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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ


PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
COORDENADORIA GERAL DE PESQUISA
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC
Campus Universitário Ministro Petrônio Portela, Bloco 06 – Bairro Ininga
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PIBIC - CNPq

Avaliação das águas subterrâneas utilizadas


para abastecimento no Campus Ministro
Petrônio Portela - UFPI

Orientador: Prof. Dr. Carlos Ernando da Silva


Orientando: Bruno Duarte Moura
1. Introdução

A água é um recurso renovável e é elemento necessário e fundamental para a


vida. Ela vem sendo centro de várias discussões devido ao seu mau uso e poluição,
tornando-se cada vez mais escassa em suas condições de potabilidade. A água destinada
ao consumo próprio do homem deve seguir as condições e limites gerais aceitáveis para
as impurezas, padrões esses que devem ser estabelecidos pelos órgãos responsáveis. A
Universidade Federal do Piauí, UFPI, no Campus da Ininga, possui sistema de
abastecimento a partir de águas subterrâneas, e para que seja consumida pela
comunidade, tal água deve atender aos padrões necessários ao seu uso.
Este trabalho tem como objetivo principal avaliar as águas subterrâneas no
Campus Ministro Petrônio Portela, no período de Agosto de 2012 a Julho de 2013. Para
tanto, foram e serão realizadas campanhas mensais de coleta nos pontos de
monitoramento e análises físico-químicas e microbiológicas. Este relatório parcial
abrange os resultados obtidos no período de Agosto de 2012 a Janeiro de 2013.

2. Revisão de Literatura

A água para consumo humano, segundo o Ministério da Saúde, é aquela “cujos


parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de
potabilidade e que não ofereça riscos à saúde”.
O órgão responsável por determinar as condições de potabilidade da água no
Brasil é o Ministério da Saúde. Através da portaria n.º 518/2004, o órgão deixa claro
que quem produz a água, seja por abastecimento geral de água ou por soluções
alternativas deve ter o controle da qualidade da água produzida. Também ressalta a
responsabilidade dos órgãos de controle ambiental no que se refere ao monitoramento e
ao controle das águas brutas de acordo com os mais diversos usos, incluindo o de fonte
de abastecimento de água destinada ao consumo humano (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2005).
Uma das soluções encontradas pela UFPI para seu abastecimento interno foi a
instalação de vários poços (modalidade alternativa de abastecimento) em áreas centrais,
como a região da biblioteca e do Hospital Universitário (HU), quanto em áreas mais
afastadas, como o setor de esportes e o Centro de Ciências Agrárias (CCA).
Como poços são diretamente utilizados para consumo humano, fica evidente a
necessidade de padrões de qualidade da água em vários quesitos. No quesito
microbiológico, não deve haver presença de coliformes fecais nas amostras coletadas.
Em relação aos fatores físicos e químicos, para cada mineral e substâncias presentes nas
amostras há um valor máximo permitido de concentração.

3. Metodologia

Para a realização da avaliação das águas subterrâneas da UFPI, definiram-se os


poços cujas águas seriam analisadas. Para tanto, buscou-se junto à prefeitura
universitária os poços instalados e os em andamento de instalação. Com os locais de
cada ponto, determinaram-se números para cada poço, para melhor indicação.
Localização N. do poço
Espaço Cultural Noé Mendes (próx. a Biblioteca) 1
Espaço Cultural Noé Mendes 2
Estacionamento do Espaço de conveniência – (próx. ao Portal da UFPI) 3
Setor de Esportes 4A
Setor de Esportes 4B
HU – Ambulatório 5
HU (próx. a caixa d’água) 6
CAT – CCA 7
CEUFPI – CCA (pós-graduação) 8
CCA (próx. ao auditório) 9
Caprinocultura – CCA 10
Clínica de Grandes Animais – CCA 11A
Clínica de Grandes Animais – CCA 11B
DPPA – CCA 12
Departamento de Fitotecnia – CCA 13
Departamento de Zootecnia – CCA 14
Zootecnia – Setor de Piscicultura - CCA 15
Matemática 16

Tabela 1 – Poços artesianos da UFPI


A água é então coletada desses poços, e é analisada no laboratório de
Saneamento da UFPI. As análises realizadas foram: coliformes termotolerantes,
turbidez, condutividade, pH, temperatura, nitrato e fósforo (estes dois últimos itens
começaram a ser avaliados a partir de Outubro de 2012). Todas as análises seguem os
padrões desenvolvidos pela APHA (American Public Health Association) (ANA, 2005).
4. Resultados e Discussão

Os resultados abaixo foram obtidos a partir das análises realizadas apenas nos
poços em que a infra-estrutura foi suficiente para a coleta da água. Os que não foram
obtidos resultados em todos os meses de coleta foram os poços 4A, 10, 11A, 11B e 13,
por ou não possuírem registro, ou por estarem quebrados, ou por estarem em fase de
instalação.
Poço Temperatura ph Condutividade Turbidez Coliformes Nitrato Fósforo
(°C) (μs/cm) (NTU) (NMP) (mg/L) (mg/L)
1 32,5 7,4 672 0,50 <1 - -
3 30 8,2 545 0,50 <1 - -
4B 30 7,8 541 0,00 5,3 - -
7 30 7,9 551 0,42 7,5 - -
8 29 6,6 297 0,25 7,5 - -
12 29 8,1 488 0,00 27,1 - -

Tabela 2 – Agosto de 2012


Poço Temperatura ph Condutividade Turbidez Coliformes Nitrato Fósforo
(°C) (μs/cm) (NTU) (NMP) (mg/L) (mg/L)
2 30 7,6 372 2,42 <1 - -
3 30 8,2 271 0,00 1 - -
4B 30 7,7 274 0,33 25,4 - -
5 30 7,6 283 0,17 <1 - -
6 30 7,6 294 0,25 34,4 - -
7 30 7,9 297 0,33 <1 - -
8 29 6,5 163 0,42 11,1 - -
9 30 8,1 261 0,08 5,3 - -
14 29,5 7,9 273 0,83 28,8 - -
15 31 8,1 268 0,50 <1 - -

Tabela 3 – Setembro de 2012


Poço Temperatura ph Condutividade Turbidez Coliformes Nitrato Fósforo
(°C) (μs/cm) (NTU) (NMP) (mg/L) (mg/L)
1 30 8,3 286 7,33 <1 0,15
2 30 7,8 346 2,83 <1 0,02 -
3 30 8,2 300 0,00 <1 0,23 -
4B 30 7,9 270 0,33 16,4 0,29 -
7 30 7,9 299 0,25 <1 0,10 -
8 29 6,5 176 0,33 <1 0,40 -
9 30 8,0 280 0,42 <1 0,06 -
14 29,5 8,0 272 0,50 32,4 0,06 -
15 30 8,1 282 0,00 <1 0,07
16 31 8,4 282 7,00 <1 0,03 -

Tabela 4 – Outubro de 2012


Poço Temperatura ph Condutividade Turbidez Coliformes Nitrato Fósforo
(°C) (μs/cm) (NTU) (NMP) (mg/L) (mg/L)
1 30 8,1 228 5,75 <1 0,00 0,05
2 29 7,3 238 3,00 <1 0,00 0,00
3 30 8,2 211 0,00 <1 0,01 0,00
4B 29 7,7 226 0,00 <1 0,03 0,24
5 30 7,6 219 0,00 <1 0,00 0,08
6 30 7,6 209 0,00 <1 0,00 0,06
7 29 7,9 211 0,00 <1 0,03 0,19
8 28 6,3 132 0,00 <1 0,02 0,55
9 29 7,8 196 0,00 <1 0,00 0,00
14 29 7,9 197 0,00 12,4 0,00 0,02
15 30 8,1 202 0.00 <1 0,01 0,08

Tabela 5 – Novembro de 2012

Poço Temperatura ph Condutividade Turbidez Coliformes Nitrato Fósforo


(°C) (μs/cm) (NTU) (NMP) (mg/L) (mg/L)
1 30 7,9 235 1,08 <1 0,05 0,00
2 30 7,7 249 3,25 <1 0,11 0,00
4B 29 6,8 213 0,00 1 0,11 0,02
5 30 7,6 252 0,00 <1 0,13 0,00
6 30 7,6 252 0,00 <1 0,03 0,00
7 30 8,0 251 0,00 <1 0,09 0,00
8 28 6,4 151 0,25 <1 0,48 0,14
9 29 7,7 230 0,00 7,5 0,05 0,00
14 29 7,8 237 0,25 >200,5 0,21 0,00
15 30 8,1 241 0.00 <1 0,00 0,00

Tabela 6 – Dezembro de 2012

Poço Temperatura ph Condutividade Turbidez Coliformes Nitrato Fósforo


(°C) (μs/cm) (NTU) (NMP) (mg/L) (mg/L)
1 29,5 7,7 223 4,00 200,5 0,00 0,00
2 29 7,3 249 3,50 6,4 0,31 0,00
3 29,5 7,9 240 0,25 2 0,04 0,00
4B 30 7,7 235 0,00 7,5 0,00 0,00
5 30 7,6 254 0,00 <1 0,11 0,00
6 30 7,5 243 0,00 <1 0,01 0,00
8 28,5 7,0 145 0,00 <1 0,70 0,00
9 29 7,6 232 0,00 <1 0,01 0,00
14 29 7,8 240 0,25 118,4 0,10 0,00
15 30 8,0 237 0,00 <1 0,00 0,00
16 31 8,0 229 0.75 <1 0,00 0,00

Tabela 7 – Janeiro de 2013


Os resultados obtidos mostram que o os valores de turbidez dos poços 1 e 2,
localizados no espaço cultural Noé Mendes, estão acima do permitido em vários dos
meses analisados. A situação ainda é mais grave em relação ao poço 14, localizado no
Departamento de Zootecnia, em que todos os meses de análises houve presença muito
grande de coliformes fecais, impossibilitando seu uso para consumo humano.

5. Conclusão

De acordo com a Portaria n.º 518/2004 do Ministério da Saúde, as condições


físico-químicas dos poços artesianos da UFPI se encontram, em geral, dentro dos
padrões, excetuando-se os poços localizados no espaço Noé Mendes, por possuir
valores de turbidez um tanto acima do permitido.
Na questão microbiológica, os poços da UFPI precisam passar por uma
limpeza ou desinfecção, com atenção ao poço do Departamento de Zootecnia, já que
não é permitido o uso de água com coliformes para consumo humano.
6. Referências Bibliográficas
American Public Health Association. Standart Metods for the Examination of Water
and Wastewater. 19 ed. Washington D.C.: APHA-AWWA-WPCF, 1995;
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral
de Vigilância em Saúde Ambiental. Portaria MS n.º 518/2004. Brasília: Editora do
Ministério da Saúde, 2005;
MACÊDO, Jorge Antônio Barros de. Métodos Laboratoriais de Análises Físico-
Químicas e Microbiológicas. 3 ed. Belo Horizonte: CRQ-MG, 2005.

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