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Era uma vez um macaco dentuça que andava de calção de banho, touca e óculos de água,

como se fosse para as aulas de natação. Mas não ia. Era tudo a fingir.
Os turistas que faziam “jakuzi”, quando o viam passar, troçavam dele e gritavam:
- Macaco dentuça tem dentes de fora…Macaco dentuça tem dentes de fora…
Pois era. Realmente os dentes eram tão grandes que lhe sobravam da boca.
Então o macaco entrou numa clínica dentária e pediu ao dentista que lhe arrancasse os
dentes.
O dentista pegou num alicate e tchak! – dentes para ali, macaco para aqui.
A operação deve ter doído, mas o macaco que tinha tanto de vaidoso como de corajoso,
não se importou. E de calção de banho, touca e óculos de água, muito convencido da sua
beleza, foi para a rua sem os seus dentes.
Estavam umas mulheres, no cabeleireiro, a ler umas revistas quando o viram passar.
Uma delas comentou:
- Macaco sem dentes é como um pássaro sem asas. Parece um bebé com ar de tolo.
Pobrezinho!
O macaco ouviu-a, sentiu-se e correu ao dentista para que lhe devolvesse os dentes.
Talvez ainda pudessem ser colados…
- Olha o macaco maluco à procura dos dentes… Que queria que eu lhes fizesse? Deitei-
os fora para a trituradora – disse-lhe o dentista.
Aí o macaco zangou-se. Zangou-se, perdeu a cabeça e fez um disparate. Sem mais nem
menos, agarrou num dos alicates do dentista e disse:
- Nesse caso, levo-lhe o alicate com que me arrancou os dentes.
E abalou.
Ia ele por uma rua, quando passou perto de uma oficina.
- Que bom alicate traz o menino na mão – disse o mecânico. – O meu carinha de anjo não
me quer dar o alicate para eu apertar estas porcas do pneu do carro?
O macaco ficou todo derretido e, já se vê, deu-lhe o alicate.
De mãos a abanar é que sabe bem passear…
Mas, passado tempo, veio-lhe a vontade de chamar outra vez seu ao alicate e voltou
atrás, à procura do mecânico.
- Olha o macaco paspalhão a perguntar pelo alicate… Fique sabendo que não prestava
para nada. Mal lhe peguei, para apertar as porcas, partiu-se – disse-lhe o mecânico.
Aí o macaco zangou-se. Zangou-se e fez outro disparate.
Pegou no pneu de um carro e abalou, dizendo:
- Nesse caso, levo-lhe o pneu onde apertou as porcas com que me estragou o alicate.
Estava uma senhora à beira da estrada, quando passou o macaco com o pneu ao pescoço.
- Psst, ó cavalheiro – chamou a senhora encostada ao carro. – Um senhor tão distinto
com um pneu ao pescoço não me parece bem. Deixe-o ficar comigo porque não tenho nenhum
suplente e tenho onde guardá-lo.
O Macaco ficou sensibilizado com estas falas da senhora e, já se vê, deu-lhe o pneu.
Pois é. De mãos a abanar é que sabe bem passear…
Mas, passado tempo, veio-lhe a vontade de chamar outra vez seu ao pneu e voltou atrás,
à procura da senhora.
- Olha o macaco trapalhão a perguntar pelo pneu…Vendi-o e ainda ganhei bom dinheiro,
fique sabendo – disse a senhora mostrando um saquinho.
Aí o macaco zangou-se. Zangou-se e fez outro disparate. Agarrou o saquinho com o
dinheiro que a senhora tinha ganho com a venda do pneu e meteu-o no bolso do calção,
dizendo:
- Nesse caso levo-lhe o dinheiro que ganhou com a venda do meu pneu.
E fugiu.
Estava um pedinte à porta do Centro, enquanto esperava pela consulta. Passou o macaco
a fazer malabarismo com as suas moedas.
- Como ele brinca com o dinheiro, que sorte! – disse o pedinte –
Ser rico era o que eu mais queria, mas sou doente e não tenho tido sorte na vida!
O macaco ficou comovido com estas falas do pedinte e, já se vê, deu-lhe o dinheiro com
que estava a brincar.
Pois é, de mãos a abanar é que sabe bem passear…
Mas, passado tempo, veio-lhe a vontade de chamar outra vez seu ao dinheiro e voltou
atrás à procura do pedinte.
- Olha o macaco pedinchão a exigir o que ainda há bocado me deu, sem que eu lhe
pedisse… Com o dinheiro paguei a consulta a que precisava de ir – disse o pedinte.
Aí o macaco zangou-se. Zangou-se e fez outro disparate.
Entrou no Centro de Saúde e raptou o médico que tinha consultado o pedinte, dizendo:
- Nesse caso, levo o médico a quem pagou a consulta.
Mas o médico, arrastado pelo macaco, não parava de gritar.
- Leve-me para o Centro de Saúde! Leve-me para o Centro de Saúde! Não vê que há
doentes que precisam de mim? Que até podem morrer! – gritava o médico.
O macaco pensou duas vezes e, já se vê, levou-o de volta para o Centro de Saúde. O
médico depois de se acalmar, ficou tão comovido que até lhe ofereceu uma caneta. O macaco
guardou-a no bolso.
Pois é. De mãos a abanar é que sabe bem passear…
Mas, passado tempo, começou a sentir saudades do médico e voltou atrás a saber dele.
- Olha o parvalhão do macaco que não pára de rondar o meu consultório – disse-lhe o
médico. – Estou a tentar trabalhar em paz, por isso, vá-se embora. Tenho muitos doentes para
tratar. Olhe que ainda mando chamar o segurança, que já lhe trata da saúde!
Aí o macaco zangou-se. Zangou-se e fez outro disparate.
Pegou numa cadeira de rodas e abalou com ela, dizendo:
- Nesse caso, levo-lhe uma cadeira de rodas que utiliza para transportar os seus
doentes.
Estava um polícia a controlar o trânsito, quando o macaco por ele passou, numa cadeira
de rodas.
- Não tem vergonha de andar por aí a atropelar toda a gente? – perguntou o polícia. – O
meu amigo fazia melhor figura, se me desse essa cadeira. É que eu já estou muito cansado de
andar sempre a pé, a correr atrás dos ladrões. – disse-lhe o polícia.
O macaco, com pena do polícia, já se vê, deu-lhe a cadeira de rodas.
Pois é. De mãos a abanar é que sabe bem passear…
Mas, passado pouco tempo, e como de costume, arrependeu-se e voltou atrás, à procura
do polícia.
- Olha o parvo do macaco que não me deixa em paz… A cadeira não tinha travões. Mal
me sentei nela, fui por uma colina abaixo, bati numa árvore e, agora estou assim todo
lesionado. E, se não me sai já daqui, ainda lhe dou um tiro – ameaçou o polícia de arma na mão.
O macaco, isto ouvindo, arrancou a pistola das mãos do polícia e disse:
- Nesse caso, antes que me mate, levo-lhe a pistola que me pode vir a fazer falta!
E fugiu com a arma na mão.
- AGARRA QUE É LADRÃO ! – gritou o polícia perseguindo-o de carro.
O macaco trepou a um semáforo e lá ficou ele a olhar para baixo, a ver o polícia chegar.
O polícia parou, saiu do carro e, olhando para o macaco, ordenou:
- Sai daí macaco trapalhão! Ainda cais e bates com a cabeça no chão!
Ouvindo estas falas, o macaco respondeu-lhe:
- Não saio daqui não, porque não quero ir para a prisão!
Estava um senhor no seu quintal, com um escadote, a apanhar laranjas. O polícia ao vê-
lo, pediu-lhe o escadote emprestado para apanhar o macaco.
O macaco, que ouviu tudo, fugiu para o 4º.andar do prédio ao lado dizendo:
- Agora já não me apanhas porque eu sou bom trepador e, na prisão, nem tu me
consegues pôr!!
O dentista, o mecânico, a senhora, o pedinte, o médico e o polícia olhavam para aquilo
dizendo:
- Olha o macaco trapalhão, que só se mete em confusão… Nem o polícia o consegue
apanhar. É mesmo um grande ladrão.
E o macaco respondeu:
- Vou daqui para a Holanda com esta nova história no bolso, fazer grande propaganda
aos alunos que a escreveram!
E a história acaba aqui.

FIM
Texto elaborado pelos alunos do 5ºA

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