centrifugar a 2500 rpm por um minuto;
recém-emitidas. 4. Desprezar o sobrenadante e ressuspender em
água até que o sobrenadante esteja límpido (2 a
Não são vistos trofozoítos em fezes pastosas. O 3x);
peristaltismo alterado não permite a diferenciação para 5. Desprezar o sobrenadante e ressuspender com
cistos, tem maior predominância em fezes líquidas. solução de sulfato de zinco a 33%;
6. Centrifugar a 2500 rpm por um minuto;
7. Coletar a película superficial, onde estará os cistos
e oocistos de protozoários, e ovos leves. Coletar a
HOFFMAN, PONS E JANER
película com alça de platina e colocar numa lâmina
1. Adicionar 2g de fezes em um cálice com 5 mL de com uma gota de lugol e cobrir com lamínula,
água e triturar com um bastão de vidro; examinar na objetiva de 10 ou 40x.
2. Adicionar 20 mL de água;
3. Filtrar a suspensão em um cálice com gaze
cirúrgica dobrada em 4x;
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O material deve ser examinado imediatamente, o contato estruturas do parasito e este pode ser confundido com
com a solução de sulfato de zinco pode deformar as formas detritos fecais.
parasitárias.
Não indicado para pesquisa de protozoários, o clarificante
MÉTODO DE WILLIS (verde de malaquita) impede a visualização por serem claras
e necessitarem do uso de corantes . E o uso do tamis/malha
1. Adicionar 10 g de fezes em um frasco; de nylon tem 200 micrômetros, a menor das larvas tem no
2. Diluir as fezes em solução saturada de NaCl; mínimo 250. A larva que passar pelo tamis pode ser
3. Completar o volume até a borda do frasco; fragmentada.
4. Colocar uma lâmina na boca do frasco que deve

COMPLEXO TENÍASE-
estar em contato com o líquido, deixar em repouso
por 5 min;
5. Retirar a lâmina e virar a parte molhada para cima,
observar na objetiva de 10 ou 40x.
CISTICERCOSE
MÉTODO DE BAERMANN-MORAES
A classe Cestoda compreende um grupo de parasitos,
1. Adicionar 8 a 10 g de fezes em uma gaze dobrada hermafroditas, de tamanhos variados e encontrados em
em quatro ou em uma peneira; animais vertebrados.
2. Colocar o material sobre um funil de vidro, com um
tubo de borracha conectado à extremidade inferior Apresentam corpo achatado dorsoventralmente, possuem
da haste; órgãos de adesão na extremidade mais estreita (anterior),
3. Obliterar a borracha com uma pinça e adicionar no não possuem sistema digestório.
funil água aquecida e deixar em repouso por 1 h;
Os cestoides mais comuns pertencem à família Taenidae
4. Coletar 5 a 7 mL em um tubo de centrífuga e
(Taenia solium e T. saginata), conhecidas popularmente
centrifugar a 1000 rpm.
como solitárias são responsáveis pelo complexo teníase-
5. Coletar o sedimento sem desprezar o
cisticercose, que induz um conjunto de alterações
sobrenadante.
patológicas causadas pelas formas adultas e larvares nos
Só pode ser realizado com fezes frescas, formadas ou hospedeiros.
pastosas, preferencialmente coletadas no mesmo dia.
A teniose e cisticercose são causadas pela mesma espécie,
porém com fase de vida diferente. A teniose é provocada
MÉTODO DE KATO-KATZ
pela presença da forma adulta da Taenia solium ou da T.
1. Colocar a amostra fecal sobre um papel saginata no intestino delgado do hospedeiro definitivo (ser
absorvente; humano). A cisticercose é provocada pela presença da larva
2. Comprimir a tela metálica/nylon sobre as fezes, nos tecidos de hospedeiros intermediários normais (suínos
fazendo com que parte das fezes passe através da e bovinos).
malha;
Hospedeiros anômalos como cães, gatos, macacos e seres
3. Remover as fezes que passaram pela malha e
humanos podem albergar a forma larvar da T. solium.
transferi-las para o orifício do cartão com 6 mm
colocado sobre a lâmina; A cisticercose é endêmica em áreas rurais da américa latina,
4. Preencher o orifício central, remover com cuidado áfrica e ásia.
o cartão, deixando as fezes na lâmina;
5. Cobrir as fezes com uma lamínula de celofane,
MORFOLOGIA
invertendo e pressionando a lâmina sobre o papel
absorvente; VERME ADULTO
6. Deixar a preparação em repouso para a clarificação
de 30 min a 1 h. T. solium e T. saginata apresentam corpo achatado
7. Examinar a preparação no microscópio. dorsoventralmente em forma de fita, dividido em escólex
(cabeça), colo (pescoço) e estróbilo (corpo). De coloração
É um método quantitativo, e para contagem do número de branco leitoso, com a extremidade anterior afilada.
ovos no material fecal, multiplicar o n° de ovos presentes
pelo fator 23 = número de ovos por grama de fezes. • Escólex: pequena dilatação, situado na
extremidade anterior, funciona como órgão de
O método de kato-katz diferenciado, em ambiente quente fixação à mucosa do intestino delgado humano.
e úmido permite a eclosão do Schistosoma mansoni, e para Apresenta 4 ventosas arredondadas e
evitar sua eclosão, é adicionado formol para evitar falso proeminentes. A T. solium tem escólex globuloso,
negativo, pois ao eclodir não é possível identificar as com rostélio na posição central entre as ventosas,
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armado com dupla fileira de acúleos (ganchos). A habitat vizinho, onde o verme se movimenta, remexendo
T. saginata tem o escólex inerme, sem rostelo e fluidos intestinais, evitando perda de material nutritivo.
ganchos.
OVOS

Esféricos, com 30 mm. Tem casca protetora, embrióforo


formado por blocos piramidais de quitina unidos entre si.
No interior possui dupla membrana com o embrião
hexacanto, provido de 3 pares de ganchos. Coloração
acastanhada.

• Colo: porção delgada do corpo onde as células do


parênquima tem alta atividade de multiplicação, é
a zona de crescimento do parasito ou da formação
de proglotes.
• Estróbilo: restante do corpo do parasito, inicia
após o colo, é visto diferenciação tissular que CISTICERCO
permite reconhecer os órgãos internos. Cada
Constituído de uma vesícula translúcida com líquido claro,
segmento é uma proglote ou anel, podendo ter de
contendo invaginado em seu interior o escólex com quatro
800 a 1000 e alcançar 3m na T. solium ou 8m na
ventosas, rostelo e colo. A parede da vesícula é compostas
T. saginata. A medida que crescem, há a
com 3 membranas (cuticular, celular e reticular).
delimitação das proglotes e cada uma possui seus
órgãos, quanto mais afastada do escólex, mais
evoluída são as proglotes. Após a fixação e
coloração é possível visualizar os órgãos genitais
masculinos e femininos. As proglotes são divididas
em jovens, maduras e grávidas, e apresentam
individualidade reprodutiva e alimentar.
As jovens são mais curtas e apresentam o início do
desenvolvimento de órgãos genitais masculinos.
A proglote madura possui os órgãos reprodutores
completos e aptos para fecundação.
As proglotes grávidas, mais distantes do escólex
são mais comprimas e os órgãos reprodutores As larvas alcançam até 12 mm após 4 meses de infecção e
sofrem involução enquanto o útero se ramifica, no sistema nervoso o cisticerco pode se manter viável por
ficando repleto de ovos. A proglote de T. solium é anos. Durante esse tempo são vistas modificações
formada por 12 pares de ramificações dendríticas anatômicas e fisiológicas até a completa calcificação da
com até 80 mil ovos. A proglote de T. saginata é larva.
formada por até 26 ramificações dicotômicas com
até 160 mil ovos. Essas larvas são formadas por várias membranas aderidas
As proglotes gravídicas sofrem apólise, se umas as outras, e são encontradas no SNC com maior
desprendem espontaneamente do estróbilo. A T. frequência nos ventrículos cerebrais e espaço
solium é eliminada passivamente com as fezes, e a subaracnóideo.
T. saginata é eliminada separadamente entre as
evacuações, contaminando a roupa do hospedeiro. BIOLOGIA

O tegumento que reveste a superfície do corpo cos HÁBITAT


cestoides desempenha papel metabólico, favorecendo
Na fase adulta vivem no intestino delgado humano. O
trocas nutritivas e excreção de resíduos. Esse tegumento é
cisticerco da T. solium é encontrado nos tecidos
repleto de microvilosidades que aumentam a área de
subcutâneo, muscular, cardíaco, cerebral e no olho de
contato do parasito com o meio exterior, que favorecem
suínos, e acidentalmente em humanos e cães. O cisticerco
resistência contra a corrente intestinal e agitam o micro-
da T. saginata é encontrado nos tecidos bovinos.
AVALIAÇÃO 1 – PARASITOLOGIA CLÍNICA II 5

CICLO BIOLÓGICO

1. Seres humanos parasitados eliminam proglotes


grávidas cheias de ovos para o exterior.
2. Em alguns casos após a apólise pode haver
formação de hérnia pela não cicatrização completa
nas superfícies entre a ruptura delas, que facilita a
liberação dos ovos para a luz intestinal e sua
eliminação com as fezes.
3. Em ambiente úmido, no solo, e protegido de luz
solar intensa, os ovos com grande longevidade se
TRANSMISSÃO
mantêm infectantes por longos meses.
4. O hospedeiro intermediário (suíno ou bovino) Hospedeiro humano se infecta ao ingerir carne suína (T.
ingere os ovos, e os embrióforos (casca de ovo) no solium) ou bovina (T. saginata), crua ou malcozida, infectada
estômago sofrem a ação de pepsinas, que atua pelo cisticerco.
sobre a substância cemetante dos blocos de
quitina. Os mecanismos de infecção podem ser:
5. No intestino, as oncosferas sofrem ação de sais
biliares, que os ativam e liberam a oncosfera do • Autoinfecção externa: portadores de T. solium
embrióforo. liberam proglotes e ovos de sua própria tênia,
6. As oncosferas ativas se movimenta em sentido das levando-as à boca por mãos contaminadas ou por
vilosidades intestinais e penetram com o auxílio coprofagia.
dos ganchos, e permanecem por 4 dias até se • Autoinfecção interna: pode ocorrer durante
adaptar às condições fisiológicas. vômitos ou movimentos peristálticos do intestino,
7. Em seguida penetram nas vênulas e alcançam as possibilita presença de proglotes ou ovos no
veias e vasos linfáticos mesentéricos, e estômago, e após a ação do suco gástrico há a
transportadas até órgãos e tecidos do organismo, ativação da oncosfera desenvolvendo um ciclo
se implantam por bloqueio capilar. autoinfectante.
8. Atravessam a parede do vaso e se instalam nos • Heteroinfecção: ingestão de água ou alimentos
tecidos circunvizinhos. contaminas com ovos disseminados pelas dejeções
9. As oncosfeas se desenvolvem em cisticercos nos de outro indivíduo.
tecidos moles ou em músculos devido a maior
oxigenação. ASPECTOS CLÍNICOS
10. No interior do tecido, perdem os ganchos e a
oncosfera se transforma em um pequeno cisticerco Tem período de incubação de 2 a 3 meses, com mesmas
translúcido que começa crescer e após 4 meses de sintomatologias.
infecção alcança 12 mm.
Podem apresentar sintomas tóxicos e alérgicos pelas
11. A infecção humana ocorre pela ingestão de carnes
substancias excretadas, que provocam hemorragias pela
contaminadas, o cisticerco ingerido sofre ação no
fixação na mucosa, além de destruir o epitélio e produzir
suco gástrico, se invagina e fixa por meio do
inflamação com infiltrado celular e aumento ou redução da
escólex na mucosa do intestino delgado até se
secreção de muco.
transformar em verme adulto.
12. 3 meses após ingestão do cisticerco se inicia a O crescimento acelerado do parasito requer suplementação
liberação de proglotes grávidas. nutricional, que compete com o hospedeiro causando
13. Durante o parasitismo várias proglotes são tontura, astenia, aumento de apetite, náuseas, vômitos,
liberadas diariamente do estróbilo, de três a seis alargamento abdominal e perda de peso.
vezes. O colo, produzindo novas proglotes mantém
o crescimento continuo.
AVALIAÇÃO 1 – PARASITOLOGIA CLÍNICA II 6

A cisticercose muscular ou subcutânea em geral é na região ventral e mediana. O


assintomática, mas os cisticercos instalados podem causar ovário é bilobulado, localizado na
reação local, com formação de membrana fibrosa, e com a região posterior. O útero possui
morte do parasito há a calcificação. Quando se instalam em formato sinuoso em roseta, se
grande quantidade no músculo pode provocar dor, fadiga estendendo do ovário até o poro
e câimbras. uterino.

DIAGNÓSTICO
Pesquisa de proglotes e pesquisa de ovos de tênia nas Os ovos medem de 55 a 75 mm,
fezes. Microscopicamente os ovos são iguais. possuem opérculo em uma
extremidade e uma pequena
Por método de fita adesiva (método de Graham). protuberância na outra.

Para diagnostico específico é feito a tamisação do bolo fecal


com a coleta das proglotes existentes para identificação
pela morfologia uterina. BIOLOGIA
Exames imunológicos como o teste de ELISA identifica São encontrados vermes adultos no intestino delgado.
soros formados contra a larva ou contra os produtos
excretados. CICLO BIOLÓGICO

O ciclo é heteroxênico, envolvendo no mínimo dois


PROFILAXIA
hospedeiros intermediários.
Saneamento básico, educação em saúde, tratamento de
indivíduos parasitados. Higienizar alimentos, cozimento 1. O verme adulto elimina na fezes do hospedeiro
adequado de carnes. definitivo as proglotes grávidas com ovos
imaturos.
2. Os ovos imaturos possuem uma massa de células
TRATAMENTO
no interior (embrião) que após alguns dias há a
Praziquantel e Niclosamida. formação de uma larva chamada coracídio,
constituída por um embrião hexacanto e um

DIFILOBOTRÍASE embrióforo ciliado.


3. Em ambiente aquático há a eclosão do coradício
pelo opérculo e ele nada até ser ingerido por
Infecção em mamíferos por cestoides do gênero microcrustáceos (primeiro hospedeiro
Diphyllobothrium. Os helmintos desta ordem são intermediário).
conhecidos como pseudofilídeos. Conhecido popularmente 4. Na cavidade geral após 20 dias os embriões se
como “tênia do peixe”. transformam em larvas procercoides, com forma
alongada, contendo um apêndice esférico com seis
A espécie mais patogênica é a Diphyllobothrium latum, o
ganchos na porção posterior (cercômero).
maior parasito humano pode alcançar até 10 metros de
5. Os crustáceos com larvas são ingeridos pelo
comprimento.
segundo hospedeiro intermediário (peixes
Encontrado no norte da Europa, Rússia, Japão, EUA, e em pequenos), e atravessam a parede intestinal e se
países que há o costume de ingerir carne de peixe crua, fixam nos músculos, se transformando em larvas
como salmão e truta, associados também ao consumo de plerocercoides ou esparganos.
sushis e sashimis em restaurantes de culinária japonesa. 6. Peixes menores podem ser ingeridos por peixes
maiores como salmão e truta, migrando pra
musculatura deles.
MORFOLOGIA
7. A ingestão no homem ocorre pela ingestão de
PARASITO ADULTO peixes infectados com larvas plerocercoides que se
desenvolvem no intestino delgado, e os ovos são
Mede de 8 a 10 metros, apresentando até eliminados nas fezes de 5 a 6 semanas após
4.000 proglotes. O escólex mede 1 mm, e é infecção.
formado por duas pseudobotrídias (fendas
alongadas longitudinalmente). PATOGENIA
As proglotes são retangulares, e largas. Possui A maioria dos casos são assintomáticos, porém pode
inúmeros testículos e folículos vitelínicos na ocorrer distensão abdominal, flatulência, cólicas, náuseas,
região lateral, e poros genitais que se abrem vômitos, perda de peso e diarreia.
AVALIAÇÃO 1 – PARASITOLOGIA CLÍNICA II 7

O parasito consome vitamina B12, e estima-se que 80% da


dieta dessa vitamina seja absorvida pelo parasito. Em casos
de infecção crônica ou por carga parasitária elevada é visto
anemia perniciosa (anemia botricefálica).

DIAGNÓSTICO
Pesquisa de ovos operculados nas fezes → parasitológico
LARVA CISTICERCOIDE
de fezes (Kato-Katz, sedimentação espontânea, Blagg e
Ritchie). Larva pequena, formada por escólex
invaginado e envolvido por uma
TRATAMENTO membrana. Mede cerca de 500 mm.

Praziquantel, niclosamida e administração de vitamina B12


BIOLOGIA
quando necessário.
Encontrados vermes adultos no
PROFILAXIA E CONTROLE intestino delgado, principalmente no jejuno e íleo do
homem. Os ovos são encontrados nas fezes. E a larva
Não ingerir carne de peixe crua, necessário o cozimento
cisticercoide é encontrada nas vilosidades intestinais do
correto. Para ingerir cru é recomendado congelamento -20
homem, ou na cavidade geral do inseto hospedeiro (pulgas
°C por 7 dias, ou de 35 °C por 24 h para tornar o parasito
e carunchos).
inviável.
CICLO BIOLÓGICO
HIMENOLEPÍASE Tem um ciclo monoxênico e outro heteroxênico

A Hymenolepis nana é conhecida com tênia anã devido Monoxênico :


tamanho reduzido (2 a 4 cm). Pode parasitar humanos,
macacos, roedores e selvagens. A H. diminuta é o cestoide 1. os ovos são eliminados nas fezes e podem ser
de ratos. ingeridos. Ao passar pelo estômago, os
embrióforos são semidigeridos pelo suco gástrico.
É infecção por cestoide mais comum. O parasito possui ciclo 2. Chegam ao intestino delgado e eclodem da
de vida curto, e o ciclo direto permite maior disseminação oncosfera, penetrando nas vilosidades do jejuno e
entre humanos. Áreas com alta densidade populacional íleo.
como creches, escolas e prisões em áreas endêmicas 3. 4 dias após surge a larva cisticercoide.
apresenta altos níveis de infecção. 4. 10 dia depois a larva está madura, sai da
vilosidade, se desenvagina e fixa na mucosa
MORFOLOGIA intestinal pelo escólex.
5. 20 dias após são vermes adultos, que possuem
VERME ADULTO vida curta, entre 14 dias, depois morrem quando
são eliminados.
Mede cerca de 3 a 5 cm, com 100
a 200 proglotes estreitas. Cada É o ciclo mais frequente, e as larvas cisticercoides nas
proglote possui órgãos vilosidades intestinais estimulam o sistema imune,
reprodutores masculinos e garantindo imunidade ativa específica.
femininos. O escólex possui quatro
ventosas e um rosto retrátil Heteroxênico :
armado de ganchos.
1. Os ovos no meio externo são ingerifos pelas larvas
OVOS de insetos (pulgas e carunchos).
2. No intestino desse hospedeiro intermediário, as
São semiesféricos, com 40 mm. São transparentes e larvas se liberam da oncosfera e se transforma em
incolores. Apresentam membrana externa delgada que larva cisticercoide.
envolve um espaço claro. 3. A ingestão acidental de um inseto com larvas
cisticercoides, ao chegar no intestino delgado vai
Internamente possui outra membrana que envolve a
haver a desenvaginação das larvas.
oncosfera. Essa membrana possui 2 mamelões claros em
4. Elas se fixam à mucosa intestinal e depois de 20
posições opostas, que deles partem alguns filamentos
dias são vermes adultos.
longos.
AVALIAÇÃO 1 – PARASITOLOGIA CLÍNICA II 8

O ciclo da H. diminuta é sempre heteroxênico. E os vermes autoinfecção e disseminação podem evoluir o caso para
são eliminados 2 meses após a infecção. óbito.

PATOGENIA Se desenvolve em um ciclo de autoinfecção interna,


contribuindo para sua severidade. O geo-helminto
Sinais clínicos atribuídos à H. nana são raros. Em grandes Strongyloides stercoralis infecta humanos, cães, gatos e
cargas parasitárias pode ocorrer diarreia, desconforto macacos. O parasito do cão é morfobiologicamente
abdominal, irritabilidade, diarreia, inapetência, e má indistinguível do humano. Cepas originárias do homem
absorção de nutrientes. pode infectar cães e vice-versa.

A diarreia é resultado de lesões causadas pelo verme na Inicialmente era denominado como Anguillula stercoralis,
superfície das vilosidades. que significa pequena enguia.

Pode ocorrer congestão da mucosa, infiltração linfocitária,


MORFOLOGIA
ulcerações, eosinofilia e perda de peso.
FÊMEA PARTENOGENÉTICA
A infecção em adultos é autolimitante, diferente das
crianças, isso ocorre em razão da imunidade protetora dos Possui corpo cilíndrico, com aspecto filiforme, extremidade
vermes. Esse processo se dá pela eliminação dos vermes anterior arredondada e posterior afilada. Apresenta cutícula
por mecanismos de defesa, como hiperplasia de células fina e transparente.
caliciformes, com aumento da proteção da mucosa
intestinal. Aparelho digestivo simples, com boca contendo 3 lábios,
esôfago longo. É do tipo filarioide, cilíndrico. Circundado
A expulsão dos vermes impedem a reinfecção pela grande por um anel nervoso (colar esofágico), seguido do intestino
quantidade de muco produzido, e por ação imunológica simples, terminando em ânus, próximo
específica. da extremidade posterior.

A larva cisticercoide no ciclo direto confere maior resposta O aparelho genital, com útero,
imunológica contra reinfecções, ao contrário do ciclo apresenta ovários, ovidutos e vulva,
indireto por induzir pouca ou nenhuma imunidade. São localizada no terço posterior do corpo.
vistos citocinas do perfil Th-1 no período inicial da infecção, Os ovos são alinhados em diferentes
e Th-2 quando o parasito se encontra no lúmen do tecido. estágios do desenvolvimento
embrionário.
DIAGNÓSTICO
A fêmea pode viver até 5 anos,
Exame de fezes com pesquisa dos ovos de Hyminolepis → produzindo de 30 a 40 ovos por dia
métodos de concentração. por via partenogenética (não necessita
do homem para ovipor).
TRATAMENTO
É ovovivípara, elimina na mucosa intestinal o ovo larvado,
Praziquantel e niclosamida. a larva rabditoide.
Indivíduos que residem com o infectado devem ser
FÊMEA DE VIDA LIVRE / ESTERCORAL
tratados. A confirmação de cura é feita após 1 mês do
tratamento com pesquisa de ovos no exame de fezes. Tem aspecto fusiforme, com
extremidade anterior arredondada e
PROFILAXIA posterior afilada. Apresenta cutícula
fina e transparente. Aparelho
Hábitos de higiene como uso de instalações sanitárias
digestivo simples, boca com 3 lábios,
impedem a contaminação da água com fezes. Saneamento
esôfago curto, aspecto rabditoide, é
básico em geral e controle de insetos atuam prevenindo a
dividida em três porções, anterior
infecção. O tratamento de todos os membros da família ou
clinidrica e alongada (corpo),
da comunidade infectada deve ser realizado.
intermediária estreitada (istmo), e
posterior globulosa (bulbo). O anel
ESTRONGILOIDÍASE nervoso contorna a parte estreita
adiante do bulbo.
Parasitose emergente, que causa morbidade e mortalidade
Intestino simples, de difícil observação pela presença dos
em áreas tropicais e subtropicais, principalmente em
órgãos genitais, terminando em ânus. O aparelho genital
indivíduos imunossuprimidos. A elevada prevalência,
contém útero anfidelfo, com até 28 ovos, ovários, ovidutos
facilidade de transmissão, caráter de cronicidade,
AVALIAÇÃO 1 – PARASITOLOGIA CLÍNICA II 9

e vulva situada no meio do corpo. Apresenta receptáculo Há dois tipos de larvas L3, larva
seminal. infectante derivada dos ciclos
direto ou indireto;
MACHO DE VIDA LIVRE autoinfectante que evolui no
interior do hospedeiro.
Aspecto fusiforme, com
extremidade anterior arredondada
e posterior recurvada ventralmente.
Menor que a fêmea de vida livre.

Boca com 3 lábios, esôfago tipo


rabditoide, seguido do intestino
terminando em cloaca. O aparelho BIOLOGIA
genital contém testículos, vesícula
seminal, canal deferente e canal HÁBITAT
ejaculador, que se abre na cloaca.
As fêmeas partenogenéticas se localizam na parede do
Apresenta dois espículos, que intestino, nas criptas da mucosa duodenal.
auxiliam na cópula, e se deslocam
Em formas graves são encontradas na porção pilórica do
sustentados por uma estrutura de
estômago até o intestino grosso.
quitina (gubérnaculo).
CICLO BIOLÓGICO
OVOS
Possui ciclo direto e indireto. É um ciclo monoxênico, pois
Elípticos, com parede fina e
não precisa de intermediários. As fêmeas podem produzir
transparente, semelhantes aos de
simultaneamente três tipos genéticos de ovos, que dão
ancilostomídeos. Tem larva formada
origem a três tipos de larvas rabditoide.
em seu interior, são ovipostos já
larvados pelas fêmeas (ovos de 1) Ovo triploide (3n), larva rabditoide que se
ancilostomídeos só larvam fora do ser diferencia em larva filarioide infectante,
humano pois precisa de oxigênio). completando o ciclo direto.
2) Ovo diploide (2n), larva rabditoide que origina
Ovos originários de fêmeas
fêmeas de vida livre.
partenogenéticas medem 0,05 mm, e
3) Ovo haploide (1n), larva rabditoide que evolui para
de fêmeas de vida livre medem 0,07
macho de vida livre, as duas últimas fazem parte
mm. Os ovos são vistos nas fezes de
do ciclo indireto.
indivíduos com diarreia grave, ou após a utilização de
laxantes, devido aumento do peristaltismo. As fases dos ciclos que ocorrem no solo, exigem condições
ambientais como solo arenoso, umidade alta, temperatura
LARVAS RABDITOIDES entre 25 – 30 °C, e ausência de luz solar direta.
O esôfago do tipo rabditoide dá origem ao
CICLO DIRETO
nome das larvas. Apresentam cutícula fina e
hialina. Tem vestíbulo bucal curto. O intestino 1. Larvas rabditoides no solo ou sobre a pele da
termina em ânus, afastado da extremidade região perianal, após 24-72 h se transformam em
posterior. larvas filarioides infectantes

Apresentam primórdio genital formado, com Larvas rabditoides evoluem para filarioides no intestino, e
cauda pontiaguda. entram na parede intestinal (autoinfecção interna). Essas
larvas quando eliminadas nas fezes, podem contaminar a
É a forma diagnóstica. As larvas L1 eclodem
pele na região do glúteo e coxas, causando autoinfecção
no duodeno.
externa.

LARVA FILARIOIDE CICLO INDIRETO


O esôfago filariode é longo, corresponde à metade do 1. Larvas rabditoides produzem fêmeas ou machos
comprimento da larva. Tem cutícula fina e hialina. Apresenta de vida livre.
vestíbulo bucal curto e intestino que termina em ânus. A 2. Ocorre apenas um ciclo de vida livre, pois os ovos
porção anterior é ligeiramente afilada e a posterior afilada, originados do acasalamento evoluem para larvas
e bifurcada (cauda entalhada). filarioides infectantes.
AVALIAÇÃO 1 – PARASITOLOGIA CLÍNICA II 10

3. As larvas filarioides não se alimentam, e pela Esse mecanismo cronifica a doença por meses ou anos. Em
ausência da bainha, são menos resistentes. casos raros podem ser encontradas fêmeas
partenogenéticas nos pulmões. Pode aumentar a carga
Ovos são liberados pelas fêmeas partenogenéticas, que parasitaria no intestino e pulmões (hiperinfecção), ou
evoluem para larvas e são excretadas nas fezes. disseminar por vários órgãos (disseminada).

Depois de alguns dias na terra, evoluem para larvas Essa condição ocorre em indivíduos com estrongiloidiase e
filarioides infectantes. constipação intestinal por retardamento da eliminação do
material fecal.
As larvas penetram na pele de seres humanos, e migram
para a circulação sanguínea, atingem os pulmões, penetram
PATOGENIA
nos capilares pulmonares, sobem a árvores respiratória,
podem ser expectorados ou deglutidos e alcançam o É determinada pela interação parasito-hospedeiro.
intestino delgado.
Indivíduos com baixa carga parasitária geralmente são
Amadurecem em aproximadamente 2 semanas no lúmen assintomáticos ou oligossintomáticos. Formas graves são
intestinal em fêmea partenogenética, que deposita os ovos associadas à carga parasitária e fatores intrínsecos
na mucosa intestinal. (nutrição, imunidade, intervenções cirúrgicas).

Nesse local, as larvas rabditoides maturam, alcançam a luz Há lesões cutâneas nos pontos de penetração das larvas,
intestinal e são eliminados nas fezes do paciente. com reação celular apenas em torno de larvas mortas que
não conseguiram alcançar a circulação. Em casos de
No solo, as larvas se reproduzem até evoluir para verme
reinfecção há hipersensibilidade com formação de edema,
adulto de vida livre.
eritema, prurido, pápulas hemorrágicas e urticárias.
Os ciclos direto e indireto se completam a partir da
Nos pulmões é caracterizado a tosse, expectoração, febre,
penetração ativa de larvas L3 na pele, ou em mucosas oral,
dispneia, hemorragia, infiltrado inflamatório, edema
esofágica ou gástrica do hospedeiro.
pulmonar e insuficiência respiratória.
Essas larvas secretam metaloproteinases que auxiliam na
No intestino há reação inflamatória, com aumento de
penetração e migração pelos tecidos.
secreção mucoide, má absorção intestinal, ulcerações, dor
Ao atingir os pulmões, as larvas se transformam em L4, e epigástrica, diarreia, náuseas, vômitos, perda de peso,
nesse processo há a troca da cutícula, esta que permanece desidratação.
no pulmão é antigênica, causando os sintomas de infecção.
DIAGNÓSTICO
O período da penetração da larva filarioide até a eliminação
Exame de fezes seriado. Testes imunológicos (ELISA).
de ovos larvados é aproximadamente de 15 a 25 dias.
Testes moleculares (PCR).
TRANSMISSÃO Métodos parasitológicos → Baermann-Moraes e Rugai.

HETEROINFECÇÃO
TRATAMENTO
Larvas filarioides infectantes L3 penetram na pele, ou pelas
Mebendazol, tiabendazol, cambendazol, albendazol e
mucosas. Normalmente ocorre na região plantar, ou nos
ivermectina.
membros inferiores. É o modo de transmissão mais comum.

AUTOINFECÇÃO EXTERNA
PROFILAXIA

Larvas rabditoides presentes na região perianal de Lavagem adequada de alimentos, utilização de calçados,
educação e higiene sanitária.
indivíduos infectados se transformam em larvas filarioides
infectantes e penetram novamente pela pele.

Ocorre em crianças, idosos ou pacientes internados. Ou em


indivíduos com deficiência de higiene.

AUTOINFECÇÃO INTERNA

Larvas rabditoides na luz intestinal de indivíduos infectados


se transformam em larvas filarioides, e penetram na mucosa
intestinal (íleo ou cólon).

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