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Assuntos Tratados

1º Horário
 Procedimento Ordinário: Tipos de procedimento; Requisitos da petição Inicial

2º Horário
 Continuação de Procedimento Ordinário: Citação; prazo para a Resposta; Julgamento
conforme o estado do processo

1º HORÁRIO

Procedimento Ordinário

- Todo ato praticado no processo tem uma previsão legal.


- Procedimento é a seqüência de atos processuais.
- Processo é a reunião do procedimento com a relação jurídica processual (representada pela
partes autor, juiz e réu).
- Existem outras pessoas que fazem parte da relação jurídica processual (art. 14 do CPC) com
deveres no processo.

Existem três formas de processo distintas:


- conhecimento;
- cautelar;
- execução.

Cabe precipuamente ao judiciário prestar jurisdição com qualidade (ele o faz através do processo)
e oferecida em tempo razoável (o tempo necessário deve ser analisado para cada caso em
concreto).

O objeto do processo de conhecimento é declarar o direito, o da execução é satisfazer o direito, o


do cautelar é garantir a eficácia do processo principal.

Antes, a sentença obtida no processo de conhecimento era ponto de partida para execução para
concretizar o direito declarado; eram dois processos autônomos. Agora, há um processo de
conhecimento com duas fases, a primeira termina com a sentença, e a segunda será para cumprir
essa sentença; o autor não precisa de uma petição inicial para iniciar a segunda fase, basta um
requerimento (documento informal).

Antes, o autor precisava citar o réu (ato formal) para iniciar a execução da sentença; já no
cumprimento de sentença, o réu vai ser intimado (ato mais informal), porque a relação processual
já foi formada na primeira fase do processo de conhecimento.

O procedimento ordinário diz respeito à primeira fase do processo. Da inicial até o julgamento
existe um procedimento, para cumprimento da sentença, existe outro e, se houver recurso da
sentença, haverá procedimento recursal dependendo de cada recurso.

O procedimento do cumprimento da sentença depende da obrigação imposta. Para obrigação de


fazer ou não fazer o procedimento, a previsão está no art. 461 do CPC; de entregar, está no art.
461-A do CPC; se for de pagar, está no art. 475-I a 475-R.

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Tipos de procedimento da primeira fase do processo de conhecimento (art. 272 do CPC)

Comum
- ordinário (art. 282 a 475 do CPC);
- sumário (art. 275 a 281 do CPC).

Especial (art. 890 e seguintes + legislação extravagante) – tem procedimentos especiais não
previstos para o procedimento ordinário.

O judiciário é inerte, só atua se for provocado (principio da inércia ou dispositivo), art. 2º, 128, 460
do CPC. Essa inércia é alterada pela petição inicial, que é o ato que dá início ao processo. Existe
uma exceção (art. 998 do CPC), quando o juiz vai dar início ao processo de inventário. O ato que
dá início ao processo é uma portaria e não uma petição inicial.

Requisitos de uma petição inicial (ato formal)


- art. 39, I – petição deve conter o endereço do local onde receber as intimações;
- art. 283 – conter os documentos indispensáveis;
- art. 282 − requisitos:
I - diz respeito à competência;
II - qualificação das partes quando possível (ausência da qualificação do réu não impede o
ajuizamento da ação, a citação será feita por edital art. 231 do CPC);
III - causa de pedir;
IV - pedido (é o que determina o dispositivo da sentença, conforme o princípio da congruência
prevista nos art. 2º, 128, 460), portanto, se a sentença não respeitar o princípio da
congruência, ela será nula por ser extra petita (conceder um pedido que não foi feito), ou por
ser ultra petita (extrapolar o pedido), ou por ser citra petita (o juiz deixa de apreciar o pedido
formulado);
V - valor da causa (segundo o STF o valor da causa deve corresponder ao valor do pedido);
VI - Requerimento de citação.

O primeiro contato que o juiz tem com a inicial, e que o obriga a tomar uma decisão, é chamado
de despacho liminar (é uma expressão tradicionalmente utilizada pela doutrina, mas não é
técnica).

2º HORÁRIO

Com o Despacho liminar o juiz pode:

1. Determinar o “cite-se” (despacho, portanto não cabe recurso, existe uma exceção na Lei
8.492/92, art. 17, § 10).

2. Indeferimento da inicial (art. 295 do CPC) – sentença, cabe recurso de apelação; este, por sua
vez, terá duas características que diferem da citação, em que existe uma relação jurídica
processual: juízo de retratação; se o juiz não retratar, o recurso subirá para tribunal sem contra-
razões do réu.

3. Improcedência do pedido (art. 285 c/c 269, I) → julgamento do mérito pela improcedência de
plano, não fere o contraditório, pois a sentença é totalmente favorável ao réu. Por se tratar de uma
sentença, cabe apelação; esta, por sua vez, tem juízo de retratação; nesse caso, se o juiz se
retratar, ele determinará o “cite-se” e o réu será citado para apresentar contra-razões.

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Petição inicial pode conter vícios que podem ser:
- sanáveis → são os não elencados no art. 295; nesse caso, o juiz deve determinar a emenda
da inicial (art. 284) e, dessa decisão, cabe agravo, pois se trata de decisão interlocutória. O
autor tem 10 dias para emendar e, se não o fizer, o juiz pode indeferir a inicial.
- Insanáveis → são os previstos art. 295 do CPC.

Citação art. 213 do CPC


A citação não é indispensável, o que é indispensável é o direito de defesa do réu, portanto, se ele
comparecer, estará exercendo o direito de defesa.

A citação é para que o réu tome conhecimento de que é réu.

A citação é ato formal, portanto tem requisitos.

Modalidades de citação → art. 221 do CPC (postal, edital, oficial de justiça). A citação postal é a
preferida pelo legislador, devido a não precisar de precatória, portanto é mais rápida. Existem
causas para a citação postal ser vedada (art. 252 do CPC).

Carteiro é serventuário eventual da justiça, mas não tem fé pública, portanto, se o réu recusar o
recebimento sem assinar, o juiz deverá determinar a citação por oficial. A citação por hora certa e
por edital é uma citação ficta ou presumida, nesse caso, será nomeado um curador especial se o
réu não comparecer (art. 9º do CPC).

Prazo para resposta


Em regra, conforme o art. 297 do CPC, é de 15 dias.

Prazos diferenciados:
- art. 191 (em dobro, para litisconsórcio com procuradores diferentes).
- art. 188 (em quádruplo, para Ministério público e Fazenda Pública).
- Lei 1.060/50: prazo em dobro.

Art. 241 do CPC → o prazo para resposta começa a contar quando o juízo tem certeza de que o
réu ou os réus foram citados.

Se o réu não apresentar resposta ocorre a revelia (falta de contestação).

Processo com efeito da revelia → fatos presumem-se verdadeiros, aplica-se o art. 330, II do CPC,
ou seja, ocorre o julgamento antecipado da lide (sentença), mas não quer dizer procedência do
pedido.

Processo sem efeito da revelia → aplica-se o art. 324 (que diz para especificar as provas que
pretende produzir).

Fases do procedimento ordinário:


1. Postulatória → fase em que as partes formulam seus pedidos e fazem suas alegações;
2. Saneamento → o juiz analisa os pressupostos processuais, e a condições da ação, e outras
nulidades;
3. Probatória → se ocorrer a revelia, o julgamento será antecipado;
4. Decisória.

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Réu apresenta Contestação → autor replica em 10 dias, mas só se o réu apresentar fato novo
(arts. 336 e 337 do CPC), nesse caso, só a defensoria e os procuradores diferentes de
litisconsórcio terão prazo em dobro.

Julgamento conforme o estado do processo (art. 329 do CPC)


O juiz é chamado para proferir uma decisão, e esta dependerá do estado em que o processo se
encontrar.

O juiz pode julgar (art. 267 e art. 269):


Sem julgamento de mérito → o juiz está fazendo um saneamento; se houver vícios insanáveis
(matéria de ordem pública), o juiz deve extinguir o processo.

Matéria de ordem pública → o juiz deve conhecer de ofício (art. 267, § 3º e art. 301, § 4º), salvo
no caso de convenção de arbitragem.

Com julgamento do mérito art. 269 do CPC → não há vício. O acordo homologado é título
executivo.

Julgamento antecipado da lide (art. 320) quando a matéria for só de direito (não tem fase
probatória, salvo a matéria do art. 333) ou quando ocorrer a revelia → o juiz julga procedente ou
improcedente.

O processo continua porque há necessidade de se produzirem provas → audiência preliminar


(não é obrigatória, art. 331, § 3º) → mesmo se o juiz não marcar audiência, ele deve fazer
saneamento (chamado de despacho saneador, mas não despacho e decisão) → preparação para
julgamento.

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