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PRODUÇÃO DE FRANGO CAIPIRA DO CERRADO

MANUAL DO PRODUTOR

PRODUÇÃO DE
FRANGO CAIPIRA DO CERRADO
DO TERRITÓRIO ESTRADA DE FERRO -
ESTADO DE GOIÁS

MANUAL DO PRODUTOR RURAL

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PRODUÇÃO DE FRANGO CAIPIRA DO CERRADO

MANUAL DO PRODUTOR

PRODUÇÃO DE
FRANGO CAIPIRA DO CERRADO
DO TERRITÓRIO ESTRADA DE FERRO -
ESTADO DE GOIÁS

MANUAL DO PRODUTOR RURAL

1ª Edição - Maio de 2005

Equipe Técnica:

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PRODUÇÃO DE FRANGO CAIPIRA DO CERRADO

MANUAL DO PRODUTOR

Jesus Xavier Ferro


Médico Veterinário - Agência Rural - Goiânia/GO

Benedito Machado
Médico Veterinário – Agência Rural – Silvânia/GO

Wanessa Neves de Faria


Zootecnista – SENAR – Goiânia/GO

Maria Madalena da Silva Menezes


Zootecnista – AGDR – Goiânia/GO

Maria Ângela Panelli Marchió


Zootecnista – SEBRAE/GO – Pires do Rio/GO

ÍNDICE

1. POR QUE PRODUZIR FRANGO CAIPIRA DO CERRADO?.........05

2. EDIFICAÇÕES........................................................................................06
2.1. LOCALIZAÇÃO.....................................................................................06
2.2. ORIENTAÇÃO......................................................................................06

2.3. VENTILAÇÃO.......................................................................................07

2.4. LARGURA E COMPRIMENTO DO AVIÁRIO,

PÉ DIREITO, PISO E COBERTURA................................................08

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PRODUÇÃO DE FRANGO CAIPIRA DO CERRADO

MANUAL DO PRODUTOR
3. MÓDULO BÁSICO PARA ENGORDA DE FRANGO

CAIPIRA DO CERRADO E CRONOGRAMA DE PRODUÇÃO.......11

4. OS GALPÕES...........................................................................................12

5. PIQUETES...............................................................................................12

6. O PASTO...................................................................................................13

7. EQUIPAMENTOS...................................................................................14

7.1. COMEDOUROS.....................................................................................15

7.2. BEBEDOUROS......................................................................................16

7.3. CORTINAS...........................................................................................18

7.4. CÍRCULO DE PROTEÇÃO..................................................................19

7.5. FONTE DE AQUECIMENTO............................................................20

8. FORRAÇÃO PARA O PISO DO GALPÃO...........................................23

9. O ALOJAMENTO DOS PINTINHOS................................................24

10. MANEJO DAS AVES...........................................................................26

10.1. NUTRIÇÃO..........................................................................................26

10.1.1. RAÇÃO BALANCEADA...................................................................26

10.1.2. ALIMENTAÇÃO ALTERNATIVA................................................27

10.2. TEMPERATURA..................................................................................28

10.3. ILUMINAÇÃO....................................................................................28

10.4. JEJUM PRÉ-ABATE..........................................................................28

10.5. PROGRAMAÇÃO DE RETIRADA DO LOTE.................................29

10.6. CARREGAMENTO E TRANSPORTE...............................................31

10.7. FICHA PARA ACOMPANHAMENTO TÉCNICO DO LOTE......33

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PRODUÇÃO DE FRANGO CAIPIRA DO CERRADO

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11. ÁGUA........................................................................................................34

12. MANEJO SANITÁRIO.......................................................................35

12.1. VACINAÇÃO E VERMIFUGAÇÃO..................................................36

12.2. ACESSO E FLUXO DO TRÂNSITO NA GRANJA.....................36

12.3. LIMPEZA E DESINFECÇÃO...........................................................37

12.4. DESTINO DAS CARCAÇAS DESCARTADAS.............................38

13. COMPOSTAGEM DE AVES MORTAS...............................................39

14. CUSTO DE IMPLANTAÇÃO DE UM MÓDULO DE

PRODUÇÃO DE FRANGO CAIPIRA DO CERRADO PARA

1500 AVES DE PLANTEL....................................................................41

15. RECEITAS E DESPESAS NA PRODUÇÃO DE

FRANGO CAIPIRA DO CERRADO PARA PLANTEL

DE 1500 AVES COM CICLO MENSAL DE 500 AVES..................43

16. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.......................................................45

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PRODUÇÃO DE FRANGO CAIPIRA DO CERRADO

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1. POR QUE PRODUZIR FRANGO CAIPIRA do CERRADO?


Os avanços da avicultura industrial, obtidos na genética, nutrição e
manejo, resultaram em animais para abate produzidos em períodos
curtos de criação (40 dias), mas em condições que trazem problemas
ao bem-estar das aves. Em criações intensivas, ocorre o aumento de
reações de pânico, diminuição exagerada da locomoção e efeitos
negativos em músculos, ossos e articulações de pernas e pés (Costa,
2003).
O termo "consumo consciente" torna-se cada vez mais comum e evoca
um consumidor que compra produtos que julga serem produzidos sob
condições que preservam o meio ambiente e que são pautadas pela
responsabilidade social.
No caso do FRANGO CAIPIRA do CERRADO, em relação ao
consumidor, o que se deseja são alimentos mais naturais, sem
resíduos de antibióticos, dioxinas e outros, prejudiciais à sua saúde.
Neste sistema de produção busca-se produzir alimentos saudáveis, de
elevado valor nutricional, visando o bem estar das aves e isentos de
contaminantes, preservando a biodiversidade em que se insere o
sistema produtivo.

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PRODUÇÃO DE FRANGO CAIPIRA DO CERRADO

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Diante do exposto acima, o modelo de produção de FRANGO
CAIPIRA do CERRADO é uma alternativa absolutamente segura para
a produção de alimentos que atendam as expectativas desse
contingente crescente de consumidores.

2. EDIFICAÇÕES

2.1. LOCALIZAÇÃO
A escolha do local adequado para implantação do aviário visa otimizar
os processos construtivos, oferecendo boa temperatura e condições
sanitárias. O local deve ser escolhido de tal modo que se aproveitem
as vantagens da circulação natural do ar e se evite a obstrução do
mesmo, por outras construções, barreiras naturais ou artificiais.
Escolher o local com declividade suave a média, voltada para o norte,
o que facilita a boa ventilação.
É recomendável, dentro do possível, que sejam situados em locais de
topografia plana ou levemente ondulada, onde não sejam necessários
serviços e gastos excessivos para construções e muros de contenção.

2.2. ORIENTAÇÃO
O sol é uma fonte poderosa de calor e se possível, o melhor é evitá-lo
nas horas mais quentes do dia dentro dos aviários. Assim, devem ser
construídos com o seu eixo longitudinal orientado no sentido leste-

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PRODUÇÃO DE FRANGO CAIPIRA DO CERRADO

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oeste. Nessa posição, nas horas mais quentes do dia, a sombra vai
incidir embaixo da cobertura e a carga calorífica recebida pelo
aviário será a menor possível.
Por mais que se oriente adequadamente o aviário em relação ao sol,
haverá incidência direta de radiação solar em seu interior em algumas
horas do dia na face norte, no período de inverno. Providenciar nesta
face, dispositivos para evitar este fato, sombreamento arbustivo ou
tela sombrite.

Orientação do aviário em relação à trajetória do sol.

2.3. VENTILAÇÃO

A ventilação é um meio eficiente de redução da temperatura dentro


das instalações avícolas por aumentar as trocas térmicas, conduzindo
a um aumento da produção. Desvios das situações ideais de conforto
caracterizam no surgimento de desempenho baixo do lote, em
conseqüência de estresses, e necessita-se, portanto de artifícios
estruturais para manter o equilíbrio térmico entre a ave e o meio. A
ventilação adequada se faz necessária também para eliminação do
excesso de umidade do ambiente e da cama, proveniente da água
liberada pela respiração das aves e da água contida nas fezes, e para

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permitir a renovação do ar regulando o nível de oxigênio necessário às
aves, eliminando gás carbônico e gases de fermentação.

A quantidade de ar que o sistema de ventilação deve introduzir ou


retirar do aviário, depende das condições meteorológicas e da idade
das aves.

Composição de quebra-ventos de árvores. Maiores alturas requerem


espécies de vegetação intermediárias para formar um bom quebra-
vento.

2.4. LARGURA E COMPRIMENTO DO AVIÁRIO, PÉ DIREITO,


PISO E COBERTURA

A largura do aviário deve conter entre 4 e 12 metros, sempre


dependendo do comprimento do mesmo, permitindo desta forma, uma
boa renovação natural do ar.

Já o comprimento do aviário é definido em função do número de aves


a serem alojadas.

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O pé direito do aviário é estabelecido em função da largura adotada,
de forma que quanto mais largo for o aviário maior será a sua altura.

O piso pode ser de terra batida, bastante compactada para


desprender o mínimo de poeira possível, lembrando que o ideal é o
piso de alvenaria.

A melhor cobertura é de telha de barro, por oferecer boa


temperatura interna. Esta não sendo disponível, podemos lançar mão
de telhas de amianto e cobertura de filme plástico + sapê + tela de
contenção.
O telhado recebe a radiação do sol emitindo-a, tanto para cima como
para o interior do aviário.

Devem ser evitadas as telhas de alumínio ou zinco, devido ao barulho


provocado durante o período chuvoso. Também deve-se evitar as
telhas de cimento amianto com 4mm de espessura, pois fornecem
menor conforto para as aves.
A parede protege os frangos de vários fluxos de energia radiante,
mas também reduz a movimentação do ar. A altura da mureta deve
ser de 20 cm e tem se mostrado satisfatória, pois permite a entrada
de ar ao nível das aves e não permite a entrada de água da chuva e
nem que a cama seja jogada para fora do aviário. As muretas deverão
ter a parte superior chanfrada, pois facilita a limpeza e não permite o
empoleiramento de aves. Entre a mureta e o telhado deve ser
colocado tela. A tela tem a finalidade de proteger a cortina e evitar a
entrada de pássaros, que além de trazerem enfermidades poderão
consumir ração das aves. A malha da tela deve ser de 2,5 cm, fio 16.
Os oitões, ou paredes das extremidades do aviário, devem ser
fechados até o teto. Para climas quentes, que não possuem correntes
de ventos provindas do sul, recomenda-se que os oitões sejam de tela
como nas laterais e providos de cortinas.
Os oitões devem ser protegidos do sol nascente e poente, pintando as
paredes com cores claras, sombreando-os por meio de vegetação,
beirais ou sombrites. Dependendo da região os oitões podem ser de

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madeira, telhas onduladas, fibra de vidro, lâminas de isopor ou
alvenaria.

3. MÓDULO BÁSICO PARA ENGORDA DE FRANGO CAIPIRA DO


CERRADO E CRONOGRAMA DE PRODUÇÃO

PIQUETE

ARBUSTOS

GALPÃO DIVISÕES de TELA

BEBEDOURO (pneu)

CRONOGRAMA DE PRODUÇÃO

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JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

G 1 01-30 31-60 61-90 91-120 01-30 31-60 61-90 91-120 01-30 31-60 61-90 91-120

G 2 91-120 01-30 31-60 61-90 91-120 01-30 31-60 61-90 91-120 01-30 31-60 61-90

G 3 61-90 91-120 01-30 31-60 61-90 91-120 01-30 31-60 61-90 91-120 01-30 31-60

G 4 31-60 61-90 91-120 01-30 31-60 61-90 91-120 01-30 31-60 61-90 91-120 01-30

4. OS GALPÕES
Uma das diferenças do FRANGO CAIPIRA do CERRADO para o
frango de corte convencional é que deve ser criado semi-confinado.
Partindo deste conceito, o galpão pode ser novo ou mesmo
aproveitamento de uma antiga instalação da propriedade, desde que
vistoriado e aprovado pela equipe técnica envolvida.
Precaução especial é não construí-lo em locais de difícil acesso,
distante das fontes de alimentação ou mesmo longe da observação
dos responsáveis.

5. PIQUETES
Os piquetes já foram muito utilizados no começo da avicultura
comercial no Brasil. Existem registros na literatura que em 1937 já se
faziam piquetes para a criação de aves comerciais, tanto de corte
como de postura.
No sistema de criação do FRANGO CAIPIRA do CERRADO procura-
se resgatar esta técnica com grande sucesso.

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Cercados com telas de arame, bambu, madeira, alvenaria ou mesmo
pré-fabricados. Não esquecer que arbustos devem ser plantadas nos
piquetes para obtenção de vários pontos de sombreamento.
A formação dos piquetes tem o papel fundamental nesse estilo de
criação, já que a ave tem o hábito e a necessidade de pastar. A ave
precisa de espaço para andar e desenvolver sua musculatura.
Levando-se em conta a qualidade do solo, pode-se optar pelo plantio
de um único tipo de grama ou da conservação de duas ou mais
espécies.

6. O PASTO
O pasto é um ponto forte na criação do FRANGO CAIPIRA do
CERRADO, pois gramas e capins contém um pigmento chamado
xantofila, que quando ingerido proporciona a cor amarelo alaranjada à
carne, pele e gema dos ovos das aves e fibra para boa digestibilidade.
Os capins e gramas mais usados para piquetes são os mais proteicos,
como, o Capim Coast-Cross, o Capim Tiffiton, a Grama Estrela
Africana, Quicuiu (braquiária humidícula) e outros.
Recomenda-se alojar 1 ave para 4 m2, se houver rodízio de pastejo e
1 ave para 8 m2 sem rodízio, desta forma o piquete poderá resistir ao
pisoteio das aves até a retirada do lote. Havendo disponibilidade de
área de pastagem, fica a critério do Produtor aumentar a área por
ave.

7. EQUIPAMENTOS
Em qualquer atividade avícola, por mais rústica que seja, os
equipamentos são fundamentais.
Necessita- se portanto de:

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- Cortinas
- Círculos de proteção
- Comedouros tubulares infantis
- Fonte de Aquecimento
- Comedouros tubulares
- Bebedouros pendulares

7.1. COMEDOUROS
A partir do 1o. dia deve-se colocar os comedouros tubulares infantis e
a partir do 10o. dia procede-se a retirada dos comedouros iniciais, de
forma escalonada, num período de 2 a 3 dias. Garantir que os
comedouros definitivos estejam uniformemente distribuídos.
O espaçamento é muito importante. No caso de comedouros
tubulares, devemos trabalhar com 1/80 quando pintainhos, e 1/40
quando adultos ou conforme recomendação do fabricante.
É desejável que a borda do prato do comedouro tenha a altura do
dorso da ave, acompanhando seu crescimento regulamos a cada 7 dias
a sua altura, evitando assim desperdício de ração.

7.2. BEBEDOUROS
Na fase inicial é essencial garantir que os bebedouros estejam bem
distribuídos nos círculos de proteção ou na área para alojamento das
aves, sempre objetivando que qualquer que seja o lugar onde o pinto
se encontre haja um bebedouro próximo. Da mesma forma, à medida
que os círculos de proteção são abertos os bebedouros também

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devem ser movimentados, buscando sempre obter uma distribuição
uniforme por todo o galpão.
Os pendulares serão utilizados na proporção de um bebedouro para
80 pintos. A limpeza deve ser feita diariamente para evitar o acúmulo
de ração, pó e excreções das aves no fundo dos bebedouros,
garantindo a qualidade da água. A regulagem da altura do bebedouro
deve garantir que o pinto possa beber confortavelmente e evitar o
desperdício de água, empastamento e apodrecimento da cama. De 15 a
20 dias de idade a base superior do bebedouro deve estar à altura de
5 cm do dorso da ave, sendo regulado de acordo com o
desenvolvimento.
Para o bebedouro pendular automático, com capacidade de 3 litros,
usa-se 1/80 tanto na fase inicial como na fase adulta ou conforme
recomendação do fabricante.
Os bebedouros não devem ter vazamentos para não molhar a cama ou
produzir poças d´água nos piquetes.
Água limpa, fresca e pura deve existir em quantidade suficiente, pois
a sua eventual falta pode provocar perdas significativas por
desidratação ou morbidade e mortalidade por estresse. O consumo de
ração é totalmente dependente do consumo de água.

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7.3. CORTINAS
As cortinas são tão importantes quanto os outros equipamentos do
aviário, tendo a função de proteger e aquecer as aves.
Instalar cortinas nas laterais, pelo lado de fora, para evitar
penetração de sol, chuva e controlar a ventilação no interior do
aviário. As cortinas poderão ser de plástico especial trançado,
confeccionadas em fibras diversas, e deverão ser abertas de cima
para baixo para se obter maior eficiência da ventilação natural.
A sobrecortina deve ser fixada na parte interna superior do aviário,
de tal forma que se sobreponha a tela, evitando a entrada de
correntes de ar. O aviário poderá ter portas nas extremidades para
facilitar o manejo.

7.4. CÍRCULOS DE PROTEÇÃO


Como o próprio nome diz, o círculo tem como função básica proteger
as aves quando ainda pintinhos, de correntes de ar, de frio, de
predadores e ainda delimitar a área mais próxima possível da fonte
de aquecimento, comedouros e bebedouros servidos a estas aves.
Indica-se chapas galvanizadas do comprimento do círculo e altura de
60 centímetros ou chapas de duratex nas mesmas medidas. Devem
ter uma circunferência de aproximadamente 5 a 7 m2, para o
alojamento de 500 pintainhos (90 pintinhos/m2).
No inverno, recomenda - se juntar dois círculos e duas campânulas
formando assim um único com 1000 pintinhos.

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CO
7.5. FONTE DE AQUECIMENTO
Geralmente usa-se campânula a gás com capacidade de aquecimento
de 500 pintos. O seu uso pode variar de 7 a 20 dias, dependendo da
temperatura ambiente.
Na primeira semana de vida do pintinho é indispensável, pois ele
necessita de uma maior quantidade de calor no início e vai diminuindo
à medida que as aves crescem.
O aquecimento deve ser iniciado pelo menos três horas antes da
chegada dos pintos. No inverno deve-se manter o aquecimento nas
horas mais frias do dia, pelo menos até 15-20 dias de idade, podendo
variar em função do clima. No verão pode ser dispensado a partir da
segunda semana, sendo usado apenas nas horas mais frias,
normalmente à noite.
O controle da temperatura pode ser feito na área abaixo da
campânula e a 5 cm acima da cama com um termômetro ou ainda com
base no comportamento dos pintos, baixando ou levantando o sistema
de aquecimento em relação a cama.

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As exigências de temperatura para que as aves encontrem conforto
ambiental para seu crescimento adequado são os seguintes:
• 32°C = 1°dia

• 30°C = 2° ao 7° dia

• 29°C = 2ª semana

• 27°C = 3ª semana

• 24°C = 4ª semana
A abertura do círculo de proteção é feita gradativamente, a partir do
3º dia, podendo ser aberto diariamente conforme o comportamento e
crescimento das aves. Os círculos devem ser retirados após 7 a 8
dias no verão e 10 a 12 dias de idade no inverno. O espaçamento entre
os comedouros e bebedouros deve ser feito ao mesmo tempo da
abertura dos círculos, de forma a deixá-los bem distribuídos para
favorecer o acesso das aves.

Regular a altura das campânulas possibilitando a distribuição dos


pintinhos de forma homogênea em relação à fonte de calor.

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PRODUÇÃO DE FRANGO CAIPIRA DO CERRADO

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ERRADO – A disposição dos pintinhos indica que estão com frio, por motivo de
campânula apagada, queda repentina da temperatura ou campânula posicionada
muito distante dos pintinhos quanto sua altura.

ERRADO – A disposição dos pintinhos indica que estão com calor, por motivo de
campânula permanecer acesa nas horas quente do dia, aumento repentino da
temperatura ou campânula posicionada muito próxima dos pintinhos.

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CERTO: Os pintinhos devem circular a vontade, comendo e bebendo sem fugir da
fonte de calor e sem se aglomerarem.

8. FORRAÇÃO PARA O PISO DO GALPÃO (CAMA)


A cama deve ser homogeneamente distribuída com uma altura de 5-10
cm. Distribuição irregular da cama causará problemas com
disponibilidade de água, ração e locomoção.
O trabalho de revolvimento da cama deve ser constante, durante
todo o período de criação, no sentido de evitar que a mesma se torne
úmida, propiciando a formação de placas. Eventuais vazamentos dos
bebedouros podem ocorrer por má regulagem dos mesmos, portanto
devem ser monitorados constantemente.
A cama de um aviário é um importante fator que interfere nas
condições sanitárias e no bom desenvolvimento do lote. Mesmo sendo
uma ave mais rústica, o FRANGO CAIPIRA DO CERRADO também
necessita de cama de boa qualidade.
Uma cama de boa qualidade deve apresentar algumas propriedades
indispensáveis:

Ÿ Uma excelente capacidade de absorver a umidade, evitando o


empastamento da mesma dentro do círculo;
Ÿ Baixa condutividade térmica (bom isolamento do piso);
Ÿ Partículas de tamanho médio;
Ÿ Liberação rápida de umidade;
Ÿ Umidade por volta de 20 a 25%;
Ÿ Livre de substâncias indesejáveis (fungos, toxinas, etc.);
Ÿ Fácil Disponibilidade;
Ÿ Baixo custo.

Podemos usar os seguintes materiais:


Ÿ Maravalha ou cepilho de madeira;
Ÿ Sabugo de milho picado;
Ÿ Capins secos;
Ÿ Casca de arroz, a mais comum.

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PRODUÇÃO DE FRANGO CAIPIRA DO CERRADO

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As cortinas são tão importantes quanto os outros equipamentos do


aviário, tendo a função de proteger e aquecer as aves.

9. O ALOJAMENTO DOS PINTINHOS

Na véspera da chegada dos pintinhos o produtor deve certificar-se


de que as instalações, cortinas, sistemas hidráulicos e materiais a
serem usados como cama, comedouros, bebedouros, círculos,
campânulas, e estoque de gás estejam em perfeitas condições de
funcionamento, limpeza e em número suficiente para a criação.
O galpão deve estar pronto para o recebimento das aves, com os
círculos montados e todo o equipamento revisado, pelo menos 24 h
antes da chegada dos pintinhos.
Para um lote de 500 pintinhos é necessário 1 campânula, 7 bebedouros
pendulares e 7 comedouros tubulares infantis.
Deve-se assegurar que o aviário esteja limpo e sem a presença de
aves por pelo menos 15 dias.
Um a dois dias antes da data prevista para a chegada dos pintos é
necessário que se faça uma última desinfecção do galpão e

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PRODUÇÃO DE FRANGO CAIPIRA DO CERRADO

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equipamentos, assegurando-se as condições de funcionamento,
limpeza e em número suficiente.
Os círculos de proteção ou área para o alojamento devem ocupar
menos da metade do aviário. Duas a três horas antes do alojamento
dos pintos é necessário verificar se as campânulas estão funcionando
e os bebedouros e comedouros abastecidos. Na chegada dos pintos,
além de efetuar-se a contagem dos existentes nas caixas, deve-se
separar aqueles que apresentam pernas retorcidas, cabeças e olhos
defeituosos, bicos cruzados e aspecto de inviabilidade de
sobrevivência (refugo). O total de pintos com problemas deve ser
anotado. Alojar somente aves de mesma idade em cada aviário
(sistema todos dentro todos fora).
Os pintos devem ser colocados no círculo de proteção ou área para o
alojamento, molhando-se o bico de alguns deles para servir de
orientação da fonte d´água para os demais. Todos os pintinhos devem
ter acesso à ração e água logo após o seu alojamento.
Retirar imediatamente do galpão as caixas vazias para que sejam
queimadas, se forem de papelão. Se forem caixas plásticas, queimar o
papel e/ou cama contida nos mesmos.
Registrar as seguintes informações em fichas específicas: número de
pintos e data do alojamento, ração fornecida, mortalidade e outras
que forem importantes.
Manter a densidade de 14 frangos/m2, porém, considerar que a
densidade pode ser variada com a época do ano, com o peso e idade
das aves ao abate.

10. MANEJO DAS AVES


Algumas condições básicas de criação são essenciais: tomar cuidado
para que na chegada das aves, o galpão esteja limpo, desinfetado, com
os círculos montados e que os comedouros e bebedouros estejam
distribuídos e as campânulas pré-aquecidas.
Todo dia se faz uma vistoria no pinteiro e galpão, observando se
existem aves mortas ou mesmo refugos que devem ser retiradas.

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PRODUÇÃO DE FRANGO CAIPIRA DO CERRADO

MANUAL DO PRODUTOR
A partir de 25 dias até o abate, as aves devem ser soltas pela manhã
para pastejo, visando o desenvolvimento da musculatura, e à tarde
devem ser recolhidas.
Qualquer dúvida com relação ao estado geral do lote deve ser
esclarecida o mais rápido possível, para detectar precocemente um
eventual problema e evitar assim o prejuízo na criação.

10.1. NUTRIÇÃO

10.1.1. RAÇÃO BALANCEADA


O programa alimentar recomendado é realizado com quatro tipos de
rações. Estas rações dividem-se em INICIAL, de 01 a 25 dias;
ENGORDA, de 26 à 49 dias; ACABAMENTO, de 50 à 80 dias e
ACABAMENTO DEPURAÇÃO, de 81 até o abate.

10.1.2. ALIMENTAÇÃO ALTERNATIVA


Sem dispensar a ração comercial e o pasto, um dos fatores
importantes da produção do FRANGO CAIPIRA DO CERRADO é
justamente a alimentação alternativa (verduras, frutas, legumes e
capim picado) que têm um importante papel no desenvolvimento desta
ave, fornecendo-lhe, a fibra e xantofila tão necessárias.

Entre os alimentos alternativos destacam-se:

Capim Quicuiu Confrei


Capim Coast Cross Rami
Capim Tiffiton Folhas de Batata Doce
Capim Estrela Africana Guandu
Assa Peixe Hortaliças e Leguminosas

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PRODUÇÃO DE FRANGO CAIPIRA DO CERRADO

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Mandioca ou macacheira deve ser quebrada e colocada ao sol ou
cozida para quebrar as proteínas nocivas a digestão. A alimentação
alternativa deve ser servidas após 25 dias de idade

10.2. TEMPERATURA
A temperatura de um galpão é muito importante e seu controle
permite obter resultados compensadores.
A temperatura de conforto para as aves deverá estar entre 20 e 28º
C.
A falta de calor nas primeiras semanas de vida traz problemas de
desuniformidade do lote e o excesso desidratação.
Para evitar estes problemas recomenda-se que o avicultor tenha
sempre à mão um termômetro, controlando a temperatura ambiente
constantemente.
O termômetro deve ficar na lateral interna do círculo de proteção à
altura da ave.

10.3. ILUMINAÇÃO
O FRANGO CAIPIRA do CERRADO, por ser uma ave destinada ao
abate com idade mais avançada recomenda-se o fornecimento
somente de luz natural, evitando-se assim o seu crescimento muito
acelerado e o aumento de mortalidade.

10.4. JEJUM PRÉ-ABATE


O jejum pré-abate compreende o período antes da apanha, em que as
aves não devem ter acesso à ração. Essa prática é necessária para
reduzir o conteúdo gastro-intestinal das aves, diminuindo a
possibilidade de contaminação da carcaça na evisceração decorrente
do rompimento do inglúvio (papo) e intestino.
O tempo de jejum deverá ser ajustado entre 7 e 9 horas. Os
equipamentos (comedouros) devem ser colocados de maneira que não
atrapalhem o carregamento. A água deverá ser retirada somente no

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PRODUÇÃO DE FRANGO CAIPIRA DO CERRADO

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momento do carregamento e nos meses de muito calor fazer a
retirada escalonada, para que as aves fiquem o mínimo possível sem a
disponibilidade de água.

10.5. PROGRAMAÇÃO DE RETIRADA DO LOTE


Essa etapa tem a responsabilidade de estabelecer o calendário e
proporcionar a logística para a retirada das aves nas granjas. Para
administrar essa etapa é necessário conhecer algumas informações: a
distribuição física das granjas, as distâncias que separam as granjas
do abatedouro, o tipo de pavimento da estrada de acesso e, é claro, o
número de aves alojadas. Essas informações são fundamentais para
estabelecer o tempo padrão de envio de cada caminhão e o tempo de
viagem até o abatedouro.
A divisão das aves em grupos, além de auxiliar na apanha, reduz o
impacto da movimentação das demais aves.
Se a apanha for parcial ou total durante a noite deve-se usar luz azul,
pois ao ter a capacidade visual anulada pela cor azul as aves não se
agitam com o movimento do apanhador e ficam imóveis, facilitando a
apanha. Os obstáculos físicos, tais como os comedouros e bebedouros
devem ser colocados fora da área de movimento para evitar golpes no
peito e nas pernas das aves e acidentes com o pessoal da apanha.
Independente do horário ou temperatura, alguns conceitos são
básicos:
• proporcionar o mínimo de estresse possível às aves. O aumento
do estresse é diretamente proporcional à perda de peso e ao
número de contusões;

• cercar um número de aves por vez, 200 a 250 aves (diurno);

• levar as caixas até os frangos, nunca levar os frangos até as


caixas.
A apanha manual das aves é um método utilizado universalmente.
Apesar de existirem no mercado algumas alternativas automáticas, a
previsão é de que esse método continuará a ser usado no futuro. Esse

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MANUAL DO PRODUTOR
trabalho implica em sérios riscos para a integridade da carcaça, em
especial o peito, as pernas e asas, devido ao manejo inadequado das
aves, sendo a causa mais provável de danos.
Apanha pelo dorso: é o mais usado. Apanha-se a ave pelo dorso, por
sobre as asas com firmeza. A apanha individual oferece maior
proteção a integridade física das aves. Ao se pegar uma a uma, as
aves são manejadas e colocadas cuidadosamente nas caixas. Esse
método beneficia também os trabalhadores, cujo desgaste físico e
estresse são reduzidos. Como resultado final tem–se melhor
qualidade de carcaça, maior rendimento pela redução de lesões
físicas, redução de perdas, redução dos custos operacionais diretos e
indiretos;

10.6. CARREGAMENTO E TRANSPORTE


O número de aves colocadas em cada caixa transportadora deve
receber atenção especial. A decisão para essa variável deve
considerar o sexo e o peso das aves, além de fatores como clima e
distância do aviário ao abatedouro. O número de fraturas ósseas é
reduzido quando as aves podem mover-se no interior das caixas
transportadoras.
A disponibilidade de oxigênio também é um fator decisivo no
transporte dos frangos, uma vez que quantidades reduzidas de
oxigênio podem resultar em asfixia das aves ou gerar coloração
anormal na carcaça.
Para que a circulação do ar seja facilitada é necessário que haja
espaços entre as fileiras das caixas no veículo transportador e as
caixas devem estar limpas, uma vez que excretas e penas dificultam a
passagem do ar.
No processo de carregamento é desejável que o caminhão possa
entrar no aviário e chegar perto de onde está sendo feita a apanha.
Mas, os aviários antigos ou mal projetados impedem a entrada dos
caminhões, fazendo com que haja maior movimentação das caixas
contendo as aves. Usar um sistema de canos de PVC, distanciados 50
cm para facilitar o deslizamento das caixas, deslizando sempre duas a

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duas. Toda e qualquer batida ou movimentos bruscos, devem ser
evitados.
Um sistema também de canos, tipo escada, ou esteira, deve ir do chão
até a altura da carroceria para deslizar suavemente as caixas. As
pessoas que ficam encima do caminhão tem que ser as mais
experientes e eficientes para evitar as batidas e as contusões.
Deve-se manter um ponto de equilíbrio quanto ao número de caixas na
altura de 7 a 8, já que sabe-se que as duas últimas fileiras são
responsáveis por 40% das hemorragias de peito. A maneira de
transportar as caixas nos caminhões é bastante variada.
Normalmente usa-se o sistema de canos laterais e de cobertura: tela,
ou simples amarrações que deverão dar garantias para que as caixas
tenham um mínimo de movimento, sem risco de acidentes, já que no
momento que uma caixa se solta, outras sofrerão o mesmo processo.
Os motoristas que transportam aves devem ser bem treinados e ter
noção exata da carga que estão transportando, ter idéia do número
de aves que morrem normalmente no carregamento e transporte,
além do conhecimento das lesões que podem ocorrer. O transporte
das aves no período noturno é vantajoso por evitar temperaturas
elevadas, favorecendo o bem estar das aves, o que reduz as perdas
por mortalidade e resulta em carne de melhor qualidade.

10.7. FICHA PARA ACOMPANHAMENTO TÉCNICO DO LOTE


1-Data do alojamento: 3-Linhagem:
2-Nº. de aves: 4-Incubatório:
3-Informações sobre as vacinas administradas
Data (Dia/Mês) Via de administração Vacina utilizada N° aves vacinadas

4-Medicamento administrados:
Data

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Identificação do aviário
Idade das aves
Principais sintomas
Medicamento administrado (nome comercial e princípio ativo
Via de administração
Dose administrada
Período de administração
5-Mortalidade diária:
Semana Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Total






Outras Observações:_______________________________

11. ÁGUA
A água como insumo na exploração avícola é um importante aspecto a
ser considerado, uma vez que participa de várias fases do processo
produtivo. Redundante seria destacar o papel da água como elemento
necessário à manutenção da vida, pois é o mais importante nutriente
para qualquer ser vivo; entretanto, além da água utilizada para
consumo, na exploração avícola seu papel também é relevante nas
etapas de limpeza e higienização de instalações e equipamentos.

ESTIMATIVA DE CONSUMO DIÁRIO DE ÁGUA EM ML POR


FRANGO.
Semana ml / dia / frango L/dia / 12.000 frangos

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1 32 384
2 69 828
3 104 1248
4 143 1716
5 179 2149
6 214 2568
7 250 3000
8 286 3432

12. MANEJO SANITÁRIO


A higiene dentro e fora do galpão, independente do seu tamanho é
importantíssima, pois evita diversos problemas sanitários na criação.
Os principais procedimentos de manejo sanitários são:

Ÿ Manter os galpões sempre limpos e desinfetados após cada lote;


Ÿ Fazer o vazio sanitário de pelo menos 15 dias após a desinfecção
do galpão;
Ÿ Aplicar corretamente as vacinas e vermífugos necessários;
Ÿ Evitar o trânsito de pessoas e animais ao redor do galpão.
Ÿ Não guardar restos da cama do lote anterior no galpão onde se
está alojando novo lote;
Ÿ Ter pedilúvios e rodolúvios em todas as entradas das granjas;
Ÿ Recolher todas as aves mortas diariamente e depositá-las em
fossas sépticas;
Ÿ Fazer o controle de insetos e roedores principalmente entre os
lotes.

12.1. VACINAÇÃO E VERMIFUGAÇÃO

IDADE TIPO DE PREVENTIVO VIA DE APLICAÇÃO


10 dias Vacina contra Newcastle Água
14 dias Vacina contra Gumboro * Água

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21 dias Vacina contra Gumboro * Água
25 dias Vermífugo Ração
50 dias Vermífugo Ração
75 dias Vermífugo Ração
*para região endêmica

Procedimentos para vacinação

12.2. ACESSO E FLUXO DO TRÂNSITO NA GRANJA


A granja deve ser conduzida como uma empresa, cujo lucro é medido
pela eficiência de produção. Portanto, devem ser reduzidos ao
máximo os perigos de contágio para as aves, estabelecendo-se
critérios de acesso aos aviários e designando-se diferentes áreas
dentro da granja segundo os riscos de contaminação.
A área limpa: é a área de acesso aos aviários, através da qual são
feitos transportes de ração, aves e equipamentos.
A área suja: compreende a região externa da granja e acesso de
saída dos aviários, pela qual se procede retirada de camas.
Para evitar disseminação dos resíduos durante o transporte da carga
recomenda-se cobrir com lonas.
O fluxo de acesso aos aviários deve ser percorrido respeitando os
limites entre área limpa e suja. Para tanto, considerar a idade das
aves (visitar primeiro as mais jovens) e o estado sanitário dos lotes
(proibir visitas em aviário com problemas). Havendo suspeita de
enfermidade em um lote somente o funcionário e o veterinário
responsável pela granja poderão ter acesso à ele.

12.3. LIMPEZA E DESINFECÇÃO


A limpeza e desinfecção não devem ser tratadas como simples
preocupações estéticas, mas como medidas profiláticas de suma
importância para a criação.

Como proceder:

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Ÿ Retirar toda a cama antiga;
Ÿ Varrer o galpão todo;
Ÿ Passar lança chamas em todo o chão e ao redor do galpão;
Ÿ Lavar com água sob pressão e sabão (para pisos de alvenaria);
Ÿ Pulverizar desinfetante;
Ÿ Fazer uma caiação (8 sacas de cal/200 litros de água);
Ÿ Espalhar a cama nova;
Ÿ Desinfetar e realizar a manutenção de todo o equipamento;
Ÿ Recolher entulhos ao redor do galpão;
Ÿ Lavar e desinfetar a caixa d’água e encanamentos do galpão;
Ÿ Colocar raticidas e inseticida (dentro do galpão) e retirá-los antes
da entrada dos pintos;
Ÿ Após análise da água, se necessário, realizar o tratamento da
mesma.

PRINCÍPIO ATIVO DOS DESINFETANTES COMERCIAIS MAIS


COMUNS E SUA RECOMENDAÇÃO

Locais Formol Iodo Amônia Fenóis e Cloro


quaternária Cresóis

Caixas de água e - + + - ++
encanamento

Piso + + + + -

Paredes + + + + -

Telhados + + + + -

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Telas + - + + -

Equipam. + (+-) + (+-) +

Pedilúvio - + + + -

Mat. Orgânica - - (+-) + -


++ muito recomendado; + recomendado; +- pouco recomendado; - não
recomendado;

12.4. DESTINO DAS CARCAÇAS DESCARTADAS


Não menos importante que os demais cuidados, a remoção das
carcaças é fundamental para evitar a multiplicação e disseminação de
microorganismos patogênicos dentro do aviário. A retirada das aves
descartadas ou mortas deve ser feita rotineiramente, removendo-as
para fossas sépticas, incinerando-as ou trabalhando-as em
compostagem.
A incineração depende de equipamentos adequados e é indicada
quando ocorrer um problema sanitário grave.

13. COMPOSTAGEM DE AVES MORTAS


O manejo da compostagem é feito colocando no piso revestido da
composteira 30 cm de uma fonte de carbono que também permite a
aeração das carcaças, podendo ser maravalha nova, palhada de
qualquer cultura ou cama de aviário. Adicionar uma camada de
carcaças, deixando um espaço de 15 cm entre as aves e as paredes,
sem amontoar as aves. Rodear as carcaças com o material aerador
até quase cobri-las. Acrescentar água na proporção de um terço do
peso das aves (para cada 10 kg de aves acrescentar 3 litros de água).
Cobrir com uma camada de 15 a 20cm de material aerador seco.
Continuar colocando as carcaças rodeadas pelo material aerador,
acrescentando água e cobrindo com nova camada de material aerador

32
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MANUAL DO PRODUTOR
até atingir 1,50 m de altura. Fecha-se a pilha, acrescentando uma
camada espessa de material aerador seco e deixando fermentar, no
caso de frangos de corte, por 10 dias.
A fermentação diminui o volume das carcaças permitindo que se
trabalhe até 600 kg de carcaças em uma câmara de 2x2x2m, com
altura da pilha de 1,50m. Após os 10 dias pode-se retirar o composto
da câmara e refazer a pilha em camadas, acrescentando água,
deixando outros 10 dias para a fermentação total dos resíduos.
Após esse prazo o material pode ser utilizado como adubo ou ser mais
uma vez utilizado como material aerador na formação das novas
pilhas.

14. CUSTO DO METRO QUADRADO PARA IMPLANTAÇÃO DE


MÓDULO DE PRODUÇÃO DE FRANGO CAIPIRA DO CERRADO
PARA 1500 AVES DE PLANTEL

MATERIAL PARA CONSTRUÇÃO


Material Quantidade Preço Unit. Total

Vigota de 5x11cm 240 m 4,85 1.164,00

Caibro 720 m 2,20 1.584,00

Telha plam 4,8 pç 240,00 1.152,00

Tijolos (25/m2) 3,12 pç 200,00 624,00

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Areia de reboco 24 m3 30,00 720,00

Areia p/ cimento 20 m3 30,00 600,00

cimento (1sc/6m2) 120 sc 13,00 1.560,00

Esteios de eucalipto 24 m 40,00 960,00


trat. 3,2 m

Tela pinteiro 42 m2 2,67 112,14

Tela pinteiro piquete 390 m 2,67 961,00

Estacas (129,00x4mo) 129 6,00 774,00

Mão-de-obra 40% 3.390,00

Mão-de-obra tela piq. 516,00

Total 14.117,14

EQUIPAMENTOS

Item Quantidade Preço Unit.

Comedouro tubular infantil 14 8,00

Placa de eucatex 2,2 x 0,5 12 10,00

Campânula a gás 4 35,00

Bebedouro Pendular 32 12,00

Comedouro tubular adulto 64 12,00

Pneu descartado 20 3,00

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MANUAL DO PRODUTOR

Lança chamas 1 25,00

Total 1.609,00

TOTAL DO INVESTIMENTO:

R$ 15.726,14

15. RECEITAS E DESPESAS NA PRODUÇÃO DE FRANGO


CAIPIRA DO CERRADO PARA PLANTEL DE 1500 AVES COM
CICLO MENSAL DE 500 AVES

DESPESAS MENSAIS – CAPITAL DE GIRO

Item Quantidade Preço unit.

Gás 4 botijões 29,00

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MANUAL DO PRODUTOR

Palha de arroz 500 kg 0,15

Vacina 1.000 doses 0,045

Desinfetante 10 litros 0,95

Cal hidratada 20 kg 2,00

Mão-de-obra 1 pessoa 100,00


(rateada)

Total 385,50

RECEITAS MENSAIS (Sistema Integrado)

Item Quantidade Preço unit.

Frango aos 90 dias 2,3 kg 970 0,86

Cama de Frango 1,5 ton 50,00

Total 909,20

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MANUAL DO PRODUTOR

MARGEM MENSAL

Receita = R$ 909,20

Despesa = R$ 385,50

Margem = R$ 523,70

Margem = 57,6%

16. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

AGROCERES ROSS. Manual de manejo de matrizes. Rio Claro: Agroceres, 1996. 76p.

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PRODUÇÃO DE FRANGO CAIPIRA DO CERRADO

MANUAL DO PRODUTOR

PRODUÇÃO DE
FRANGO CAIPIRA DO CERRADO
DO TERRITÓRIO ESTRADA DE FERRO -
ESTADO DE GOIÁS

41
PRODUÇÃO DE FRANGO CAIPIRA DO CERRADO

MANUAL DO PRODUTOR

MANUAL DO PRODUTOR RURAL

PRODUÇÃO DE
FRANGO CAIPIRA DO CERRADO
DO TERRITÓRIO ESTRADA DE FERRO -
ESTADO DE GOIÁS

MANUAL DO PRODUTOR RURAL

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