Resgatando A Divina Ancestral

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RESGATANDO A DIVINA

ANCESTRAL: UMA ANÁLISE


SEMIÓTICA DO CÂNTICO DOS
CÂNTICOS DE SALOMÃO
Marcos Welinton Freitas das Mercês
RESGATANDO A DIVINA ANCESTRAL:
UMA ANÁLISE SEMIÓTICA DO CÂNTICO DOS CÂNTICOS

MARCOS WELINTON FREITAS DAS MERCÊS


Marcos Welinton Freitas das Mercês
• Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e
Propaganda (UNEF)
• MBA em comunicação e semiótica (FAVENI)
• Pós-graduando em produção textual (FAVENI)
• Mestrando em Desenho, Cultura e Interatividade (UEFS)
INTRODUÇÃO
O trabalho é uma visita a poesia do
Cântico dos Cânticos do Rei
Salomão, e uma tentativa de
evidenciar por meio de uma análise
semiótica, signos que representam a
Deusa (Rainha do Céu ou Grande
Mãe) e uma possível homenagem a
Página inicial do Cântico dos
Ela. Cânticos. Manuscrito iluminado da Bibliote
ca Estatal de Bamberg, na Alemanha.
CONCEITOS IMPORTANTE

ARQUÉTIPO IMAGINÁRI NINFA


O
A DEUSA
Adorada desde 7000 a.c, a Deusa ou
Grande Mãe, incorporava aspectos da
fertilidade, da natureza e do ciclo da vida.

Ela era cultuada por vários povos


presentes na região da Anatólia, além do
Oriente Próximo, Vale do Indo e os Povos
do Mediterrâneo.
MATRILINEARIDADE
Merlin Stone (1978), afirma que as
primeiras sociedades eram
matrilineares, isto é, baseado no
parentesco com a mãe. Engels
(1986) chega a mesma conclusão,
ao discorrer sobre a origem da
família e da propriedade privada.
OS NOMES DA DEUSA ÍSIS

INANA

GRANDE MÃE
ASTARTE

AFRODITE
LEUVITAS, HEBREUS E A DEUSA
Merlin Stone Merlin Stone,, discute a possível conexão
entre as invasões indo-europeias na Anatólia, os
leuvitas e as religiões abraâmicas patriarcais em seu
livro "When God Was a Woman" ("Quando Deus Era
uma Mulher"). Ela sugere que os leuvitas, como um
povo indo-europeu que se estabeleceu na região, podem
ter influenciado ou contribuído para as tradições
religiosas que eventualmente se tornaram as religiões
abraâmicas, como o judaísmo, o cristianismo e o
islamismo.
O REI SALOMÃO
1Reis 11:5-8 NVT

Salomão adorou Astarote, a deusa dos sidônios, e Moloque, o


repulsivo deus dos amonitas. Com isso, Salomão fez o que era
mau aos olhos do SENHOR; recusou-se a seguir inteiramente o
SENHOR, como seu pai, Davi, tinha feito. No monte que fica a
leste de Jerusalém, chegou a construir um lugar de culto para
Camos, o repulsivo deus de Moabe, e outro para Moloque, o
repulsivo deus dos amonitas. Salomão construiu esses lugares de
culto para que suas esposas estrangeiras queimassem incenso e
oferecessem sacrifícios aos deuses delas.
O CÂNTICO DOS CÂNTICOS
"São poemas assentados em antigas
histórias de amor que circulavam na "Cantique des
Cantiques" 1893.
Por Gustave Moreau,
oralidade das culturas orientais. A no Museu de Arte de Ohara,
em Kurashiki, Japão.

linguagem é explicitamente erótica e


irreverente, descrevendo os corpos do
amado e de sua amada", diz Altemeyer,
da PUC-SP.
EVIDÊNCIAS – A NINFA
SOBREVIVENTE
Cânticos 4:1 (NVI): "Como és formosa, minha amada, como és formosa: teus olhos
são como os das pombas através do teu véu; teus cabelos, como um rebanho de
cabras que vêm descendo dos montes de Galaad”

Cânticos 6:9 (NVI): "Mas a minha pomba, a minha imaculada, é única, é a preferida da
sua mãe, a predileta daquela que a deu à luz.“

Cânticos 4:12-15 (NVI): “És um jardim fechado, minha irmã e esposa, jardim fechado
e fonte lacrada; teus rebentos são um jardim de romãs com frutos excelentes, de
alfena com nardo, nardo e açafrão, canela e cinamomo, com todas as árvores de
incenso, mirra e aloés, com todos os melhores bálsamos. A fonte dos jardins é como
um manancial de água corrente que flui do Líbano com ímpeto”
EVIDÊNCIAS – O CASAMENTO
SAGRADO
Cânticos 2:11-13 (NVI): "Pois eis que passou o inverno,
cessou a chuva e se foi. Apareceram as flores na terra, chegou
o tempo de cantar; já se ouve em nossa terra o arrulhar da rola.
A figueira amadurece os seus figos, e as vinhas floridas
exalam seu aroma. Levanta-te, vem, minha querida; minha
bela, vem comigo.“

Cânticos 4:16 (NVI): "Levanta-te, vento norte! Vem, vento


sul! Soprai no meu jardim, para que seus aromas se espalhem.
Que o meu amado entre em seu jardim e saboreie os seus
frutos excelentes."
EVIDÊNCIAS – O CASAMENTO
SAGRADO
CONCLUSÃO
A pesquisa pode servir como um ponto de conexão
com tradições religiosas e mitológicas antigas que
reverenciavam a divindade feminina. Através das
imagens simbólicas de beleza, amor, fertilidade e
renovação presentes nos versos, podemos
vislumbrar uma reverência à divina ancestral que
era adorada em culturas antigas, onde a deusa era
honrada como a protetora da vida, da natureza e
do amor.
PERGUNTA PARA O FUTURO
Como as imagens e temas dos Cânticos dos
Cânticos foram reinterpretados ao longo da
história em diferentes culturas e tradições
religiosas, especialmente em relação à reverência
à divina ancestral?
REFERÊNCIAS:
WARBURG, Aby. Histórias de fantasma para gente grande: escritos, esboços e conferências.
Tradução Lenin Bicudo Bárbara. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

JUNG, C. G. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Tradução Maria Luíza Appy, Dora Mariana
R. Ferreira da Silva. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

DURAND, Gilbert. A Imaginação Simbólica. São Paulo: Cultrix, Editora da USP, 1988.

STONE, Merlin. Quando Deus era Mulher. São Paulo: Goya, 2022.

CAMPBELL, Joseph. Deusas: os mistérios do divino feminino. São Paulo: Palas Athena, 2015,
350p. Revistas Gaia Scientia e Caminhos, de resenhas de livros publicadas nas Revistas Religare e
Gaia Scintia.

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