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Climatologia Agrícola

Prof. Dr. Derblai Casaroli


Agronomia/UFG
Aula 6

Vento
1. Importância agrometeorológica
2. Movimentos atmosféricos
3. Forças atuantes
4. Ventos predominantes
5. Centros de ação
6. Ventos locais
7. Medidas do vento
8. Quebra-ventos
Aula 6

Vento
1. Importância agrometeorológica
2. Movimentos atmosféricos
3. Forças atuantes
4. Ventos predominantes
5. Centros de ação
6. Ventos locais
7. Medidas do vento
8. Quebra-ventos
Vento: velocidade e direção
Introdução
Os ventos são deslocamentos de ar no sentido horizontal, originários de
gradientes de pressão. A intensidade e a direção dos ventos são determinadas pela
variação espacial e temporal do balanço de energia na superfície terrestre, que causa
variações no campo de pressão atmosférica, gerando os ventos.
Para os sistemas agrícolas
pode ter efeitos positivos e negativos. Os
efeitos danosos podem ser minimizados
a partir de quebra-ventos.
⮚Ventos predominantes: fatores da
macroescala
⮚Ventos locais: fatores da topo e da
microescala

quebra-ventos e
shelterbelts (cinto de
proteção): controle
de erosão do vento
1. Importância agrometeorológica

Aspectos favoráveis (moderados) e desfavoráveis (intensos)

FAVORÁVEIS DESFAVORÁVEIS

⮚ Fonte de energia (energia eólica); ⮚ Acamamento de plantas, queda de flores e


⮚ Agente de polinização (polinização frutos, quebra de galhos.
anemófila); ⮚ Deformação paisagem/plantas
⮚ Dispersão de sementes, ⮚ Eliminação de insetos polinizadores
⮚ Suprimento de CO2, (FSS.) ⮚ Desconforto animal (remoção excessiva de
⮚ Transpiração calor)
⮚ Transporte de vapor de água; ⮚ Aumento da transpiração
⮚ Transporte de energia (redistribuição do ⮚ Fechamento dos estômatos (↓FSS)
calor); ⮚ Redução da área foliar
⮚ Dispersão de gases e poluentes
1. Importância agrometeorológica
Aspectos favoráveis (moderados) e desfavoráveis (intensos)

Modificação da paisagem

Polinização
Acamamento de
cana-de-açúcar
Dispersão de
Sementes
1. Importância agrometeorológica
Consequências de ventos intensos e contínuos
(acima de 10 km h-1)

❖ Redução do crescimento e atraso no


desenvolvimento
❖ Internódios menores e em menor
número Quebra de
produtividade
❖ Nanismo da parte aérea
❖ Menor número de folhas
❖ Folhas grossas e menores
❖ Menor número de estômatos por folha e
de menor tamanho
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Vento
1. Importância agrometeorológica
2. Movimentos atmosféricos
3. Forças atuantes
4. Ventos predominantes
5. Centros de ação
6. Ventos locais
7. Medidas do vento
8. Quebra-ventos
2. Movimentos atmosféricos
A circulação geral da atmosfera se dá, sobretudo, pela diferença
energética entre as regiões que recebem mais e menos radiação solar.
Formando assim, zonas de Alta (A) e baixa (B) pressão, as quais originam
células de movimentos verticais e horizontais.

Célula A
Polar B
Célula Ferrel

Célula de B
Hadley

A B
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1. Importância agrometeorológica
2. Movimentos atmosféricos
3. Forças atuantes
4. Ventos predominantes
5. Centros de ação
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7. Medidas do vento
8. Quebra-ventos
3. Forças atuantes
Forças que determinam a velocidade e a direção dos ventos

Primárias: forças que atuam tanto na parcela de ar em repouso quanto em


movimento.
a) Aceleração da Gravidade: responsável pela pressão atmosférica (sentido
ao centro da Terra).
b) Flutuação Térmica: contribui para a variação da Patm (↑ T ↓ Patm ; ↓ T ↑
Patm)
c) Gradiente Horizontal de Pressão: responsável pela movimentação da
atmosfera de uma região para outra (Sentido = ↑ Patm para ↓ Patm ; ↑ Grad.
Patm = ↑ velocidade)

Secundárias: atuam após o início do movimento:


a) Atrito: promove a desaceleração do movimento
b) Coriolis: muda a direção do movimento devido à rotação da Terra. Essa
força é perpendicular ao movimento, mudando a trajetória para a esquerda
no HS e para a direita no HN
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3. Forças atuantes
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5. Centros de ação
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7. Medidas do vento
8. Quebra-ventos
4. Ventos Predominantes
Macroescala → Ventos predominantes
Resultante da circulação geral da atmosfera

ZCET
zona de convergência
extratropical (encontro do ar frio e
seco com ar quente e úmido,
originando sistemas frontais
(ciclones extratropicais)
que afetam parte do Brasil)
ZCIT
zona de convergência
intertropical (elevação do ar
quente e úmido, pouco vento,
formação de um cinturão de
nuvens e chuva
convectiva)

Fonte: Varejão Silva (2006)


ZCET
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2. Movimentos atmosféricos
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5. Centros de ação
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7. Medidas do vento
8. Quebra-ventos
5. Centros de ação
4.1 Centro de baixa pressão: Também chamado de Ciclone (para o
hemisfério sul - HS). É uma região geográfica circundada por isóbaras
de traçado fechado com formato tendendo ao circular, onde a pressão
atmosférica diminui da periferia para o centro. Desta forma, o
movimento do ar ocorre da periferia em direção ao centro, no sentido
horário. Ainda, ocorre movimento ascendente de ar no centro de baixa
pressão, o qual está também associado a condições de tempo nublado
e chuvoso.

4.2 Centro de alta pressão: Chamado de Anticiclone (para o hemisfério


sul - HS). É uma região geográfica circundada por isóbaras de traçado
fechado com formato tendendo ao circular, onde a pressão atmosférica
aumenta da periferia para o centro. O movimento do ar ocorre do
centro para a periferia, no sentido anti-horário. Ocorre movimento
descendente de ar na atmosfera, favorecendo as condições de tempo
ensolarado.
4. Centros de ação
Anticiclone Ciclone
Exemplo de
Ciclone e
Anticiclone para
o Hemisfério
Norte.

Representação dos
sistemas de alta e
baixa pressão nos
hemisférios norte e
sul.
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1. Importância agrometeorológica
2. Movimentos atmosféricos
3. Forças atuantes
4. Ventos predominantes
5. Centros de ação
6. Ventos locais
7. Medidas do vento
8. Quebra-ventos
6. Ventos locais
6.1 Brisa terra‑mar
As brisas marítimas e as
brisas terrestres ocorrem devido a
diferentes temperaturas entre o mar e
o continente. Em algumas ocasiões
pode ocasionar as monções, que são
ventos formados em regiões tropicais
e subtropicais, devido esta diferença
de temperatura, podendo até mesmo
formar a denominação do clima de
monções.
Dia: brisa do mar em direção a terra
(terra + quente)
Noite: brisa da terra em direção ao
mar (terra + fria)
6. Ventos locais
6.2 Brisa de montanhas e de vales
Este tipo de deslocamento de
ar (brisa) ocorre em função da
diferença de temperatura entre pontos
que se situam em distintas posições
no relevo. Durante o dia forma-se a
brisa de vale, pois a brisa parte do
vale em direção a montanha, devido a
tendência de o ar quente, formado no
vale, subir. A noite forma-se a brisa de
montanha em decorrência do
escorrimento do ar frio mais denso
para as baixadas ou vales.
6. Ventos locais
6.3 Ventos Foehn (Föhn)
ou Chinook
Este tipo de ventos -12°C
forma-se na encosta das
montanhas descendo
encosta abaixo e, a rigor,
são ventos fortes, quentes e
secos. Uma determinada
camada de ar úmida ao
subir a montanha resfria-se
devido a diminuição da
Patm, provocando chuva Resfriamento, 18°C
neste lado da montanha condensação, nuvens,
(barlavento). chuva orográfica (10°C)

Após atingir o topo da montanha o ar desce pela outra encosta


(sotavento), contendo baixa umidade e aquecendo-se devido ao aumento de
pressão. Este fenômeno é também conhecido como sombra de chuva.
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5. Centros de ação
6. Ventos locais
7. Medidas do vento
8. Quebra-ventos
7. Medidas do vento
7.1 Direção
Indica a direção de onde o vento é proveniente. Ainda, essa
direção expressa o azimute, ou seja, o ângulo que o vetor da direção
forma com o Norte geográfico local. Ex.: um vento de SW = 225°
7. Medidas do vento
7.2 Velocidade
Indica a distância percorrida pelo vento em um dado espaço de
tempo. É medida a 10 m de altura (fins meteorológicos) ou a 2 m (fins
agrometeorológicos). Em geral, é expressa em metros por segundo (m s-1),
quilômetros por hora (km h-1) ou knots (kt).

1 kt = 0,514 m s-1 → 1 m s-1 = 1,944 kt


1 m s-1 = 3,6 km h-1 → 1 km h-1 = 0,278 m/s

Velocidade aumenta exponencialmente


com a altura, devido a diminuição da
rugosidade (atrito).

Histograma de velocidade e
Fonte: Rosa dos ventos
Análise da ventilação natural conforme planos diretores: resultados
7. Medidas do vento
7.3 Equipamentos
Medidas de velocidade e direção do vento em estações
convencionais e automáticas.

Anemômetro de
Anemômetro
canecas do tipo
Universal:
totalizador:
equipamento
medida de
mecânico que
velocidade
fornece dados de
diária do vento
direção,
(Estações
velocidade e
Convencionais)
rajadas
(Estações
Convencionais)
7. Medidas do vento
Anemômetro
Anemômetro de de hélice e
canecas e cata-vento cata-vento
digitais (Estações digitais
Automáticas) (Estações
automáticas)

Anemômetro
Sônico: mede
Anemômetro tipo Wild: velocidade,
mede direção e direção e
velocidade do vento turbulência de
(Estações ventos horizontais
Convencionais) e verticais a partir
de ondas sonoras
(Estações
automáticas)
7. Medidas do vento
7.4 Escala de ventos de Belfort
Essa escala ajuda a interpretar os dados de velocidade máxima
do vento (rajadas) medidos nas estações meteorológicas convencionais
(a 10 m de altura)

Grau Descrição Velocidade (km/h)


0 Calmaria 0–2
1 Vento Calmo 2–6
2 Brisa Amena 7 – 11
3 Brisa Leve 12 – 19
4 Brisa Moderada 20 – 29
5 Brisa Forte 30 – 39
6 Vento Forte 40 – 50
7 Vento Muito Forte 51 – 61
8 Vento Fortíssimo 62 – 74
9 Temporal 75 – 87
10 Temporal Forte 88 – 101
11 Temporal Muito Forte 102- 117
12 Tornado, Furacão > 118
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Vento
1. Importância agrometeorológica
2. Movimentos atmosféricos
3. Forças atuantes
4. Ventos predominantes
5. Centros de ação
6. Ventos locais
7. Medidas do vento
8. Quebra-ventos
8. Quebra-ventos
Cultura permanente
8.1 Tipos
(Árvore/arbusto)
a) Culturas permanentes
b) Culturas temporária
c) Culturas mistas: permanentes e
temporária
d) Artificiais

Cultura temporária
(crotalária)

Artificial
(telado)
8. Quebra-ventos
8.2 Zonas de redução da velocidade após o quebra-vento

% da velocidade em campo aberto

Redução média do vento quando do uso de quebra-vento de boa


permeabilidade. Fonte: IOWA STATE UNIVERSITY
Obrigado!

derblai@ufg.br

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