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Lembre-se:
Os apontamentos em sala de aula e os comentários nesse arquivo digital devem ser
complementados pela leitura dos livros preconizados e indicados no primeiro dia de
aula.
A consulta e crítica às diferentes referências, inclusive ao professor, é o que distingue o
futuro profissional bem-sucedido.
A eventual citação de empresas e instituições nesta apresentação não tem qualquer sentido de
marketing, patrocínio ou depreciação...
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Moderno sistema de
automação em irrigação
por superfície.
http://www.icid.org/res_irrigation.html http://www.rubiconwater.com
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Aspersão em pista de Aspersão para lavagem de Aspersão para controle de poeira e Aspersão para controle de poeira e
provas da Pirelli. úberes de vacas leiteiras. resfriamento na mineração/indústria. resfriamento/conforto térmico animal.
http://www.pirelli.com http://www.senninger.com http://www.kometirrigation.com http://www.nelsonirrigation.com
Curiosidade:
Qual o princípio dessa técnica?
A energia que seria gasta para
congelar os tecidos, é gasta para
congelar uma camada protetora de
água, o que preserva a planta de uma
dano mais intenso da geada.
http://nwdistrict.ifas.ufl.edu/phag/2014/01/11/satsuma-protection-in-cold-weather-extremes/
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https://www.irrigationnz.co.nz/PracticalResources/ToolsAndTips
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http://www.repositorio.ufpe.br/handle/
123456789/5217
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Proposta de Exercício
Faça uma pesquisa sobre problemas em Perímetros de Irrigação, buscando informações
sobre abandono e problemas que você entenda estarem atrelados à negligência ao
manejo da irrigação.
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Por outro lado: É possível ter uma Irrigação muito correta (até uma irrigação de
precisão) com base numa ‘cuia’, numa garrafa ou num regador de plástico e uma
autêntica Molhação com base num moderno pivô-central.
http://imgur.com/gallery/cY5CkRQ
Irrigação x Molhação
O fato de se ter um sistema de irrigação, por mais moderno que seja, não é garantia
que será feita Irrigação. De fato, não é incomum se ter sistemas caros que fazem mais
‘molhação’ do que irrigação.
Essa distinção é importante porque quando não há Manejo e a Irrigação falha em seus
objetivos, surge adicionalmente uma série de impactos negativos: concretizam-se
algumas das maiores desvantagens da Irrigação.
Isso é de extrema gravidade, pois a Irrigação é responsável por alguns dos maiores
impactos ambientais da Agricultura...
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Ou seja:
Os benefícios da Irrigação devem superar os seus custos totais, num contexto de
comparação com a agricultura de sequeiro.
http://ponce.sdsu.edu/the_salt_predicament.html
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http://www.ars.usda.gov/recovery/riverside.htm
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https://www.ars.usda.gov/pacific-west-area/riverside-
ca/us-salinity-laboratory/
Esgotamento ou
Depleção de
Recursos Hídricos
Vista aérea de uma extensa área semiárida irrigada por pivô central no Oeste dos EUA.
Essa visão é emblemática para demonstrar a pressão exercida pela agricultura irrigada
sobre a disponibilidade regional dos recursos hídricos.
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Confusão?
O pivô-central é um equipamento de irrigação que consome
muita água?
Isso é lenda ou verdade?
Resposta: Populariza-se que Pivô Central consome muita água porque se confunde
volume e lâmina.
Pivô central é um equipamento que tem a capacidade de irrigar extensas áreas mesmo
tendo uma única Linha Lateral móvel.
Quando se deseja implantar projetos pressurizados de grande extensão, o Pivô Central
tende a proporcionar uma redução de custo por unidade de área irrigada.
Assim, o equipamento é muito associado a esses grandes projetos.
Como Volume de Água derivada é o produto da Área pela Lâmina Bruta, um único
equipamento como o Pivô-Central pode derivar grande volume de água.
Curiosidade:
26 Torres
Lateral com 1.300 m
530 hectares
Gasta 44h para o giro na
máxima velocidade
Vazão 506 m3/h
Consegue aplicar
lâminas inferiores a 4
mm
http://www.irrigaengenharia.com.br/
projeto/o-maior-piv-central-do-mundo/19 zimmatic.com/stuff/contentmgr/files/2/498bf40ae0f45168c0b7c659e4158bfc/pdf/sugar_cane.pdf
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http://news.nationalgeographic.com/news/2014/10/141001-aral-sea-shrinking-drought-water-environment/#/84282.ngsversion.1422286636038.jpg
http://greenlivingideas.com/2014/07/21/water-leaks-a-silent-menace/ http://pvwater.org/toolkits/agricultural-en/index.php
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Tanto o escoamento superficial (run off) quanto a percolação profunda têm capacidade
de lixiviar defensivos químicos, íons nutrientes e íons tóxicos para as reservas hídricas.
http://www.thebusinessjournal.com/news/
agriculture/21579-wet-winter-invites-flooding-
research-on-valley-farms
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http://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/2015/04/impacto-da-mancha- http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2015/08/aguapes-
negra-no-rio-sao-francisco-e-avaliado-por-tecnicos.html chegam-pederneiras-depois-de-hidreletrica-abrir-comportas.html
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Você O Mar Morto na verdade é um lago no vale do Rio Jordão, mas cujas águas
Sabia? são cerca de 10 vezes mais salinas que as de um oceano.
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Erosão do solo
e risco de contaminação de águas.
http://soer.justice.tas.gov.au/2009/image/1076/index.php
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Erosão.
http://soer.justice.tas.gov.au/2009/image/1050/index.php
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Impactos Negativos da Irrigação
http://www.ars.usda.gov/Research/docs.htm?docid=18884
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http://www.organiccottoncolours.com/en/
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http://smurfs.wikia.com
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http://www.businesswire.com http://tlirr.com
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http://irrigation.blog.ir/post/30
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Uma das metas mais atuais da Irrigação é o aumento da Eficiência do Uso da Água
(EUA), ou seja, produzir mais alimentos usando menos água.
A EUA é tratada por alguns autores como Produtividade da Água, podendo ser
expressa, por exemplo, em termo de kg produzidos para cada 1 m3 de água consumida.
Pr odução
EUA
Volume
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Proposta de Exercício:
Numa mesma propriedade e na mesma safra, um irrigante cultivou feijão, sob clima
semiárido, em duas glebas: em uma usou pivô-central e na outra usou aspersão
convencional. Numa terceira gleba, onde fez agricultura de sequeiro as plantas
feneceram antes do estádio de florescimento.
Na área do pivô-central, que tem raio de 400 m, foram gastos 339.540 m3, obtendo-se
51 sacas de 60 kg. Na área da aspersão convencional (350 x 300 m) foram obtidas 48
sacas de 60 kg, sendo aplicada uma lâmina de 614 mm. O manejo da irrigação foi feito
com base em uma estação meteorológica, sendo definida uma demanda de 550 mm
para todo o ciclo.
Pergunta-se: em qual gleba o feijão irrigado foi produzido com maior eficiência do uso
da água? E qual sistema foi hidraulicamente mais eficiente? Ambos os sistemas foram
eficazes?
Em todas as três glebas houve eficácia na produção?
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Nesse sentido, o Manejo da Irrigação deve pressupor, como condição de contorno para
a Irrigação, a atualização de insumos (cultivares selecionadas, fertilizantes, defensivos),
de parâmetros de cultivo e de práticas culturais (calendário de plantio, programa de
podas, espaçamento, preparo do solo, incluindo plantio direto e mulching, adoção de
quebra-ventos, tipo de aplicação e doses de defensivos e fertilizantes, etc.). Dessa
forma, o irrigante pavimenta uma trilha mais sólida para a eficiência geral do sistema
de produção irrigado.
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Para sua reflexão:
Ao sair da Agricultura de Sequeiro para a Agricultura Irrigada, o produtor deverá
testemunhar maior ou menor consumo de fertilizantes?
Ainda sobre essa transição, ele deverá adotar maior espaçamento ou poderá trabalhar
com plantas mais adensadas?
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A água pode implicar em perdas por lixiviação e escoamento superficial. E nesse sentido,
a transição do sequeiro conduz a um maior impacto.
Por outro lado, com a irrigação pode-se obter melhor eficiência do uso de fertilizantes, o
que conduziria a um menor impacto.
Uma das distinções mais importantes ao iniciar a Agricultura Irrigada diz respeito às
cultivares. Obviamente, existem cultivares mais aptas à condição de sequeiro e outras
mais aptas ao cultivo irrigado. Se na transição para a agricultura irrigada, o agricultor
continuar usando as cultivares tradicionais, provavelmente estará renunciando parte
do aumento de produtividade: renunciará parte do lucro!!!
Nesse caso, mesmo que o irrigante produza de maneira eficaz ele não será eficiente.
https://origins.osu.edu
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Com isso não se deseja propor o uso de uma ou poucas cultivares, até porque isso seria
mais perigoso que a monocultura em si.
Os aspectos agronômicos da responsabilidade técnica devem vir antes de tudo. Os
princípios da ecologia aplicados à agricultura irrigada não devem se restringir apenas
quando convenientes (certificação, por exemplo) ou quando é necessário remediar um
problema...
Antes de ser qualquer especialista, tem de ser agrônomo...
http://www.clipartof.com
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http://www.thehindu.com/news/cities/Tiruchirapalli/drip-irrigation-
gaining-ground-among-farmers/article7148745.ece
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Leitura do artigo:
Jesus et al. Avaliação agronômica de cultivares e clones de mandioca em área irrigada no Norte
de Minas Gerais. Scientia Agraria Paranaensis, v. 12, n. 3, p.205-210, 2013.
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A falta de Manejo da Irrigação tem impactos negativos que rapidamente afloram para a
sociedade quando se trata de Perímetros Irrigados, devido à grandeza dos números
envolvidos: volume de água, número de pessoas, área cultivada...
A falta de recursos (financeiros e intelectuais) que impede a adoção de técnicas de
Manejo resulta em Cultivos “Irrigados ou Molhados” que não produzem dinheiro, o que
implica em falta de recursos para investimento em tecnologia de Manejo e
Capacitação, fechando-se um ciclo vicioso.
Esse ciclo vicioso da Ignorância em prol da Pobreza fez muitos Perímetros Irrigados
falharem no passado. E ainda hoje tornam novos investimentos fadados ao insucesso.
Não podemos comprar a idéia de Desenvolvimento Regional a partir da Irrigação se não
houver uma política séria de Capacitação Tecnológica e Intelectual para o Manejo da
Água. Todo o resto é mais do que ‘tentativa e erro’: é fraude, corrupção e maldade
humana.
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Vulnerabilidade às estiagens
Desvalorização da terra
“... ‘Perímetro Irrigado’ perdeu o sentido,
Abandono dos lotes já que não há irrigação nos lotes”.
Honório Barbosa
Descontinuidade dos investimentos
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Perímetro Irrigados
Notícia de 2017 (Lucas Spínola) sobre Perímetro
Irrigado de Brumado
Perímetro Irrigados
Perímetro Irrigado Jaguaribe,
Chapada do Apodi – CE.
Notícia de 2018:
Mais da metade desses
equipamentos e dos lotes
estavam abandonados.
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/regiao/sem-agua-perimetros-irrigados-agonizam-no-interior-do-estado-1.2003433
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Perímetro Irrigados
Canal de condução de água tomado pelo mato e
em abandono.
Canal de condução de água assoreados e com
vazamentos.
Esses vazamentos geram problemas de
drenagem!!!
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2019/08/14/canais-de-
irrigacao-estao-abandonados-em-areas-do-nordeste.ghtml
Descontinuidade de investimento
governamental: Goiás; R$ 40 milhões.
Nunca funcionou.
https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2013/03/04/interna_politica,354436/governo-
goiano-gastou-r-40-milhoes-em-sistema-de-irrigacao-que-nunca-funcionou.shtml
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Rodrigo Ribeiro
Franco Vieira (CODEVSAF)
http://tecnologiasocial.fbb.org.br/tecnologiasocial/banco-de-tecnologias-sociais/pesquisar-tecnologias/detalhar-tecnologia-56.htm
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A Eficiência de Israel
Em relação ao Brasil, Israel é um país pequeno: 20.770 km2 (3,7 % da área da Bahia)
O Mar da Galiléia (principal recurso hídrico) é um como um açude no Brasil: pouco maior que a
barragem de Pedra do Cavalo
O bíblico Rio Jordão é como um riachão discreto no Brasil: profundidade de 5,2 m e largura de
18,3 m
Mas, Israel é um exemplo de agricultura irrigada para exportação de produtos de alta
rentabilidade. Faz irrigação em um deserto (Arava) onde chove cerca de 20 – 30 mm/ano. Faz
uso racional de águas residuárias. Faz dessalinização. Sabe explorar águas subterrâneas sob
dunas áridas. Irriga no solo e em cultivos sem solo.
Vejam o vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=JW0sVATocQ8
https://portalbiossistemas.wordpress.com/2012/12/11/irrigacao-israelense/irrigacao2/
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https://apps1.cdfa.ca.gov/FertilizerResearch/docs/Corn.html
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http://www.sharepick.com
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.65
Você arrendaria suas terras para agricultores que não têm capacidade para manejar
seus sistemas de irrigação? Para esse mesmo grupo, as taxas de seguro rural devem ser
as mesmas?
Os riscos de salinização, de sodificação, de levantamento e rebaixamento excessivo do
lençol freático com risco de intrusão marinha, por exemplo, de erosão hídrica, de
contaminação de águas receptoras, etc., deveriam fazer parte de um estudo prévio
antes da concessão de terras para irrigação...
Endereço do software:
http://aplic1.uep.cnps.embrapa.br/sibcti/
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.66
Cada cultura exige uma abordagem customizada quanto ao viés econômico do manejo
da irrigação.
Conclusão para o exemplo: A Lâmina Ótima para o Fumo é menor que a Lâmina que
maximiza a Produção.
Essa é a base da chamada Irrigação Deficitária: nesse caso, aplicar menos água
representará menores produtividade e Receita Bruta, mas, ao mesmo tempo, deve
resultar em menor Custo de Produção. Portanto, existe uma Lâmina Ótima reduzida
que maximiza o Lucro (Receita Bruta – Custo Total).
Infelizmente, esse tema que parece tão atrativo à gestão empresarial é pouco adotado
na prática. A razão para isso é a visão tradicional do agricultor e seu receio ao risco
decorrente do uso de Lâminas Inferiores.
Sugestão de Leitura: FRIZZONE, J. A.; ANDRADE JÚNIOR, A. S.; SOUZA, J. L. M.; ZOCOLER, J. L.
Planejamento de irrigação: análise de decisão de investimento. Brasília: Embrapa Informação
Tecnológica, 2005. 626p.
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.70
Proposta de Exercício:
Faça um gráfico apresentando a resposta de produção (para lâminas entre 0 e 700 mm)
e indique com linhas verticais Wm e W*.
Proposta de Exercício:
Mas, o que falar de um vizinho que, por exemplo, pratica molhação duas vezes por dia
na produção de hortaliças, sem qualquer controle de lâmina, baseando-se apenas no
encerramento da irrigação quando “sente” que o solo está molhado? As lâminas
excessivas podem carrear os defensivos e fertilizantes para as águas receptoras. Podem
também levar ao esgotamento das reservas hídricas locais, dificultando as demais
atividades (turismo, indústria, geração hidroelétrica, etc.) e o abastecimento
doméstico.
http://wisconsinwatch.org/2014/04/manure-spraying-under-scrutiny/
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.75
Leitura:
http://education.nationalgeographic.com/education/encyclopedia/dead-zone/?ar_a=1
http://news.stanford.edu/news/2005/march16/gulf-030905.html
http://education.nationalgeographic.com/education/
encyclopedia/dead-zone/?ar_a=1
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.76
Talvez hoje os conflitos (políticos e eventualmente armados) entre nações pelo uso de
águas que compartilham possa ser um tema distante dos brasileiros.
Exemplo: o aqüífero Guarani, um dos maiores do mundo, é um aqüífero transnacional,
sendo compartilhado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Esses países possuem
uma convivência pacífica e o elevado volume de água do Guarani são pontos que
pacificam a exploração conjunta. Estados Unidos, Canadá e México também são
exemplos que seguem na mesma linha.
Mas, em outras partes do mundo, como entre Israel e a Jordânia, a água é elemento
fundamental no centro de conflitos em potencial, mesmo quando há tratados/acordos
já selados...
Esse risco à paz é tão sério que a ONU tem vasto trabalho na área:
http://www.un.org/waterforlifedecade/transboundary_waters.shtml
http://www.isarm.org/publications/324
CURIOSIDADE: “Em 1964, o governo da Síria tentou construir um "Plano de Desvio" que teria
bloqueado o fluxo de água para o mar da Galileia, reduzindo drasticamente o volume do lago. Este
projeto e a tentativa de Israel de bloquear esses esforços em 1965 foram fatores que aumentaram as
tensões regionais e que culminaram na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Durante a guerra, Israel
capturou as colinas de Golã, que contêm algumas das fontes de água do mar da Galileia. Cerca de
400 milhões de metros cúbicos de água é bombeada no Sistema Nacional de Águas anualmente. Nos
termos do tratado de paz entre Israel e Jordânia, o governo israelense também fornece 50 milhões de
metros cúbicos (1,8 × 109 pés cúbicos) de água por ano aos jordanianos. O aumento da procura de
água e invernos secos resultaram em uma pressão extra sobre o lago, o que diminuiu para níveis
perigosamente baixos o nível da água. O mar da Galileia está em risco de se tornar irreversivelmente
salinizado pelas nascentes de água salgada sob o lago, que são contidas apenas pelo peso da água
doce em cima delas. O governo israelense monitora os níveis de água e publica os resultados
diariamente na internet. O registro do nível ao longo dos últimos oito anos pode ser acompanhado.
No início de 2013, o nível da água do lago estava no ponto mais alto em oito anos. A Autoridade da
Água, em parte, atribuiu o resultado à melhoria da expansão da tecnologia de dessalinização como
uma fonte de água para a população.” https://pt.wikipedia.org/wiki/Mar_da_Galileia
Imagine quatro países quaisquer que compartilham águas da mesma bacia hidrográfica.
O curso natural da água na bacia é abastecer, por uma rede de rios, o país A e depois o
B, onde as águas se concentram num lago. Do lago, fronteira natural para os quatro
países, o excesso de água segue para o oceano, mas a maior parte infiltra para
abastecer um aqüífero subterrâneo que abastece concomitantemente os países C e D.
Imagine ainda que todos esses países têm forte vocação agrícola e adotam amplamente
a irrigação. Mas, de todos os países apenas o C tem propriedades capacitadas e
outorgadas a operarem sistemas de irrigação, o que foi possível graças à intervenção
do governo que criou um órgão exclusivo para esse fim. Nos demais países não há
ações de cobrança/incentivo ao manejo.
Até que ponto o país C atuaria apenas diplomaticamente ao ver os recursos hídricos
contaminados e esgotados, com impacto decisivo sobre sua capacidade de produção de
alimentos para abastecimento interno e para exportações agrícolas, sua principal fonte
de renda? O que esperar dos seres humanos nesse tipo de cenário, cada vez mais atual?
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.79
Exercício Proposto:
Cite 3 artigos, teses ou reportagens que apresentem problemas de conflitos:
a) Entre irrigantes e outras atividades
b) Em relação às águas transnacionais
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.80
Manejo x Pesquisa-Ensino-Extensão-Serviço
Mas, ainda assim, com toda ênfase ao enfoque do Manejo, testemunha-se graves
problemas de falta de manejo em projetos públicos e privados, de grande ou pequeno
porte. Falta uma política de extensão de apoio aos irrigantes. Por outro lado, a área de
atuação está aberta para a atuação e remuneração de profissionais capacitados.
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.82
Para relembrar:
Elementos de Apoio para as Boas Práticas Agrícolas e o Sistema APPCC / PAS Campo. – 2.ed. rev.,
atual. – Brasília, DF : Embrapa, 2006. 204 p. (Série Qualidade e segurança dos alimentos)
http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/118534/1/BOASPRATICASAGRICElementosdeapoioparaasBPAeosistemaAPPCC.pdf
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.85
Pode escolher pelo menos duas culturas no site no INMETRO e fazer uma avaliação
crítica das exigências atuais. Conclua sua análise determinando se as exigências são
suficientes ou “tímidas”.
http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/organismos/pif.asp
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.86
GLOBAL GAP
Guidelines for implementing INTEGRATED FARM ASSURANCE
EUREPGAP for Australian fresh ALL FARM BASE | CROPS BASE |
fruit and vegetable producers FRUIT AND VEGETABLES
http://www.daff.gov.au/ http://www.globalgap.org/export/sites/
SiteCollectionDocuments/ag-food/ default/.content/.galleries/documents/
publications/rpi-pubs/rdc-outcomes/ 130315_gg_ifa_cpcc_af_cb_fv_v4_0-
eurepgap_guidelines.pdf 2_en.pdf
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.87
Curiosidade:
Para melhorar a qualidade fitossanitária da água de irrigação, ao invés de captar
diretamente do rio contaminado, poderia abrir um poço às margens do rio (pouca
profundidade), o que melhoraria a qualidade da água, pois a água infiltrada passa por
depuração... Obviamente o custo do bombeamento subterrâneo deveria ser inferior ao
do tratamento da água superficial.
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.88
Exercício Proposto:
Atualmente muito se tem valorizado os princípios da Agroecologia.
Em recentes concursos de diferentes instituições nacionais se tem
testemunhado como ‘ponto de avaliação’ o tema: Recursos Hídricos
em Sistemas Agroecológicos.
Se você estivesse em um desses concursos como abordaria as
“eventuais diferenças” do Manejo da Irrigação voltado à agricultura
www.diariodanoticia.com
convencional em relação ao voltado à agroecologia?
http://www.agroecologia.usach.cl/especialidad-en-agroecologia-y-agricultura-organica
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.90
A Lei Nº 12.787, de 11 de janeiro de 2013, pressupõe como instrumento da Política Nacional de
Irrigação, a Certificação dos Projetos de Irrigação. Sobre essa certificação, o texto traz:
Art. 19. Os projetos públicos e privados de irrigação e as unidades parcelares de Projetos Públicos de
Irrigação poderão obter certificação quanto ao uso racional dos recursos hídricos disponíveis, incluindo os
aspectos quantitativos e qualitativos associados à água e à tecnologia de irrigação.
§ 1o O Poder Executivo federal definirá o órgão público responsável pela certificação e disporá sobre
normas, procedimentos e requisitos a serem observados na certificação e no credenciamento de entidades e
profissionais certificadores, além da forma e periodicidade mínima de monitoramento e fiscalização dos
projetos de irrigação.
§ 2o As unidades parcelares e projetos de irrigação certificados poderão obter benefícios, nos termos da lei.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12787.htm
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.91
Proposta de Exercício
a) Faça uma pesquisa sobre a Política Nacional de Irrigação, prevista na Lei 12.787, e
discuta o papel do Manejo da Irrigação para que os objetivos da lei sejam alcançados.
b) Considerando que no Brasil existe a cultura medonha das leis que pegam e não
pegam, faça uma análise crítica dessa lei no que diz respeito à Certificação que deve
haver em benefício dos projetos de irrigação. Discutir se isso foi implementado.
c) Quais os benefícios da certificação de projetos de irrigação para o agricultor?
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12787.htm
http://www.integracao.gov.br/c/document_library/get_file?uuid=5516ad79-3f9e-41a4-9cee-
7572e3b07e9b&groupId=10157
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.92
Proposta de Exercício:
Você foi contratado por uma empresa que trabalha com uma dada cultura, que, no
estádio atual, tem um custo total relacionado à água (custo de bombeamento da água
e custo da água) de R$ 0,60/m3. A empresa tem um único pivô central de 567m de raio.
Nesse estádio a cultura tem uma demanda média de 5 mm/dia, numa região semiárida
onde não se pode contar com as chuvas.
Sem adotar uma técnica de manejo a empresa “acredita” que a necessidade da cultura
é 7mm/dia (valor que tirou do projeto agronômico do projetista do sistema). Também
do projeto agronômico do projetista a empresa vem adotando, sistematicamente, uma
eficiência de 90%, mas, você determinou, em seu primeiro dia de trabalho, que a
eficiência real é 81%.
Atenção:
Apesar da maior dificuldade relatada pelos estudantes, sobretudo por aqueles que não
têm afinidade pelas disciplinas da área de engenharia, a Fase de Dimensionamento
Hidráulico é mais lógica, exata e, por isso, mais inteligível e fácil do que o
Dimensionamento Agronômico...
Isso porque no Dimensionamento Agronômico várias variáveis de natureza biológica
trazem mais subjetividade ao estudo; além disso, existe maior dificuldade em levantar
dados atualizados compatíveis com as novas cultivares, novas técnicas e sistemas de
produção. A variabilidade espacial do solo e a falta de séries climáticas confiáveis são
outros importantes fatores complicadores.
Já na Fase do Manejo da Irrigação, a dificuldade torna-se ainda maior, pois além de ser
o momento de checagem do que foi planejado no Dimensionamento, agrega a
responsabilidade de ajustar seus equívocos e as demais eventualidades que são
próprias da agricultura.
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.95
Capacidade de Campo
Muitos livros relacionam a umidade na CC às tensões de 10 a 30 kPa, em função da
textura variando de arenosa a argilosa.
Por outro lado, quando se analisam as condições reais e os valores de CC obtidos na
maioria dos solos do Brasil, observa-se que:
A CC varia de 2 a 8 kPa.
https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1048522/
limites-de-tensao-da-agua-no-solo-para-a-producao-de-uvas-de-mesa
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.100
Uma questão extra seria a CRA em plantas cultivadas em substrato e/ou em vasos:
nesse caso, a CRA tem como paralelo a AFD parametrizada em limites mais rigorosos...
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.101
Para se ter uma equação que permita transformar qualquer tensão em umidade,
dentro da faixa de tensão entre a Capacidade de Campo e as proximidades da
Umidade Crítica. Essa é a base do Manejo via tensiometria.
Proposta de Exercício:
Para o cálculo das Lâminas Brutas na fase de Manejo da Irrigação, por que é incorreto
adotar a mesma Eficiência do Sistema usada na fase de Dimensionamento? Justifique
tecnicamente sua resposta.
Proposta de Exercício:
Se o irrigante usar o dado de projeto, que é mais conservador, estaria cometendo erro?
Ao abdicar de usar o valor correto da Eficiência, o irrigante vai calcular uma Lâmina
Bruta superior à necessidade real. Assim, suas Lâminas geraram mais perdas de água,
justamente porque seu Sistema é Mais Eficiente.
Outra coisa: A Lâmina Bruta maior demanda maior Tempo de Irrigação e maior
Consumo de Energia ($$$).
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.105
Não avaliar a qualidade da água e/ou não determinar o grau de salinidade do solo é um
erro primário, que nunca deveria ser cometido ao se gastar dinheiro para implantar
sistemas de irrigação.
Quando isso acontece, algumas das medidas preconizadas para controlar a salinização
são:
uso de fração de lixiviação
aumento da frequência de irrigação
https://www.ufrb.edu.br/pgea/images/documentos/Didatico/Livro_Salinidade_2016_COMPLETO.pdf
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.108
Nesse caso, a CRA e ETc devem ser corrigidas, da mesma forma que fazemos para
Irrigação Localizada: considerando a fração de área molhada (fW).
Proposta de Exercício:
E se mudarmos a altura de descida dos pendurais do pivô-central, precisaremos
redefinir CRA e ETc? Qual o impacto na fração de área molhada (fW)?
http://www.senninger.com/pivots-linear-systems/ http://www.senninger.com/pivots-linear-systems/
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.110
http://www.cafepoint.com.br/radares-tecnicos/irrigacao/irrigacao-do-cafeeiro-sob-pivo-central-com-lepa-em-plantio-circular-32212n.aspx
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.111
LEPA usado na linha de cultivo usando ‘meias de arrasto’ para reduzir a erosão nos diques de
sulco que limitam o movimento da água nos sulcos.
https://www.hayandforage.com/article-1226-Lower-sprinkler-drops--save-water-and-energy.html
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.112
http://www.fao.org/3/s8684e/s8684e04.htm
CCA039 - Irrigação e Drenagem. Tales Miler Soares - UFRB/CCAAB/NEAS p.113
https://ucanr.edu/sites/Jackson_Lab/Roots_and_Mycorrhizae_857/Alternate_Furrow_Irrigation_in_Tomatoes_388/