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ÁREA: CV ( ) CHSA ( ) ECET (X)

AVALIAÇÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS UTILIZADAS PARA


ABASTECIMENTO NO CAMPUS MINISTRO PETRÔNIO PORTELA - UFPI
Bruno Duarte Moura (Bolsista PIBIC/CNPq), Carlos Ernando da Silva (Orientador, Depto. de
Recursos Hídricos e Geologia Aplicada/UFPI)
Introdução

A Universidade Federal do Piauí, UFPI, no Campus da Ininga, possui sistema de


abastecimento a partir de águas subterrâneas, e para que seja consumida pela comunidade, tal água
deve atender aos padrões de potabilidade necessários ao seu uso.
Este trabalho tem como objetivo principal avaliar as águas subterrâneas no Campus Ministro
Petrônio Portela, de acordo com os aspectos físico-químico e microbiológico da Resolução Conama
nº 396/2008 no período de Agosto de 2012 a Julho de 2013, e verificar a conformidade do sistema
com a Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde.

Metodologia

Para a realização da avaliação das águas subterrâneas da UFPI, definiram-se os poços cujas
águas seriam analisadas. Buscaram-se então junto à prefeitura universitária os poços instalados e os
com instalação em andamento.
Tabela 1 – Localização dos poços artesianos da UFPI.
Coordenadas Geográficas
Localização Nº do poço
Latitude (S) Longitude (O)
Espaço Cultural Noé Mendes (próx. a Biblioteca) 5°3’39,00’’ 42°47’47,50’’ 1
Espaço Cultural Noé Mendes 5°3’42,48’’ 42°47’47,92’’ 2
Estacionamento do Espaço de conveniência 5°3’41,98’’ 42°47’42,33’’ 3
Setor de Esportes 5°3’21.06’’ 42°48’20,81’’ 4A
Setor de Esportes 5°3’21.06’’ 42°48’20,81’’ 4B
HU – Ambulatório 5°3’38,15’’ 42°47’41,20’’ 5
HU (próx. a caixa d’água) 5°3’37,94’’ 42°47’35,08’’ 6
CAT – CCA 5°2’51,42’’ 42°46’54,45’’ 7
CEUFPI – CCA (pós-graduação) 5°2’55,54’’ 42°47’8,49’’ 8
CCA (próx. ao auditório) 5°2’49,84’’ 42°46’55,93’’ 9
Caprinocultura – CCA 5°2’51,46’’ 42°46’42,37’’ 10
Clínica de Grandes Animais – CCA 5°2’45,20’’ 42°47’0,90’’ 11A
Clínica de Grandes Animais – CCA 5°2’45,20’’ 42°47’0,90’’ 11B
DPPA – CCA 5°2’35,29’’ 42°47’3,11’’ 12
Departamento de Fitotecnia – CCA 5°2’35,23’’ 42°47’6,02’’ 13
Departamento de Zootecnia – CCA 5°2’31,07’’ 42°46’56,71’’ 14
Zootecnia – Setor de Piscicultura - CCA 5°2’29,46’’ 42°47’1,68’’ 15
Matemática - - 16

A água é então coletada desses poços através dos registros neles instalados, e analisada no
laboratório de Saneamento da UFPI. As análises realizadas neste trabalho foram: coliformes
termotolerantes, turbidez, condutividade elétrica, pH, temperatura, nitrato e fósforo (estes dois últimos
itens começaram a ser avaliados a partir de Outubro de 2012). Todas as análises seguiram os
padrões desenvolvidos pela APHA (American Public Health Association) (ANA, 2005). Para a análise
do resultado obtido, compararam-se os resultados aos valores paramentados estabelecidos na
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Resolução Conama nº 396/2008 e na Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde.

Resultados e Discussão

Os resultados apresentam valores de turbidez dos poços 1 e 2, localizados no espaço cultural


Noé Mendes, bastante alterados e acima do permitido (1 NTU) pela Resolução Conama n° 396/2008
em vários dos meses analisados. O poço 2, por exemplo, em todos os meses de análises ficou acima
dessa faixa, e chegou a atingir um máximo de 429,17 NTU em Maio de 2013 (Gráfico 1).
A turbidez se dá pela presença de matéria em suspensão na água, como argila, silte,
substâncias orgânicas finamente divididas, organismos microscópicos e outras partículas. A turbidez
pode estar associada ao período de seca, onde o lençol subterrâneo pode ter sofrido um
rebaixamento e aumentado a presença de sólidos na água. Além disso, o fato dos poços 1 e 2
estarem sem uso nesse período pode ter influenciado na alta turbidez. Isso pode ser comprovado
pela cor turva que a água apresentava assim que o registro era acionado.
Gráfico 1 – Turbidez dos poços 1 e 2 (Espaço Noé Mendes).

Fonte: Pesquisa própria, 2013.


Em relação às análises microbiológicas, os poços 5 e 15 em nenhum mês analisado
apresentaram qualquer indício de coliformes totais. Os outros em pelo menos um dos meses tiveram
resultados positivos para esse parâmetro. A situação é mais grave em relação ao poço 14 (Gráfico 2),
localizado no Departamento de Zootecnia, em que todos os meses de análises houve presença muito
grande de coliformes totais, inclusive altos valores para E. coli, o que impossibilita o seu uso para
consumo humano sem prévio tratamento. Mas tais valores podem ser explicados pela criação de
suínos, bovinos e caprinos próximos ao raio de influência do poço. Os dejetos desses animais podem
ter infiltrado no solo e alcançado o lençol subterrâneo, contribuindo para presença de E. coli em
algumas amostras.
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Gráfico 2 – Coliformes totais do poço 14 (Departamento de Zootecnia).

Fonte: Pesquisa própria, 2013.

Conclusão

De acordo com a Resolução Conama n° 396/2008, as condições físico-químicas dos poços


artesianos da UFPI se encontram, em geral, dentro dos padrões, excetuando-se os poços localizados
no espaço Noé Mendes, por possuírem valores de turbidez um tanto acima do permitido; e alguns
casos insatisfatórios nos valores de quesito microbiológico.

Nesta questão microbiológica, os poços da UFPI atendem às medidas exigidas ao padrão de


qualidade de abastecimento definido pela Portaria n° 2914/2011, já que existe a etapa de tratamento
da água que sai do poço e é levada ao reservatório, tornando-a própria ao consumo humano.

Apoio: UFPI e CNPq.

Referências

American Public Health Association. Standart Metods for the Examination of Water and Wastewater.
19 ed. Washington D.C.: APHA-AWWA-WPCF, 1995.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Vigilância
em Saúde Ambiental. Portaria MS n.º 2914/2011. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2011.
BRASIL. Resolução CONAMA nº 396 de 03 de abril de 2008 – nº 66. Diário Oficial da União de 7 de
abril de 2008, Seção 1, pág. 64-68.
MARIANO, Ivanir Borella. Projetos de poços in: GIAMPÁ, Carlos Eduardo Quaglia; GONÇALES,
Valter Galdiano (editores). Águas subterrâneas e poços tubulares profundos. São Paulo: Signus
Editora, 2006
TOMASONI, M.; PINTO, J.; SILVA, H. A questão dos recursos hídricos e as perspectivas para o
Brasil. Revista GeoTextos, vol. 5, n. 2, dez 2009.
Palavras-chave: Água. Saneamento. Poços. UFPI.

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