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Etnomatemática, seus

códigos e linguagens

Professor Novaes

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Etnomatemática
O prefixo ETNO se refere à ETNIA, isto
é, um grupo de pessoas de mesma cultura,
língua própria, ritos próprios, etc, ou seja
características culturais bem delimitadas
para que possamos caracterizá-los como um
grupo diferenciado.

No Brasil, temos uma quantidade muito


grande de grupos étnicos, entre eles
destacamos:

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Etnomatemática

Sua comunidade (o grupo de pessoas do bairro


onde mora) tem características e cultura
próprias

Favela ------------------------

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Etnomatemática

Comunidades indígenas

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Etnomatemática

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Comunidade Quilombola
Etnomatemática

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Arte Quilombola
Etnomatemática

O percentual de jornalistas trabalhando em frente às


câmeras da TVE (Rio), TV Cultura (SP) e TV
Nacional (DF) obedece ao seguinte padrão: 93,3%
são brancos ou eurodescendentes; 5,5%, negros
(pretos + pardos) afro-descendentes e 1,2%, índio-
descendentes. Também há uma sub-representação
temática da comunidade negra na programação
dessas emissoras. Este dado consta da pesquisa:
Onde está o Negro na TV Pública? - realizada pela
Fundação Cultural Palmares. Este foi um dos
aspectos discutidos durante o seminário TV Pública,
Ação Afirmativa e Direitos Humanos realizado nesta
terça-feira (11/12), no auditório do Sindicato dos
Jornalistas Profissionais do Município do Rio de
Janeiro, promovido pela sua Comissão de
Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-Rio).

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Etnomatemática
Cada etnia constrói a sua Etnociência e conseqüentemente, sua
Etnomatemática. No Brasil temos uma quantidade muito grande de grupos
étnicos, se pensarmos somente os indios, hoje tem-se como certo a existência
de 153 tribos diferenetes, 153 culturas com línguas próprias.

É a construção do conhecimento para a explicação do fenômeno, e,


logicamente, cada uma dessas leituras é feita de forma bem diferente. Etno,
refere-se ao sistema de conhecimentos e cognições típicas de uma dada
cultura.

Comunidades afro-descendentes

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Etnomatemática

Sua escola é uma Comunidade

A cidade é uma
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Comunidade 9
Etnomatemática

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Etnomatemática

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Etnomatemática

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Etnomatemática na Natureza

“A
matemática é o alfabeto
com o qual Deus
escreveu o Universo”
Galileu
Galilei (1564-1642

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Etnomatemática na Natureza
"O universo (...) não pode ser
compreendido a menos que
primeiro aprendamos a
linguagem no qual ele está
escrito. Ele está escrito na
linguagem matemática e os
seus caracteres são o
triângulo, o círculo e outras
figuras geométricas, sem as
quais é impossível
compreender uma palavra
que seja dele: sem estes,
ficamos às escuras, num
labirinto escuro."
(1626 - Galileu Galilei)

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Etnomatemática na Natureza

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Etnomatemática

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Etnomatemática na Natureza
1-A Matemática e a vida são
intrínsecas. A própria determinação
da vida necessita da Matemática: a
divisão exata das células e o número
preciso de cromossomas em cada
uma delas determinam o ser vivo
gerado e a consagração, ou não, das
características da sua espécie. A
Matemática traz-nos cada vez mais
surpresas na compreensão do nosso
Universo.

2- Aplicar a Matemática na Natureza é uma forma de verificação dela própria. Ainda hoje, e
possivelmente no futuro, matemáticos do mundo inteiro procuram, e procurarão, uma
Matemática formalizada para representar fatos e fenômenos da Natureza

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Etnomatemática na Natureza

3- A Matemática está presente em todos os domínios


científicos mostrando e demonstrando a sua unidade no
funcionamento da Natureza. Desde os caracóis aos
girassóis, das imagens médicas às variações da bolsa
de valores podemos encontrar a ciência dos números
como base de múltiplos fenômenos.

03/07/09 4- A Matemática está mesmo muito mais presente no nosso dia-a-dia do que aquilo que
muitos de nós julga, pelo que, assim sendo, se calhar valeria a pena procurar conhecê-la
mais de perto, para melhor entendermos como funciona o mundo que nos rodeia. É
nesse proposto que esta página foi criada e esperemos que seja do seu agrado.

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Etnomatemática na Natureza

"Não há nenhum ramo da


matemática, por mais
abstracto que seja, que
não possa vir a ser
aplicado, mais cedo ou
mais tarde, aos fenómenos
do mundo real."
(Lobachevsky)

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Etnomatemática

Estes pontinhos vermelhos todos


(no ultrasom aparecem como
bolinhas pretas) são folículos
antrais. Quanto mais, melhor.
Existe uma relação entre o
número destes folículos e as taxas
de sucesso de uma FIV. Quanto
mais fértil a mulher maiores as
chances de gravidez.

O número de folículos antrais representa a Idade Reprodutiva e dá as seguintes


predições estimadas. Contagem de folículos antrais – Média de anos para o último
filho – média de anos para a menopausa 20 -14,8 - 24,015 – 9,3 - 18.4 10 – 4,2 –
12,9 5 – 0 -7,3 Já dá pra ver que a coisa é muito complicada.
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Etnomatemática na Natureza

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Etnomatemática na Natureza
Uma das primeiras características geométricas com que
deparamos quando procuramos detectá-las na Natureza
é, porventura, a simetria.
A simetria na Natureza é um fenômeno único e
fascinante. Esta idéia surge naturalmente ao espírito
humano, remetendo-o para um equilíbrio e proporção,
padrão e regularidade, harmonia e beleza, ordem e
perfeição. Estes são alguns dos vocábulos que
resumem reações que temos inerentes às simetrias que
abundam na Natureza, nas formas vivas e inanimadas.

Podemos encontrar simetrias sob as mais diversas formas e em diferentes locais.


Uma figura geométrica plana diz-se simétrica se for possível dividi-la por uma
reta, de forma que as duas partes obtidas se possam sobrepor por
dobragem. As retas que levam a esse tipo de divisão chamam-se eixos de
simetria da figura.
Um perfeito exemplo de simetria encontrada na natureza é o caso da borboleta,
a qual apresenta um único eixo de simetria.
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Etnomatemática na Natureza

Todavia existem figuras que podem ter vários eixos de simetria ou nenhum.

A simetria bilateral é imediatamente detectada nesta imagem da cabeça de uma coruja.


No dente-de-leão é facilmente perceptível o arranjo em simetria radial.
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Etnomatemática na Natureza

Podemos encontrar outras formas de assimetria, mas igualmente relacionadas com a


matemática. Um das mais freqüentes, sobretudo entre as plantas, mas também
presente no reino animal é a espiral, reconhecível no desenho das conchas de caracóis,
búzios e afins. É facilmente identificada, no caracol, a forma espiralada exibida pela
casca. 03/07/09 24
Etnomatemática na Natureza

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Etnomatemática na Natureza

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Etnomatemática na Natureza
Outra das formas geométricas mais
facilmente reconhecíveis na Natureza é
o hexágono regular (figura com seis
lados de igual comprimento e cujos
ângulos têm todos a mesma amplitude).
Podemos ver na figura ao lado o
conhecido padrão hexagonal que
encontramos nos favos das colméias.

Tratando-se de uma das configurações que permitem aproveitar ao máximo o


espaço - as outras são os triângulos eqüiláteros, ou seja, figuras com os três
lados e os três ângulos iguais, e os quadrados - , encontramo-la, por exemplo,
nos favos de mel das colméias ou nas "escamas" que recobrem a casca do
ananás, as quais, para além do seu formato hexagonal, formam também
espirais, de acordo com os números de Fibonacci, como iremos ver mais à
frente.
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Etnomatemática na Natureza
O mundo mineral brinda-nos igualmente com
inúmeros exemplos matemáticos, nomeadamente
no que se refere a sólidos geométricos.

Um dos mais famosos de todo o Mundo é a


chamada Calçada dos Gigantes, um vasto
aglomerado de colunas de rocha basáltica
vulcânica, em forma de prismas de diferentes
alturas, na sua maioria hexagonais, mas também
pentagonais e ainda polígonos irregulares com 4, 7,
8, 9 e 10 lados, que se erguem junto à costa
setentrional do Planalto de Antrim, na Irlanda do
Norte.

Também a esfera é fácil de encontrar na Natureza.

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Etnomatemática na Natureza

Em Matemática é também estudado um conjunto particular de figuras definidas


por linhas curvas que podem ser obtidas pela intersecção de superfícies
cônicas com planos. E precisamente por esse motivo tais figuras são
habitualmente conhecidas por "secções cônicas". São elas o círculo - quando o
plano atravessa um cone perpendicularmente ao eixo deste - e a elipse (ambas
curvas fechadas) e ainda a parábola e a hipérbole (curvas abertas). De resto, o
cone propriamente dito pode também ser facilmente reconhecido na Natureza,
nomeadamente no formato característico de muitos vulcões.
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Etnomatemática na Natureza

Ao que se sabe, as seções cônicas começaram a ser estudadas pelo menos no século
III a.C., muito embora tenham sido particularmente utilizadas pelos matemáticos e
astrônomos do século XVII quando estes procuravam equacionar movimentos de vários
objetos naturais.
No início do Renascimento, Nicolau Copérnico afirmava que as órbitas dos planetas
então conhecidos eram circulares.
Algum tempo mais tarde, Johannes Kepler e depois Edmund Halley descreveram as
órbitas de planetas e cometas, recorrendo à elipse.
Outros corpos celestes percorrem trajetórias em forma de hipérbole.
Galileu Galilei explicou o movimento de projéteis na Terra por intermédio da parábola.
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Etnomatemática na Natureza
Muitas mais formas geométricas abundam no
mundo natural em nosso redor, embora nem
sempre visíveis a olho nu.

Ainda entre os minerais, a geometria está


particularmente presente, sobretudo em
elementos que tendem a cristalizar.

De resto, podemos facilmente verificar isso


mesmo, sempre que observamos flocos de
neve e gelo. Todos eles exibem um padrão
Quanto de matemática tem a biologia? Muito e,
provavelmente, cada vez mais. A cada dia, são que poderá ser mais ou menos complexo,
inventadas novas formas de utilização de mas sempre de base hexagonal, o que se
ferramentas da matemática para se tentar torna verdadeiramente assombroso,
compreender fenômenos biológicos. Porém, esta
transdisciplinaridade não é algo recente quando se sobretudo se dermos crédito à crença
trata de biologia e matemática, que são áreas do generalizada segundo a qual não existem dois
conhecimento que sempre se complementaram flocos iguais.
para interpretar a natureza.

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Etnomatemática na Natureza

Os temas principais (Matemática das


populações) versam sobre modelagem
matemática em ecologia teórica, problemas
espaciais em biologia de populações,
fragmentação de florestas, interações
predador-presa, difusão de espécies, caos,
biodiversidade, padrões e mudanças
globais.

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Etnomatemática na Natureza

Por fractais entende-se formas geométricas


complexas e irregulares. Esses padrões
irregulares ocorrem na Natureza, como por
exemplo, a diversidade de formas que pode
assumir um floco de neve. Assim, uma curva
matemática, ou forma, que procura imitar tais
formas, recebe o nome de fractal.

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Etnomatemática na Natureza
Fractais são formas geométricas que se caracterizam
por repetir um determinado padrão com ligeiras e
constantes variações.

Os fractais podem ser identificados na


natureza, na forma dos brócolis, em
árvores, mariscos, e em qualquer
estrutura cujas ramificações sejam
variações de uma mesma forma básica.
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Etnomatemática na Natureza

O conjunto de Mandelbrot é uma forma


matemática, um fractal "artificial". No entanto,
as formas da Natureza são em geral
irregulares, retorcidas, entrelaçadas.

Montanhas não são cones, crateras não são


círculos e a fronteira entre o mar e terra não é
suave. O atributo de "natural" de uma
paisagem surge na superposição de detalhes
irregulares, casuais, às formas geométricas
dominantes. Não raro, estas formas são muito
bem descritas como fractais.

A figura ao lado é mais uma forma


matemática fractal "artificial que poderia
ser um floco de neve.
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Etnomatemática e os povos antigos

OS EGIPCIOS criaram os símbolos.


Como efetuar cálculos rápidos e
precisos com pedras, nós ou riscos em
um osso? Foi partindo dessa
necessidade imediata que estudiosos
do Antigo Egito passaram a
representar a quantidade de objetos
de uma coleção através de desenhos
– os símbolos.
A criação dos símbolos foi um passo muito importante para o desenvolvimento
da Matemática. Na Pré-História, o homem juntava 3 bastões com 5 bastões para
obter 8 bastões. Hoje sabemos representar esta operação por meio de símbolos.
3 + 5 = 8 Muitas vezes não sabemos nem que objetos estamos somando. Mas
isso não importa: a operação pode ser feita da mesma maneira. Mas como eram
os símbolos que os egípcios criaram para representar os números?
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Etnomatemática e os povos antigos

Há mais ou menos 3.600 anos, o faraó do Egito tinha um súdito chamado


Aahmesu, cujo nome significa “Filho da Lua”. Aahmesu ocupava na sociedade
egípcia uma posição muito mais humilde que a do faraó: provavelmente era um
escriba. Hoje Aahmesu é mais conhecido do que muitos faraós e reis do Antigo
Egito. Entre os cientistas, ele é chamado de Ahmes. Foi ele quem escreveu o
Papiro Ahmes.

O papiro Ahmes é um antigo manual de matemática. Contém 80 problemas,


todos resolvido. A maioria envolvendo assuntos do dia-a-dia, como o preço do
pão, a armazenagem de grãos de trigo, a alimentação do gado. Observando e
estudando como eram efetuados os cálculos no Papiro Ahmes, não foi difícil
aos cientistas compreender o sistema de numeração egípcio. Além disso, a
decifração dos hieróglifos – inscrições sagradas das tumbas e monumentos do
Egito – no século XVIII também foi muito útil. O sistema de numeração egípcio
baseava-se em sete números-chave:

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Etnomatemática e os povos antigos

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Etnomatemática e os povos antigos

Ahmes (ou
Rhind)

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Etnomatemática e os povos antigos

O sistema de numeração egípcio utilizava


uma combinação entre o sistema decimal e
a repetição de seus signos. Esse processo
apesar de aparentemente muito simples de
compreender, apresentar muitas
dificuldades, quando era preciso anotar
grandes quantidades, por falta real de
espaços.

O sistema de numeração dos antigos


egípcios baseava - se em numeração de
base dez. Era semelhante ao atual, mas
destinge - se pelo procedimento de tipo
aditivo, ou seja, os números eras repetidos.
Embora os antigos egípcios não
conhecessem o numero zero, em muitos
escritos deixavam um espaço ente os
números, como se fosse para registrar uma
quantidade que faltava.
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Etnomatemática e os povos antigos

O rio Nilo atravessa uma vasta planície. Uma vez por ano, na
época das cheias, as águas do Nilo sobem muitos metros
acima de seu leito normal, inundando uma vasta região ao
longo de suas margens. Quando as águas baixam, deixam
descobertas uma estreita faixa de terras férteis, prontas para o
cultivo. Desde a Antigüidade, as águas do Nilo fertilizam os
campos, beneficiando a agricultura do Egito. Foi nas terras
férteis do vale deste rio que se desenvolveu a civilização
egípcia. Cada metro de terra era precioso e tinha de ser muito
bem cuidado.

escrita egípcia também foi algo importante para este povo,


pois permitiu a divulgação de idéias, comunicação e controle
de impostos. Existiam duas formas de escrita: a demótica
03/07/09 (mais simplificada) e a hieroglífica (mais complexa e formada
41 por desenhos e símbolos). As paredes internas das pirâmides
eram repletas de textos que falavam sobre a vida do faraó,
rezas e mensagens para espantar possíveis saqueadores.
Uma espécie de papel chamada papiro que era produzida a
partir de uma planta de mesmo nome também era utilizado
para escrever.
Etnomatemática e os povos antigos

Por volta do ano 3.000 a.C., um antigo


faraó de nome Sesóstris... “... repartiu
o solo do Egito às margens do rio Nilo
entre seus habitantes. Se o rio levava
qualquer parte do lote de um homem,
o faraó mandava funcionários
examinarem e determinarem por
medida a extensão exata da perda.”
Estas palavras foram escritas pelo
historiador grego Heródoto, há cerca
de 2.300 anos.

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Etnomatemática e os povos antigos

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Etnomatemática e os povos antigos

Havia uma unidade de medida assinada


na própria corda. As pessoas
encarregadas de medir esticavam a
corda e verificavam quantas vezes
aquela unidade de medida estava
contida nos lados do terreno. Daí, serem
conhecidas como esticadores de cordas.
No entanto, por mais adequada que
fosse a unidade de medida escolhida,
dificilmente cabia um número inteiro de
vezes no lados do terreno.

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Conta a lenda que Pitágoras, ao olhar para o chão onde apareciam desenhos
verificou, por composição e decomposição de figuras, uma propriedade de
todos os triângulos retângulos:

A área de um quadrado construído sobre a hipotenusa (lado oposto ao


ângulo reto) de um triângulo retângulo é igual à soma das áreas dos quadrados
construídos sobre os catetos (os outros dois lados).
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Convencidos de que estavam a formar uma sociedade selecta e predestinada pelos


deuses a pôr em ordem a vida dos homens comuns, os pitagóricos decidiram fundar em
Crotona, com base nas verdades filosóficas elaboradas por "o mestre", a república ideal.

Conta a história que, em determinado momento, os habitantes de Crotona deram-se


conta de que todas as magistraturas estavam ocupadas por pitagóricos e que estes
estavam quase a converter a cidade naquilo em que Pitágoras havia convertido a sua
academia, uma espécie de prisão. Então, dispostos a modificar esta situação, rodearam
a academia. Pitágoras fugiu, a meio da noite e em roupa interior, mas acabou por ser
alcançado e morto pela população em fúria.

Aos pitagóricos é atribuída a máxima " Tudo é número ", mas a noção que eles tinham
de número correspondia a números inteiros ou fracionários. Por isso, quando
descobriram os irracionais mantiveram essa descoberta secreta, para não porem em
causa a sua própria teoria.

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A grande obra de Euclides foi, "Os Elementos",


que é constituída por treze capítulos sobre
Aritmética, Geometria e Álgebra. A obra foi uma
compilação do conhecimento geométrico que
se tornou o centro do ensino de Matemática por
2000 anos.

Na época de Arquimedes, "Os Elementos"


era freqüentemente adotado como livro básico.
Entre gregos e romanos, durante toda a Idade
Média e até o Renascimento, "Os Elementos"
era considerado o livro por excelência para o
estudo da geometria.

"Os Elementos" divide-se em 13 capítulos


onde:
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Etnomatemática e os povos antigos

1-No primeiro capitulo estuda-se o triângulo e


desenvolve-se importantes considerações
sobre o teorema de Pitágoras. Inicia-se com
vinte e três definições, entre elas, "um ponto é
o que não tem parte", "uma reta é um
comprimento sem largura" e "uma superfície é
o que tem apenas comprimento e largura" , que
foram melhoradas mais tarde por Platão.

2- No segundo capitulo, trata-se das relações


entre áreas dos quadrados e dos retângulos.

3- No terceiro e quatro capitulo fala-se das


principais propriedades dos círculos.

4- No quinto e sexto capitulo Euclides


apresenta a teoria das proporções e aplica-a à
geometria plana.

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5- No capitulo sete enuncia regras fundamentais para a


Teoria dos Números como o conhecido "Algoritmo de
Euclides", para achar o máximo divisor comum entre
dois números.

6- No oitavo e nono capitulo examina os números


primos e estuda os processos de fatoração.

7- O décimo capitulo, considerado o mais perfeito,


contém os números irracionais.

8- Os três últimos, dedicados à geometria no espaço,


exemplo: cubos, pirâmides, paralelepípedos, etc.

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Os três últimos, dedicados à geometria no


espaço, exemplo: cubos, pirâmides,
paralelepípedos, etc.

No séc. XIX, Lobatchevski, Bolyai e Riemam,


abandonaram o quinto postulado de Euclides,
provando que ele era independente dos outros,
e criaram as geometrias não-euclidianas.

Euclides teve a preocupação de não só


demonstrar apenas a maneira lógica dos
teoremas geométricos formulados, como
procurava defini-los com mais clareza. Podemos
de seguida ver algumas dessas definições que
aparecem no seu primeiro livro, "Os Elementos":

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Um ponto é aquilo que não tem partes.

Um ângulo plano é a inclinação, em relação uma


com a outra, de duas retas do plano que se
cruzam entre si e não estão na mesmo recta.

Quando uma reta é colocada sobre outra reta, de


maneira que os ângulos adjacentes sejam iguais,
cada um dos ângulos é chamado reto e a reta
superposta diz-se perpendicular à primeira.

Foram publicadas, mais de 1500 edições de "Os


Elementos" desde da sua primeira edição, em
1482, tornando-se assim a obra mais difundida
depois da Bíblia.

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