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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE TERESINA-CET

CURSO: BACHAREL EM FARMÁCIA

DISCIPLINA: PARASITOLOGIA CLÍNICA

PROFESSOR (A): KELLY VIEIRA

RESUMO TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO


PARASITOLOGIA CLÍNICA

ALUNO: RAIMUNDO DELEY FONTELES

Teresina, 2021
A maioria dos parasitos intestinais é diagnosticada pelo exame das fezes, embora outros
materiais, como urina, escarro, secreções urogenitais, aspirados, tecidos, conteúdo duodenal e
espécimes obtidos por biópsia, possam ser utilizados para a identificação de certas espécies, os
estágios usuais de diagnóstico são os ovos e as larvas de helmintos e os trofozoítos, cistos,
oocistos e esporos de protozoários. Na realidade, uma identificação segura e correta de um
parasito depende de critérios morfológicos, os quais estão sujeitos a uma colheita bem feita e a
uma boa preservação dos espécimes fecais (CARVALHO et al., 2002).

As técnicas coproscópicas se dividem em dois grupos, o primeiro abrange técnicas


qualitativas que somente informam a presença ou ausência de ovos do parasito, o segundo
grupo se compõe de técnicas quantitativas que, além de detectarem a presença do parasito,
determinam o número de ovos por grama de fezes do material examinado. Os exames
qualitativos podem ser realizados com mais facilidade e mais rapidamente, porém os exames
quantitativos permitem estimar a carga parasitária e realizar projeções sobre a dinâmica da
infecção, especialmente em comunidades (FERREIRA, 2000).

Os métodos envolvem procedimentos diretos, como, por exemplo, exame direto a fresco
para a pesquisa de ovos, larvas e cistos nas fezes; exame do sangue para a pesquisa de
microfilárias ou coloração de esfregaços sangüíneos segundo Giemsa; as técnicas incluem
condutas, reagentes e instrumentos, como, por exemplo, centrífugo-sedimentação pelo
formaldeído-éter ou sedimentação espontânea (MENDES, 2005).

O exame parasitológico de fezes (EPF) serve para identificar parasitos nas fezes, ele
consiste em vários métodos de análise das fezes, que permitem isolar ovos, larvas e cistos de
diversos parasitas, são geralmente solicitados após suspeita de alguma parasitose, os sintomas
mais frequentes das parasitoses são diarreia, muco ou sangue nas fezes, dor de barriga, bem
como náusea, vômitos e coceira no ânus, o EPF é uma análise laboratorial que consiste na
avaliação de pequenas amostras de fezes do paciente. Através do  exame parasitológico de
fezes, o laboratório é capaz de detectar e identificar a presença de parasitos ou seus ovos nas
fezes, o que é um sinal inequívoco de verminose (REY, 2010).

Na realização do EPF são utilizadas duas técnicas a analise macroscópica e a analise


microscópica, ficando claro que a análise macroscópica é a primeira a ser realiza, a s amostras
fecais devem ser examinadas macroscopicamente para determinar a consistência, o odor, a cor,
a presença ou a ausência de sangue, de muco, de proglotes e de vermes adultos ou outras
condições anormais, consequentemente, o exame macroscópico deve sempre anteceder o exame
microscópico (REY, 2011).
Os trofozoítos são usualmente encontrados nas fezes líquidas, nas pastosas ou nas
mucossanguinolentas, ao passo que os cistos são diagnosticados nas fezes formadas ou
semiformadas. Os ovos e as larvas de helmintos podem estar presentes em todos os tipos de
amostras fecais; entretanto, eles podem ser mais dificilmente encontrados em espécimes
líquidos e, se presentes, em pequeno número (REY, 2011).

Já o exame direto a fresco tem a função de avaliar a carga parasitária dos pacientes
infectados proporcionando um diagnóstico rápido dos espécimes nas infecções maciças,
permitindo observar os trofozoítos vivos dos protozoários, o exame direto a fresco não é
necessário para os espécimes colhidos com preservadores; usualmente é suficiente a
concentração e o exame de esfregaços permanentes corados (BELO et al., 2012).

O exame com a técnica de sedimentação foi desenvolvido para o diagnóstico das


enteroparasitoses, os procedimentos mais usados são as técnicas da sedimentação espontânea
em água e a centrífugo-sedimentação pela formalina-éter ou centrífugo-sedimentação pela
formalina acetato de etila. A centrífugo-flutuação em sulfato de zinco não detecta ovos pesados,
a membrana e o sedimento devem ser examinados antes de reportar o resultado como negativo
(BELO et al., 2012).

Sedimentação Espontânea das Fezes (Lutz/HPJ), o método de sedimentação espontânea


das fezes foi descrito por Lutz (1919) e padronizado por Hoffmann, Pons & Janer (1934),
tornando-se conhecido como método de Lutz/HPJ. Neste procedimento, fezes suspensas em
água são homogeneizadas e filtradas em tela metálica, para retenção de resíduos fecais de
maiores dimensões, e deixadas a sedimentar, espontaneamente, por duas horas ou mais, este é o
método qualitativo mais difundido entre os laboratórios de análises clínicas, por ser de fácil
execução e baixo custo, apresentar boa sensibilidade, não exigir aparelhagem especial e permitir
o diagnóstico simultâneo de outras parasitoses (FERREIRA, 2012).

A técnica de Willis-Mollay é empregada na rotina dos laboratórios de Análises Clínicas,


sendo uma técnica qualitativa de flutuação espontânea simples, com o emprego de uma solução
de elevada densidade (1:1200), o principio desta é fazer com que os ovos de menor densidade
flutuem, aderindo a superfície inferior da lâmina (HOFFMAN RP, 1987; FERREIRA MU,
2012).

A técnica de Gordon e Whitlock modificado é uma técnica de flutuação, sendo utilizada


para o diagnóstico quantitativo dos parasitos que causam doenças em animais, principalmente
ruminantes (HOFFMAN RP, 1987). FERREIRA MU (2012) cita como uma alternativa uma
diluição semelhante à utilizada na técnica de Gordon e Whitlock modificado, para diagnóstico
parasitológico em humanos.
Método de Kato-Katz, esta técnica apresenta sensibilidade similar, ou melhor, do que os
demais procedimentos quantitativos, com a vantagem da simplicidade de execução, do baixo
custo e da possibilidade do armazenamento e transporte das lâminas em temperatura ambiente
por meses, sem prejuízo dos resultados. O método permite o diagnóstico de outros helmintos,
exceto de larvas de Strongyloides sp, o método de Kato-Katz é o procedimento
internacionalmente recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 1994) para o
diagnóstico de S. mansoni, porque associa o melhor custo-benefício à maior praticidade
(MIOTTO et al.,2016).

Método Da Fita, é através desse método, além dos ovos típicos, podem ser vistos uma ou
duas fêmeas de Enterobius e, eventualmente, ovos de Taenia spp. Antes de considerar o
paciente livre de infecção deverão ser realizados quatro ou seis exames em dias consecutivos.
Os adultos colhidos da região perianal ou da superfície das fezes confirmam a infecção
(CAVAGNOLLI et al., 2015).

Quando os ovos não forem encontrados na área central, examinar toda a preparação
antes de reportar que “não foram vistos ovos ou adultos do parasito”. Quando a fita de celofane
adesiva e transparente estiver opaca e foi usada para a colheita, colocar uma gota do óleo de
inversão sobre ela, ficando a fita suficientemente clara para prosseguir o exame microscópico.
A lâmina de microscopia com a fita de celofane adesiva e transparente com ovos infectantes
deve ser transportada com cuidado, desde que esses espécimes representam uma fonte em
potencial de infecção (CAVAGNOLLI et al., 2015).

Diferentes estágios de desenvolvimento de várias espécies de parasitos são


diagnosticados no sangue periférico humano. Entre estes hemoparasitos estão incluídos
protozoários e helmintos. Nesses grupos encontram-se tripanossomos (Trypanosoma cruzi),
plasmódios (Plasmodium vivax, P. falciparum, P. malariae), babésia (Babesia bigemina),
Leishmania donovani e diversas espécies de filárias (Wuchereria bancrofti, Mansonella ozzardi,
Onchocerca volvulus). Os Plasmodium (P. vivax, P. falciparum, P. malariae) e a Babesia spp.
são encontrados parasitando as hemácias; enquanto os tripanossomos e as microfilárias são
detectados fora das hemácias, e os estágios amastigotas da Leishmania são ocasionalmente
encontrados nos monócitos, A identificação de todos os parasitos do sangue é realizada por um
ou dois tipos de esfregaços sangüíneos: esfregaços estirados ou esfregaços espessos (gota
espessa) (CRUZ et al.,2014).
REFERENCIAS

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