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Laboratório de Circuitos Elétricos II Transformadores – Teoria

TRANSFORMADORES

Um transformador é um dispositivo destinado a transformar tensões, correntes e impedâncias. Trata-se de


um dispositivo de corrente alternada que opera baseado nos princípios da Lei de Faraday.

Aspectos construtivos

Um transformador consiste de duas ou mais bobinas e um "caminho", ou circuito magnético, que "acopla"
essas bobinas, conforme esquematizado na Fig. 1. Nessa figura, o transformador possui apenas duas
bobinas, ou enrolamentos, e o núcleo não possui entreferros, correspondendo a um circuito magnético
fechado. Essa corresponde à configuração clássica para estudo de transformadores monofásicos e será a
adotada neste curso.

Na Fig. 1, ainda, o enrolamento conectado à fonte (cujas grandezas levam o índice 1) é denominado, por
convenção, de enrolamento primário. Já o enrolamento que é conectado à carga (e cujas grandezas levan
o índice 2) é denominado de enrolamento secundário.

i2
iC

primário secundário

Fig. 1 – Representação de um transformador monofásico ideal, com permeabilidade do núcleo infinita.

Transformadores de potência são destinados primariamente à transformação de tensão e operam com


correntes relativamente altas. O circuito magnético é constituído de material ferromagnético, como aço,
a fim de produzir um caminho de baixa relutância para o fluxo gerado (Fig. 1). Geralmente o núcleo de
aço dos transformadores é laminado para reduzir a indução de correntes no próprio núcleo, já que
essas correntes contribuem para o surgimento de perdas por aquecimento devido ao efeito Joule. Em
geral se utiliza aço-silício com o intuito de se aumentar a resistividade e diminuir ainda mais essas
correntes parasitas.
Transformadores para casamento de impedâncias são em geral destinados a aplicações de baixa potência.
Há outros tipos de transformadores, alguns com núcleo ferromagnético, outros sem núcleo, ditos
transformadores com núcleo de ar, e ainda aqueles com núcleo de ferrite.

O TRANSFORMADOR IDEAL

Um transformador ideal é aquele em que o acoplamento entre suas bobinas é perfeito, ou seja, todas
concatenam, ou “abraçam”, o mesmo fluxo, o que vale dizer que não há dispersão de fluxo. Isso implica
assumir a hipótese de que a permeabilidade magnética do núcleo ferromagnético é alta ou, no caso ideal,
infinita, e o circuito magnético é fechado. Além disso, admite-se que o transformador não possui perdas de
qualquer natureza, seja nos enrolamentos, seja no núcleo.

As Fig. 2a e 2b mostram uma representação esquemática de um transformador ideal. Em 2a o


transformador está com o circuito secundário em aberto, enquanto que em 2b o secundário está
alimentando uma carga. As seguintes hipóteses serão adotadas:
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1 – Correntes positivas são aquelas que estabelecem fluxos positivos;


2 – Os pontos nos terminais superiores dos enrolamentos primário e secundário correspondem às suas
marcas de polaridade, ou seja, corrente entrando pelo ponto estabelece um fluxo positivo no núcleo.

Primário Secundário Primário Secundário


i1 φ i1 φ


• i2
• •
v2
e2 e2 v2 Zc
v1 e1 v1 e1

ic
N1 N2 N1 N2

NÚCLEO DE FERRO NÚCLEO DE FERRO

Fig. 2 (a) Transformador ideal em vazio; (b) idem, alimentando carga Zc.

Polaridade
Em corrente alternada a definição de polaridade de um enrolamento de transformador monofásico, em
relação à polaridade do outro enrolamento desse mesmo transformador, resume-se em saber se as tensões
neles induzidas pelo fluxo mútuo, e observadas entre seus terminais, estão em plena concordância ou
plena oposição de fases. Entretanto, o fato de elas estarem ou não em fase será decorrência única e
exclusivamente da maneira como se aplica a tensão em um deles e como se utiliza a tensão induzida entre
terminais do outro.

TRANSFORMADOR EM VAZIO

Considerando o transformador ideal mostrado na Fig. 2, sendo o fluxo total, φ, o mesmo em ambas as
bobinas, já que se desprezam os fluxos dispersos e o núcleo tem µ → ∞, as f.e.m.’s, e1 e e2, induzidas
nessas bobinas (adotando a convenção receptor), escrevem-se como:


v1 = e1 = N1 [V] (2)
dt
e

v2 = e2 = N 2 [V] . (3)
dt

Dividindo-se v1 por v2 chega-se à relação de tensões entre primário e secundário:

e1 v1 N1
= = = a, (4)
e2 v2 N 2

sendo a denominada relação de espiras ou relação de transformação. Esta é a primeira propriedade do


transformador que é a de transferir ou refletir as tensões de um lado para outro segundo uma constante a.

TRANSFORMADOR EM CARGA

Ao se acoplar uma carga a esse transformador ideal, como esquematizado na Fig. 2b, circulará uma
corrente de carga pelo enrolamento secundário, ic, dada por:
e
ic = −i2 = 2 . (5)
Zc

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Essa corrente ic = −i2 produzirá uma força magnetomotriz (f.m.m.), Fc, dada por:

Fc = N 2ic ⇒ Fc = − N 2i2 = −F2 [Ae]. (6)

que, pela Lei de Lenz, tende a se opor, ou desmagnetizar o núcleo. Por outro lado, o fluxo tem que se
conservar, uma vez que é imposto pela tensão aplicada v1 = e1, de acordo com a Lei de Faraday. Para que
o fluxo permaneça invariante, o primário reage, absorvendo uma corrente i1, tal que

F1 = N1i1 = φ1ℜnucleo . (7)

Como, para um transformador ideal, φ1=φ2=φ, tem-se que

Ν2ic = −Ν2i2 = φ2 ℜnucleo = φ1 ℜnucleo = φ ℜnucleo = Ν1i1 (8)

ou seja,

Ν1i1= −Ν2i2, (9)

ou ainda,

i1 N 1
=− 2 =− . (10)
i2 N1 a

Outra maneira de se chegar a esse resultado é através do circuito elétrico análogo ao circuito magnético
mostrado na Fig. 3. O fluxo magnético nesse circuito pode ser calculado por:

ℜnucleoφ = (N1 i1 + N2 i2). (11)


φ

+ ℜnucleo = 0 −

N1 i1 N2 i2
− +

Fig. 3 – Circuito elétrico análogo ao circuito magnético do transformador ideal.

ATENÇÃO! “ANÁLOGO” “EQUIVALENTE”÷


Não confunda circuito elétrico “análogo ao circuito magnético” com circuito elétrico
“equivalente” do transformador, que será estudado mais adiante.

Como o núcleo é feito de material com alta permeabilidade, assume-se que µ → ∞ e, portanto, ℜnucleo→ 0,
o que permite escrever:

(N1 i1 + N2 i2) = ℜnucleoφ ≈ 0, (12)

conduzindo à mesma relação para as correntes de primário e secundário (10). Pode-se verificar que, com o
secundário em circuito aberto (ou em vazio), i1 = i2 = 0, o que significa que o transformador ideal não
absorve corrente para magnetizar seu núcleo (para produzir φ).

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Além da transformação de tensões ou correntes, os transformadores também alteram a impedância do


circuito, como mostrado a seguir.

A impedância do circuito primário é dada pela relação entre e1 e i1, como segue:

e1 e
Z1 = = a ic 2 = a 2 Z 2 , (13)
i1 a

ou, considerando que Z2 = Zc é a impedância de carga,

Z 1 = a2 Z c . (14)

A impedância Z1 é, na verdade, a impedância real “vista” pela fonte, ou seja, o primário “enxerga”
qualquer carga Zc conectada aos terminais do secundário multiplicada pelo quadrado da relação de
transformação.
Em alguns casos o casamento de impedâncias é a principal função de um transformador. Entretanto,
independentemente de sua aplicação, a impedância “vista” pelo primário, ou a impedância efetiva do
circuito primário, depende da relação de espiras ao quadrado e da impedância do secundário.

POTÊNCIA ELÉTRICA

Se calcularmos as potências elétricas de primário e secundário, teremos:

p1 = v1 i1 → p2 = v2 i2 = v1/a . (−i1.a) = − p1 (15)

A expressão acima confirma as hipóteses estabelecidas para um transformador ideal, ou seja, ausência de
perdas. Toda potência que entra pelo primário, sai pelo secundário. O sinal negativo acima indica que o
sentido do fluxo de potência é distinto para primário e secundário, ou seja, a potência positiva entra pelo
primário (convenção receptor) e a potência negativa sai pelo secundário (convenção gerador).

Embora um transformador real esteja sujeito a perdas devido à resistência de condutores, correntes
induzidas no núcleo e correntes necessárias para magnetizar seu núcleo (bem como perdas capacitivas), a
principal hipótese considerada na definição de um transformador ideal foi a adoção de uma
permeabilidade infinita do núcleo, o que implica uma relutância nula para esse circuito magnético.
Todavia, em algumas aplicações práticas e para alguns transformadores, essa hipótese raramente ou nunca
se aplica, como é o caso de transformadores com núcleo de ar.
Em muitos transformadores as perdas são relativamente pequenas (às vezes menores que 1%) e as
aproximações acima são razoáveis. No entanto, em transformadores de baixa potência, as perdas podem
ser elevadas com relação à potência total do transformador.

TRANSFORMADOR IDEAL EM REGIME PERMANENTE SENOIDAL

Quando uma tensão senoidal de frequência angular ω, igual a


ω = 2 π f, (16)

sendo f a frequência em Hz, é aplicada ao enrolamento primário de um transformador e o enrolamento


secundário é mantido em circuito aberto, a tensão primária é balanceada por uma f.e.m., induzida pela taxa
de variação do fluxo concatenado com o enrolamento primário, ψ1, dado por:

ψ1 = N1 φ, (17)
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sendo φ o fluxo no núcleo do transformador, que também possuirá variação temporal senoidal, como
segue,

φ = φmax sen ωt. (18)

Dessa maneira, a tensão primária se escreve como:

d ψ1 dφ
v1 = e1 = = N1 = N1ωφmax cos ωt , (19)
dt dt

cujos valores máximo (ou de pico) e eficaz (ou r.m.s.) valem

e1max= N1ω φmax, (20),


1
E1 = N1 2πf φmax , (21)
2
ou ainda

E1 = 4, 44 fN1φmax . (22)

Em notação fasorial essa tensão se escreve:

Ê1 = jωN1φˆ . (23)

Esses resultados se aplicam tanto a materiais magnéticos como não magnéticos.


 O fluxo estabelecido num núcleo depende da tensão (forma de onda, magnitude e frequência)
aplicada e do número de espiras da bobina de excitação.
 Ao contrário do que ocorre no caso de estruturas excitadas com corrente contínua, nem a natureza
do material, nem as dimensões do núcleo afetam o valor do fluxo.

Conclusões importantes:
 Características de um transformador ideal: 1) núcleo de permeabilidade infinita (relutância nula); 2)
perdas nulas; 3) sem dispersão de fluxo.
 Relações importantes de um transformador ideal:
v1/v2 = N1/N2 = a, i1/ i2 = −1/a, Z1/ Z2 = a2, p2 = −p1.
 A equação E=4,44fNφmax é uma das relações mais importantes na teoria de todos os dispositivos
eletromagnéticos de corrente alternada, pois ela relaciona o projeto do enrolamento (N, número de
espiras) ao carregamento magnético do núcleo (φmax) quando se especifica uma condição de operação
elétrica (E e f). É a relação geral entre o valor eficaz (ou r.m.s.) da tensão gerada por um fluxo de
variação senoidal e o máximo valor desse fluxo.

 O valor do fluxo, dado por φmax= E/(4,44fN), é independente das dimensões e da qualidade do núcleo
magnético. A dimensão e as características do núcleo, no entanto, determinam o valor da corrente de
excitação (I = ℜφ/N), ou corrente de magnetização.

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Laboratório: Aula

Circuito Equivalente do Transformador


1
Monofásico

O Circuito Equivalente do Transformador é um modelo matemático contendo resis-


tências e reatâncias equivalentes em uma configuração que simula o funcionamento do
transformador. Estas resistências e reatâncias não podem ser medidas e este modelo ma-
temático corresponde ao comportamento que este transformador é visto na rede.

R1 X1 X2 R2

i0
icc1 icc2
irm ixm
U1 Rm Xm U2

Figura 1.1: Circuito Equivalente do Transformador

Parâmetros:

• R1 : Resistência Equivalente do Enrolamento Primário;

• X1 : Reatância Indutiva Equivalente do Enrolamento Primário;

• R2 : Resistência Equivalente do Enrolamento Secundário;

• X2 : Reatância Indutiva Equivalente do Enrolamento Secundário;

6
7

• Rm : Resistência Equivalente de Magnetização;

• Xm : Reatância Indutiva Equivalente de Magnetização;

• i0 : Corrente em Vazio;

• irm : Corrente na Resistência de Magnetização;

• ixm : Corrente na Reatância de Magnetização;

• icc : Corrente de Curto Circuito = Corrente Nominal

Os parâmetros do Circuito Equivalente podem ser calculados com dados do Ensaio em


Vazio 2, página 4 e Ensaio em Curto-Circuito 3, página 8.

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Laboratório: Aula 2
Ensaio em Vazio de um Transformador
Monofásico

Em um ensaio em vazio, como o próprio nome diz, o transformador é ensaiado sem


carga.
Os objetivos do teste em vazio do transformador são:

• Determinar as perdas no núcleo por histerese e Foulcault (perdas no ferro);

• Determinar a corrente em vazio Io;

• Determinar a relação de transformação: relação de tensões (Kensaiado ), de placa


(Kplaca ) e a relação do número de espiras (Kn);

• Determinar os parâmetros do ramo magnetizante.

2.1 Preparação
Prepare portanto o seguinte material para a realização do ensaio em vazio de transfor-
mador monofásico:

• 1 transformador monofásico;

• 1 amperı́metros com escalas apropriadas;

• 1 voltı́metro com escala apropriada;

• 1 wattı́metro com escalas apropriadas;

• 1 varivolt (variac) monofásico.

8
2.2 Esquema de Montagem 9

2.2 Esquema de Montagem

Volt V

A A BT AT
Amp Watt

B BT AT
Varivolt 1f Transformador 1f

Figura 2.1: Montagem para obtenção do Ensaio em Vazio

Verifique que um dos lados do transformador foi deixado em vazio (sem carga).

2.3 Levantamento de Dados


Será utilizado para a realização do teste em vazio, um transformador monofásico com
as seguintes caracterı́sticas:

Potência Nominal Tensão Tensão Frequência


(Pn ) (AT) (BT) (Hz)

• Pn : Potência Nominal do Transformador;

• AT: Alta Tensão;

• BT: Baixa Tensão;

Neste estágio os valores medidos são muito importantes, todo cuidado deve ser to-
mado durante a leitura de tensões, correntes e potências. Execute a montagem da aula de
laboratório seguindo o esquema da figura 2.1.
De acordo com o esquema, o transformador monofásico deverá estar operando todo o
tempo em vazio.

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2.4 Questões 10

Aplicando tensão nominal ao enrolamento de baixa tensão, efetuar as medições a seguir:

Un I0 P0
(V) (A) (W)

A fim de determinar a relação de transformação do transformador sob teste, aplicar


uma tensão reduzida ao enrolamento de alta tensão, anotando os valores:

UAT UBT
(V) (V)

2.4 Questões
1. Com os dados de VAT e VBT , determine os valores de K:

KP laca  Kn   KEnsaiado 
N1 VAT
(Fornecido na Placa) Kn = N2
KEnsaiado = VBT

2. Calcular os parâmetros do ramo magnetizante, do circuito equivalente, o fator de


potência a vazio e as correntes Irm e Ixm .

P0 = U0 · I0 · cos(φ0 )

P0
Irm = ⇒ I02 = Irm
2 2
+ Ixm
U0

Ixm = I0 · sen(φ0 ) ⇒ Irm = I0 · cos(φ0 )

Para circuito equivalente paralelo:

U0 V0 U0
Zm = ⇒ Rm = ⇒ Xm =
I0 Irm Ixm

Laboratório 1a ed. 23 de setembro de

2017
2.5 Conclusão 11

cos(φ0 ) Irm Ixm Zm Rm Xm


(A) (A) (Ω) (Ω) (Ω)

3. Determinar a porcentagem da corrente de magnetização em relação à corrente nomi-


nal do transformador:

In I0 I0 % de In
(A) (A) (%)

4. Por que o ensaio em vazio deve ser realizado preferencialmente alimentando-se o


enrolamento de baixa tensão?

5. Justificar a diferença entre os três valores de K (Kn, KP laca , KEnsaiado ) e definir cada
um deles.

6. Com base nos dados do teste em vazio e na sua capacidade de julgar os resultados
o que é melhor para o sistema de energia elétrica equipado com muitos transforma-
dores: transformadores operando sempre com muita folga (superdimensionados) ou
transformadores operando no limite de sua capacidade? Explique.

7. Desenhe o circuito equivalente do transformador, considerando somente a parte mag-


nética. Inserir nos desenhos os valores calculados.

2.5 Conclusão
Escreva em um mı́nimo de 10 linhas as suas conclusões sobre o ensaio em vazio, e sobre
as importâncias deste ensaio.

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Laboratório: Aula

Ensaio em Curto-Circuito de um
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Transformador Monofásico

Em um ensaio em curto-circuito, o transformador é submetido a curto-circuito, e


aumenta-se a tensão gradativamente até atingir a corrente nominal. Logo, este ensaio
simula transformador com carga máxima. Obs.: Nunca eleve até tensão nominal.
Os objetivos do ensaio em curto-circuito do transformador monofásico são:

• Determinar as perdas no cobre (nos condutores que compõem as bobinas).

• Determinar a impedância, resistência e reatância dos enrolamentos.

• Determinar a queda de tensão interna.

3.1 Preparação
Prepare portanto o seguinte material:

• 1 transformador monofásico;

• 1 amperı́metro com escala apropriada;

• 1 voltı́metro com escala apropriada;

• 1 wattı́metro com escala apropriada;

• 1 varivolt monofásico.

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3.2 Esquema de Montagem 13

3.2 Esquema de Montagem

Volt V

A A AT BT
Amp Watt

B AT BT
Varivolt 1f Transformador 1f

Figura 3.1: Montagem para obtenção do Ensaio em Curto-Circuito

Verifique que um dos lados do transformador foi colocado em curto-circuito, e é inte-


ressante que o lado de maior bitola seja colocado em curto, apesar do ensaio poder ser
realizado de qualquer um dos lados.

3.3 Levantamento de Dados


Será utilizado para a realização do teste em curto-circuito, um transformador monofá-
sico com as seguintes caracterı́sticas:

Potência Nominal Aparente Corrente Nominal Tensão Tensão Frequência


(Sn ) (In) (AT) (BT) (Hz)

Sn
In =
Un
Neste estágio os valores medidos são muito importantes, todo cuidado deve ser to-
mado durante a leitura de tensões, correntes e potências. Execute a montagem da aula de
laboratório seguindo o esquema da figura 3.1.
Após calculada a corrente nominal do transformador, aumente a tensão gradativamente,
e anote tensão e corrente até atingir a corrente nominal.

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3.3 Levantamento de Dados 14

Ucc Icc
(V) (A)

3.3.1 Efetuando Ensaio com Corrente Reduzida


Caso não seja possı́vel fazer circular pelos enrolamentos do transformador, a sua corrente
nominal obtenha os valores abaixo, para um valor reduzido de corrente:

In Icc P cc
(A) (A) (W)

Efetue as devidas correções e obtenha os valores nominais da tensão e da potência de


curto-circuito:

Icc Ucc Uccn P ccn


(A) (V) (V) (W)

Sn
In =
Un
Ucc · In In2
Uccn = ⇒ P ccn = · P cc
Icc Icc2

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3.4 Questões 15

3.4 Questões
1. Construa a curva caracterı́stica de curto-circuito Ucc = f (Icc).

2. Faça um comentário sobre a curva obtida. Qual a sua aplicação no ensaio em curto-
circuito?

3. Calcule a porcentagem da tensão primária de curto-circuito, relativamente à tensão


primária nominal:

Un Ucc Ucc% de Un
(V) (V)

4. Calcule o valor da impedância Z, da resistência R e da reatância X, efetuando as


devidas correções para 75o C.

Rcc Xcc Zcc R75o C Z75o C


(Ω) (Ω) (Ω) (Ω) (Ω)

P cc Ucc √ P cc
Rcc = ⇒ Zcc = ⇒ Xcc = Zcc2 − Rcc2 ⇒ cos(Φ) =
Icc2 Icc Ucc · Icc
1
+ θ75o C

1
R75o C = R · α1 ⇒ = 234, 5
α
+ θamb αcobre
5. Calcule o valor da impedância Z, da resistência R e da reatância X percentuais,
efetuando as devidas correções para 75o C.

R X Z R75o C Z75o C
(%) (%) (%) (%) (%)

P cc Ucc
R% = · 100% ⇒ Z% = · 100%
Sn Un
p
X% = Z%2 − R%2
1
+ θ75o C

α 1
R75o C =R· 1 ⇒ = 234, 5
α
+ θamb αcobre

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3.4 Questões 16

6. Determine para o transformador ensaiado, as perdas adicionais e as perdas nos enro-


lamentos.

P0 Pad = 20% de P0 P ccn Penrolamento


(W) (W) (W) (W)

7. Compare as perdas nos enrolamentos com as a vazio e tire suas conclusões sobre o
transformador sob teste.

8. Enumere as vantagens e desvantagens de um transformador que tenha um valor muito


alto de Ucc.

9. Segundo a ABNT, quais são os valores normais de Ucc

10. Segundo a ABNT, quais são os valores normais de Zcc

11. Analisar a diferença dos resultados desprezando-se ou não as perdas adicionais.

12. Durante o ensaio em curto, o que acontece com a indução no núcleo do transformador?
Por que?

13. Desenhe o circuito equivalente completo do transformador, considerando a parte mag-


nética, obtida pelo ensaio em vazio (capı́tulo 2, na página 4), e a parte dos enrolamen-
tos, obtida pelo ensaio em curto-circuito. Inserir nos desenhos os valores calculados.

Np
Rcc = R1 + R2 ⇒ R1 = R2 ·
Ns
Np
Xcc = X1 + X2 ⇒ X1 = X2 ·
Ns
• Np: Número de espiras do Primário
• Ns: Número de espirad do Secundário
Np
• Ns
: Relação de transformação

R1 X1 R2 X2
(Ω) (Ω) (Ω) (Ω)

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3.5 Conclusão 17

3.5 Conclusão
Escreva em um mı́nimo de 10 linhas as suas conclusões sobre o ensaio em curto-circuito
de um transformador monofásico executado em laboratório e sobre a importância dos
parâmetros obtidos durante o teste.

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