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XXVII Jornada de Iniciação Científica

28 de novembro a 1º de dezembro de 2023

Estratégias de uso de água salobra e adubação


orgânica na produção de rúcula

Lucas Sodré Bezerra1


Bolsista PICIN
Emanuel Ernesto Fernandes Santos2
Orientador

1
Estudante de Graduação em Engenharia Agronômica, UNEB, Departamento
de Tecnologias e Ciências Sociais, Campus III. lucas-1870@outlook.com;
2
Professor titular, UNEB, Departamento de Tecnologias e Ciências Sociais,
Campus III. eefsantos@uneb.br.
Introdução

O uso da água salina no semiárido é uma estratégia crucial diante da escassez de água
na região, oferecendo uma alternativa viável e sustentável para a irrigação agrícola. A
aplicação dessa água durante o crescimento das culturas mostra-se promissora, visando
colheitas rentáveis e otimização do uso da água, especialmente diante da limitação dos
recursos hídricos na área.

Fonte:brasil.un.org.2016
Objetivo

Avaliar o uso cíclico da água salobra associado a adubação orgânica na


produção de rúcula.

3
Metodologia

 Junho a Julho de 2023;

Viveiro de Plantas Nativas da Caatinga, Campus III, DTCS, UNEB;

Delineamento Experimental Inteiramente Casualizado: 5x3, com 4 repetições;

NEOSSOLO Flúvico.

Rúcula (Eruca vesicaria ssp. sativa).


Metodologia

Tabela 1: Características químicas Neossolo Flúvico e do esterco caprino.


Amostra pH CE Complexo Sortivo (cmolc/dm3 de TFSA) P Mat. Org.
H2O (dS/m) (mg/dm3)
Ca2+ Mg2+ Na+ K+ Sb

Solo 7,66 0,36 3,18 0,86 0,01 0,26 4,31 15,0 1,6

Esterco 7,5 7,22 3,5 1,0 7,74 6,04 18,30 12,9 171,15

Fonte: Reis, L.S. 2022.

Fonte: L.S. 2023


Metodologia

Tabela 2. Características químicas das águas utilizadas nos tratamentos. água do poço (AP)
e água do rio São Francisco (ARSF).

Amostra CA2+ MG2+ NA+ K+ pH CE


Mg/L dS/m

ARSF 1,20 0,80 0,08 0,08 7,62 0,11


AP 23,00 42,10 12,39 0,39 6,97 5,06
Restrição CEa
 ARSF – nenhum;
 AP – severo.

Grau de restrição em relação ao teor de Na +


 ARSF – nenhum;
 AP – moderada.
(Ayers e Westcot, 1991).
Metodologia

Tabela 3: Estratégia da irrigação com água do poço (AP) e água do rio São Francisco (ARSF).
Tempo
Tratamentos
13 dias 10 dias 8 dias

T1 (1-31 dias) AP AP AP
T2 (1-13 dias) AP ARSF ARSF
T3 (14-23 dias) ARSF AP ARSF
T4 (24-31 dias) ARSF ARSF AP
T5 (1-31 dias) ARSF ARSF ARSF
Metodologia

Fonte: Reis, . 2023.


 Variáveis analisadas:
• Altura da Planta (AP);
• Número de Folhas (NF);
• Massa fresca da parte aérea (MFPA);
• Massa fresca da raiz (MFR);
• Massa seca da parte aérea (MSPA);
• Massa seca da raiz (MSR);
• O volume de raiz (VR).

 Os dados foram submetidos à análise da variância pelo o teste Tukey, a 5 %


Resultados e Discussão

Tabela 4. Condutividade Elétrica (CE) do solo.


Estratégias de Condutividade elétrica (dS/m1)
Irrigação
0% esterco 10% esterco 20% esterco Média

T1- PPP 12,93Aa 12,19Aa 12,46Aa 12,53a


T2- PRR 3,88Ac 4,51Abc 4,88Abc 4,42b
T3- RPR 6,65Ab 6,33Ab 5,82Ab 6,26b
T4- RRP 2,89Ac 4,14Ac 3,77Ac 3,60c
T5- RRR 0,29Ad 0,64Ad 0,67Ad 0,53d
Média 5,33b 5,56a 5,52b 5,47
Letras maiúsculas comparam as médias nas colunas, letras minúsculas comparam as médias nas linhas pelo teste de
tukey a 5% de significância.
Resultados e Discussão

Tabela 5. Resumo da análise de variância para altura de plantas (AP), Número de folhas (NF), massa
fresca e seca da parte aérea (MFPA e MSPA); massa fresca e seca das raízes (MFR e MSR) e
volume de raiz (VR).
Causas de Teste F
variação GL
AP NF MFPA MFR MSPA MSR VR

Estratégias 4 ** ns ** ** ** ** **
de irrigação
(A)
Esterco (B) 2 ** ** ** ** ** ** **
Interação 8 ns * ns ns ns ns ns
AXB
CV (%) - 9,09 9,35 18,06 18,72 24,38 28,26 24,70
(*) Significativo a 5 % de probabilidade, (**), significativo a 1% de probabilidade e (ns) não significativo.
Resultados e Discussão

Tabela 6. Efeito das estratégias de irrigação na altura de plantas (AP), massa fresca e seca da
parte aérea (MFPA e MSPA), massa fresca e seca da raiz (MFR e MSR) e volume de raízes (VR).

Estratégia AP MFPA MSPA MFR MSR VR


de irrigação
(cm) ---------------------------------(g)--------------------------------- (cm3)

T1- PPP 16,90a 7,52a 0,91a 0,46abc 0,12ab 0,63ab


T2- PRR 15,88ab 7,67a 0,99a 0,53a 0,14a 0,80a
T3- RPR 15,78ab 6,61a 0,87a 0,49ab 0,14a 0,65ab
T4-RRP 14,67c 3,27b 0,50b 0,39bc 0,11ab 0,53b
T5-RRR 13,71c 3,02b 0,50b 0,35c 0,09b 0,53b
Letras minúsculas comparam as médias nas linhas pelo teste de tukey a 5% de significância.

 Os resultados do presente trabalhos contrastam com os trabalhos de Silva (2022) e


Silva et al (2011); que observaram efeito negativo sobre a produtividade da cultura
da rúcula submetida a diferentes níveis de salinidade em cultivo hidropônico.
Resultados e Discussão

 O aumento nas médias das variáveis analisadas pode ser um indicativo de tolerância da
cultivar avaliada, como observado por Terceiro Neto et al. (2014) quando avaliaram o
rendimento de melão “pele de sapo” sob irrigação com água de diferentes
condutividades elétrica, em fases distintas de desenvolvimento.
Resultados e Discussão

Tabela 7. Efeito do esterco caprino na altura de plantas (AP), numero de folhas (NF), massa fresca
e seca da parte aérea (MFPA e MSPA), massa fresca e seca da raiz (MFR e MSR) e volume
de raízes (VR).
Esterco AP NF MFPA MSPA MFR MSR VR
caprino
(%) (cm) - ---------------------------(g)--------------------------------- (cm3)

0 13,89c 6,04b 4,21c 0,56c 0,32c 0,09c 0,5b


10 15,00b 6,06b 5,32b 0,72b 0,43b 0,12b 0,67a
20minúsculas
Letras 17,28a
comparam as6,88a 7,33apelo teste
médias nas linhas 0,99a 0,15a
de tukey a 5% 0,15a
de significância. 0,72a

 Segundo Dias et al., (2018) os substratos enriquecidos com maiores teores de


matéria orgânica atenuam os efeitos da salinidade.
Considerações Finais

A condutividade elétrica do solo aumentou em todas as estratégias com água salina;

A estratégia T2- (PRR), houve uma redução da condutividade elétrica e obteve melhores
resultados na maioria das variáveis analisadas, podendo indicar que pode ser uma
alternativa viável na produção de rúcula;

 A estratégia de alternância de água salobra e água de boa qualidade na irrigação da


rúcula é promissora, e novos trabalhos devem ser realizados no sentido de buscar
resposta positiva quanto à sustentabilidade dos solos.
Agradecimentos

 A Deus;

 Ao programa de bolsa – PICIN/UNEB;

 A UNEB / DTCS;

 Ao Laboratório de Análise de Solo, Água e Calcário – LASAC da


UNEB, DTCS, Campus III;

 Ao meu orientador Prof. Dr. Emanuel Ernesto Fernandes Santos pelos


ensinamentos;

 A todos que ajudaram na realização desse trabalho;


Referências Bibliográficas

Ayers, R. S.; Westcot, D. W. A qualidade da água na agricultura. Campina Grande: UFPB, 1999. 218p. (Estudos
FAO:Irrigação e Drenagem, 29, revisado 1).

DIAS, M. dos S. et al. Crescimento da cultura da rúcula sob diferentes substratos e níveis de água salina. 2018. Trabalho de
Conclusão de Curso (Bacharelado em Agronomia) – Centro de Ciências Agrárias, Curso de Graduação em Agronomia,
Universidade Federal de Alagoas, Rio Largo, 2018.

DIAS, M. dos S. Crescimento de plantas de rúcula em substratos e níveis de salinidade da água de irrigação. Colloquium
Agrariae., v.15, n. 4, p 22–30. 2019.

EMBRAPA. Manual de métodos de análise de solo. Rio de Janeiro: Centro Nacional de pesquisa de Solos, 1997. 212p.

FREIRE, J. L. O. et al. Teores de micronutrientes no solo e no tecido foliar do maracujazeiro amarelo sob uso de atenuantes do
estresse salino. Agropecuária Técnica, v. 36, p.65- 81, 2015.

NASCIMENTO, J. A. M et al. Efeito da utilização de biofertilizante bovino na produção de mudas de pimentão irrigadas com
água salina. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, v. 6, n. 2, p. 258-264, 2011.
Referências Bibliográficas

LACERDA, C. F. de et al. Eficiência de utilização de água e nutrientes em plantas de feijão-de-corda irrigadas com água salina
em diferentes estádios de desenvolvimento. Engenharia Agrícola, v. 29, p. 221-230, 2009.

GOMES DA SILVA, K. et al. Fertilizantes organominerais líquidos como atenuadores da salinidade da água durante a
formação de mudas do maracujazeiro-amarelo. 2021.

SILVA, A. O. da, et al. Produção de rúcula em sistema hidropônico NFT utilizando água salina do Semiárido-PE e rejeito de
dessalinizador. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, v. 6, n. 1, p. 147-155, 2011.

SILVA, F.V. et al. da. Cultivo hidropônico de rúcula utilizando solução nutritiva salina. Revista Brasileira De Ciências
Agrárias, v. 8n 3, p. 476-482. 2022.

TORRES, A.N.L.; PEREIRA, P.R.G.; TORRES, J.T.; GALLOTTI, G.J.M.; PILATI,G.; REBELO, J.A.; HENKELS, H. A
salinidade e suas aplicações no cultivo de plantas. Florianópolis: Epagri, Documentos, nº215, p.54, 2004.

TERCEIRO NETO, C. P. C. et al. Crescimento e composição mineral do tecido vegetal do melão ‘pele de sapo’ sob manejos
de água salina. Irriga, Botucatu, v. 19, n. 2, p. 255- 266, 2014
XXVII Jornada de Iniciação Científica
28 de novembro a 1º de dezembro de 2023

Estratégias de uso de água salobra e adubação


orgânica na produção de rúcula

Lucas Sodré Bezerra


E-mail: lucas-1870@outlook.com
(74) 9 8833-6891
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JUAZEIRO​
2023

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