Geotecnia Na Arquitetura 8-2015-2

Geotecnia na Arquitetura
Profa. Thaís Cristina Campos de Abreu

E-mail: thais.abreu@gmail.com
CIV 1581 – Profa. Thaís Cristina Campos de Abreu - 2015

Introdução a geotecnia
• Programa
Data Conteúdo programado
• 11/agosto - Introdução a geotecnia/Origem das Rochas

• 18/agosto - Origem dos Solos/índices físicos
• 25/agosto - Classificação dos solos
• 01/setembro - Noções de amostragem e sondagem
• 08/setembro - Tensões nos solos (geoestático e induzido)
• 15/setembro - Tensões nos solos
• 22/setembro - Revisão e exercícios
• 29/setembro - Prova G1 (data limite para pedido de revisão: 9/10)
• 06/outubro - Compressibilidade
• 13/outubro - Envoltória de resistência e resistência ao cisalhamento
• 20/outubro - Análise de estabilidade: encostas, aterros e escavações
• 27/outubro - Estruturas de contenção
• 03/novembro - Fundações diretas e profundas e critérios para escolha do tipo de fundação
• 10/novembro - Prova G2 (data limite para pedido de revisão: 23/11)
• 17/novembro - Semana de estudos para prova final
• 24/novembro - Prova Final G3 (data limite para pedido de revisão: 10/12)
CIV 1581 – Profa. Thaís Cristina Campos de Abreu - 2015 2
Introdução a geotecnia
• Critério de Avaliação
– Critério número 7 estabelicido pela PUC

Análise de estabilidade
encosta, aterro e escavação
Disciplina: Geotecnia na arquitetura
Profa. Thaís Cristina Campos de Abreu

E-mail: thais.abreu@gmail.com
CIV 1581 – Profa. Thaís Cristina Campos de Abreu - 2015

• Taludes
– É chamado a qualquer superfície inclinada que delimita uma massa de
solo, rocha ou outro material qualquer (minério, escória, lixo, etc)

• Taludes naturais
– são definidos como encostas de maciços terrosos, rochosos ou
mistos, de solo e rocha, de superfície não horizontal, originados por
agentes naturais

• Taludes naturais

• Encostas naturais
– Encosta é um nome regional

• Taludes de corte
– é definido como um talude, resultante de algum processo de
escavação promovido pelo homem

• Taludes de corte
Pedreira Bangu
Pittsburgo Street, USA

• Taludes de corte e escavações

• Taludes de aterro
– São taludes originados pelo aporte de materiais, tais como: solo, rocha
e rejeitos industriais ou de mineração

Praia do flamengo/aterro do flamento hoje
• Taludes de aterro
Construção do aterro de flamengo
Praia do Flamento antes de 1950

• Barragens

• Aterros

• Rejeitos

• Taludes

• O que são os movimentos de massa ou movimentos
coletivos de solos e rochas?
– Quando uma porção de material de
um talude se desloca em relação ao
maciço restante, é desencadeado
um processo genericamente
denominado de movimento de
massa que ocorre ao longo de uma
dada superfície chamada de
superfície de ruptura.

• O que são os movimentos de massa ou movimentos
coletivos de solos e rochas?
– A ruptura é caracterizada pela formação de uma superfície de
cisalhamento contínua no maciço.
– Em torno da superfície de cisalhamento existe uma camada de
solo que perde sua resistência durante o processo de ruptura

• Sharpe (1938) classificou os movimentos de massa de

acordo com os seguintes parâmetros:
– Velocidade do movimento
– Tipo de material (rocha ou solo)
– Quantidade de água e gelo contidos na massa
• Os movimentos por Sharpe foram divididos em:

– Fluxo ou corridas (flows)
– Escorregamentos (slides)

• Varnes (1975) adicionou outros parâmetros que

procurou englobar todos os tipos de materiais e o modo
de deformação. Sua classificação inclui:
– Rastejamento
– Escorregamentos
– Movimentos ligados especificamente ao congelamento e degelo
da superfície

• Os movimentos coletivos são classificados em 3 tipos

fundamentais:
– Escoamentos
– Escorregamentos
– Subsidências

• Escoamentos
– É uma deformação ou movimento contínuo com ou sem
superfície definida de movimentação
– Podem ser classificadas em 2 tipos segundo as características
do movimento
• Corrida: escoamento fluido-viscoso
• Rastejo: escoamento plástico

• Corridas
– São formas rápidas de escoamento, com caráter
essencialmente hidro-dinâmico, ocasionada pela perda de atrito
interno em presença de água
– Uma massa de solo e/ou rocha pode fluir como um líquido se

atingir um certo grau de fluidez. Tal condição pode ocorrer por:
• Adição de água
• Esforços dinâmicos (vibração, cravação)
• Processo de amolgamento (argilas sensitivas)

• Corridas
– Os materiais são transportados ao longo de canais de
drenagem e se comportam como um fluido altamente viscoso
– Uma corrida pode ser gerada por pequenos escorregamentos

que se deslocam em direção aos cursos d’água
– Tipos de corridas
• Corrida de terra
• Corrida de areia ou silte
• Corrida de lama
• Avalanche de detritos

• Corridas
• Corrida de terra
• Corrida de areia ou silte
• Corrida de lama
• Avalanche de detritos

• Corridas

• Rastejos
– São movimentos lentos e contínuos de material de encosta com
limites indefinidos
– A movimentação é provocada pela ação da gravidade, intervindo os
efeitos devido às variações de temperatura e umidade.
– Os mecanismos de deformação nos rastejos se assemelha ao de
um líquido muito viscoso.
– A tensão a qual o terreno passa a sofrer fluência é menor do que a
tensão de cisalhamento do solo. Então, quanto uma massa excede
o valor da tensão de fluência inicia o movimento de rastejo.
Contudo, ao atingir valores igual ou superior ao da resistência
máxima de cisalhamento do solo, iniciará o escorregamento.
– É devido a este último, que nos rastejos não existe uma fronteira
bem definida entre terreno em movimento e terreno estacionário

• Rastejos

• Rastejos

• Escorregamentos
– É um deslocamento finito ao longo de superfície definida de
deslizamento
– É um movimento rápido e de urta duração com um plano de
ruptura bem definido
– Podem ser classificadas em 2 tipos segundo predomínio de:
• Rotação
• Translação

• Escorregamentos
• Rotação: escorregamentos rotacionais
• Translação: escorregamento translacionais

• Escorregamentos rotacionais
– Possuem superfície de ruptura curva, côncava para cima ao longo da
qual ocorre o movimento rotacional de uma massa de solo
– Presença de manto de alteração espessos e homogêneos
– Geralmente associados à percolação da água em profundidade

sendo deflagrados algum tempo depois de um evento chuvoso
– O início do movimento muitas vezes está ligado a cortes no sopé da

encosta, provocadas por erosão fluvial ou pela construção de
moradias e estradas

• Rotação: escorregamentos rotacionais
– Ocorre em solos relativamente homogêneos
Circular Não circular
CIV 1581 – Profa. Thaís Cristina Campos de Abreu - 2015 Jaraguá do Sul, SC, 2008 34
• Escorregamento translacionais
– Superfície de ruptura em forma planar
– Geralmente acompanha descontinuidades mecânicas e/ou

hidrológicas do material
– Geralmente deflagrados durante eventos pluviométricos de alta

intensidade, quanto a taxa de infiltração torna-se superior à taxa de
retirada de água do interior da encosta por fluxos subsuperficiais.
Proporcionando um aumento excessivo da poropressão, causando
a ruptura

• Translação: escorregamento translacionais
Ilha Grande, RJ, 2010

• Subsidência
– É um deslocamento finito, ou deformação contínua, de direção
essencialmente vertical
– Podem ser classificadas em 3 tipos
• Subsidência propriamente dita: movimento consiste
essencialmente em uma deformação contínua
• Recalques: por expulsão de um fluido, verifica-se uma

deformação global do solo, produzida pelos deslocamentos
ou rearranjos das partículas individuais
• Desabamentos: consiste em um deslocamento finito vertical,

geralmente rápido

• Desabamentos:

• Desabamentos:
– Queda de bloco
• Movimento em queda livre de blocos e lascas de rocha
• Resultantes do avanço do intemperismo físico-químico

através das descontinuidades das rochas representadas por
falhas, fraturas e bandamentos
• Durante chuvas intensas e/ou prolongadas os blocos podem

se soltar e rolar encosta abaixo sob efeito da gravidade

• Desabamentos:
– Queda de bloco

• Desabamentos:
– tombamento



• A partir dos 3 tipos de movimentos e 7 subtipos, são
diferenciados 32 classes principais. Essas classes
passam a ser caracterizadas de acordo com parâmetros
físico-mecânicos-causais.
– Natureza de superfície de movimentação

– Inclinação do talude
– Características qualitativas do movimento
– Tipo de movimento
– Velocidade e duração
– Termo de passagem de um tipo de movimento para outro
– Causas intrínsecas e extrínsecas e modo de ação
– Natureza física de ações significativas das causas
– Efeitos sobre as condições de equilíbrio
– Processos corretivos dos movimentos de massa
• Os processos de instabilização de taludes e suas formas
de contenção são necessárias devido a desastrosas
consequências que os escorregamentos acarretam.
• As ocorrencias podem ser devido ao aumento:

– urbanização e do desenvolvimento de áreas sujeitas a
escorregamentos
– desflorestamento contínuo as áreas
– aumento das taxas de precipitação causadas pelas mudanças
de clima

• Projetos de arquitetura em taludes
• Casas, Suíça, projetado por Waldemarson Berglund Arkitekter.

• Projetos de arquitetura
em taludes
• 3M house, Austria, projetado por Destilat Architecture + Design

• Elqui Domos Astronomical Hotel,
Chile, projetado por Rodrigo
Duque Motta

• Havøysund Tourist Route, Noruega, projetado por Reiulf Ramstad Architects

• Ponte de Lima, Portugal, projetado por Eduardo Souto de Moura

• Casa da colina em Takarazuka, Japão, projetado pela EARTERN. Altura da colina de 330 m
• ???, Espanha
• Aloni House, Cycladic Islands, Grécia, projetado pela Deca Architecture.


•


• Os mecanismos que levam à ruptura
– São aqueles que aumentam os esforços atuantes ou promovem
a diminuição da resistência do material que compõe o talude ou
maciço como um todo
– O material que compões um talude tem a tendência natural de

escorregar sob a influência da força da gravidade, entre outras
que são suportadas pela resistência ao cisalhamento do próprio
material

– Forças instabilizantes
• Geralmente as gravitacionais e/ou de percolação
• Induzem o movimento de massa ao longo da superfície de
ruptura
– Forças resistentes
• Se opõe a ação do movimento de massa, em função da
mobilização da resistência ao cisalhamento do material

– exemplos

– Algumas das causas do aumento de tA ou da diminuição de tR são:
– Causas externas
• Mudança da geometria do talude (inclinação e/ou altura), devido a
cortes ou aterros no talude ou em terrenos adjacentes
• Aumento da carga atuante (por sobrecargas na superfície)
• Atividades sísmicas
– Causas internas
– Variação do nível de água (aumento do peso específico do material;
aumento da poro-pressão com diminuição da pressão efetiva;
rebaixamento rápido do NA)
– Diminuição da resistência do solo (ou rocha) com o tempo (por
lixiviação, por mudanças nos minerais secundários, nas
descontinuidades, etc)

• Agentes e causas de movimento de massa
– Agentes predisponentes e efetivos
– Agentes predisponentes: conjunto de condições geológicas,
geométricas e ambientais em que o movimento de massa irá ter
lugar. São as características intrínsecas, função apenas de condições
naturais, não atuando, sob qualquer forma, a ação do homem.
• Complexo geológico: natureza petrográfica, estado de alteração
por intemperismo, acidentes tectônicos (falhamentos,
dobramentos), atitude das camadas (orientação e mergulho),
formas estratigráficas, etc.
• Complexo morfológico: inclinação superfícial, massa, forma de
relevo
• Complexo climático-hidrológico: clima, regime de águas
meteóricas e subterrâneas
• Gravidade
• Calor solar
• Tipo de vegetação
– Agentes predisponentes e efetivos
– Agentes efetivos: conjunto de elementos diretamente
responsáveis pelo desencadeamento do movimento de massa,
neles incluindo a ação do homem.
• Preparatórios: luviosidade, erosão pela água ou vento,
congelamento e degelo, variação da temperatura, dissolução
química, ação de fontes e mananciais, oscilação de nível
dos lagos e marés e do lençol freático, ação humana e de
animais, inclusive desflorestamento.
• Imediatos: chuva intensa, fusão de gelo e neve, erosão,
terremotos, ondas, vento, ação do homem.

– Causas internas e externas
– Causas internas: são aquelas que levam ao colapso sem que se
verifique qualquer mudança nas condições geométricas do
talude e que resultam de uma diminuição da resistência interna
do material
• Aumento da pressão hidrostática, diminuição da coesão e
ângulo de atrito interno por processo de alteração
– Causas externas: provocam um aumento das tensões de

cisalhamento, sem que haja diminuição da resistência do
material
• Aumento do declive do talude por processos naturais ou
artificiais, deposição de material na porção superior do
talude, abalos sísmicos e vibrações

• Atuação da cobertura vegetal

• Análise de estabilidade de taludes
– Averiguar a estabilidade de taludes em diferentes tipos de obras

geotécnicas, sob diferentes condições de solicitação, de modo a
permitir a execução de projetos econômicos e seguros
– Averiguar a possibilidade de escorregamentos
– Analisar escorregamentos já ocorridos, compreendendo os

mecanismos que levaram para a ruptura (retroanálise)

• Análise de estabilidade de taludes
– As técnicas de análise de estabilidade podem ser divididas em:
• Análise probabilística
• Análise determinística

– Requer conhecimento das distribuições de probabilidade ou das
funções de densidade da probabilidade das variáveis aleatórias
associadas ao problema

– São essenciais para a confecção de:
• Mapas de potencial de ruptura
• Mapas de risco de ruptura
• Mapas de ocupação/aproveitamento de solos

• Análise determinísticas
– Realizada em função do fator de segurança ou coeficiente de
segurança (F)
• Fator que diminui a resistência ao cisalhamento (em termos
de tensões efetivas)
• Fator que diminui a resistência ao cisalhamento (tensões

totais)
• Relação entre momentos resistentes (MR) e atuantes (MA)

(ruptura circular)
• Relação entre forças resitentes (FR) e atuantes (FA)

(fundações)
• Análise determinística
– Métodos envolvidos:
• Análise limite
• Tensão-deformação
• Equilíbrio limite

– Consiste na determinação do equilíbrio de uma massa ativa de solo, a
qual pode ser delimitada por uma superfície de ruptura circular,
poligonal ou outra geometria qualquer
– Determina o grau de estabilidade a partir das premissas:
• Postula-se um mecanismo de ruptura - superfície de ruptura
• Equilíbrio é calculado pelas equações da estática. O equilíbrio de
forças é feito subdividindo a massa em fatias e analisando o
equilíbrio de cada fatia


• Talude infinito
– É definido infinito quando a relação entre as suas grandezas
geométricas extensão e espessura for muito grande. A espessura do
terreno superfícial potencialmente instável é pequena em relação ao
talude
– Análise pode ser feita em:

• Formação sedimentar – superfície de separação são paralelas ao
terreno
• Formação granitica ou gnaisica com camada superficial de solo
residual

• Talude infinito

• Talude infinito

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Pittsburgo Street, USA

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Construção do aterro de flamengo

Praia do Flamento antes de 1950

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• Sharpe (1938) classificou os movimentos de massa de

• Os movimentos por Sharpe foram divididos em:

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• Varnes (1975) adicionou outros parâmetros que

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• Os movimentos coletivos são classificados em 3 tipos

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– Uma massa de solo e/ou rocha pode fluir como um líquido se

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– Uma corrida pode ser gerada por pequenos escorregamentos

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– Presença de manto de alteração espessos e homogêneos

– Geralmente associados à percolação da água em profundidade

– O início do movimento muitas vezes está ligado a cortes no sopé da

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– Geralmente acompanha descontinuidades mecânicas e/ou

– Geralmente deflagrados durante eventos pluviométricos de alta

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• Recalques: por expulsão de um fluido, verifica-se uma

• Desabamentos: consiste em um deslocamento finito vertical,

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• Movimento em queda livre de blocos e lascas de rocha

• Resultantes do avanço do intemperismo físico-químico

• Durante chuvas intensas e/ou prolongadas os blocos podem

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