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PEA 3530/2018 - Laboratório de Energia

Profs: Aquiles, André e Eliane

Energia Eólica - Conversão


ASPECTOS TRATADOS:

• interação dos ventos com as pás


• a operação das pás
 análise do desempenho de um rotor eólico
 controle de torque e potencia
 Extração de potência

Aplicação: turbinas de eixo horizontal


Energia e potência contida no do vento
Energia Cinética: ocasionada pelo movimento de massas de ar

1 1 m 2 Massa = kg
E  mv 2 joules Peol  v
2 2 seg V = metros / s
.
m . Anel circular
 m    vol Área, A=100m2
Vol

. L
m    A
seg Ar

Comprimento = 10m
. Velocidade V= 10m/s

m  Av
Onde:  densidade do ar = 1,2256 kg/m3 ao nível do mar
.
m  Av 1 . 2
Peol  mv Potência eólica
2

1
Peol  Av 3 Joules/s= Watts

 2
A D
4
D= diâmetro do rotor

http://www.windpower.dk/tour
Processo de conversão: Energia extraída do vento
Fluxo de vento através de uma turbina
Lei da continuidade de fluxo (Bernoulli)
Vazão (Q) é constante para diferentes localizações ao longo
do tubo de vazão. Assumindo que não há fluxo de massa
através dos limites do tubo de vazões e assumindo massa
específica do ar constante, temos que:
A2 A1
Q  Av  A1v1  A2 v2 (m3/s)
. . A
m m m . A l
   Portanto : m   Q       A v
vol vol / t Q t
.
Av  A1v1  A2 v2  m Fluxo de massa

Sendo

v1> v > v2 A = área do rotor (m2)


Potência do vento extraída pela turbina
V
Pm  P1  P2 A A1
A2
1 . 2

Pm  m . v1  v2
2
2
 v1  v2
V
2
.
m    A
v1  v2 
. volume L
m    ( ) A 2
segundo seg
1 . 2

Pm  m . v1  v2
2
2

 v2    v2  
2

1   1    
v1    v1  
1
Pm    . A
v1  v2  2
. v v
2
 1
Pm   . A.v1
3   
 1 2 2 2
2 2 
Potência eólica Peol
1
Potência mecânica Pm  . . A.v 3 .C p
Eficiência mecânica = Coeficiente de potência 2
Curva de Cp máximo (teórico) em função da velocidade do vento

A máxima potência que pode ser


extraída do vento por uma turbina
eólica apresenta V
uma limitação que
é referente a uma velocidade do
vento
na saída do rotor (V2) que não
pode ser inferior que 1/3V1. Ou seja,
para a máxima transferência de
potência V= 2/3V1
Substituindo V2=1/3 V1 na equação anterior
Eficiência de Betz 1 1 16
Pm (max)  . . A.V 3 .C p  . . A.V 3 .
Cp (teórico) = 16/27 = 59,26% 2 2 27
INFLUÊNCIA DA ROTAÇÃO DA ESTEIRA FORMADA PELO
ROTOR
Na prática Cp é menor que
o valor máximo teórico em
função de três fatores:
rotação da esteira atrás do rotor
 número de pás e perdas na ponta associadas
 força de arrasto não nula
 perfil aerodinâmico das pás
 velocidade do vento incidente

http://www.windpower.dk/tour

Interferência da esteira;
depende da velocidade de ponta de pá

Ref: Energia Eólica. Ronaldo dos Santos


Custódio
Aerofólios e conceitos gerais sobre aerodinâmica

FL = Força de sustentação : perpendicular à


direção do vento incidente
FORÇAS ATUANTES NS PÁS
FD = Força de arrasto: paralela à direção do
vento incidente

Magnitude das forças depende:


Forma do objeto
Sua orientação com relação a corrente de
ar
Boyle, 2002
 velocidade da corrente de ar

Renewable Energy. Godfrey Boyle

L – Lift (sustentação)
D – Drag (arrasto)
Turbina de Arraste
 

Ref: Energia Eólica. Ronaldo dos Santos


Custódio

Nas turbinas de arraste, a velocidade das


pás não é maior que a velocidade do vento,
o que limita sua eficiência.
Turbinas de sustentação

Ref: Energia Eólica. Ronaldo dos Santos


Custódio
AEROFÓLIO : Terminologia

CORTE TRANSVERSAL DA PÁ
Zona de pressão negativa -
Ângulo de ataque Sucção


Vw

Borda de ataque
Zona de pressão positiva Borda de fuga
Linha de corda

Distância da corda
Vento incidente resultante nas pás
Modelo de pás - turbinas tipo hélice

Renewable Energy. Godfrey Boyle

Cresesb, 2002

 diferentes perfis: simétrico e assimétrico


 materiais : fibra de carbono, fibra de vidro com plástico; madeira, aço e
alumínio, etc
COEFICIENTES DE SUSTENTAÇÃO E ARRASTO

Coeficiente de arrasto - CD
FA
CA 
0,5    V 2  A
FA = força de arrasto (Newtons)
V – velocidade do vento incidente
nas pás (m/s)
 densidade do ar (kg/m3)
A – área da pá (linha de corda 
comprimento da pá) (m2)

Coeficiente de sustentação - CL

FS
CS 
0,5    V 2  A
Renewable Energy. Godfrey Boyle
Fs = força de sustentação CS
 Razão entre os coeficientes
CA de sustentação e arrasto
Velocidade relativa do vento

ÂNGULO DE PASSO DAS PÁS

Velocidade
tangencial

Velocidade do vento incidente


Velocidade Ref: Silva, 2005

resultante
 Ângulo de ataque – formado entre a corda do perfil da pá e a
direção do vento resultante VWr
 Ângulo de passo – ângulo entre o plano de rotação e a corda
do perfil aerodinâmico da pá
Ângulo em que a velocidade do vento resultante faz com o plano
  de rotação das pás
Conversão aerodinâmica da Energia eólica em Energia
Mecânica

Ref: Energia Eólica. Ronaldo dos Santos


Ref: Silva, 2005 Custódio
A força total ou resultante (Fr) possui duas outras componentes:

- Força acionadora (Fax) - desenvolvida ao longo do eixo da turbina:


desenvolve torque rotacional produzindo trabalho útil.

- FP - força de impulso axial – atua contra a estrutura das pás e da torre, na


tentativa de fletir o conjunto estrutural
Máximo coeficiente de
potência alcançável para Cp não é constante e é função da:
vários modelos de turbinas   Onde:

 Razão de velocidade de ponta de pá

R  Velocidade tangencial de ponta de


pá ( Vwu)

 Velocidade angular do rotor

R Raio da pá

Velocidade do vento livre

Para qualquer outra valor de velocidade V1


do vento, pode-se obter o valor de
Uma razão de velocidade ótima para para a turbina em função da relação de
uma dada turbina depende da largura razão de velocidade de ponta nominal
das pás e do número de pás. pela equação?
 
 (RPM )   (rad / s)  60 / 
Torque e potência
 Em cada ponto da pá gera-se um Torque= Fr x distância até o centro de
rotação (Nm)
 O Torque total agindo sobre o rotor é calculado somando todos os torques
produzidos ao longo de cada pá e multiplicando pelo número de pás.
 A potência produzida pelo rotor é o produto do Torque pela velocidade
angular (w)

Renewable Energy. Godfrey Boyle


Potência mecânica

Pm = Torque (T) (Newton-metro)  Velocidade angular (w)


Torque = produto da força resultante (Fr) pelo raio (R)
Torque total = A soma dos torques nos diversos pontos
ao longo das pás multiplicado pelo número de pás

1 3
Pm  Av Cp
2
  · velocidade cut-in – velocidade do vento em que o
aerogerador começa a gerar eletricidade;
· velocidade nominal – velocidade do vento a partir
da qual a turbina gera energia na sua potência nominal.;
velocidade cut-out – velocidade do vento em que o
aerogerador é desligado para manter as cargas, a
potência do gerador elétrico e a integridade física da
máquina dentro dos limites de segurança ou fora dos
limites de danos aos diversos componentes do
aerogerador
Torque Nm

T2max Torque de uma turbina eólica


versus velocidade do rotor
T1 max
V2>V1
para velocidades de vento V1
e V2.
V1

Rad/seg
Potência (Watts)

P2 max
Potência de uma turbina
eólica versus velocidade do
V2 rotor para velocidades de
vento V1 e V2

P1ma V1  
x

Rad/seg
Potência da turbina versus característica da velocidade do rotor
para diferentes velocidades de vento incidente. O pico de
potência move-se para a direita nas altas velocidades.

Potência

Ponto de máxima
P3 potência

V1<V2<V3
P2

V3
V2

P1 V1

Velocidade da turbina
Controle de potência e velocidade das turbinas eólicas

O aumento da velocidade dos ventos causam:

a) Aumento da força de sustentação


aerodinâmica com a segunda potência.

b) Aumento da energia extraída com a terceira


potência

 
Controle por estol
Sistema passivo que reage à velocidade do vento. As pás são fixas e não podem ser giradas em torno do seu eixo
longitudinal. O ângulo de passo é escolhido de tal maneira que para velocidades de ventos maiores que a
nominal, o fluxo em torno do perfil da pá se descola da superfície ( estol) , surgindo regiões de turbulência entre
fluxo e superfície.

Cresesb, 2002

Ângulo de estol é o ângulo de ataque no qual o aerofólio exibe um


comportamento de estol. Estol ocorre quando o fluxo repentinamente deixa o lado
de sucção do aerofólio (quando o ângulo de ataque torna-se elevado), resultando
numa diminuição da força de sustentação e aumento da força de arrasto.
ESTRATÉGIA DE CONTROLE PARA TURBINAS DE PASSO
FIXO – CONTROLE ESTOL

É um sistema passivo que reage à velocidade do vento

Ângulo de passo (Beta) - constante

Ref: Carvalho, 2003


Sistema com controle de passo

Sistema de controle ativo, que necessita de um sinal do gerador de potência.


Sempre que a potência nominal do gerador for ultrapassada , devido ao
aumento da velocidade do ventos , as pás do rotor são giradas em torno do seu
eixo longitudinal, mudando o ângulo de passo para aumentar o ângulo de
ataque do fluxo de ar.

Ref: Carvalho, 2003


TURBINAS COM CONTROLE DE PASSO ( Pitch control)

Vantagens do uso de sistema de controle de passo (passo variável):

a) Permitem controle de potência ativa sob todas as condições de vento;


b) Podem alcançar a potência nominal mesmo sob condições de baixa massa
específica do ar, como em grandes altitudes e temperaturas;
c) Maior produção de energia sob as mesmas condições , sem diminuição da
eficiência na adaptação do estol da pá;
d) Partida simples do rotor pela mudança de passo;
e) Dispensa o uso de grandes freios para paradas de emergência, feitas pela
mudança do passo (freio aerodinâmico);
f) Cargas das pás do rotor decrescentes para ventos acima da potência
nominal;
g) Posição do embandeiramento das pás do rotor para ventos extremos;
h) Massas das pás dos rotores são menores
Para máquinas com controle de passo, a potência extraída do vento, representada
graficamente pela curva do coeficiente de potência Cp em função da relação da
velocidade de ponta de pá terá uma função para cada ângulo de passo.

Custódio, R. S. Energia Eólica Para Produção de


Energia Elétrica
EXTRAÇÃO DE ENERGIA

Curva de potência ideal

Região III – O Objetivo é limitar a potência gerada


Regiões típicas abaixo do seu valor nominal para evitar sobrecarga no
gerador elétrico. Nessa região a turbina deve ser
Região I – Onde os ventos sopram com operada com eficiência abaixo de Cpmax
menores velocidades , a potência
instantânea gerada é menor que a nominal

Região II – A velocidade do rotor é limitada com o


1
PG  Cpmax  Peol  Av 3Cpmax objetivo de manter o ruído acústico dentro dos
2 limites permitidos, como também manter as forças
centrífugas abaixo dos valores limitados pelo rotor

Fernando D Bianchi, et all. Wind turbine Control Systems

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