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TOMÉ-AÇU/PA
2022
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 5
2. OBJETIVO DA AERAÇÃO................................................................................. 8
5. CONCLUSÃO .................................................................................................... 46
1. INTRODUÇÃO
Sabe-se que após a colheita, os grãos passam por uma série de processos até chegar ao
consumidor final. Algumas destas operações são: recepção, limpeza, secagem e armazenagem,
movimentação, entre outras. Estas operações são denominadas pré-processamento de grãos, e
os locais onde são realizadas são denominados Unidades Beneficiadoras de Grãos. Geralmente
os locais de beneficiamento de grãos também são compostos por estruturas de armazenagem,
assim, estes locais podem ser denominados de Unidades de Beneficiamento e Armazenagem
de Grãos (ANTUNES e DEVILLA, 2018).
A técnica de aeração é empregada nos Estados Unidos e Europa desde o início da década
de 40. Nos dias de hoje ela é utilizada, praticamente, em todos os países produtores de grãos,
com técnicas de controle avançadas e equipamentos modernos, fazendo com que o sistema de
aeração seja a parte mais importante em um silo, uma vez que seus benefícios são de
fundamental importância para o produtor. Ela é adotada na maioria dos silos existentes nos
países de clima temperado.
No Brasil, principalmente a região sul, incluindo o estado de São Paulo, apresenta
condições favoráveis para o emprego da aeração. Em muitas regiões tropicais da América do
Sul, a aeração é empregada com vistas a manter, pelo resfriamento, a qualidade do produto. Nas
regiões tropicais, onde não é possível a obtenção de ar frio, a aeração deve ser usada com
cuidado, considerando que, em alguns casos, podem ser obtidos resultados negativos, tais
como: uma super secagem da massa de grãos se a umidade relativa for baixa ou uma
condensação, se a umidade relativa for alta e a temperatura ambiente for baixa. Entretanto,
vários trabalhos experimentais foram realizados em países de clima quente, como a Austrália e
Israel, e o benefício da aeração tem sido amplamente constatado na prática. (PUZZI, 1973).
Os primeiros trabalhos relatados sobre aeração de feijão foram feitos na Universidade
Federal de Viçosa no final da década de 1960. Em 1974 aconteceu o I Seminário Nacional de
Armazenagem, realizado em Porto Alegre, RS. Dessa maneira pode-se afirmar que o
conhecimento e a prática da aeração no Brasil são recentes, sendo nos dias de hoje praticamente
indispensável na boa conservação de grãos armazenados. Porém há necessidade de se tomar
alguns cuidados para evitar a deterioração de grãos armazenados (HARA, 2003).
De acordo com Navarro e Noyes (2010) os grãos armazenados fazem parte de um
ecossistema com elementos bióticos (insetos, fungos, fermentação, etc.) e abióticos
(temperatura, umidade, pressão etc.) que interagem entre si. A temperatura, umidade e índice
de impureza dos grãos são elementos que podemos controlar, o que poderá favorecer ou não a
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2. OBJETIVOS DA AERAÇÃO
Além disso, na aeração pode ser realizada aplicação de fumigantes, sendo um método
prático e eficiente de expurgo de grãos. A distribuição do fumigante é uniforme em toda a massa
e a dosagem necessária é menor do que a aplicada normalmente.
O principal objetivo da aeração é promover o resfriamento visando à conservação da
qualidade dos grãos armazenados, mantendo o ambiente de armazenamento em condições que
minimizem a migração de umidade e o nível de deterioração do produto. A massa de grãos deve
apresentar teores de água e temperaturas baixas e homogêneas que inibam a ação dos insetos e
fungos e os processos de germinação e deterioração dos grãos. (KALIYAN et al., 2007).
Lasseram (1981) comenta que a aeração de resfriamento em grãos, em estado definitivo
de conservação, isto é, a um teor de água compreendido entre 14 e 17% a ventilação é aplicada
em doses mais ou menos frequentes, para corrigir um início de aquecimento, ou ainda para
resfriar progressivamente o grão, em etapas, cada vez que a temperatura exterior o permitir;
esta última maneira de conceber a ventilação, certamente a mais válida, no que se refere à
manutenção da qualidade, no caso de uma estocagem de longa duração, exige um conhecimento
contínuo da temperatura do grão e do ar exterior: supõe-se neste caso, a existência de um
mínimo de equipamentos de medida de temperatura no interior das células de estocagem
(termometria).
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Existem limites máximos para teores de água e temperaturas dos produtos úmidos, em
relação ao tempo de espera para a secagem. O operador deve estar atento e consultar a tabela
sobre o tempo permissível para a armazenagem de grão sob diferentes condições de umidade e
temperatura. Nesse caso, o sistema de aeração deve ser projetado para fornecer grandes volumes
de ar, a fim de manter a qualidade original do produto úmido até o início da operação de
secagem. Para as regiões tropicais, subtropicais e temperadas, o fluxo de ar aplicado em
produtos úmidos pode ser entre 10 e 15 vezes superior ao utilizado para fazer a aeração de
equabilização ou de resfriamento.
Outro importante objetivo da aeração, principalmente nas regiões onde existem grandes
amplitudes térmicas durante o dia, esta técnica pode ser utilizada para prevenir ou evitar a
migração de umidade. Neste caso, não se busca o resfriamento efetivo da massa de grãos, mas
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mantê-la sob temperatura uniforme. Pelo fato de serem maus condutores de calor, variações nas
temperaturas da massa de grãos, inferiores a 4 °C, são consideradas uniformes. Gradientes
elevados de temperatura poderão intensificar as correntes de convecções naturais do ar
intergranular, resultando no fenômeno de migração de umidade, por propiciar a difusão de água.
Por ocasião de tempo frio aparece uma corrente convectiva com o ar descendo pela camada de
grãos mais frios, ao longo e próximos das paredes do silo, que sobe através das camadas de
grãos, mais quente, no centro do silo. À medida que o ar sobe pelo centro, irá sendo aquecido
e terá sua capacidade de absorver umidade aumentada, retirando água dos grãos.
Entretanto, quando o ar estiver próximo da superfície superior e fria ele resfriará,
perdendo capacidade de absorver umidade e transferindo a umidade adquirida anteriormente
para a camada superior de grãos. Isto criará uma região de grãos úmidos no topo central do silo
com grande potencial para deterioração (Figura 1a). Por ocasião da estação mais quente,
ocorrerá um fluxo de ar oposto (Figura 1b) por causa das temperaturas ambientais mais altas.
A condensação com um potencial para deteriorarão acontecerá na região central no fundo do
silo. Um dos maiores problemas decorrentes da migração de umidade, quando são criadas
condições favoráveis para o desenvolvimento de fungos e de insetos, consiste na mistura das
camadas contaminadas com as descontaminadas, quando ocorrer a descarga parcial ou total do
produto armazenado. Dentre os danos causados, o mais preocupante é a contaminação por
micotoxinas. A intensidade da migração de umidade poderá ser influenciada pela espessura da
camada de grãos e pela variação da temperatura em diferentes pontos da massa. Em camadas
muito espessas, observa-se aumento na velocidade das correntes naturais de convecção e,
consequentemente, incrementa-se o transporte de umidade e, a combinação entre camadas de
alta espessura com elevada diferença de temperatura, também, intensifica a quantidade de
umidade transportada.
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Lasseran (1981) afirma que a aeração de manutenção contínua ou quase contínua para
grãos úmidos (mas com mais de 15% de teor de água). Neste caso, a ventilação é sobretudo
utilizada como meio de conservação provisória nos grãos que aguardam a secagem, quer sejam
grãos úmidos, colhidos por automotrizes, ou semi-secos e submetidos a uma pré secagem; a
finalidade pretendida é a pré-secagem; a finalidade pretendida é a pré-estocagem ou a
estocagem intermediária antes do acondicionamento definitivo.
Prevenir o aquecimento dos grãos, esta vantagem aplica-se frequentemente à
armazenagem em silo pulmão, com grãos úmidos, recém colhidos. Deve-se lembrar que, nessas
condições, o produto deve passar por uma operação de pré-limpeza. Neste caso, a aeração
permite aumentar o fluxo de entrada de produto úmido na unidade armazenadora, reduzindo
nos investimentos ou no superdimensionamento de secadores.
Promover a secagem dentro de certos limites, em geral, não se entende a aeração como
processo de secagem, porém, em condições favoráveis, grãos úmidos (abaixo de 20% b.u.) são
secados (secagem com ar natural) em silos com altas vazões de ar em operação contínua, desde
que a temperatura do ar não atinja valores próximos de 0 ºC.
O fluxo de ar mínimo recomendado para secagem, dependendo das condições
ambientais e, como dito anteriormente, o fluxo é 15 a 25 vezes maior que o fluxo para a aeração
de resfriamento. Por questões didáticas, a utilização da secagem em silos deve ser diferenciada
da aeração de resfriamento. Remover os odores: em função da atividade biológica dos grãos e
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dos organismos que constituem o ecossistema da massa, odores não- desejáveis podem ocorrer.
A aeração pode ser utilizada para remover, além desses odores, os gases resultantes do combate
às pragas e devolver aos grãos o cheiro característico.
Lasseran, 1981 comenta que a aeração secante tem por objetivo manter o grão à uma
temperatura suficientemente baixa ocasionando uma lenta dessecação; este processo de aeração
pode ser combinado com o de manutenção contínua. Algumas vezes, a utilização de um
pequeno aquecedor de ar (óleo, gás, eletricidade) permite elevar a temperatura do ar de 4 a 6
ºC, a fim de melhorar seu poder secante, quando a higrometria ambiente for elevada (umidade
relativa superior a 80 a 85%).
Remoção de odores dos grãos, a aeração pode ser utilizada para atenuar ou eliminar
odores indesejáveis, como aqueles característicos de grãos embolorados, rancificados,
fermentados, etc. (ATHIÉ, 1998).
Inibir a atividade de insetos-praga e ácaros. A maioria dos insetos-praga que infestam
os grãos armazenados é de origem tropical e subtropical e a faixa de temperatura adequada para
o seu desenvolvimento está entre 27 e 34 °C, sendo consideradas ideais as temperaturas entre
29 e 30 °C. Depois de alguns meses de armazenagem, ou em ambientes com temperaturas acima
de 27 °C, a massa de grãos poderá ter elevado nível de infestação se ações preventivas não
forem tomadas. Os insetos-praga são sensíveis a baixas e a altas temperaturas, reduzindo seus
desenvolvimentos em temperaturas inferiores a 16 e superiores a 42 °C. Podem-se estabelecer
manejos adequados para o controle dos insetos-praga quando a temperatura é mantida entre 17
e 22 °C, para aqueles cujo ciclo de vida é da ordem de três meses ou mais. Isto porque a
oviposição e fecundação dos mesmos é restrita em baixa temperatura, com baixo crescimento
da população, o que lava a danos menos significativos aos grãos. A umidade relativa crítica
para o seu desenvolvimento é da ordem de 30%. Entretanto, são capazes de sobreviverem
obtendo água metabólica, do ar ambiente ou do próprio grão.
A Tabela 2 contém informações sobre o comportamento de algumas espécies de insetos-
praga, de importância econômica para o processo de armazenagem, em relação ao ambiente.
Os ácaros são pragas de grande importância econômica, principalmente nas em regiões de clima
tropical e temperado. Podem danificar o germem dos cereais, casca de leguminosas,
contaminarem os produtos com fezes e odores indesejáveis. O produto infestado por ácaros, se
destinado para a alimentação animal, poderá causar problemas nutricionais aos mesmos e
alergia aos operadores durante o manuseio. É importante ressaltar que a presença de ácaros está
relacionada a fungos, uma vez que os mesmos, também, se alimentam desses microrganismos.
Desenvolvem-se em ambientes cuja temperatura varia entre 7 e 30 °C e umidade relativa acima
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de 60%. O ambiente ideal para o seu desenvolvimento é estabelecido por temperaturas entre 20
e 25 °C e umidade relativa entre 80 e 90%. Portanto, para o seu controle deve-se estabelecer,
principalmente, umidade relativa de equilíbrio inferior a 60%, o que se consegue por meio da
redução do teor de água dos grãos, considerando-se determinada temperatura.
Grãos com teor de água superior a 14% (b.u.) devem ser mantidos em temperatura baixa
(possível em climas temperados) ou por meio do resfriamento artificial do ar, evitando-se focos
aquecidos na massa. Alguns pesquisadores consideram que, para infestações de pequena
intensidade, o emprego dessa técnica poderá ser dispendioso. Na Tabela 3 contém informações
sobre as temperaturas mínimas e ótimas para o desenvolvimento de algumas espécies de ácaros.
Acarus siru 7 23 – 30
Fonte: Navarro e Noyes (2010).
Tabela 4 – Principais fungos toxicogênicos que infectam grãos e seus derivados, com as
toxinas produzidas.
Espécies de fungos Toxinas Grãos e produtos
Alfatoxinas B1, B2, G1 e
Aspergillus flavus
G2
Sementes de algodão, amendoim,
Aspergillus parasiticus
arroz, aveia e cevada
Fusarium graminearum Zearalenona e vomitoxina Canola, milho, trigo e triticale
Sorgo, soja, farelos (soja, milho e
Fusarium moliniforme Fumonisinas trigo) e tortas (algodão e
amendoim)
Fusarium roseum
Fusarium tricinstum
Penicillium vididicatum Ocratoxina A
Fonte: Lazzari (1997).
Navarro e Noyes (2010) informam que para remover a umidade dos grãos com ar natural
é necessário mais ar do que para fazer resfriamento. Afirmaram que no processo de aeração
normal é utilizado entre 0,22 e 33 m³ de ar . min-1. t-1 para aerar, temporariamente produtos
úmidos, enquanto que com o resfriamento será necessário aproximadamente 0,11 m³ de ar .
min-1. t-1 para resfriar ao ponto de inibir a atividade de fungos e ácaros. A Tabela 5 contém as
indicações de temperaturas e umidades relativas mínimas ótimas e máximas para o
desenvolvimento de algumas espécies fúngicas.
A qualidade dos grãos armazenados pode ser definida em função de diferentes atributos,
os quais devem atender a diferentes seguimentos de mercado, tais como, o sementeiro, o da
indústria de concentrados para a alimentação humana e animal, e o da comercialização do
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produto “in natura”. Por isso, além da germinação, outros atributos são utilizados para avaliar
a qualidade dos grãos armazenados, quais sejam o teor de água, os índices de impurezas, o
envelhecimento acelerado, a condutividade elétrica, a infecção por microrganismos, a
contaminação por toxinas, a acidez de óleos e a formação de peróxidos, índices de quebrados,
trincados e danificados, infestação por insetos-praga, massa específica aparente. Grãos que
possuem baixa viabilidade são mais vulneráveis à infecção por fungos e, portanto, susceptíveis
ao processo de deterioração.
As modificações químicas que ocorrem nos grãos, quando mantidos em baixa
temperatura durante a armazenagem, são lentas e, às vezes, até insignificantes. A velocidade
das reações químicas que ocorrem nos alimentos armazenados pode ser reduzida à metade
quando a temperatura decresce em 10 ºC. Grãos armazenados a granel formam um ecossistema
característico, em estado quase latente, em que todas as atividades bióticas são imperceptíveis
(Figura 2), desde que sejam estabelecidas condições favoráveis para o estabelecimento desse
estado de latência. Esta condição de aparente inatividade deve ser mantida durante maior tempo
possível, desde que o processo não resulte em perdas de qualidade do produto armazenado, o
que é alcançado por meio da redução de temperatura, do teor de água e do índice de impurezas
dos grãos, principalmente. Acréscimo na temperatura e, ou na umidade relativa do ar
intergranular poderá propiciar desequilíbrios em quaisquer dos fatores do sistema biótico,
resultado em perdas parciais ou totais da massa de grãos. A introdução de uma massa de ar com
temperatura baixa é uma técnica benéfica à conservação dos grãos, em estado de repouso, por
período de tempo mais prolongado.
3. SISTEMAS DE AERAÇÃO
Dutos – podem ser de aeração ou de alimentação, são câmaras que apresentam aberturas
laterais ou áreas perfuradas próprias para a distribuição do ar na massa de grão ou responsáveis
pelo transporte do ar até os dutos de aeração, respectivamente. Permitem a insuflação ou a
sucção de ar através da massa de grão (ATHIÉ, 1998).
Silos – células de armazenamentos generalizado em que se processa a aeração. Podem
ser verticais ou horizontais. Armazenam a massa de grãos (ATHIÉ, 1998).
Dispositivos para monitoramento - indicam as condições do ambiente interno e externo
da massa de grãos e, em alguns casos, podem acionar ou ligar o sistema de ventilação em função
daquelas condições (SILVA, 2005).
Ventilador com motor – devem fornecer a quantidade de ar necessária ao resfriamento
do produto e ser capaz de vencer a resistência oferecida à passagem deste ar pela massa de grãos
armazenada.
Um sistema de aeração com ventilador fixo para cada unidade de armazenagem pode
ser simples, versátil e eficiente sob o ponto de vista técnico. Entretanto, pode ser a opção mais
cara, por exigir vários motores e vários ventiladores para produzir a mesma quantidade de ar.
A utilização de um único ventilador e duto de distribuição para mais de uma unidade de
armazenagem é uma alternativa satisfatória para o suprimento de ar. Neste caso, faz-se a
aeração em vários silos sucessivamente. A adoção de um ou mais sistemas de ventilação deve
ser baseada em um criterioso estudo técnico e econômico.
A Figura 3 ilustra um sistema de aeração em um silo. Algumas definições importantes
sobre os componentes e a operação de um sistema de aeração são dadas a seguir: Dutos para
distribuição de ar - podem ser divididos em duto principal ou de suprimento e duto secundário
ou de aeração (Figura 4). O primeiro tem a finalidade de conectar o ventilador a um ou mais
dutos secundários e, estes, a de distribuir, o mais uniformemente possível, o ar através da massa
de grãos. A diferença básica está no fato de que o duto principal não possui perfurações.
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Existem várias opiniões sobre o momento mais conveniente para realizar uma aeração.
Alguns pesquisadores aconselham a aeração sempre que a temperatura do ar ambiente for de
5ºC a 8ºC inferior à da porção mais quente do grão. Uns acham que o intervalo da diferença de
temperatura entre o ar e o grão deve ser de 5ºC a 6ºC. Outros afirmam que a aeração é sempre
possível quando a temperatura do ar ambiente for inferior à do grão. Outros ainda aconselham
a aeração quando a temperatura do ar ambiente for 6ºC inferior a temperatura do grão, mas que
isso depende da umidade relativa do ar e da massa de grãos. Uma grande maioria afirma que
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para uma boa aeração, a diferença de temperatura entre o ar ambiente e o grão e a umidade do
ar ambiente e do grão, devem pesar, conjuntamente, para a decisão final. De uma forma geral,
quase unânime, os pesquisadores recomendam, cada um conforme seu entendimento do
momento apropriado, que a aeração deve ser feita usando o critério da diferença de temperatura
entre o ar e o grão. (DE BEER, 1972; BURREL, 1973; LASSERAN, 1981; PUZZI, 2000;
SILVA, 2005, ANTUNES et. al., 2016).
Nesse diagrama é indicada a faixa em que a aeração é recomendada (faixa B). A aeração,
quando o ar apresenta umidade relativa alta só é recomendada quando a diferença de
temperatura entre os grãos e o ar também for alta, o que indica que os grãos se encontram
aquecidos e precisam ser resfriados. Quando a umidade relativa do ar se encontra abaixo de 60
% e a os grãos se encontram aquecidos (maior diferença de temperatura entre ar e grãos) deve-
se tomar cuidado para que não ocorra a secagem indesejada do grão. Pode ocorrer também a
condensação do vapor de água do ar devido aos movimentos convectivos do ar.
3.3.1. Higroscopia
tendência ao aumento de sua umidade, o que indica que a pressão de vapor do ar é maior do
que a pressão de vapor interna do grão.
A remoção de calor nos grãos ocorre quando a umidade contida no grão passa do estado
liquido para o de vapor, havendo gasto de energia. Quando há um fluxo de ar, gerado pelo
ventilador, a água passa do estado liquido para o de vapor mais rapidamente.
Ao se colocar um grão submetido a ação de fluxo de ar de temperatura mais alta que a
do grão (dentro de certo limite), o grão não terá sua temperatura aumentada, mas seu teor de
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água diminuirá devido à evaporação e sua temperatura então baixará. Em secadores mecânicos
de alta temperatura, por exemplo, o ar atinge 100 ou até 120°C, porém a massa de grãos não
passa de 60 ou 65°C enquanto estiver ocorrendo a secagem do vapor d‟água.
- Devido aos próprios grãos: em função do metabolismo dos grãos, que respiram
liberando gás carbônico, água e calor. Grãos trincados e quebrados têm o metabolismo
aumentado liberando ainda mais calor.
- Devido à qualidade do sistema de armazenagem: em função da formação de correntes
de calor e migração de umidade devido ao material do silo, penetração e condensação de vapor
de água no silo, concentração ou má distribuição de impurezas na massa de grãos, presença de
insetos, fungos e bactérias.
A presença de impurezas finas concentradas ou mal distribuídas promove o aquecimento
porque os mesmos impedem o movimento do ar por convecção e dificultam a eficiência da
aeração.
No inverno o ar frio entre os grãos junto as paredes desce, e no centro da massa de grãos,
de temperatura mais elevada, a “frente” de calor, ar e umidade sobem ficando na parte superior
central do silo. O ar interno ao silo em cima dos grãos, em dias frios estará sujeito a
condensação, provocando o gotejamento de água do telhado.
No verão o ar entre grãos juntos às paredes sobe e o ar mais frio localizado na região
central da massa de grãos desce carregando a umidade, fungos e insetos para a região baixa do
silo, podendo haver intenso aquecimento neste local.
Silos cheios formando pico na região central superior: podem ocorrer nessas regiões
falta de ventilação, gerando o aquecimento. O ar busca menor resistência, percorrendo o menos
caminho.
Silos cheios formando um cone invertido: nas partes superiores próximas às paredes
ocorre maior descarga de grãos, que não serão aeradas satisfatoriamente.
O correto é que a massa de grãos fique com a superfície nivelada.
Portanto, a eficiência de um sistema de aeração depende de um manejo adequado, que
relacione o teor de água e a temperatura dos grãos com a temperatura e a umidade relativa do
ar ambiente. O consumo de energia é outro fator importante a ser considerado neste sistema,
sendo diretamente influenciado pelo tempo requerido para a aeração e pelo fluxo de ar utilizado
durante o processo (NAVARRO e NOYES, 2010).
As aerações podem ser definidas de acordo com seus objetivos, podendo ser classificada
como aeração provisória, corretiva, secante, e de resfriamento ou manutenção (MILMAN,
2002; ELIAS, 2002):
A aeração provisória é aplicada em grãos recém colhidos, que chegam úmidos (com teor
de água superior a recomendada para uma boa conservação), na unidade armazenadora de
produtos agrícolas. Com a finalidade de evitar o aquecimento espontâneo dos grãos e as
correntes convectivas, que se formam devido às diferenças de temperaturas, quando os grãos
sujos e úmidos são depositados por um curto espaço de tempo, em moegas ou silos pulmões
reguladores de fluxo. Simultaneamente, se as condições do ar assim permitir, pode haver
remoção de alguns pontos percentuais de água, embora, nesse caso, seja um objetivo
secundário, pois o mais importante nessa etapa será evitar o aquecimento dos grãos (ELIAS,
2002).
3.4.2. Aeração Corretiva
Em conformidade com Elias (2002), Aeração é utilizada, normalmente, em duas
situações:
a) em grãos armazenados que, por alguma razão, adquiriram odores estranhos. Com a
aeração é possível ser reduzido esse defeito;
b) quando, por interesse de conservação, os grãos forem armazenados com teor de água
menor do que a de comercialização, mas há interesse em seu recondicionamento. Sendo
realizado um pouco antes da expedição.
A aeração de resfriamento ou clássica tem como finalidade resfriar e manter uma massa
de grãos armazenada já limpa e seca por um período longo de armazenamento.
Um ponto da massa de grãos depositada a granel num silo com umidade e temperatura
adequada pode a qualquer tempo, ter sua temperatura elevada acima dos outros pontos devidos:
ao acúmulo de matéria estranha que impedem a passagem de ar, , a um foco de desenvolvimento
de microrganismos, a infiltração de umidade, etc.; quando for constatado este aumento de
temperatura, realiza-se a aeração de resfriamento, que exige um acompanhamento diário da
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temperatura da massa, pois esta aeração deve ser realizada também preventivamente, com a
escolha das melhores condições de clima para sua execução.
Quando é detectado um foco na massa armazenada, com temperaturas crescentes
acusadas pela termometria, a aeração deverá ser realizada sempre que a temperatura externa for
menor que a temperatura do foco, independentemente da umidade relativa do ar externo, até a
eliminação do foco de aquecimento e equalizar, a uma mesma temperatura, toda a massa. Os
grãos são descarregados dos secadores com temperatura entre 5°C a 10°C acima da temperatura
ambiente, que é variável se a secagem é realizada de dia ou à noite. Este desequilíbrio das
temperaturas de descarga dos grãos saindo dos secadores, forma no silo camadas de grãos com
diferentes temperaturas, o que é prejudicial para uma boa conservação, que exige uma massa
de grãos frios e com a mesma temperatura, o que é obtido pela aeração de resfriamento.
A frente de resfriamento ou zona de resfriamento é a parte da massa de grãos
armazenada, onde a sua temperatura e o seu teor de água estão se equilibrando com o ar durante
a operação de aeração. O tempo necessário para movimentar inteiramente a frente de
resfriamento, através de toda a coluna de grãos armazenados, é chamado de período de
resfriamento. Qualquer das classificações de aeração resfria uma massa de grãos, porém, isto
só não basta, é necessário que o período de resfriamento se dê dentro de um tempo, que não
comprometa a qualidade dos grãos.
No processo de resfriamento, se formam três regiões distintas:
- zona de grãos resfriados
- zona de grãos em resfriamento ou frente de resfriamento
- zona de grãos que serão resfriados
determinado no projeto, e devem ser observadas bem as condições climáticas locais. A aeração
de secagem pode ser feita com ar natural ou ar suplementarmente aquecido.
O tipo de aeração possível em uma unidade de armazenamento é dado em função da
vazão específica (“q”) do ventilador, dada em metros cúbicos de ar por minuto por metro cúbico
de grãos, que indicará a capacidade da aeração. Sementes necessitam de uma aeração maior do
que o indicado para grãos comerciais. Grãos que já se encontram no teor de água adequado para
armazenamento devem receber menor fluxo de ar. A vazão específica também muda de acordo
com a altura da massa de grãos no silo, sendo menor em um silo totalmente carregado do que
em um parcialmente carregado.
A seleção da classe deve ser feita considerando a situação mais desfavorável entre o teor
de água e o teor de impurezas dos grãos em percentagem de peso, na entrada do silo.
Os sensores são dispostos e numerados no cabo termométrico em ordem crescente,
sendo o primeiro sensor o mais próximo do fundo do silo, Figuras 8, 9 e 10. No silo cilindro a
numeração dos cabos termométricos faz-se em ordem crescente e sentido anti-horário, a partir
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Figura 10 – Posição dos cabos e dos sensores nos silos metálicos em corte
(1) Silo de metal, concreto ou graneleiro; (2) Conexão com os sensores para a tomada de temperatura;
(3) Pêndulo ou cabo; (4) Sensor de temperatura; (5) Fixação do cabo; (6) Respiro.
(1) O pêndulo com camada externa de polietileno (2) Cabo de compensação (3) Fios de cobres a diversas
alturas formando os termopares de medição de temperatura com revestimentoantiestatico, podendo ser
de seção redonda ou oval. (4) Centro o fio de constantan ( uma liga de cobre e níquel ), ao qual se soldam
as extremidades dos fios
Os sensores (termopares) devem ser distribuídos da seguinte forma, para grãos com 13
a 16% de umidade na entrada do silo e de 4 a 6% de impurezas (WEBER, 2005):
•Distância máxima entre os cabos termométricos: 5 metros;
•Distância máxima entre sensores nos cabos termométricos: 2 metros;
•Distância máxima entre o cabo termométrico e a parede do silo; 2,5 metros;
•Distância máxima entre um grão e o cabo termométrico mais próximo: 3,6 metros.
Sistema de termometria e aeração, por ordem de complexidade crescente para atender
necessidades diversificadas desde sistemas simples até sistemas sofisticados de controle e
operadores eletrônicos automatizados.
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Fonte: Widitec
Fonte: Widetec
Figura 14 - Sensor utilizado para monitorar da temperatura e umidade relativa, modelo SHT
75.
Figura 15 - Esquema do sistema de controle e aquisição de dados de aeração segue o fluxo, (a)
microcomputador, (b) Arduino nano, (c) sensores, (d) placa de relés, (e) contatora, (f) motor do
ventilador.
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O fluxo de ar que passa através da massa dos grãos pode ser realizado em dois sentidos,
por insuflação com fluxo ascendente e ao contrário, a aspiração com fluxo descendente, sendo
que existem critérios para a opção por um ou outro sistema.
3.6.1. Insuflação
A insuflação será utilizada sempre que estivermos enchendo o silo de grãos quentes ou
úmidos e também na situação contrária, para que o calor ou umidade dos grãos que estão
entrando não venha para baixo contaminar os que já estão mais secos ou mais frios. Assim,
sempre que a umidade armazenadora tiver apenas um sistema de aeração, deverá contar com o
sistema de insuflação, que também evita o enchimento dos furos do fundo perfurado ou da
tampa perfurada dos canais, pois na insuflação a tendência do ar é de limpar e manter limpos
os furos.
Em caso da aeração de manutenção de silos com termometria e sempre que ela indique
focos de calor na parte alta da massa, da metade para cima, insuflação é o sistema recomendado.
Quando a umidade do ar ambiente for um pouco elevada, o aquecimento de 1 ou 2ºC do ar
ambiente ao passar através do rotor do ventilador, ajudará a diminuir a umidade relativa. A
Figura 16 mostra ainda, foco de umidade e calor na parte alta do silo, que ocorre como vimos,
nos meses de inverno devido a condensação de vapor e gotejamento na parte superior dos grãos.
3.6.2. Aspiração
Vimos que a aeração pode ser feita com vantagem pelo sistema de insuflação e em certas
ocasiões por aspirações o que significa que a aeração deverá ser tanto quanto possível
reversível, podendo ser utilizada por qualquer um dos sistemas.
Para se decidir sobre o uso de uma das opções, o operador da unidade armazenadora
deve considerar alguns pontos importantes. Um deles é que a insuflação irá adicionar calor ao
ar devido à ineficiência dos ventiladores. Em geral, os ventiladores e o próprio sistema de
distribuição produzem acréscimos superiores a 3°C na temperatura do ar. Dessa forma, a
escolha da insuflação poderá ser uma alternativa correta, se a umidade da massa de grãos estiver
acima da ideal de comercialização. A adição de calor abaixará a umidade relativa do ar e poderá
provocar secagem do produto, caso a umidade do grão esteja acima da umidade de equilíbrio
com a nova umidade relativa do ar.
Em se considerando o controle de pó, devido principalmente a problemas ambientais e
de segurança, o uso da sucção ou ventilação negativa é a opção correta.
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Outro fator que pode ser considerado na adoção de ventilação positiva ou negativa é a
posição do foco de aquecimento. Se o ventilador estiver instalado na base do silo e o foco quente
estiver na parte superior da camada de grãos, a ventilação deve ser ascendente, e, caso o foco
esteja nas camadas inferiores, o fluxo deve ser descendente.
Aeração reversível: a aeração pode ser feita com vantagem pelo sistema de insuflação e
em certas ocasiões pelo sistema de aspiração, o que significa que um sistema reversível é o
ideal, podendo ser utilizada por qualquer um dos dois sistemas.
Q2 = Q
πr²
Onde,
Q 2= vazão em m³ de ar . min-1. m²
Q = Vazão, em m³.min-1
Figura 18: Variação entre a vazão do ar e a pressão estática, por metro de profundidade de
coluna de grãos.
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Onde,
Pet = pressão estática total, cmca;
n= eficiência do sistema de ventilação;
Q = Vazão de ar, em m³.min-1
𝐼 = √𝑆𝑇
Sendo assim, I = h
8- Cálculo do comprimento dos dutos perfurados (C)
Considerando que a altura dos dutos com área perfurada será igual à altura (h) do duto
principal, o comprimento do duto perfurado será:
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C=SP / h
Onde,
C = Comprimento dos dutos perfurados, em metros;
SP = Superfície perfurada, m²;
h = altura do duto, metros;
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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