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CONTEÚDO

2.7 Produção de energia;


2.8 Ciclos de Carnot e de Rankine;
2.9 Eficiência;
2.10 Ciclos de Rankine modificados;
 
Balanço de Energia- Usina
Termelétrica
Balanço de Energia- Usina
Termelétrica
“Na natureza nada se perde nem se cria, tudo se transforma”
Lavoisier

 Formas fundamentais de energia

 Sistemas termodinâmicos

 Corrente eléctrica como forma de transferência de energia


Formas fundamentais de energia
Conforme o modo como a energia se manifesta, pode designar-se de
diferentes maneiras: térmica, luminosa, química, eólica, etc. Contudo, as
duas formas fundamentais de energia são:

Energia Cinética (EC) e Energia Potencial (EP)


A energia cinética EC encontra-se associada ao movimento dos corpos –
um homem em movimento possui energia cinética que depende da sua
massa e da sua velocidade.
A energia potencial EP é energia que depende da posição de um corpo
relativamente a outros sistemas com os quais interactua.
- Um corpo elástico deformado possui energia potencial elástica.
- Um corpo á superfície da Terra possui energia potencial gravítica.

Energia Mecânica = Energia Cinética + Energia Potencial


Formas fundamentais de energia
Energia Cinética (EC)
Quando um corpo está em movimento, apresenta uma determinada
velocidade. Para que o corpo passe do estado de repouso ao de movimento,
é preciso aplicar uma força que, multiplicada pelo deslocamento do corpo,
seja igual ao trabalho realizado.
A energia armazenada por um corpo em movimento (EC) é:

EC = W = m . v2 m – massa (kg)
v – velocidade (m/s)
Energia Potencial (EP)
A capacidade de um corpo para produzir trabalho pelo facto de estar a uma
dada altura é designado por energia potencial gravítica (EP).
A energia armazenada por um corpo que se encontra a uma altura h, (EP) é:
EP = m . g . h m – massa (kg)
g – aceleração gravítica (m/s2)
h – altura (m)
Formas fundamentais de energia
Unidades de Energia
A unidade de energia do Sistema Internacional de Unidades (SI) é o joule (J).
Outras unidades de energia vulgarmente utilizadas são a caloria (cal) e o
quilowatt – hora (kWh).
1 cal = 4,186 J
1 kWh = 3,6 x 106 J

Energia útil. Energia dissipada. Rendimento


Uma máquina é um dispositivo que extrai energia de uma fonte,
transformando-a noutra forma de energia que nos pode ser útil. Contudo,
nenhuma máquina pode converter toda a energia recebida.

energia motora = energia útil + energia dissipada


Rendimento
Uma máquina será tanto mais “eficaz” quanto menor for a fracção de energia
dissipada. Define-se rendimento de uma máquina () como:

 (%) x 100

É importante salientar que a energia não é perdida independentemente de o


rendimento ser grande ou pequeno. A energia nunca desaparece,
transforma-se em diversas formas e transfere-se entre sistemas.

A energia é sempre conservada.


Potência de uma máquina
Potência de uma máquina é uma grandeza que informa sobre a rapidez com
que uma máquina transfere energia de um sistema para outro:

Onde, Dt – intervalo de tempo (segundo)


E – energia transferida pela máquina
no intervalo de tempo Dt (Joule)
P – potência da máquina (Watt)

Pode agora confirmar que a unidade quilowatt-hora (kWh) é uma unidade de


energia:
E = P x Dt
Dt = 1h = 60 x 60s = 3600 s
P = 1 kW = 1000 W
1 kWh = 1000 x 3600 = 3,6 x 106
Sistemas termodinâmicos
A Termodinâmica é o ramo da Física que estuda os efeitos da mudança
de temperatura, pressão e volume em sistemas físicos na escala
macroscópica. De outra forma, calor significa "energia" em trânsito, e
dinâmica relaciona-se com "movimento". Por isso, em essência, a
Termodinâmica estuda o movimento da energia e como a energia cria
movimento.
Sistemas termodinâmicos são
sistemas físicos constituídos por um
grande número de partículas (átomos,
moléculas ou iões), em agitação
térmica desordenada, interagindo e
trocando energia com o exterior.
Típico sistema termodinâmico, mostrando
entrada de uma fonte de calor (caldeira) na
esquerda e saída para um redutor de calor
(condensador) na direita. Trabalho é extraído,
neste caso, por uma série de pistões.
Sistema, fronteira e vizinhança
Um sistema é uma porção do universo
que queremos estudar. Poderá ser o
Sol, o mar ou uma bola.
Os limites do sistema designam-se por
fronteira do sistema. Chama-se
vizinhança de um sistema á porção do
universo que o rodeia.

Designa-se por sistema aberto aquele cuja fronteira


permite trocas de matéria e/ou energia com a vizinhança.
(Ex: água num copo.)

Sistema fechado é aquele cuja fronteira não permite trocas de matéria com a
vizinhança, mas permite trocas de energia. (Ex: refrigerante numa lata fechada).

Num sistema isolado a fronteira não permite trocas de matéria nem de energia com
a vizinhança. (Ex: garrafa termos).
Transferências de energia sob a forma de calor

A transferência de energia de um sistema para o exterior ou do exterior


para o sistema pode ser sob a forma de:
- Calor – energia transferida quando há uma diferença de temperatura
entre dois ou mais sistemas.

- Radiação – a transferência de energia por radiação faz-se através de


ondas electromagnéticas, que se propagam no vácuo á velocidade da luz.

c = 3 x 108 m/s
-Trabalho – energia transferida para o sistema quando sobre ele actua
uma força. Para haver transferência de energia, designada por trabalho, o
ponto de aplicação da força tem de ter um deslocamento igual ao
deslocamento do corpo.
Calor
No nosso dia-a-dia deparamo-nos com vários problemas de aquecimento. Por
exemplo, os edifícios são, muitas vezes, ou muito quentes ou muito frios. A
compreensão de como o calor é transferido de um corpo para outro revela-se assim,
muito importante.
Há dois mecanismos de transferência de calor: condução e convecção.

A energia transferida sob a forma de calor para um corpo, quando se


verifica uma variação de temperatura DT do corpo, é:

DT – variação de temperatura (ºC)


Q = m x c x DT m – massa do corpo (kg)
c – capacidade térmica mássica (J/kg.ºC)

Capacidade térmica mássica de uma substância é numericamente igual á


quantidade de calor que é necessário fornecer á unidade de massa da substância
para elevar a sua temperatura de um grau Celsius.
Mecanismos de Transferência de Energia em Processos Térmicos

 Condução Em escala atómica há uma troca de energia


cinética entre moléculas, na qual as
moléculas menos energéticas ganham
energia colidindo com moléculas mais
energéticas.
- Antes de se inserir a barra na chama, os átomos estão vibrando em torno de
suas posições de equilíbrio
- À medida que a chama fornece energia à barra, os átomos próximos à chama
começam a vibrar com amplitudes cada vez maiores

- Colidem com seus vizinhos e transferem um pouco de sua energia nas colisões

- O aumento da vibração das moléculas representa uma elevação de temperatura


do metal
A taxa de condução depende das propriedades da substância
Mecanismos de Transferência de Energia em Processos Térmicos

 Convecção
O ar é um mau condutor térmico. Sabemos porém, que nele
ocorrem fluxos de calor com relativa facilidade.
No caso da convecção, a transferência da energia dá-se por
deslocamentos de partes do fluido de um lugar para outros
devido a diferenças de densidade entre partes do sistema.
Quando se liga um
aquecedor numa Se não fosse pelas correntes de convecção, seria muito
sala, o ar aquece difícil ferver a água.
depressa.
À medida que a água é aquecida numa panela, as camadas inferiores
são aquecidas primeiro.
Essas regiões expandem-se e sobem porque tem uma densidade menor
que a da água fria. Ao mesmo tempo, a água mais fria e mais densa vai
para o fundo da panela e aí pode ser aquecida.
radiação
O Sol emite energia por radiação (o Sol é uma fonte de ondas
electromagnéticas). Contudo, não é apenas o Sol que emite radiação.
Todo o corpo emite energia por radiação, sendo essa energia tanto
maior quanto maior for a temperatura absoluta do corpo. A temperatura
do Sol é de cerca de 6000 K, sendo por isso que este astro é uma
poderosa fonte de ondas electromagnéticas.
As ondas electromagnéticas são caracterizadas pelo
comprimento de onda (l) e/ou pela frequência (f).

l – comprimento de onda (metros, m)


l = f – frequência (hertz, Hz)
c – velocidade da luz no vazio = 3 x 108 m/s
Trabalho
Trabalho é a energia que é transferida de um sistema para outro,
quando há uma força de interacção entre sistemas.
Se puxarmos um caixote com uma certa força, transferimos energia
para o caixote que se manifesta no seu movimento. A pessoa perde
energia interna, mas o caixote ganha energia cinética. Ao processo de
transferir energia para um sistema por acção de forças que a
vizinhança exerce sobre ele chama-se trabalho.

O trabalho, W, é, tal como o calor, uma energia em «trânsito» e, tal


como o calor, exprime-se em joules (J).
1ª lei da termodinâmica
A energia interna de um sistema pode variar tanto pela
realização de trabalho como pela ocorrência de um
fluxo de calor, como ainda por efeito da radiação:
Se o sistema estiver isolado termicamente, não há fluxo de calor (Q = 0)
e, não havendo emissão ou absorção de radiação, toda a variação de
energia interna é devida ao trabalho:
DEi = W
Por outro lado, se não se realizar trabalho (W = 0), a variação de
energia interna é apenas devida ao fluxo de calor e radiação:
DEi = Q + R
Num sistema isolado, Q = 0, W = 0, R = 0 e, portanto:
DE = 0
2ª lei da termodinâmica
Das duas leis da termodinâmica, a segunda é a que tem maior aplicação na construção
de máquinas e utilização na indústria, pois trata directamente do rendimento das
máquinas térmicas.
Enunciado de Clausius:
“O calor não pode fluir, de forma espontânea, de um corpo de temperatura menor, para
um outro corpo de temperatura mais alta.”
Tendo como consequência que o sentido natural do fluxo de calor é da temperatura
mais alta para a mais baixa, e que para que o fluxo seja inverso é necessário que um
agente externo realize um trabalho sobre este sistema.
Enunciado de Kelvin-Planck:
“É impossível a construção de uma máquina que, operando em um ciclo
termodinâmico, converta toda a quantidade de calor recebido em trabalho.”
Ou seja, não é possível que um dispositivo térmico tenha um rendimento de 100%,
por maior que seja, há sempre uma quantidade de calor que não se transforma em
trabalho efectivo.
Ciclo Termodinâmico
Um sistema que a partir de um estado inicial passa por certo
número de mudanças de estado ou processos e no final
retorna ao seu estado inicial, executa um ciclo termodinâmico.
Desta forma, todas as propriedades, no final de um ciclo, tem o
mesmo valor inicial.

Uma máquina térmica é um dispositivo que operando


segundo um ciclo termodinâmico, realiza um trabalho líquido
positivo à custa da transferência de calor de um corpo de
temperatura elevada para um corpo de temperatura baixa.
ESTUDO DOS CICLOS TERMODINÂMICOS DE POTÊNCIA

CICLO DE CARNOT

É o ciclo executado pela Maquina de


Carnot, idealizada pelo engenheiro
francês Carnot e que tem
funcionamento apenas teórico (ainda
não conseguiram criar uma Maquina de
Carnot).
Funcionando entre duas transformações
isotérmicas e duas adiabáticas
alternadamente, permite menor perda
de energia (Calor) para o meio externo
• O ciclo de Carnot na prática apresenta grande dificuldade
devido a mistura líquido/vapor de água que sai do
condensador e é comprimida para entrar na caldeira.
• A dificuldade consiste na compressão de vapor e do
líquido separadamente.
• Além disso, a energia gasta na compressão de vapor é
muita maior do que a energia gasta para consumir a
mesma quantidade de líquido.
• Portanto, é muito mais prático um ciclo que tenha somente
líquido na entrada da bomba.
Esse ciclo está representado na figura abaixo.
O ciclo de Rankine é então aquele que se obtém quando o ponto 3’ é
deslocado para a linha de líquido saturado. Podemos então definir um
ciclo ideal de Rankine como aquele que tem dois processos adiabáticos
(bomba e turbina) e dois processos isobáricos ( caldeira e condensador),
sendo todos eles reversíveis.
O CICLO DE POTÊNCIA DE RANKINE
É muito empregado em usinas termoelétricas, esse ciclo tem como
característica principal a utilização do vapor d`água como fluido de
trabalho. A fonte térmica é em geral, a combustão de carvão, óleo, gás
natural ou a fissão do urânio235. A caldeira é o local onde a água é
transformada em vapor a alta temperatura e alta pressão. Esse vapor
expande-se e resfria-se ao passar por uma turbina, convertendo energia
térmica em mecânica de rotação de um eixo. O condensador resfria o
vapor e reduz a sua pressão.
A turbina
O vapor na caldeira no estado 1, tendo uma pressão e
temperatura elevadas, se expande através da turbina para
produzir trabalho e então é descarregado no condensador no
estado 2 com uma pressão relativamente baixa. Desprezando a
transferência de calor com as vizinhanças, os efeitos da energia
cinética e potencial, os balanços de massa e energia sob a forma
de taxa para um volume de controle envolvendo a turbina
simplificam-se no regime permanente a
Condensador

No condensador há transferência de calor do vapor para


a água de resfriamento que escoa por sua tubulação.
O vapor é condensado e a água de resfriamento aumenta
de temperatura. Em regime permanente, os balanços de
massa e energia desprezando os efeitos da energia
cinética e potencial, trabalho no eixo sob a forma de taxa
para um volume de controle envolvendo o condensador
simplificam-se:
Bomba
O líquido condensado que deixa o condensador em 3 é
bombeado para a caldeira que se encontra a uma pressão mais
elevada. Para um volume de controle envolvendo a bomba e
desprezando-se os efeitos da energia potencial e cinética e a
troca de calor com as vizinhanças, os balanços de massa e de
energia sob a forma de taxa fornecem:

Uma forma alternativa para se determinar o trabalho da bomba


pode ser
Caldeira
O fluido de trabalho completa um ciclo ao deixar a bomba em 4,
esse fluido já no estado líquido é aquecido até a saturação e
evaporação na caldeira. Tomando-se um volume de controle
envolvendo os dutos e tubulações da caldeira e desprezando-se
novamente a energia potencial e cinética e também trabalho no
eixo, os balanços de massa e de energia sob a forma de taxa
fornecem:
Parâmetros de Desempenho
A eficiência térmica do ciclo de potência é dada por

η = (h1 – h2) – (h4 – h3) / (h1– h4 )

Desde que os estados 1 a 4 sejam determinados as equações anteriores são aplicadas


tanto ao desempenho real, quando irreversibilidades estão presentes, quanto ao
desempenho idealizado, na ausência destes efeitos. É importante considerar um ciclo
ideal no qual as irreversibilidades estão ausentes, uma vez que este ciclo estabelece
um limite superior para o desempenho do ciclo de Rankine.
A figura abaixo informa o ciclo ideal de Rankine.
Processo 1-2: Expansão isentrópica do
fluido de trabalho através da turbina de
vapor saturado no estado 1 até a pressão
do condensador.
Processo 2-3: transferência de calor do
fluido de trabalho à medida que ele escoa a
pressão constante através do condensador
com líquido saturado no estado 3.
Processo 3-4: compressão isentrópica na
bomba até o estado 4 na região de líquido
comprimido.
Analisando a figura o
Processo 4-1: transferência de calor para
fluido de trabalho sofre
fluido de trabalho à medida que ele escoa a
os seguintes processos
pressão constante através da caldeira para
internamente
completar o ciclo.
reversíveis:
Exemplo 1
Considere a central de potência que opera com vapor de água com os
seguintes dados:

Determine:
a) O trabalho da turbina
b) O calor transferido no condensador
c) O calor transferido no gerador de vapor
d) A eficiência do ciclo
Das tabelas de vapor d’água encontramos:

h1 = 3023,5 KJ/Kg

h2 = 3002,5 KJ/Kg

h3= 226 + 0,9(2373,1) = 2361,8KJ/Kg

h4= 188,5KJ/Kg
a) h2 = W + h3 W = 3002,5 – 2361,8 = 640,7KJ/Kg

b) h3 = Q + h4 Q = 2361,8 – 188,5 = 2173,3KJ/Kg

c) h4+ W = h5 h5 = 188,5 + 4 = 192,5KJ/Kg

h5 + Q = h1 Q = 3023,5 – 192,5 = 2831KJ/Kg

d) pela 2º Lei a eficiência vale

η = Wciclo - Wb / Qe η = 640,7 – 4 / 2831 = 22,4%


EFEITOS DA PRESSÃO DA CALDEIRA E DO
CONDENSADOR
Como o ciclo de Rankine ideal consiste em processos
internamente reversíveis, pode-se obter uma expressão para a
eficiência térmica em termos de temperaturas médias da
caldeira e do condensador. Essa expressão é definida como
ηideal= 1- Tsai / Tent
A Eq. pode ser empregada no estudo dos efeitos de
variações nas pressões da caldeira e do condensador
sobre o desempenho.
Esses resultados funcionam também em ciclos reais.
Essa equação é similar a de Carnot,
porém, observando-se a figura abaixo o ciclo de Rankine ideal 1-2-3-4`-1
possui uma eficiência térmica menor do que o ciclo de Carnot 1-2-3`-4`-
1 que possui a mesma temperatura máxima TH e a mesma temperatura
mínima TC, porque a temperatura média entre 4 e 4`é menor do que T H.
Irreversibilidades e perdas estão associadas a cada um dos componentes
do ciclo de Rankine.

Na turbina, a principal irreversibilidade


experimentada pelo fluido de trabalho
está associada à expansão através da
turbina. A transferência de calor
através da turbina para as vizinhanças
representa uma perda que pode ser
desprezada.
EFICIÊNCIA ISOENTRÓPICA
É o tipo de eficiência que envolve a comparação entre o
desempenho real e o desempenho ideal.
Eficiência Isentrópica em Turbinas: O estado do fluido que está
sendo admitido na turbina e a pressão de saída são fixos. Uma
vez que o estado 1 é fixo, a entalpia específica h1 é conhecida.
Assim o trabalho depende somente da entalpia específica h2 e
aumenta à medida que h2 é reduzida.
O valor máximo para o trabalho da turbina corresponde ao
menor valor possível para a entalpia específica na saída da
turbina. Os estados possíveis na saída estão restringidos por:
geração de entropia
Uma vez que a geração de entropia não pode ser negativa, estados como
s2<s1 não são possíveis em uma expansão adiabática.Os únicos estados
possíveis são aqueles com s2>s1.

O estado indicado por 2s na figura abaixo seria atingido somente no limite


de ausência de irreversibilidades internas.

Isso corresponde a uma expansão isoentrópica através da turbina. Para


uma pressão de saída fixa, a entalpia específica h 2 diminui a medida que a
entropia específica s2 diminui.
Então, o menor valor possível para h2 corresponde ao estado 2s , e o valor
máximo do trabalho da turbina é
Assim a eficiência isoentrópica pode ser encontrada por
ηiso = h1 - h2 / h1– h2s
Eficiência Isentrópica em Compressores e Bombas: O estado do fluido que está sendo admitido no compressor e a
pressão são fixos. A transferência de calor com a vizinhança é desprezível, assim como os efeitos das energias
cinética e potencial. Assim os balanços de massa e energia se reduzem a:

Na ausência de irreversibilidades, isto é, numa expansão isentrópica através de uma turbina temos:

Portanto a eficiência é a razão entre o trabalho necessário para elevar a pressão de um gás até um valor
especificado de forma isentrópica e o trabalho de compressão real.
• Eficiência Isentrópica em Bocais: é a razão entre a energia
cinética real do fluido na saída do bocal e a energia cinética
na saída de um bocal isentrópico para o mesmo estado de
entrada e pressão de saída.
Exemple: eficiência isentrópica da
turbina.
• A eficiência de turbinas, compressores, bombas e bocais é uma
variável de fundamental importância para a elaboração de um projeto.
Sem essa informação sub ou superdimensionamentos podem
acarretar prejuízos incalculáveis, principalmente porque algumas
indústrias utilizam equipamentos de grande porte que podem custar
milhares de dólares. Para um bom dimensionamento de um projeto
industrial, determine a eficiência isentrópica de uma turbina que opera
com vapor d’água a 500°C e 1000 kPa, em regime permanente, e é
expandido até 10 kPa. A vazão mássica é de 1,8 kg/s e a potência
desenvolvida vale 1700 kW. As perdas de calor e os efeitos de energia
cinética e potencial podem ser desprezados. Determine a eficiência
isentrópica da turbina.
Resolução:

Da tabela de vapor superaquecido a 500°C e 1000 kPa temos:


h1 = 3478,44 kJ/kg e s1 = 7,7621 kJ/kgK
Isentrópico s1 = s2s
Da tabela de água saturada sl = 0,6492 kJ/kgK e sv = 8,1501 kJ/kgK

hl = 191,81 kJ/kg e hv = 2584,63 kJ/kg


Exemple: eficiência isentrópica do
bocal.
Vapor d’água é admitido em um bocal que opera em regime
permanente a p1 = 140 lbf/in2 e T1 = 600°F com uma velocidade
de 100 ft/s. A pressão e a temperatura de descarga são p2 = 40
lbf/in2 e T2 = 350°F. Não ocorre transferência de calor
significativa entre o bocal e sua vizinhança, e as variações de
energia potencial entre a entrada e a saída podem ser
desprezadas. Determine a eficiência do bocal.
Resolução:

Da tabela temos que h1 = 1326,4 Btu/lb, s1 = 1,7191 Btu/lb°R, h2 = 1211,8 Btu/lb


Resolução:

Interpolando para p = 40 lbf/in2 , s2s = s1 = 1,7191 Btu/lb°R, resulta em h2s = 1202,3 Btu/lb
Tarefa
1) Vapor d’água é admitido em um bocal isolado operando em regime permanente a
0,7 MPa, 320°C, 35 m/s e é descarregado a 0,15 MPa. Considerando que a
eficiência isentrópica do bocal é 94%, determine a velocidade de descarga, em m/s.
Resposta: 813 m/s

2) Ar é admitido em uma turbina de 3600 kW operando em regime permanente a


uma vazão mássica de 18 kg/s a 800°C, 3 bar e a uma velocidade de 100 m/s. O ar
se expande adiabaticamente através da turbina, sendo descarregado a uma
velocidade de 150 m/s. O ar então entra em um difusor, onde é desacelerado
isentropicamente até uma velocidade de 10 m/s e uma pressão de 1 bar. Utilizando o
modelo de gás ideal, determine:
a) a pressão e a temperatura do ar na saída da turbina, em bar e °C,
respectivamente.
b) b) a taxa de geração de entropia na turbina, em kW/K.
Resposta: 619°C e 0,958 bar; 2,11 kW/K
MELHORANDO O DESEMPENHO DO CICLO DE
RANKINE

Na prática observa-se que um aumento da pressão da caldeira


ou uma diminuição da pressão no condensador pode resultar
numa redução do título de vapor na saída da turbina.

É comum procurar manter um título de no mínimo de 90% na


saída para que não ocorra a condensação nas pás da turbina
causando assim corrosões e mais manutenção nessa turbina.
Para isso é necessária a criação de um superaquecimento e
um reaquecimento no ciclo.
Superaquecimento
Considere a figura que mostra vapor superaquecido na entrada da turbina:
o ciclo 1`-2`-3-4-1`.
Esse ciclo possui uma temperatura
média de adição de calor maior do
que o ciclo sem superaquecimento
(ciclo 1-2-3-4-1) e, portanto, a
eficiência térmica é maior.
Também, o título no estado 2`na saída
da turbina é maior do que no estado
2,
que seria a saída da turbina sem
superaquecimento.
Assim o superaquecimento evita que
se tenha título baixo na saída da
Reaquecimento
Com o reaquecimento a pressão da caldeira é maior e também
proporciona um título baixo na saída da turbina.
Nesse caso é
preciso que tenha
dois estágios para
a turbina como
indica a figura.

O reaquecimento
permite a presença
de um vapor mais
seco na saída da
segunda turbina.
Exemplo 2
Calcular o rendimento de um ciclo de Rankine conhecendo-se a
pressão da caldeira, P1=50bar, e a do condensador, P2 =
0,5bar. Sabe-se que o vapor entra saturado na turbina e que a
água que sai do condensador está saturada.
η = 1 – Qcond./ Qcald. Qcond. = m ( h2 - h3 ) Qcald. = m ( h1 - h4 )
η = 1 – ( h2 - h3 )/( h1 - h4 )
Cálculo das entalpias

Ponto 1: pelas tabelas para P1 =50bar e x1 = 1,0


h1 = 2794,3 KJ/Kg s1= 5,9734 KJ/KgK
Ponto 2: também através da tabela para s2 = s1 (turbina ideal) e
P2 = 0,5bar

s2 = 5,9734KJ/KgK
s2 = sf+ x2∆s
x2 = (s2 - sf)/∆s
sf= 1,0910KJ/KgK
sg= 7,5939KJ/KgK
x2 = (5,9734-1,0910 )/7,5939 – 1,0910 = 0,75
hf= 340,49KJ/Kg
hg= 2645,9KJ/Kg
h2 = hf + x2∆h = 340,49 + 0,75 ( 2645,9 - 340,49) = 2069,5 KJ/Kg
Ponto 3: para P2 =0,5bar e x3 = 0

h3 = 340,49KJ/Kg

Ponto 4: a entalpia no ponto 4 é a soma da entalpia do ponto 3


com a variação de entalpia provocada pela bomba.

h4=h3 + v(P4-P3) = 340,49+0,001(50x105-0,5x105) = 345,44KJ/KgK

η=1–(h2-h3)/(h1 - h4) =1–(2069,5 - 340,49) /(2794,3 -345,44) = 29%


Exemplo 3
Calcular o rendimento do
ciclo do problema anterior
adotando agora o vapor
superaquecido na entrada
da turbina a 500ºC, com as
demais condições
mantidas.
Para P1’ = 50bar e T1’= 500ºC a
través da tabela de vapor
superaquecido encontramos
h1’= 3433,75 KJ/Kg
s1’ = 6,98565 KJ/KgK
Ponto 2’: também através da tabela para s2’ = s1’ e P2’ = 0,5bar

s2’ = 6,98565KJ/KgK

s2’ = sf + x2∆s

x2 = (s2- sf)/∆s

sf = 1,0910KJ/KgK

sg = 7,5939KJ/KgK

x2 = (6,98565- 1,0910 )/ 7,5939 – 1,0910 = 0,90


Ponto 3: para P2 =0,5bar e x3= 0

h3 = 340,49KJ/Kg

Ponto 4 é o mesmo do problema anterior

h4 = 345,44KJ/KgK

η =1 – (h2’ - h3)/(h1’ - h4)


=1 –(2415,35 - 340,49)/(3433,75 -345,44) = 32,8%

Conclusão: o rendimento aumentou de 29% para 32,8% devido


ao uso de vapor superaquecido em lugar de vapor saturado
Exemplo 4
Suponha agora um ciclo de
Rankine como indica a figura com
reaquecimento do vapor que passa
pela turbina do problema anterior
na pressão de 40bar.
Calcular o rendimento deste novo
ciclo supondo que a temperatura de
reaquecimento seja também 500ºC
e que P1= 60bar e P4 = 0,5bar

Ponto 1: Para P1= 60bar e T1= 500ºC a través da tabela de vapor


superaquecido encontramos
h = 3422,2 KJ/Kg s = 6,8803 KJ/KgK
Ponto 2: também através da tabela para s2 = s1 e P2 = 40bar

h2 = 3213,6KJ/Kg

Ponto 3: P3 = 40bar T3 = 500ºC

h3 = 3445,3KJ/Kg

s3 = 7,0901KJ/KgK
Ponto 4: P4 = 0,5bar

s4 = s 3
s4 = 7,0901KJ/KgK
s4 = sf + x4∆s
x4 = (s4 - sf)/∆s
sf = 1,0910KJ/KgK
sg = 7,5939KJ/KgK

x4 = (7,0901- 1,0910 )/7,5939 – 1,0910 = 0,92

h4 = hf + x4∆h
Ponto 5: P5 = 0,5bar

x5 = 0

h5 = 340,49KJ/Kg

Ponto 6 é igual ao ponto 4 do problema anterior

h6 = 345,44KJ/KgK

η = 1 – (h4 - h5)/(h1 - h6 )+(h3 - h2)

η = 1 – (2461,46-340,49)/(3422,2- 345,44)+( 3445,3-3213,6)=36%


Tarefa
Exercício
1
Vapor superaquecido entra na turbina de alta pressão a 8MPa e é expandido
até a condição (curva) de vapor saturado a 300kPa. Em seguida, o vapor é
reaquecido para 400oC com pressão constante de 300kPa, e expandido
novamente até 10kPa na turbina de baixa pressão.
A) Calcule a temperatura do vapor superaquecido e o teor de umidade do
vapor na saída da turbina considerando um processo ideal.
B) Calcule o rendimento térmico do ciclo considerando um
processo ideal.
Tarefa
Exercício
2
Considere um ciclo regenerativo que utiliza água como fluido
de trabalho.O vapor deixa a caldeira e entra na turbina a 4MPa
e 400°C. Após a expansão até 400kPa, parte do vapor é
extraída da turbina com finalidade de aquecer a água de
alimentação da caldeira num aquecedor de mistura. A pressão
no aquecedor é constante e igual a 400kPa, e água sai desse
equipamento como líquido saturado. O vapor não extraído é
expandido até 10kPa. Determine o rendimento do ciclo.

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