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A Anatomia da

Crucificação de
Jesus Cristo
Um Estudo Aprofundado por
Maxwell Braga
Introdução
Neste estudo veremos de maneira mais aprofundada a dor que Jesus Cristo pôde sentir antes e
durante a crucificação, tendo em vista que os evangelhos não relatam de maneira aprofundada
o processo de crucificação da época, nos levando a exaustivas consultas históricas para
melhor compreender. Os 4 evangelhos não relataram de maneira minuciosa o que houve com
Jesus, em vista do ato ser comum naquela região e naquele tempo, parecendo assim não haver
a necessidade de explicar. Também hoje com os avanços da medicina nós temos uma
amplitude maior de detalhes como por exemplo, quando Jesus suou sangue, quando água
jorrou do seu corpo, entre outras coisas que a frente serão melhor explicadas.
É nítido que a igreja atual não consegue mais aprofundar-se com a alma ao ponto de entender
o quão injusto foi o sacrifício de Cristo, ultimamente se vê que isso tornou não tão valoroso
para muitos e para alguns, sem valor nenhum. Por isso foi despertado em mim pelo Espírito
de Deus uma chama ardente no coração, para me aprofundar não só no evangelho de Jesus
mas no momento da crucificação, e que esse estudo aprofundado lhe sirva para melhor pregar
o evangelho meu amado irmão, e despertar em muitos a chama que a tempos se apagou.
Jesus Agoniza no Jardim
Mt. 26.36-46; Lc. 39-46
Jesus e os Apóstolos foram ao Jardim do Getsêmani. Judas não foi com eles. Ele foi contar aos judeus
onde Jesus estava. Jo. 18.2-3.
O Salvador pediu a Pedro, Tiago e João que fossem com Ele ao jardim e que esperassem enquanto
Ele orava. Jesus sabia que precisava sofrer pelos pecados de todas as pessoas. Ele não queria sofrer,
mas decidiu obedecer à vontade do Pai Celestial. Pedro, Tiago e João adormeceram enquanto Jesus
orava. Quando Jesus voltou, eles estavam dormindo e pediu-lhes que ficassem acordados. Jesus foi
orar de novo. Pedro, Tiago e João queriam ficar acordados, mas estavam muito cansados e
adormeceram novamente. Jesus encontrou-os novamente dormindo e foi orar uma terceira vez.
Enquanto orava, começou a tremer por causa da dor. Um anjo apareceu para dar-Lhe força. Ele
sofreu tanto, que suou sangue. Ele estava sofrendo por todos os nossos pecados para sermos
perdoados, se nos arrependermos. Jesus acordou Pedro, Tiago e João e disse-lhes que Ele seria traído e
morto. Disse também que pessoas iníquas estavam vindo para levá-lo.
Jesus Suou Sangue
É possível suar sangue?
Sim, é possível suar sangue, apesar de ser algo extremamente raro. A literatura médica chama essa
condição de hematidrose. Apesar de ainda haver alguns mistérios envolvendo episódios de
hematidrose, normalmente sua ocorrência está relacionada a uma condição de extremo estresse físico
e psicológico.
Então em alguns casos a tensão é tão violenta, que pode provocar a dilatação dos vasos subcutâneos,
especialmente daqueles próximos das mucosas e glândulas sudoríparas. Esses vasos acabam se
rompendo, e sangue e suor se misturam na transpiração. Neste caso, os pequenos coágulos de sangue
tingem de vermelho as gotas de suor.
Conforme o contexto indica, no momento em que o suor de Jesus se tornou como sangue, Ele estava
experimentando um estado de angústia devastador. Seu estado psicológico estava dilacerado,
combinando profunda angústia, sensibilidade aguda e suplica intensa (Lucas 22:44). Lucas também
informa que até mesmo um anjo do céu apareceu para confortá-lo.
Jesus Suou Sangue

Uma das causadoras da morte rápida de Jesus foi este fenômeno, ao suar sangue a pele de
Jesus ficou sensível devido as feridas internas, a hematidrose segundo relatos, não dura
muitos minutos mas deixa dor local exigindo tratamento médico.
Não se pode imaginar o tamanho do sofrimento que Jesus estava passando enquanto
orava, para que esse fenômeno fosse desencadeado, a dor psicológica naquele momento
era terrível, tanto que Jesus pediu ao Pai que fosse passado para outro aquele cálice. Sim
Jesus sentiu medo. Mas Jesus como um servo fiel, sabendo o que viria acontecer e que
precisava acontecer, se rendeu dizendo “E, indo segunda vez, orou dizendo: Meu Pai, se
este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade.” Mt. 26.42.
Jesus é Traído
Meditação no Texto

Mc 14.43-52;

Jo. 18.1-11;

Vide também Jo. 13.27


Os Seis Estágios do
Julgamento de Jesus
Diante das Autoridades
Judaicas

1º - A audiência prévia com Anás (Jo 18. 12-24)


A primeira audiência é feita com Anás o sumo sacerdote mas sem efeito decisivo (Jo.
18.12-24).
Anás havia sido posto como sumo sacerdote no ano 6 D.C. e deposto no ano 15 D.C.
pelos romanos mas os judeus consideravam esse ofício para a vida toda, por isso o
julgamento de Anás era considerado de grande influência até no sinédrio.
Durante o interrogatória Anás profere certa pergunta a Jesus sobre seus discípulos e sua
doutrina, e Jesus o diz para que convoque os que o têm ouvido para que eles mesmos os
testifiquem, foi então que um dos servos esbofeteia o rosto de Jesus. Não tendo mais o
que dizer a Jesus, ele pede que o mandem até Caifás, o atual sumo sacerdote de
Jerusalém posto pelos romanos.
Os Seis Estágios do
Julgamento de Jesus

2º - A audiência com Caifás (Mt. 26.57-68)

A segunda audiência é feita com Caifás o atual sumo sacerdote, genro de


Anás. Já não bastando a inveja de Jesus e toda aquela incredulidade,
quiseram ainda o condenar de todo maneira, mas não encontraram crime
nenhum que acometerá para o acusar, tentaram então criar falsos testemunhos
contra o Cristo, mas ainda sim, não adiantava. Então através de certa fala de
Jesus descrita no versículo 64, o sumo sacerdote o acusa de blasfemar contra
Deus comparando-se ao Eterno; após isso o julgaram digno de morte então
começaram a cuspir-lhe, esbofetear-lhe e a esmurrar-lhe e dizendo:
“profetiza-nos, Cristo, quem é o que te bateu?” v.68.
Os Seis Estágios do
Julgamento de Jesus

3º - O Julgamento Perante o Sinédrio (Mt. 27.1,2; Lc.


22.66-71)
O julgamento de Jesus perante o Sinédrio foi muito semelhante ao julgamento feito
logo antes por Caifás em sua casa. Logo ao amanhecer os setenta membros do Sinédrio
se reuniram para ratificar oficialmente o que se havia dito e planejado na audiência
anterior (vide referências).
Diversas ilegalidades foram cometidas nos julgamentos a que
Jesus fora designado
1º - Mesmo antes de começar o julgamento, já havia sido determinado que Jesus deveria morrer (Jo 11.50; Mc 14.1).
O princípio: “inocente até que se prove o contrário” não foi observado.
2º - Falsas testemunhas contra Jesus foram forjadas (Mt. 26.59). Geralmente, os líderes religiosos tinham rigorosos
critérios de avaliação para examinar a veracidade dos testemunhos, a fim de assegurar a justiça, mas, no caso de Jesus,
tais cuidados não foram considerados.
3º - Não foi permitida ou providenciada defesa alguma para Jesus (Lc. 22.67-71).
4º - O julgamento foi realizado à noite (Mc. 14.53-65; 15.1). Isto era ilegal de acordo com as leis judaicas.
5º - O sumo sacerdote colocou Jesus sob juramento, então, incriminou-o pelo que ele mesmo havia dito (Mt. 26.63-
66).
6º - Casos que envolviam acusações tão graves poderiam ser julgados apenas nos locais habituais de reunião do
Sinédrio, e não na residência de um sumo sacerdote, como se deu no caso de Jesus (Mc. 14.53-65).

Acima, estão muitos exemplos de atos realizados pelos líderes religiosos que, de acordo com suas próprias leis, eram
ilegais. Os líderes religiosos não estavam interessados em oferecer a Jesus um julgamento justo. O pensamento
daqueles homens era que Jesus deveria morrer. Esta obsessão cega levou-os a perverter a justiça a qual tinham a
responsabilidade de proteger.
Os Seis Estágios do
Julgamento de Jesus
Diante das Autoridades
Romanas

4º - A Primeira Audiência com Pilatos (Lc. 23.1-5)

Os líderes religiosos judeus haviam condenado Jesus à morte, baseando-se


em questões religiosas, mas somente o governo romano poderia decretar a
pena de morte. Então, tais líderes levaram Jesus a Pilatos, o governador
romano, e acusaram o Mestre de traição e rebelião, crimes que eram punidos
pelo governo romano com a morte. Pilatos percebeu que Jesus era inocente,
mas temeu pelo tumulto causado pelos líderes religiosos.
Os Seis Estágios do
Julgamento de Jesus
Diante das Autoridades
Romanas

5º - A Audiência com Herodes (Lc. 23.6-12)


Por Jesus ser da região da Galileia, Pilatos enviou-o a Herodes Antipas, o governador
daquela região. Herodes estava em Jerusalém para a celebração da Páscoa; ansiava para
ver Jesus realizar algum milagre, mas Ele permaneceu em silêncio, Herodes nada fez
além de envia-lo de volta a Pilatos.
Os Seis Estágios do
Julgamento de Jesus
Diante das Autoridades
Romanas

6º - A Segunda Audiência com Pilatos (Lc. 23.13-25; Jo.


18.18-40; Jo. 19.1-16)
Pilatos não gostava dos líderes religiosos e não estava interessando em condenar Jesus,
porque sabia que Ele era inocente. No entanto, o governador romano sabia que outra
revolta em seu distrito poderia custar-lhe o cargo. Primeiro tentou agradar os líderes
religiosos ao açoitar Jesus, um ato ilegal, mas finalmente desistiu e entregou Jesus para
ser executado. O interesse de Pilatos por sua posição e bem-estar foi mais forte do que
o seu senso de justiça.
“Eli, Eli, lemá sabactâni” (Mt
27:46).

-Jesus de Nazaré
O Açoite
Como foi o Açoite?
Entre os romanos, a flagelação era imposta algumas vezes como castigo isolado e completo em si
mesmo, e outras vezes como o prelúdio da crucificação. Os fatos demonstram que, nesse caso, a
flagelação foi uma decisão que Pilatos tomou para arrancar Jesus da morte, procurando despertar a
compaixão do povo.
O condenado, sem roupa na parte superior e com as mãos amarradas, era preso a uma coluna pouco
elevada ou em uma coluna baixa, com as costas encurvadas, de modo que, ao serem lançados sobre
elas, os golpes fossem com toda a força. Obedeciam às ordens daquele que presidia o suplício dois
lictores, pelo menos, mas podiam ser quatro e até seis! Os lictores eram homens vigorosos aptos a
manejar o chicote, e golpeavam com toda a força, sem compaixão, o condenado.
Os primeiros açoites rasgavam a carne, e o sangue saía das veias em borbulhas. Eram usados para a
flagelação chicotes feitos de cordas ou tiras de couro, em cujos extremos colocavam-se ossos ou
pedaços de ferro ou chumbo. Ainda que os golpes desferidos pegassem diretamente sobre as costas, as
pontas do chicote enroscavam-se no corpo e feriam o peito e a barriga. Entre os judeus, a lei limitava o
número de açoites.
Os Soldados Escarnecem
de Jesus
Então, Jesus, quase desmaiando é desamarrado, e lhe é permitido cair no pavimento de pedra, molhado
com Seu próprio sangue. Os soldados romanos vêm uma grande piada neste Judeu, que se dizia ser o
Rei. Eles atiram um manto sobre os seus ombros e colocam um pau em suas mãos, como um cetro.
Eles ainda precisam de uma coroa para completar a cena. Um pequeno galho flexível, coberto de
longos espinhos é enrolado em forma de uma coroa e pressionado sobre Sua cabeça. Novamente, há
uma intensa hemorragia (o couro do crânio é uma das regiões mais irrigadas do nosso corpo). Após
zombarem dele, e baterem em sua face, tiram o pau de suas mãos e batem em sua cabeça, fazendo com
que os espinhos se aprofundem em sua cabeça. Finalmente, cansado de seu sádico esporte, o manto é
retirado de suas costas. O manto, por sua vez, já havia aderido ao sangue e grudado nas feridas. Como
em uma descuidada remoção de uma atadura cirúrgica, sua retirada causa dor torturante. As feridas
começam a sangrar como se ele estivesse apanhando outra vez.
Momento dos Vídeos
do Flagrum
A Caminhada até o Gólgota
Em respeito ao costume dos judeus, os romanos devolvem a roupa de Jesus. A pesada barra horizontal
da cruz á amarrada sobre seus ombros, e a procissão do Cristo condenado, dois ladrões e o
destacamento dos soldados romanos para a execução, encabeçado por um centurião, começa a
vagarosa jornada até o Gólgota. Apesar do esforço de andar ereto, o peso da madeira somado ao
choque produzido pela grande perda de sangue, é demais para ele. Ele tropeça e cai. As lascas da
madeira áspera rasgam a pele dilacerada e os músculos de seus ombros. Ele tenta se levantar, mas os
músculos humanos já chegaram ao seu limite. O centurião, ansioso para realizar a crucificação,
escolhe um observador norte africano, Simão, um Cirineu, para carregar a cruz. Jesus segue ainda
sangrando, com o suor frio de choque. A jornada de mais de 800 metros da fortaleza Antônia até
Gólgota é então completada. O prisioneiro é despido - exceto por um pedaço de pano que era
permitido aos judeus.
Cena do filme paixão de Cristo
Rua onde Jesus caminhou até o Gólgota
A Cruz
A Cruz é um antigo instrumento bárbaro de suplício, usado por vários povos para executar os
condenados a morte. Era constituída de duas partes: uma haste vertical de aproximadamente 2,5
metros de comprimento, denominada “estipe”, que era cravada a um metro de profundidade no local
da crucificação. A parte horizontal da cruz, uma haste chamada “patíbulo”, tinha cerca de 2,0 metros
de comprimento e pesava entre 40 a 60 quilos. Os condenados transportavam somente o patíbulo nas
costas, o que causava graves ferimentos na nuca, e as estipes ficavam fixadas no monte Calvário,
aguardando a chegada dos condenados. Portanto, não são reais as representações artísticas de Jesus
carregando as duas partes da cruz (estipe e patíbulo).
A Crucificação
A crucificação começa: Jesus é oferecido vinho com mirra, um leve analgésico. Jesus se recusa a
beber. Simão é ordenado a colocar a barra no chão e Jesus é rapidamente jogado de costas, com seus
ombros contra a madeira. O legionário procura a depressão entre os osso de seu pulso. Ele bate um
pesado cravo de ferro quadrado que traspassa o pulso de Jesus, entrando na madeira. Rapidamente ele
se move para o outro lado e repete a mesma ação, tomando o cuidado de não esticar os ombros demais,
para possibilitar alguma flexão e movimento. A barra da cruz é então levantada e colocado em cima do
poste, e sobre o topo é pregada a inscrição onde se lê: "Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus".
O pé esquerdo agora é empurrado para trás contra o pé direito, e com ambos os pés estendidos, dedos
dos pés para baixo, um cravo é batido através deles, deixando os joelhos dobrados moderadamente. A
vítima agora é crucificada. Enquanto ele cai para baixo aos poucos, com mais peso nos cravos nos
pulsos a dor insuportável corre pelos dedos e para cima dos braços para explodir no cérebro – os
cravos nos pulsos estão pondo pressão nos nervos medianos. Quando ele se empurra para cima para
evitar este tormento de alongamento, ele coloca seu peso inteiro no cravo que passa pelos pés.
Novamente há a agonia queimando do cravo que rasga pelos nervos entre os ossos dos pés.
A Crucificação

Neste ponto, outro fenômeno ocorre. Enquanto os braços se cansam, grandes ondas de cãibras
percorrem seus músculos, causando intensa dor. Com estas cãibras, vem a dificuldade de empurrar-se
para cima. Pendurado por seus braços, os músculos peitorais ficam paralisados, e o músculos
intercostais incapazes de agir. O ar pode ser aspirado pelos pulmões, mas não pode ser expirado. Jesus
luta para se levantar a fim de fazer uma respiração. Finalmente, dióxido de carbono é acumulado nos
pulmões e no sangue, e as cãibras diminuem. Esporadicamente, ele é capaz de se levantar e expirar e
inspirar o oxigênio vital. Sem dúvida, foi durante este período que Jesus consegui falar as sete frases
registradas:
A Crucificação
Jesus olhando para os soldados romanos, lançando sorte sobre suas vestes disse: "Pai, perdoa-lhes,
porque não sabem o que fazem. " (Lucas 23:34) Ao ladrão arrependido, Jesus disse:

Jesus olhando para os soldados romanos, lançando sorte sobre suas vestes disse: "Pai, perdoa-lhes,
porque não sabem o que fazem. " (Lucas 23:34)

Ao ladrão arrependido, Jesus disse: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso." (Lucas
23:43)

Olhando para baixo para Maria, sua mãe, Jesus disse: “Mulher, eis aí teu filho.” E ao atemorizado e
quebrantado adolescente João, “Eis aí tua mãe.” (João 19:26-27)

O próximo clamor veio do início do Salmo 22, “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”
A Crucificação
Ele passa horas de dor sem limite, ciclos de contorção, câimbras nas juntas, asfixia intermitente e
parcial, intensa dor por causa das lascas enfiadas nos tecidos de suas costas dilaceradas, conforme ele
se levanta contra o poste da cruz. Então outra dor agonizante começa. Uma profunda dor no peito,
enquanto seu pericárdio se enche de um líquido que comprime o coração.

Lembramos o Salmo 22 versículo 14 “Derramei-me como água, e todos os meus ossos se


desconjuntaram; meu coração fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim.”

Agora está quase acabado - a perda de líquidos dos tecidos atinge um nível crítico - o coração
comprimido se esforça para bombear o sangue grosso e pesado aos tecidos - os pulmões torturados
tentam tomar pequenos golpes de ar. Os tecidos, marcados pela desidratação, mandam seus estímulos
para o cérebro.

Jesus clama “Tenho sede!” (João 19:28)


A Crucificação
Lembramos outro versículo do profético Salmo 22 “Secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a
língua se me apega ao céu da boca; assim, me deitas no pó da morte.” Uma esponja molhada em
“posca”, o vinho azedo que era a bebida dos soldados romanos, é levantada aos seus lábios. Ele,
aparentemente, não toma este líquido. O corpo de Jesus chega ao extremo, e ele pode sentir o calafrio
da morte passando sobre seu corpo. Este acontecimento traz as suas próximas palavras -
provavelmente, um pouco mais que um torturado suspiro “Está consumado!”. (João 19:30)
Sua missão de sacrifício está concluída. Finalmente, ele pode permitir o seu corpo morrer. Com um
último esforço, ele mais uma vez pressiona o seu peso sobre os pés contra o cravo, estica as suas
pernas, respira fundo e grita seu último clamor: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!” (Lucas
23:46).
A Descida da Cruz e o
Sepultamento
Passagens bíblica para análise

Matheus 27. 45 -56 RESUMO


Matheus 24. 57-66
Marcos 15. 42-47
Lucas 23. 50-56
João 19. 38-42
A Descida da Cruz e o
Sepultamento
Trecho retirado do livro: A Crucificação de Cristo descrita por um cirurgião – Pierre Barbet

O corpo de Jesus foi transportado horizontalmente, conforme tinha sito retirado da cruz, até a
proximidade do túmulo. Creio que só ali o envolveram nas especiarias e nos panos mortuários.
A morte de Jesus sobreveio após contrações tetânicas de todos os músculos. Essas dolorosas cãibras
generalizadas constituem aquilo que chamamos de tetania. Esta nada tem a ver com o tétano, doença
infecciosa que produz cãibras análogas. Essa tetanização acabou por atingir os músculos respiratórios,
levando à asfixia e à morte.
O crucificado só podia tentar escapar à asfixia erguendo-se sobre os cravos dos pés para diminuir a
tração do corpo sobre as mãos. Cada vez que quisesse respirar mais livremente ou falar, deveria se
erguer sobre os cravos dos pés, à custa de outros sofrimentos. Ao morrer nestas condições, a rigidez
cadavérica deve ter sido extrema, como quando acontece com os doentes que morrem de tétano. O
corpo estava rígido, fixado na posição da crucificação. Podia ser levantado sem que se dobrasse,
seguro apenas pelas duas extremidades.
Portanto pode-se concluir que tudo se passou mais ou menos da seguinte maneira:
A Descida da Cruz e o
Sepultamento

1. Os pés foram despregados do stipes, havendo um só cravo a arrancar da madeira.

2. O patíbulo foi abaixado com o corpo sem se despregarem as mãos. O conjunto foi transportado em
bloco, sem nenhum artifício, provavelmente por quatro carregadores.

3. O corpo só foi colocado nos panos mortuários no fim do transporte.

4. Despregaram as mãos, retiraram o patíbulo e puxaram os membros superiores, cruzando as mãos


diante do púbis.
Como era Feito o
Sepultamento?
Maimônides, médico judeu-espanhol de Córdoba, do século 12, escreveu: “Depois de fechados os
olhos e a boca do defunto, ungia-se o seu corpo de essências perfumadas, e em seguida o enrolavam
em um tecido branco, no qual se encerravam ao mesmo tempo os aromas”. A Michna (Chabbath, 33,
5) nos diz a esse respeito: “Deve-se cumprir tudo o que se deve ao morto: ungindo-o e lavando-o”.
Suponho, ao menos me parece mais lógico que primeiro ele era lavado, e depois ungido.

Depois disso era vestido com a roupa habitual.

Do ponto de vista histórico, tudo parece esclarecido. Em uma primeira fase envolviam o corpo em um
lençol, e depois o preparavam para a sepultura. Isto consistia em lavá-lo com água quente seguida por
uma unção com essências perfumadas, como o bálsamo de nardo precioso usado por Maria Madalena
durante a ceia em Betânia, ou os aromas que ela levava para o túmulo, no dia da Ressureição. Esta
unção era feita através de fricção.
FIM

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