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ADRIANA PAULA EWERLING

LINHA DE METAIS SANITÁRIOS


ANUKIS

CURITIBA
2007
ADRIANA PAULA EWERLING

LINHA DE METAIS SANITÁRIOS ANUKIS

Dissertação apresentada como


requisito parcial à obtenção do grau de
Bacharel em Desenho Industrial , Curso
de Desenho Industrial com ênfase em
Projeto de Produto, Setor de Ciências
Humanas, Universidade Federal do
Paraná.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Viviane Gaspar


Ribas

CURITIBA
2007
ADRIANA PAULA EWERLING

LINHA DE METAIS SANITÁRIOS ANUKIS

Tese aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel no Curso
de Graduação em Desenho Industrial, Setor de Ciências Humanas da Universidade
Federal do Paraná, pela seguinte banca examinadora:

Orientador: Prof.ª Dr.ª Viviane Gaspar Ribas


Departamento de Desenho Industrial, UFPR

Prof. Dr. Alberto Puppi


Departamento de Desenho Industrial, UFPR

Prof. Dr. José Antônio Pereira


Departamento de Desenho Industrial, UFPR

Curitiba, 10 de outubro de 2007


Às pessoas que me amam, porque um ser humano vale a quantia de
corações que têm.
AGRADECIMENTOS

Á minha mãe, Metilde Vitória Ewerling, razão de ser de toda a minha existência.
Á minha família, pela formação na adversidade,
Aos meus amigos antigos, e às pessoas que se fazem presente pela afeição:
Lígia, por fazer com que sinta-me menos só no mundo,
Ariane e a difícil batalha da persistência,
Elis e Willian, pela prova de que o destino está escrito,
Izabela, pelas provas da vida e a lei do retorno,
Angélica, porque tudo que é verdadeiro permanece,
Riva, por me provar que nada está tão ruim que não possa piorar,
Dani e Taís, por me mostrarem que a ajuda pode vir de onde nem se imagina,
Á Qualityware, outra prova de que o destino está escrito, pelo apoio e compreensão,
Á Viviane, pelo apoio moral, que não estava descrito nos encargos de orientadora.
A todos que não estão descritos aqui, pela grande injustiça não poder escrever
sobre todo o apoio recebido até hoje.
SUMÁRIO

3.7ANÁLISE DO CAPÍTULO 3....................................................................................... ......................97


4.1META-REQUISITOS DO PROJETO............................................................................................. ...99
4.2TÉCNICA DE CENÁRIOS.................................................................................. ...........................108
4.5GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS................................................................................ ....................114
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... ....................162
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – EXEMPLO DE MISTURADOR DE BANCADA............................................................ .....15


QUADRO 1 – CRONOGRAMA PREVISTO PARA AS ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DO
PRODUTO.......................................................................................................................................... ..19
GRÁFICO 1 – PARTICIPAÇÃO DO PIB DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO PIB BRASIL..........................22
QUADRO 2 – PIB DO BRASIL E DA CONSTRUÇÃO CIVIL, 1995-2007........................................... ..23
GRÁFICO 2 – DISTRIBUIÇÃO DAS EMPRESAS ASSOCIADAS SEGUNDO NÚMERO DE
EMPREGADOS............................................................................................................................. .......24
GRÁFICO 3 – FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIOS CONCEDIDOS ATÉ 2003 – NÚMERO DE
UNIDADES................................................................................................................................ ...........25
FIGURA 2 – MISTURADOR MONOCOMANDO ¼ DE VOLTA, LINHA MURANO, DO FABRICANTE
SUÍÇO KWC................................................................................................................................... ......28
FIGURA 3 – TORNEIRA DA LINHA MASTÈ-BAGNO, DA ITALIANA GEDA NEXTAGE.......................28
FIGURA 4 – CADEIA PRODUTIVA DE METAIS SANITÁRIOS NA ITÁLIA..........................................29
FIGURA 5 – CADEIA PRODUTIVA DE METAIS SANITÁRIOS NO BRASIL........................................31
GRÁFICO 4 – PRODUTIVIDADE DECA (PRODUÇÃO/FUNCIONÁRIO)............................................33
FIGURA 6 – ACESSÓRIOS JUNTO AO LAVATÓRIO – EXEMPLO...................................... ...............37
QUADRO 3 – NORMAS TÉCNICAS PARA METAIS SANITÁRIOS E SEUS ACESSÓRIOS...............37
FIGURA 7 – ESQUEMA BÁSICO DO DISPENSADOR.................................................................... ....47
FIGURA 8 – FUNCIONAMENTO DO LED................................................................... ........................49
QUADRO 4 – PESQUISA DE MERCADO MUNDIAL................................................. .........................53
QUADRO 5 – PESQUISA DE MERCADO BRASIL...................................................................... ........58
GRÁFICO 5 – TAXAS DE MORTALIDADE, CRESCIMENTO VEGETATIVO E FECUNDIDADE TOTAL
NO BRASIL, DE 1900 A 2000............................................................................................................... 63
GRÁFICO 6 – PIRÂMIDES ETÁRIAS DO BRASIL E ALGUMAS REGIÕES: A) REGIÃO NORTE,
1980; B) BRASIL, 1980; C) BRASIL, 1991; D) REGIÃO SUDESTE, 1991..........................................64
QUADRO 6 – QUALIDADE DE VIDA.......................................................................................... .........69
QUADRO 7 – CONTRIBUIÇÕES VARIÁVEIS PARA CADA FATOR.......................................... ..........70
QUADRO 8 – DISTRIBUIÇÃO DOS IDOSOS SEGUNDO O SEXO, O GRUPO ETÁRIO E O TIPO DE
ATIVIDADE DE VIDA DIÁRIA EXECUTADA COM DIFICULDADE......................................................71
QUADRO 9 – DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA GLOBAL DE IDOSOS DE ACORDO COM QUEM ELES
VIVEM 72
FIGURA 9 – PERFIL DE CONSUMO NA TERCEIRA IDADE......................................................... ......74
FIGURA 10 – ESBOÇO DE ATRIBUTOS DE UM QUARTO PARA IDOSO....................................... ...78
QUADRO 10 – RISCO DE QUEDAS: FREQÜENTANDO O BANHEIRO DO DOMICÍLIO DE IDOSOS
COM SEQÜELAS DE AVE................................................................................................. ..................80
FIGURA 11 – PERSPECTIVA DO BANHEIRO DESTINADO A IDOSOS.............................................82
FIGURA 12 – VISTA SUPERIOR DO BANHEIRO DESTINADO A IDOSOS........................................82

vi
FIGURA 13– METAIS NO BANHEIRO................................................................................ .................83
FIGURA 14 – ALCANCES MÁXIMOS DO CORPO...................................................................... ........84
FIGURA 15 – ÁREA DE ALCANCE ÓTIMO PARA AS MÃOS................................................. .............85
FIGURA 16 – MOVIMENTOS DE PRONAÇÃO E SUPINAÇÃO............................................ ..............85
FIGURA 17 – A MEDIDA PADRÃO DA MÃO PARA 95% DA POPULAÇÃO SEGUNDO A DIN 33402
87
FIGURA 18 – MOVIMENTOS COM AS MÃOS........................................................... .........................88
FIGURA 19 – CONFIGURAÇÃO E POSICIONAMENTO DOS DEDOS NAS PREENSÕES PALMAR E
LATERAL....................................................................................................................................... .......88
FIGURA 20 – DEDOS NO MOVIMENTO DE GARRA............................................. ............................89
FIGURA 21 - (a) MÃO EM POSIÇÃO DE PINÇA LATERAL (b) DETERMINAÇÃO DOS ÂNGULOS E
TRAJETÓRIA DOS DEDOS...................................................................................................... ...........89
FIGURA 22 – ZONAS DE ALCANCE............................................................................... ....................90
FIGURA 23 – A POSTURA PODE SER MELHORADA INCLINANDO-SE A SUPERFÍCIE DE
LEITURA......................................................................................................................... .....................91
FIGURA 24 – PRIMEIRAS ATIVIDADES DO DIA DO IDOSO...................................................... ........92
FIGURA 25 – COMO LAVAR AS MÃOS CORRETAMENTE............................................... .................95
QUADRO 11 – DIFICULDADES ENCONTRADAS NO USO DE TORNEIRAS.............................. ......95
FIGURA 26 – PERFIL DE PESSOA UTILIZANDO A PIA E TORNEIRA.................................... ...........96
FIGURA 27 – EXEMPLOS DE POSTURA NO USO DE TORNEIRAS.......................................... .......97
QUADRO 12 – MATERIAIS ....................................................................................................... ........100
QUADRO 13 – TECNOLOGIA ........................................................................................................ ...101
QUADRO 14 – MERCADOLÓGICO................................................................................................ ...103
QUADRO 15 – USUÁRIO....................................................................................... ...........................104
QUADRO 16 – PRODUTO.................................................................................................... .............106
QUADRO 17 – CENÁRIO ORDEM E PROGRESSO............................................................... .........109
QUADRO 18 – CENÁRIO SOBREVIVÊNCIA................................................................................... ..110
QUADRO 19 – CENÁRIO NÃO QUERO VIVER NESTE................................................................. ...111
QUADRO 20 – REQUISITOS DA TORNEIRA E DA LINHA DE METAIS SANITÁRIOS.....................112
FIGURA 28 – VALOR PRÁTICO DO PRODUTO............................................................................. ..114
QUADRO 21 - PRIMEIRA GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS............................................. ..................115
QUADRO 22 – TABELA MATRICIAL DE CORRELAÇÕES DAS ALTERNATIVAS E REQUISITOS DOS
PRODUTOS............................................................................................................. ..........................118
FIGURA 29 – RENDER .............................................................................................. .......................119
FIGURA 30 – LINHA DE METAIS SANITÁRIOS AMBIENTADA........................................................120
FIGURA 31 – VASO ............................................................................................... ...........................121
FIGURA 32 – TULIPA E FLOR...................................................................................... .....................122
FIGURA 33 – FOLHA .............................................................................................. ..........................123
FIGURA 34 – SEMI-ESFERA ........................................................................................... .................124

vii
FIGURA 35 - LUSTRE............................................................................................................... .........125
FIGURA 36 – COLAR ............................................................................................................... .........126
FIGURA 37 – VITÓRIA RÉGIA............................................................................................... ............127
FIGURA 38 – BRILHANTE ............................................................................................... .................127
FIGURA 39 – FOOTBALL ............................................................................................................... ...128
FIGURA 40 – HASTE .................................................................................................... ....................129
FIGURA 41 – HASTE .................................................................................................... ....................130
QUADRO 23– TABELA MATRICIAL DE CORRELAÇÕES DAS ALTERNATIVAS E REQUISITOS DOS
PRODUTOS.................................................................................................................... ...................130
FIGURA 42 – ALÇA.............................................................................................................. ..............132
FIGURA 43 – ALÇAS ASSIMÉTRICAS.......................................................................... ....................133
FIGURA 44 – ALÇAS SIMÉTRICAS LATERAIS........................................................................ .........134
FIGURA 45 – ALTERNATIVA 3 CONTINUAÇÃO............................................................................... .135
FIGURA 46 – ALÇAS LATERAIS SAINDO DA PAREDE............................................................ ........135
FIGURA 47 – BARRA QUADRADA............................................................................................ ........136
FIGURA 48 – ALÇA NA PAREDE, VOLANTE............................................................ ........................136
QUADRO 24 – COMPARATIVO DAS ALTERNATIVAS DA TERCEIRA GERAÇÃO..........................137
QUADRO 25 – TABELA MATRICIAL DE CORRELAÇÕES DAS ALTERNATIVAS E REQUISITOS DOS
PRODUTOS.................................................................................................................... ...................137
FIGURA 49 – SIMULAÇÃO ERGONÔMICA.............................................................. .......................139
FIGURA 50 – USO DAS DUAS MÃOS........................................................................................... ....139
FIGURA 51 – MOVIMENTO DE PINÇA...................................................................... .......................140
FIGURA 52 – ACIONAMENTO DO COMANDO........................................................................ .........140
FIGURA 53 – SIMULAÇÃO DE USO........................................................................ .........................141
FIGURA 54 – ALTERNATIVA 01............................................................................................. ............142
FIGURA 55 – ALTERNATIVA 02............................................................................................. ............142
FIGURA 56 – ALTERNATIVA 03............................................................................................. ............143
FIGURA 57 – ALTERNATIVA 04........................................................................................... .............144
FIGURA 58 – ALTERNATIVA 05............................................................................................. ............144
FIGURA 59 – ALTERNATIVA 06............................................................................................. ............145
FIGURA 60 – ALTERNATIVA 07........................................................................................... .............145
FIGURA 61 – ALTERNATIVA 08............................................................................................. ............146
FIGURA 62 – ALTERNATIVA 09............................................................................................. ............146
FIGURA 63 – COMPARATIVO DAS ALTERNATIVAS DA QUARTA GERAÇÃO................................147
QUADRO 26 – COMPARATIVO DE ACABAMENTOS METÁLICO.................................................. ..148
FIGURA 64 – VISTA LATERAL EXPLODIDA DO ENCAIXE NA PAREDE.........................................150
FIGURA 65 – VISTA LATERAL DO ENCAIXE MONTADO NA PAREDE........................................ ....151
FIGURA 66 – BARRA DE APOIO EM CORTE TRANSVERSAL........................................ ................151
FIGURA 67 – ÁREA DE ALCANCE DO SENSOR COM AS MÃOS DO USUÁRIO............................152

viii
FIGURA 68 – SEQUÊNCIA DE ACIONAMENTO DA ÁGUA QUENTE..............................................154
FIGURA 69 - VISTA SUPERIOR DA CAIXA DE COMANDO............................................................ ..155
FIGURA 70 – BOTÃO OVÓIDE COM LEDS COLORIDOS........................................................... .....156
FIGURA 71 – VISTA SUPERIOR DO PRODUTO.............................................................................. 157
FIGURA 72 – VISTA LATERAL DO PRODUTO E CUBA.......................................... .........................157
FIGURA 73 – VISTAS DO PRODUTO.............................................................................................. ..158
FIGURA 74 – USUÁRIO SE APROXIMA DA TORNEIRA................................................................. ..159
FIGURA 75 - ZONA DE ALCANCE DO SENSOR............................................................ ..................159

ix
RESUMO

O projeto da linha de metais sanitários tem como objetivo atender as necessidades


da população que se enquadra na chamada terceira idade, população esta que tem
um rápido crescimento no Brasil e que exige o desenvolvimento de produtos
específicos. O design dessa linha é fundamentado nos princípios do design
universal, proporcionando aos que já passaram dos 65 anos o acesso a produtos
que respeitam as limitações e possibilidades de cada um, sem a necessidade de
adaptações.
Tem como característica a valorização da água, porque é projetado para ser lançado
no futuro, quando o cenário será hostil quanto ao fornecimento de água doce.
Palavras-chave: Metais sanitários, idosos, design universal, água.

x
ABSTRACT

The design of bathroom metals aims to serve elder population needs, that here in
Brazil is called 3rd Age. This sector of population has been a huge growth here and
demands the development of specific products. The design of this line basing its
development on the principles of the universal design, thus providing easily access to
the objects of every day use by elder people, respecting their limitations and
possibilities without the need of adaptations.
This product gives value to water, because is projected to be on the consumer
market in the future, when there will be not enough water for people on Earth.
Keywords: Bathroom metals, elder, universal design, water.

xi
12

1 PROPOSTA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

1.1INTRODUÇÃO

A população brasileira vem envelhecendo de forma rápida, por isso a


sociedade se depara com um tipo de demanda por serviços e produtos
diferenciados, de onde nasce a necessidade do desenvolvimento de produtos
específicos para atender a esta faixa da população.
O presente projeto da linha de metais sanitários tem como objetivo atender
as necessidades da população que se enquadra na chamada terceira idade, que,
segundo a Organização Mundial da Saúde, são pessoas entre os 60 e 74 anos
(VIEIRA et. al. , 2006). Estas pessoas apresentam um declínio gradativo do
funcionamento de todos os sistemas do corpo humano, das funções físicas,
emocionais e intelectuais, o que pode gerar conseqüências inevitáveis (SILVA et. al,
2007).
O design da linha é fundamentado nos princípios do design universal,
proporcionando aos que já passaram dos 65 anos o acesso a produtos que
respeitam as limitações e possibilidades de cada um, sem a necessidade de
adaptações.

1.2PROBLEMA

Criar produtos que facilitem a vida de usuários com problemas relacionados


à idade, que diminua o risco de acidentes e que possa ser usada em vários locais,
que atenda também às demandas do mercado brasileiro, ainda despreparado para
atender a população crescente de pessoas de idade.

1.3OBJETIVO

Desenvolver uma linha de metais sanitários para usuários idosos,


propiciando a superação das dificuldades em usá-los e diminuindo o risco de
acidentes em banheiros. A linha de metais sanitários deve ter um desenho que
facilite o uso, diminua o risco de acidentes enquanto o idoso estiver no banheiro,
13

seja durável, asséptico, bonito e barato, entre outros, para ser usado em
residências.

1.4JUSTIFICATIVA

1.4.1Dimensão Ambiental

No Brasil, o aumento da população idosa será na ordem de 15 vezes, entre


1950 e 2025, quando o crescimento total da população brasileira neste mesmo
período será de não mais que cinco vezes. Assim, no ano de 2025, o Brasil será a
sexta população de idosos do mundo, o que demonstra uma crescente demanda de
recursos para atender essa população. Esses números mostram que a sociedade
brasileira terá que enfrentar novo desafio dos complexos problemas que envolvem o
idoso, para quem precária condição socioeconômica, associada aos problemas
advindos da existência de múltiplas doenças, dificulta-lhe a adaptação às exigências
do mundo moderno e, como conseqüência, isola-o do mundo (RIBAS, 2001. p. 03).
O despreparo da nação frente às condições de habitabilidade pode predispor
o indivíduo da Terceira Idade a acidentes dentro da própria casa. Tal fato é
verificável diante de fatores gerados pelo ambiente, que potencializam uma
acelerada deterioração física e mental do idoso, podendo ocorrer reincidência em
tratamentos médicos. Além disso, há o elevado custo clínico-hospitalar para o
atendimento do idoso acidentado (RIBAS, 2001. p. 03).
O banheiro, tanto em casa quanto em outros lugares públicos, é um local
perigoso para o idoso, pois concentra vários fatores de risco, como umidade,
espaços reduzidos que dificultam a movimentação e uso do ambiente, muitos
objetos salientes, entre outros. É necessário observar que as pessoas idosas têm
peculiaridades quanto aos adequados atendimentos clínico-hospitalares,
medicamentos e tratamentos específicos, condições adequadas de habitabilidade,
necessidades de sociabilização e lazer, transportes seguros e eficientes, entre
outros.

1.4.2Dimensão Tecnológica
14

A linha de metais para banheiros contém produtos com baixo uso de


tecnologia. Alguns não usam tecnologia, apenas sistemas de fixação com parafusos
ou encaixes, como os suportes. Outros produtos utilizam tecnologia de
complexidade baixa, como a torneira, os misturadores e a duchinha, através de
mecanismos acionados mecanicamente ou com uso de automação.

1.4.3Dimensão Socieconômica

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os


idosos, atualmente, representam cerca de 9% da população brasileira. Em 2005, a
esperança de vida ao nascer no Brasil alcançou os 71,9 anos. Nas próximas duas
décadas, a população idosa do Brasil poderá dobrar, passando de aproximadamente
15 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade para cerca de 30 milhões,
conforme estimativa do IBGE. Projeções da ONU mostram que, até 2025, a
população idosa do Brasil terá acumulado o maior crescimento entre todos os países
do mundo - 1.514% em 75 anos. Este crescimento denota o surgimento de um nicho
de mercado crescentemente representativo em termos de consumo, com
necessidades e anseios específicos que devem ser analisados (REVISTA ÉPOCA,
2004).
Os idosos hoje têm uma necessidade muito maior de serem tão livres
quanto sempre foram, por isso saem mais de casa, viajam mais, usam mais locais
públicos do que antigamente.
Por este motivo, a linha de metais sanitários será projetada para atender
estes idosos, no local em que ele mais freqüenta: o banheiro da sua própria casa.

1.5ESCOPO DO PROJETO

O produto a ser desenvolvido é uma linha de metais sanitários de uso


múltiplo para pessoas situadas na faixa etária chamada terceira idade, ou seja,
acima de 60 e abaixo dos 74 anos. Por uso múltiplo, entendem-se primeiramente os
idosos – pessoas de ambos os sexos nessa faixa etária - e também a pessoas sem
nenhuma necessidade especial nem pertencente à terceira idade, contemplando,
assim parâmetros do design universal.
15

Assim, as dimensões devem respeitar as medidas antropométricas do


usuário padrão, as pegas e alavancas de acesso devem ser simplificadas, tendo em
vista a facilidade no uso contínuo. Não estão inclusos no projeto o estudo de
espaços disponíveis nos banheiros, nem o posicionamento exato dos utensílios.
Neste último quesito, pretende-se apenas tecer sugestões para apoio para os
parceiros e instaladores autorizados.
Estão inclusos neste projeto a programação visual, estratégias de inserção
no mercado, e desenvolvimento da embalagem.

1.5.1Produtos Concorrentes e Similares

As linhas de metais para banheiro são compostas, entre outras, por objetos
como: torneira, misturadores, ducha para higiene, papeleiras (com ou sem
cobertura), papeleiras reserva, cabides, toalheiros argola, toalheiros barra de vários
comprimentos, toalheiros duplos, toalheiros rack, saboneteiras, porta-shampoo,
escovas sanitárias, puxadores blindex e toalheiros blindex.

FIGURA 1 – EXEMPLO DE MISTURADOR DE BANCADA

FONTE: Kholer

Apesar de ainda não existirem produtos específicos voltados aos idosos


disponíveis no mercado nacional, existem alguns que, pelo seu próprio conceito de
acessibilidade e facilidade de uso, acabam por também contemplá-los. Um exemplo
deste tipo de linha é a do fabricante Deca, que, preocupada com o dia-a-dia dos
deficientes físicos, idosos e pessoas com alguma dificuldade de locomoção tem em
16

sua linha de produtos uma especialmente desenvolvida para facilitar a locomoção


em banheiros públicos e residenciais. Desenvolvidos com tecnologia, os acessórios
que integram a Linha Conforto Deca contam com assentos (removível, articulado e
com abertura frontal); barras (de apoio, de apoio em L, articulada e articulada com
papeleira), além de lavatórios (HOME PAGE DECA, 2007).
O mais recente lançamento da Linha Conforto é uma bacia com altura maior
e abertura frontal para higiene pessoal para atender, principalmente, as pessoas que
possuem dificuldades nas articulações. Além de disponibilizar estes produtos, a
Deca também conta com um manual com orientações para a execução de banheiros
para pessoas com alguma dificuldade de locomoção, pois é fundamental que se
pense ao projetar estes espaços nas condições de acessibilidade destes usuários.
Apesar de ainda não existirem produtos específicos voltados aos idosos
disponíveis no mercado nacional, existem alguns que, pelo seu próprio conceito de
acessibilidade e facilidade de uso, acabam por também contemplá-los. Um exemplo
deste tipo de linha é a do fabricante Deca, que, preocupada com o dia-a-dia dos
deficientes físicos, idosos e pessoas com alguma dificuldade de locomoção tem em
sua linha de produtos uma especialmente desenvolvida para facilitar a locomoção
em banheiros públicos e residenciais. Desenvolvidos com tecnologia, os acessórios
que integram a Linha Conforto Deca contam com assentos (removível, articulado e
com abertura frontal); barras (de apoio, de apoio em L, articulada e articulada com
papeleira), além de lavatórios (HOME PAGE DECA, 2007).
O mais recente lançamento da Linha Conforto é uma bacia com altura maior
e abertura frontal para higiene pessoal para atender, principalmente, as pessoas que
possuem dificuldades nas articulações. Além de disponibilizar estes produtos, a
Deca também conta com um manual com orientações para a execução de banheiros
para pessoas com alguma dificuldade de locomoção, pois é fundamental que se
pense ao projetar estes espaços nas condições de acessibilidade destes usuários.

1.5.2Tecnologias Disponíveis ou Necessárias

Para este projeto antecipa-se a utilização dos seguintes tecnologias de


fabricação e uso de linha de metais:
17

a) Processo de produção industrial como fundição, estampagem, sopragem,


injeção, retífica e acabamentos;
b) Encaixes e alavancas nos produtos finais;
c) Eletricidade e Automação;
d) Sistemas hidráulicos prediais e residenciais.

1.6METODOLOGIA

A estratégia de desenvolvimento do produto será baseada no Modelo de


Referência, cujo processo de negócio está dividido em cinco fases, que são:

1.6.1Projeto Informacional

Fase de planejamento do produto fornecendo uma definição do escopo,


descrevendo o produto que será obtido e as definições básicas e as restrições que
cercam o projeto, além das atividades e recursos necessários para a execução do
projeto. (ROZENFELD et. Al. 2006, pág. 236).
Nesta fase serão pesquisados os usuários, mercado, materiais, processos
de produção, definições de design universal, normas técnicas, etc. Será feita
também a valoração dos requisitos dos clientes através de cruzamento de
informações em tabelas e gráficos.

1.6.2Projeto Conceitual

Fase que complementa as diretrizes obtidas na fase anterior por uma


definição mais detalhada, com busca, criação, representação e seleção das
soluções para o problema do projeto. [...] Os diferentes conceitos especificados para
o produto são avaliados, suas diretrizes detalhadas e avaliadas e é tomada a
decisão, de investir ou não mais recursos no detalhamento do conceito considerado
mais promissor (ROZENFELD et. Al. 2006).
Será feita a captura das necessidades reais, necessidades latentes,
necessidades culturais, necessidades atribuíveis a usos inesperados e
necessidades relativas à satisfação do produto através da utilização de pesquisas
18

em profundidade com o público-alvo. Após, é a fase da transformação dos


Requisitos Cliente em Requisitos do Produto/Sistema. Nesta etapa serão utilizadas
ferramentas para traduzir as necessidades e desejos do consumidor em requisitos
de projeto para produtos, procurando assegurar que o projeto final irá atender às
necessidades dos clientes e usuários.
Após isto, será feita a geração de alternativas, desenhos, mockup e
apresentação à FASE 01.

1.6.3Projeto Detalhado

Fase que dá continuidade a execução da fase anterior, porém ela é


responsável por desenvolver e finalizar todas as especificações do produto, e em
seguida o produto ser conduzido ao processo de fabricação, e lançamento no
mercado. Logo a terceira fase do desenvolvimento é a responsável em detalhar o
produto. Novos desenhos e processos são elaborados em detalhes, são avaliadas e
verificadas por meio de simulações. No final da fase de detalhamento do projeto, são
elaboradas a análise de fluxo de processo, croqui de fabricação, de setup de
equipamentos, de inspeção, procedimentos de qualidade, etc (ROZENFELD, 2006).
Entre os itens que podem integrar o projeto detalhado, estão: Desempenho;
Armazenamento e vida de prateleira; Testes; Vida em serviço; Segurança; Eficiência;
Política do produto; Transporte; Implicações sociais e políticas; Responsabilidade do
produto; Quantidade; Usabilidade; Interface Usuário-Produto; Re-uso, reciclagem e
descarte; Tamanho e peso; Materiais; Normas; Ergonomia; Estética, aparência e
acabamento.

1.6.4Preparação da Produção do Produto

Nessa fase consiste em colocar o produto no mercado, atendendo os


requisitos do cliente definidos no projeto informacional e cumprir com as
especificações finais do produto e processo de fabricação, que foram definidos no
projeto conceitual e no projeto detalhado, logo se preocupa com a cadeia de
suprimentos do produto. Ou seja, é a fase executiva do projeto, onde são
executadas as atividades de fabricação e montagem do protótipo, plano de
19

marketing, de lançamento do produto, requisitos de processos de produção,


assistência técnica, atendimento ao cliente, entre outras (ROZENFELD, 2006).
Os meios de confecção de modelos não será previamente definido, pois
dependerá dos materiais selecionados para confecção do produto. Poderão ser
usadas técnicas como escultura em PU, termo moldagem, moldagem em resina, etc.
Os modelos gerados serão utilizados em processos regulares de validação das
soluções desenvolvidas junto aos representantes do público alvo através de
entrevistas individuais.

1.6.5Lançamento do Produto

Por fim a macro fase de desenvolvimento se encerra com a fase de


Lançamento do produto no mercado. Segundo os autores, essa fase se distingue da
anterior, pois ela trata de todas as atividades necessárias para o processo de venda
e de distribuição, de atendimento ao cliente, e assistência técnica e ainda das
campanhas de marketing. Diferencia-se da fase anterior, pois se preocupa com a
colocação do produto no mercado.
O Quadro abaixo apresenta o cronograma para desenvolvimento do projeto.

QUADRO 1 – CRONOGRAMA PREVISTO PARA AS ETAPAS DE


DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO
ATIVIDADE Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out
Etapa 01 – Projeto Informacional
Especificações-meta de produto x
Entendimento do problema x x
Mapear o mercado do produto x
Identificar os requisitos dos usuários x x
Definir requisitos do produto x
Definir meta-requisitos do produto x
Etapa 02 - Projeto Conceitual
Modelagem funcional do produto x
Definir ergonomia e estética x
Seleção das alternativas geradas x
Escolha das concepções geradas x
Esquemas ou modelos tridimensionais 19
Monitoramento da viabilidade econômica
Etapa 03 – Projeto Detalhado
Atualizar o Plano do Projeto Detalhado x
Criar e detalhar SSCs, documentação e x
configuração
Desenvolver fornecedores x x
Processo de fabricação e montagem x
20

Criar material de suporte do produto x


Projetar embalagem x
Planejar fim de vida do produto x
Testar e Homologar produto x
Etapa 04 – Preparação da Produção do Produto
Avaliar Satisfação do Cliente x
Monitorar desempenho do produto x
Realizar auditoria pós-projeto x
Registrar lições aprendidas. x
Etapa 05 – Lançamento do Produto
Planejar lançamento x
Processo de vendas x
Processo de distribuição x
Processo de atendimento ao cliente x
Processo de assistência técnica x
Promover marketing de lançamento x
Lançar produto x
Gerenciar lançamento x
Atualizar plano de fim de vida 10
FONTE: Gerada pela autora, 2007.

1.7ANÁLISE DE RISCO

O maior risco desta monografia refere-se a não encontrar, nas teorias do


design universal, uma forma de atender todas as necessidades dos idosos, e dos
locais de uso da linha de metais, diminuindo o risco de acidentes com os mesmos e
tornando sua vida mais fácil, ou de gerar um desenho que não atenda a todas estes
requisitos.

1.8CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente monografia deverá resultar em uma linha de metais sanitários


com todas as funções e com alto nível de usabilidade para de pessoas acima de 60
anos de ambos os sexos, preenchendo uma lacuna no mercado nacional e suprindo
as necessidades desse público no que se refere a produtos de banheiro. Além disso,
objetiva-se criar uma aparência que tenha apelo mercadológico junto a esse nicho e
que atinja também pessoas corporações, como hospitais, hotéis e órgãos públicos.
21

2 MERCADO DE METAIS SANITÁRIOS

O foco do Capítulo 2 é apresentar o mercado de metais sanitários, e se


concentrará na apresentação de informações que envolvem dados oficiais sobre o
mercado de construção civil no Brasil, as projeções de crescimento, a oferta de
produtos similares. Serão exploradas informações do setor, como composição de
PIB, consumidores, atributos de compra, comportamento das fabricantes. E ainda
como o governo brasileiro tem incentivado o setor com políticas governamentais.
Ainda irá explorar informações sobre os materiais de que são feitos estes produtos.

2.1INTRODUÇÃO

A água encanada, o saneamento básico e mudanças culturais fizeram com


que a civilização moderna se tornasse mais limpa e saudável. Os avanços
tecnológicos foram decisivos para que se desenvolvesse uma sociedade voltada
para a limpeza, beleza e bem estar. Tomar banho hoje é uma tarefa diária e
prazerosa.
Este capítulo apresenta informações sobre o mercado de metais sanitários,
produtos que possuem baixa complexidade na montagem, porém com grandes
diferenças em design.
Através da pesquisa em diversas fontes, se dará um panorama da
magnitude do mercado mundial e brasileiro. Serão apresentados ainda dados sobre
PIB, número de consumidores, tipos de produtos, preços, taxas de crescimento,
características gerais do mercado de construção e metais sanitários, visto que essa
indústria exerce papel importante no desenvolvimento tecnológico na economia
brasileira.
O Capítulo 2 ainda oferece informações sobre o processo produtivo,
tecnologia, insumos, barreiras que impedem a entrada de outras empresas, que são
fatores que afetam esse mercado.

2.2CARACTERÍSTICA DA DEMANDA DO MERCADO DE METAIS SANITÁRIOS

2.2.1PIB (Produto Interno Bruto) Brasileiro e o Mercado da Construção Civil


22

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga


periodicamente estudos sobre o PIB. Os dados revelam que o país cresceu mais
nos últimos anos. A expansão da economia em 2004 foi de 5,7%. Já em 2005 o
crescimento observado foi de 2,9%, em 2006, 3,7%. A nova estimativa que o PIB do
país foi de R$2,148 trilhões em 2005. Em 2006 o PIB atingiu, pela primeira vez, US$
1 trilhão. As novas informações revelam que a economia brasileira estava crescendo
mais do que se imaginava, contudo, o país ainda continua crescendo pouco e abaixo
da média mundial. Além disso, o Brasil ainda manteve a 10ª colocação entre os PIBs
das maiores economias mundiais (IBGE, 2007).
Um dado chamou muita atenção e merece ser comentado. Trata-se da
redução da participação da construção civil na atividade econômica. Importante e
estratégico para o desenvolvimento do país, este setor teve sua representação
dentro do PIB diminuída em 2005. Em termos monetários houve a redução no PIB
do setor, passando de R$115 bilhões em 2004 para R$84,9 bilhões em 2005. Os
números revelam, com precisão, o impacto das dificuldades vivenciadas pela
construção. O novo PIB mostra que a construção civil foi utilizada aquém do que
deveria e, como o setor vivenciou momentos difíceis, os mesmos estão mais bem
retratados abaixo.

GRÁFICO 1 – PARTICIPAÇÃO DO PIB DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO PIB BRASIL


Participação do PIBcc no PIB Brasil
(Em %)
6,40 6,20
6,00
6,00 5,70 5,60
5,50 5,52
5,60 5,32 5,28
5,09
5,20
4,69
4,80
4,40
4,00
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

FONTE: Sistema
Fonte: Sistem de Contas
a de Contas Nacionais Nacionais
Brasil: 2000-2005. Contas Brasil, 2000-2005
Nacionais Trimestrais: nova série 2006.

O que se deve deixar bem claro é que estes novos dados não significam que
a construção deixou de ser ou é menos importante. Ela sempre foi, e será relevante
e estratégica para o desenvolvimento de qualquer economia, principalmente as
emergenciais, como é o caso do Brasil. O próprio número de pessoas ocupadas no
23

setor, mais de 5,6 milhões em todo o Brasil, de acordo com os últimos dados
também divulgados pelo IBGE, ajuda a confirmar esta afirmativa, pois ele é o
responsável pelas bases físicas de qualquer crescimento, leia-se: infra-estrutura. O
que deve se considerar é que a construção pode sim, e deve contribuir muito mais
para o desenvolvimento. Isso significa que ela deve ser mais movimentada para
poder exercer, na sua plenitude, a potencialidade de suas atividades. Neste
contexto, deve-se destacar a importância do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) que prevê investimentos da ordem de R$503,9 bilhões de 2007 a
2010 em logística, energia, saneamento, habitação e outros sociais e que,
certamente, ajudarão a movimentar o segmento construtor, que desempenha um
singular papel socioeconômico.
O quadro abaixo mostra a evolução do PIB Brasil e da Construção Civil com
o passar dos anos. Percebe-se que, conforme o PIB Brasil aumenta, o da
construção civil acompanha o crescimento, com algumas variações. Como as
previsões são de que o país continue crescendo, é bastante provável que o PIB da
construção civil também cresça.

QUADRO 2 – PIB DO BRASIL E DA CONSTRUÇÃO CIVIL, 1995-2007

FONTE: IBGE, Banco de Dados CBIC, 2005

2.2.2Perfil da Indústria de Metais Sanitários

O mercado de metais sanitários está inserido no setor de construção civil e


movimenta, anualmente, cerca de 600 milhões de reais, segundo estimativas de
representante do SIAMFESP (Sindicato das Indústrias de Artefatos de Metais Não
Ferrosos), que congrega as empresas do setor. Os produtos que se destacam neste
24

mercado são as torneiras, misturadores, registros e válvulas, sendo também


considerados os acessórios para banheiros como complementares das linhas de
produtos.
No Brasil, existem cerca de 150 empresas, sendo 80% sediadas no Estado
de São Paulo. Das empresas associados ao SIAMFESP, 17% são grandes, 44% são
médias, 35% pequenas e 4% micro.

GRÁFICO 2 – DISTRIBUIÇÃO DAS EMPRESAS ASSOCIADAS SEGUNDO


NÚMERO DE EMPREGADOS

FONTE: SIAMFESP, 2006

Os produtos importados ainda não ocupam grande parcela do mercado. A


entrada desses produtos encontra alguns problemas de adaptação ao mercado
brasileiro, entre eles, a inexistência de um sistema estruturado de distribuição e
manutenção. Outro fator é a baixa pressão existente nas redes prediais de
abastecimento de água, em especial nas casas térreas e sobrados, em função da
utilização de caixa de água. A pressão é menor que a usualmente prevista nos
produtos europeus e americanos. Essas dificuldades, além das alíquotas de
importação e comercialização, têm criado barreiras para a entrada desse segmento
no país. A tendência, com a globalização, é a padronização mundial dos preços de
produtos para o mercado de metais sanitários (SIAMFESP, 2006).
Neste projeto serão consideradas as preferências dos distribuidores e
comerciantes de metais sanitários, já que são estes que detém a preferência e
25

induzem o consumidor à compra. O consumidor é induzido pela propaganda e pelo


ponto de venda, ambos executados hoje pelo setor em questão.

2.3INICIATIVA PÚBLICA

Um motivo muito forte para o crescimento do setor da construção civil no


Brasil é o incentivo público. O Banco de Dados CBIC acompanha o desenvolvimento
das principais contas do Sistema Financeiro da Habitação, que capta dados que
permitem o monitoramento das contas de órgãos públicos, como o Sistema
Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), da Poupança Rural e do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em termos dos recursos disponíveis, suas
fontes e direcionamentos, assim como o acompanhamento das responsabilidades
do Fundo de Compensação da Variação Salarial (FCVS), seu total de recursos,
entradas e pagamentos (CBIC, 2006).

GRÁFICO 3 – FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIOS CONCEDIDOS ATÉ 2003 –


NÚMERO DE UNIDADES

FONTE: Bacen/SFH – SSPE

Até outubro de 2006, a habitação de interesse social registrava a aplicação


de cerca de R$ 7,1 bilhões, com recursos do FGTS e do PAR. Destes recursos,
cerca de 40% foram dirigidos para a produção de novas habitações e o Conselho
Curador do FGTS decidiu que este percentual deverá ser de 50% em 2007.
A construção civil cresceu 5,1% em 2006. Em 2007, se o PIB expandir 3,5%,
o setor terá crescimento de 4,9%, segundo o presidente do SindusCon-SP, João
26

Claudio Robusti. Vários indicadores sustentam esses prognósticos. Confirmando-se


o resultado positivo de 2006, a construção comemorará três anos seguidos de
crescimento, alcançando o melhor patamar desde o Plano Real.
O indicador mais expressivo do crescimento da atividade da construção se
traduz no nível de emprego, que cresceu 9,5% até setembro de 2006, quando o
setor registrava a marca de 1,539 milhão de trabalhadores formais. Até setembro, o
volume de vendas do comércio de materiais de construção havia aumentado 3,7%.
As construtoras - e não o "consumo formiga" que caracteriza a auto-construção -
apareciam como as principais responsáveis pelo crescimento das vendas do
comércio.
Estes números nos mostram que os investimentos no mercado imobiliário é
crescente, e que a tendência é que continue crescendo, aumentando a demanda no
mercado de metais sanitários.

2.4CARACTERÍSTICA DA OFERTA DO MERCADO DE METAIS SANITÁRIOS

Em uma pesquisa sobre o mercado de metais sanitários, concluiu-se que o


item tecnologia foi considerado mais importante para os entrevistados do que o
preço, para determinar a preferência pelas diferentes marcas do segmento de
metais sanitários. Especificamente neste segmento, 67% dos que responderam à
pesquisa estão satisfeitos com o número de empresas nacionais e oferta de
produtos existentes no mercado, e 15% preferem produtos importados.
A pesquisa também abordou quais os melhores fornecedores da construção
civil (ANAMACO, 2006), nos quesitos qualidade do produto, pontualidade na
entrega, atendimento nos pontos de venda, preço, sistema de vendas, propaganda e
assistência técnica.
Observa-se que as empresas preferidas dos lojistas conquistaram suas
colocações prioritariamente por qualidade dos produtos comercializados,
propaganda e assistência técnica, nesta ordem de preferência.
As preferências dos distribuidores e comerciantes de metais sanitários são
importantes, já que são estes que detém a preferência e induzem o consumidor à
compra. O consumidor é induzido pela propaganda e pelo ponto de venda, ambos
executados hoje pelo setor em questão.
27

Uma pesquisa do ano de 2003, feita a pedido de associações de classe da


área da construção civil, revelou que o cliente gostaria que houvesse maior número
de concorrentes em cada segmento, o que representaria algumas oportunidades de
negócios, expansão de atividades ou mesmo aperfeiçoamento na prestação de
serviços ao consumidor. A qualidade dos produtos satisfaz e quando se questiona
sobre produtos importados, para a construção em geral, não mais que 23% dos
entrevistados manifestam essa preferência.

2.4.1Mercado Mundial

Os mercados produtores de metais sanitários mais expressivos no mundo


são os da Itália, líder, seguida da Espanha, Estados Unidos, Alemanha e China,
sendo que este último compete no quesito custo e os demais competem com
qualidade, tecnologia e design, além do preço competitivo no mercado
internacional.
Além da pressão dos produtos importados, existem as pressões internas,
onde as grandes empresas buscam o mercado das médias, e estas, por sua vez,
pressionam o mercado das pequenas. Só as empresas grandes têm condições
tecnológicas para competir com as estrangeiras. As médias e pequenas, além de
problemas de produtividade e custos trabalham com projetos de design muitas
vezes superados.
A KWC da Suíça, fábrica fundada em 1874, tem um faturamento anual de
mais de 100 milhões de euros com produtos de alto luxo. O principal mercado é o da
própria Suíça, mas com exportações para Alemanha, Estados Unidos, Itália e
França. Tem 380 funcionários no país.
28

FIGURA 2 – MISTURADOR MONOCOMANDO ¼ DE VOLTA, LINHA MURANO,


DO FABRICANTE SUÍÇO KWC

FONTE: http://www.kwc.com

2.4.2Mercado Italiano

O país líder em design e vendas é a Itália, onde a estrutura produtiva é


descentralizada, com utilização intensiva de capital, equipamentos automatizados,
baixa utilização de mão de obra e grandes escalas de produção (Figura 03).

FIGURA 3 – TORNEIRA DA LINHA MASTÈ-BAGNO, DA ITALIANA GEDA


NEXTAGE

FONTE: http://www.maste-bagno.it/mobili_da_bagno/mobile-da-bagno-9.html

A oferta é pulverizada em pequenas empresas produtoras de componentes,


que são transformados no produto final em uma montadora. Assim, todas as
empresas se especializam em poucas ou uma fase do processo produtivo, podendo
reduzir os custos e preços e aumentar a qualidade do produto. Essa formatação da
29

estrutura produtiva é fundamental para o bom desempenho do design neste país,


uma vez que é possível focalizar o design na montagem, ou mesmo nas
distribuidoras. A figura 07 dá um exemplo onde os escritórios de design prestam
serviços diretamente à montadora, que recebe as peças de outros fornecedores
terceirizados.
A proximidade com um mercado mais exigente quanto ao design e a
tradição em arte e arquitetura também são fatores que aumentam a competitividade
do design Italiano em relação ao brasileiro.

FIGURA 4 – CADEIA PRODUTIVA DE METAIS SANITÁRIOS NA ITÁLIA

FONTE: SIAMFESP, 2006

2.4.3Brasil

Atualmente, existem três empresas líderes do mercado, em termos de


design e parcelas de mercado. São a Deca, do Grupo Duratex, a Docol e o Grupo
Roca. Juntas, respondem por 85% do faturamento nacional do mercado de metais
sanitários. Tais empresas apresentam plantas modernas, com novos métodos de
gestão incorporados, e joint venture com multinacionais para o desenvolvimento de
novos produtos.
30

O Grupo Roca comercializa seus produtos em mais de 50 países, contando


com 42 fábricas instaladas em 17 regiões do mundo e marcando presença no Brasil,
onde responde pelas marcas Roca, Incepa, Celite e Logasa. Essa evolução é fruto
de investimentos que evidenciam a preocupação constante com o desenvolvimento
de soluções que atendam às necessidades do mercado. Seguindo nessa direção, a
empresa aponta como prioridades para o ano de 2007 o atendimento aos clientes
diretos e a satisfação do consumidor final.
Com as 4 marcas que detém no País, a Roca encontra-se na liderança em
todas as regiões brasileiras. A Lugasa está focada em linhas de produtos
econômicos, mais populares. A Celite atende ao popular, ao médio luxo (onde está
mais concentrada) e ao luxo. A Incepa, embora também atenda aos segmentos
popular e médio luxo, está mais direcionada ao luxo. Já a Roca está focada no
superluxo.
Outra grande fabricante de metais sanitários é a Docol, com faturamento
anual de 158 milhões, sendo que 20% do faturamento é com exportações. Este
fabricante de metais sanitários atualiza continuamente sua linha de metais.
Atualmente, desenvolveu a válvula solenóide biestável (VSB) para controle da água.
Ela será usada nos produtos eletrônicos Docol alimentados por baterias. Segundo a
empresa, proporcionará aumento no desempenho da vida das baterias, além de
trabalhar em baixa pressão hidráulica. A solução já existe no exterior, porém tem um
custo final até nove vezes maior que o do modelo desenvolvido em Santa Catarina.
Isso aumenta a possibilidade de se popularizar o produto principalmente nas áreas
de saúde, carentes de soluções adequadas na prevenção de contaminação,
(GARCIA, 2007). O produto deve ser responsável por 1,15% do faturamento da
empresa. Para manter-se competitiva e lançar sempre soluções inovadoras para o
mercado, a Docol tem um departamento de pesquisa e desenvolvimento estruturado
com 70 profissionais. E mantém parcerias com instituições de pesquisa como o
Labelectron (da Fundação Certi), para o desenvolvimento de produtos mais
avançados.
A Ideal Standard detém 15% do market share de louças, banheiros e
assentos sanitários do mundo. Na estrutura da American Standard, a Ideal Standard
responde pela divisão de materiais de construção. É responsável pela fabricação e
comercialização de louças e metais sanitários em todo o mundo.
31

2.4.4Atividades Executadas na Própria Empresa

A maioria das empresas fabricantes executa todas as fases do processo


produtivo. No Brasil, o design dos produtos corresponde a cópia e modelagem do
produto, sem ter influência sobre o processo. Não existe uma demanda permanente
por serviços de design. Isto se reflete na pequena presença de escritórios e
empresas especializados neste setor. A falta de serviços especializados associada à
excessiva verticalização da cadeia produtiva, faz com que o design fique em
segundo plano frente a outras atividades do processo produtivo, resultando numa
pequena alocação de recursos, humanos e financeiros.

FIGURA 5 – CADEIA PRODUTIVA DE METAIS SANITÁRIOS NO BRASIL

FONTE: SIAMFESP, 2006

A figura 5 acima ilustra a produção dos metais sanitários centralizada em


uma única empresa, responsável por todas as fases do processo. O design também
é um departamento da empresa, que participa da no final do processo, como
acessório.
32

As empresas médias tem plantas menos atualizadas tecnologicamente do


que as grandes, com procedimentos manuais em atividades que poderiam ser
automatizadas. Assim, com problemas no sistema de produção por falta de
investimento, novas máquinas, ou mesmo localização física da planta, o
desenvolvimento de novos produtos é restrito à engenharia reversa. Outro fator que
dificulta o desenvolvimento de novos produtos e a modernização das fábricas é a
excessiva verticalização da cadeia produtiva, sendo que muitas empresas ainda
realizam todas as etapas do processo produtivo: fundição, usinagem, polimento,
galvanoplastia e montagem. Existe uma tendência à terceirização das atividades de
fundição, polimento e galvanoplastia, decisão importante para a melhora da
qualidade dos seus produtos. Esta terceirização, porém, nem sempre vem sendo
acompanhada de investimentos em modernização de equipamentos e treinamento
da mão de obra.
Para uma maior disseminação do conceito de terceirização é necessário que
os terceirizados recebam alguma espécie de apoio, seja da empresa que irá
contratar os serviços, seja de órgãos públicos. Esse apoio se refere os itens como
treinamento gerencial, locais adequados para instalação de mini-plantas e recursos
financeiros. Um movimento ou programa de terceirização deve considerar a
necessidade destes recursos, uma vez que os potenciais terceirizados
provavelmente não possuem capacitação básica para montar um negócio.
A tendência das empresas grandes e médias é a redução da utilização de
mão de obra, através de terceirização e investimentos em automação. A redução do
número de funcionários e aumento de produtividade ocorrido na DECA (quadro 03)
ilustram este processo.
33

GRÁFICO 4 – PRODUTIVIDADE DECA (PRODUÇÃO/FUNCIONÁRIO)

FONTE: Relatório Anual Deca, 1996

No que se refere à linha de produtos, observa-se que as torneiras


usualmente constituem um dos principais itens de produção das empresas médias e
pequenas, enquanto as grandes não focalizam a produção neste produto,
distribuindo-a entre válvulas, torneiras e misturadores.
As empresas médias têm suas linhas de produto fortemente inspiradas nas
das líderes, com pequenas variações em detalhes, como cores e frisos. Já as
pequenas muitas vezes não conseguem atualizar suas linhas de produtos, nem
através de cópia.
O conceito de design não se limita, evidentemente, aos aspectos estéticos
das peças. A inovação tecnológica, utilização de novos materiais, aprimoramento da
qualidade e funcionalidade estão diretamente associados. Dentre as principais
tendências de inovações tecnológicas no setor, destacam-se:
a) racionalização do consumo de água;
b) substituição de metais não ferrosos pelos materiais termoplásticos;
c) aperfeiçoamento de registros e torneiras de esferas;
d) uso de materiais alternativos para vedação;
e) pesquisa de novas ligas, como o Zamac, que incorpora alumínio;
f) aparelhos mono-comando para misturadores;
g) torneiras e registros de fechamento rápido (1/4 de volta).
34

Em um cenário de rápida evolução e transformação, com forte pressão de


produtos importados, a normalização é uma medida importante para inibir a entrada
de produtos de baixa qualidade e preparar as empresas nacionais para exportar
seus produtos, tanto no Mercosul, como para outros países.

2.4.5Cadeia Produtiva dos Metais Sanitários

O processo de fabricação dos metais sanitários abrange quatro fases:


a) Fundição dos componentes;
b) Usinagem;
c) Acabamento superficial;
d) Montagem.
O que diferencia cada metal é o processo químico de produção. Produtos
em bronze possuem liga de cobre, que torna o metal mais durável e resistente.
Metais cromados podem ser limpos até com produtos corrosivos, como amoníaco e
sapólio. Metais protegidos com camada de verniz ou banhados em solução com
mínima porcentagem de ouro garantem maior proteção e brilho permanente ao
dourado.

2.4.6Técnicas Metalúrgicas

Após a preparação, os metais e suas ligas são levadas ao estado de


produtos acabados ou de semi-acabados por diversos processos:
a) Fundição (Moldagem de metais em fusão): É o processo de se obter objetos
na forma final, vazando o metal fundido na forma líquida, em um molde
preparado, ou em uma fôrma. Uma peça fundida é um objeto formado
deixando-se o material solidificar. Os elementos necessários para a fundição
são: materiais de moldagem, equipamentos de moldagem, ferramentas,
modelos, equipamentos de fusão, etc;
b) Sinterização ou metalurgia do pó: Consiste na manufatura de produtos a partir
de metais e de compostos metálicos finamente divididos (moído);
c) Tratamentos mecânicos de formação: Este processo produz elementos
importantes para engenharia e construção, como por exemplo: Perfis
35

estruturais, cantoneiras, barras, tubos, etc. Este processamento pode ser


realizado à quente ou a frio. Tipos de tratamentos mecânicos:
1) Laminação: Chapas, Perfis, Trilhos, Barras, etc;
2) Estiramento: Perfis redondos, retangulares, quadrados, hexagonais,
fios, tubos, etc;
3) Forjamento; é a conformação de metais, na maioria das vezes quente,
por aplicações individuais e intermitentes de pressão;
4) Extrusão: o metal é normalmente comprimido por um êmbolo,
adquirindo o perfil da abertura de saída;
5) Estampagem: Potes, Panelas, Tampas, etc;
6) Dobramento – Molas, etc.
d) Soldagem: Processo de união de metais pela concentração de calor com ou
sem pressão. Soldagem é um processo de união rígida de duas ou mais
partes metálicas, com ou sem adição de material de enchimento, através de
fornecimento de energia a região adjacente à zona que está sendo unida, de
modo a provocar uma interfusão entre as partes. Hoje em dia, a soldagem é
usada em todos os campos industriais, sendo um processo perfeitamente
confiável e, na maioria dos casos, quando bem executada, oferece uma
resistência mecânica de 100% em relação ao material que está sendo unido.
e) Tratamentos: Para dar aos metais e às suas ligas determinadas
características, pode-se fazê-los passar por tratamentos térmicos (têmpera,
recozimento, revenimento), levando a cabo freqüentemente em atmosfera
controlada.
Os tratamentos termoquímicos (cementação, nitretação) provocam
modificações superficiais no metal.
Os tratamentos de superfície (decapagem, revestimento com camada
protetora) são realizados por via química ou eletrolítica.
Os aumentos abruptos dos metais não ferrosos forçam indústrias que
utilizam estes insumos a redesenhar rapidamente suas estratégias e a composição
de seus produtos. O zamac, por exemplo, que é a primeira alternativa para o
encarecimento dos produtos de latão, teve seu preço triplicado em 2006. No final de
2005, um quilo de zamac custava R$ 5,60, enquanto o latão custava R$ 7,00. No
36

início de 2007, o quilo do primeiro custa R$ 15,00 e o do segundo custa R$ 9,00, o


que inviabiliza a comercialização.
O alumínio também é uma alternativa. Foi desenvolvida uma nova
tecnologia onde as peças de alumínio foram cromadas, para resistirem à corrosão e
terem melhor acabamento. O preço de venda deve ser 20% inferior ao custo de
produção em latão.
Segundo Denis Perez Martins, diretor do Sindicato da Indústria de Artefatos
de Metais Não Ferrosos de São Paulo (Siamfesp), os produtores de utensílios
sanitários aumentam o uso de plásticos e investem na redução do consumo de
matérias primas. “O zamac deixou de ser uma boa opção para o latão”, diz. Segundo
ele, o próprio sindicato está fazendo orçamentos com institutos de pesquisa para
avaliar as possibilidades de uso de plásticos em componentes. Ele também cita a
redução da espessura dos produtos no mercado. “Os tubos de bica móvel, usados
em torneiras de cozinha, passaram a ser feitos com parede de 0,5 milímetro, e não
mais de 0,8 milímetro”.

2.4.7Regulações Técnicas

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define a velhice como


uma deficiência que reduz efetivamente a mobilidade, flexibilidade, coordenação
motora e percepção.
A NBR 9050 2004 estabelece que os acessórios para sanitários, tais como
cabides, saboneteiras e toalheiros, devem ter sua área de utilização dentro da faixa
de alcance confortável estabelecida na própria norma, conforme figura abaixo (NBR
5050, 2004).
37

FIGURA 6 – ACESSÓRIOS JUNTO AO LAVATÓRIO – EXEMPLO

FONTE: NBR 9050

QUADRO 3 – NORMAS TÉCNICAS PARA METAIS SANITÁRIOS E SEUS


ACESSÓRIOS
Normas Metais Sanitários e seus acessórios
NBR 5626:1998 Instalação predial de água fria
NBR 6414:1983 Rosca para tubos onde a vedação é feita pela rosca - Designação, dimensões e
tolerâncias - Padronização
NBR 7009:1981 Lingotes de liga de cobre - Especificação
NBR 8094:1983 Material metálico revestido e não revestido - Corrosão por exposição à névoa salina -
Método de ensaio
NBR 8130:2004 Aquecedor de água a gás tipo instantâneo - Requisitos e métodos de ensaio
NBR 8133:1983 Rosca para tubos onde a vedação não é feita pela rosca - Designação, dimensões e
tolerâncias - Padronização
NBR Registro de pressão fabricado com corpo e castelo em ligas de cobre para
10071:1994 instalações hidráulicas prediais - Especificação
NBR Instalações hidráulicas prediais - Registro de gaveta de liga de cobre - Requisitos
10072:1998
NBR Registro (válvula) de pressão fabricado com corpo e castelo em ligas de cobre para
10090:1987 instalações hidráulicas prediais - Dimensões - Padronização
NBR Torneira de pressão - Requisitos e métodos de ensaios
10281:2003
NBR Revestimentos eletrolíticos de metais e plásticos sanitários - Especificação
10283:1988
NBR Válvula de escoamento com ladrão para bidês e lavatórios – Especificação
10979:1989
NBR Válvula de escoamento, sem ladrão, para lavatórios e pias - Especificação
11146:1990
NBR Aparelhos hidráulicos acionados manualmente e com ciclo de fechamento
13713:/1996 automático
38

NBR Instalações em saneamento - Registro de pressão em ligas de cobre - Requisitos


14119:1998
NBR Instalações em saneamento - Registro de pressão em ligas de cobre - Dimensões
14120:1998
NBR Instalações hidráulicas prediais - Registro de pressão de liga de cobre - Verificação
14150:1998 de desempenho
NBR 1415:1998 Instalações hidráulicas prediais - Registro de gaveta de liga de cobre - Verificação de
desempenho
NBR Misturador para lavatório - Requisitos e métodos de ensaio
14390:2001
NBR Instalações em saneamento - Registros de gaveta PN 16 em liga de cobre -
14580:2000 Requisitos e métodos de ensaio
NBR Ducha higiênica - Requisitos e métodos de ensaios
14877:2002
NBR Ligações flexíveis para aparelhos hidráulicos sanitários - Requisitos e métodos de
14878:2002 ensaio
NBR15206:2005 Instalações hidráulicas prediais - Chuveiros ou duchas - Requisitos e métodos de
ensaio
FONTE: http://www.inmetro.gov.br/sysbibli/bin/sysbweb.exe/dados_completos_html?codigo=7301&
alias=sysbibli

2.5MATERIAIS PROVÁVEIS

O estudo de polímeros e metais que apresentam características que combinam com


as necessidades do projeto é de suma importância para que se possa fazer uma boa
escolha e ter como resultado um bom produto.

2.5.1Polímeros

São materiais cujo elemento essencial é constituído por ligações moleculares


orgânicas, que resultam de síntese artificial ou transformação de produtos naturais
(GORNI et al, 1999).
Abaixo estão listadas características dos polímeros que são mais importantes para o
desenvolvimento deste projeto:
a) Leveza: polímeros são mais leves que metais ou cerâmica.
b) Alta flexibilidade: variável ao longo de faixa bastante ampla, conforme o tipo
de polímero e os aditivos usados na sua formulação.
c) Alta resistência ao impacto, que associada à transparência, permite
substituição do vidro em várias aplicações.
39

d) Dureza: alguns plásticos resistem de 27 a 250 vezes mais em dureza que o


vidro.
e) Resistência química: todos os plásticos são resistentes à água, ao sal comum
e, no mínimo, a ácidos fracos. A resistência química de alguns plásticos é
excepcional e muito superior à dos metais.
f) Baixa condutividade elétrica: polímeros são altamente indicados em
aplicações onde se requer isolamento elétrico, já que não contêm elétrons
livres, responsáveis pela condução de eletricidade nos metais.
g) Baixa condutividade térmica: cerca de mil vezes menor que a dos metais.
Logo, são altamente recomendados em aplicações que requeiram isolamento
térmico, particularmente na forma de espumas; isto também devido à
ausência de elétrons livres.
h) Maior resistência à corrosão: características próprias das ligações químicas
presentes nos plásticos lhes conferem maior resistência à corrosão por
oxigênio ou produtos químicos do que no caso dos metais, o que não quer
dizer que os plásticos sejam completamente invulneráveis ao problema.
i) Porosidade: o espaço entre as macromoléculas é relativamente grande,
conferindo baixa densidade ao polímero.

A matéria prima que dá origem a um polímero é o monômero que forma a sua


cadeia. O monômero, por sua vez, é obtido a partir do petróleo ou gás natural, que é
a rota mais barata. É possível também obter monômeros a partir de madeira, álcool,
carvão e até de CO2, pois todas são matérias-primas ricas em carbono, o átomo
principal que constitui os materiais poliméricos.

2.5.1.1.Classificação

Há diversas maneiras de se dividir os polímeros, sendo a classificação


conforme as características mecânicas a mais importante. Essas características
decorrem da configuração específica das moléculas do polímero. Sob este aspecto,
os polímeros podem ser divididos em: termoplásticos, termorrígidos (termofixos) e
elastômeros (borrachas).
a) Termoplásticos: são os chamados plásticos, constituindo a maior parte dos
40

polímeros comerciais. A principal característica desses polímeros poder ser


fundido diversas vezes. Dependendo do tipo do plástico, também podem
dissolver-se em vários solventes, tornando possível sua reciclagem. As
propriedades mecânicas variam conforme o plástico: sob temperatura
ambiente, podem ser maleáveis, rígidos ou mesmo frágeis. A estrutura
molecular dos polímeros termoplásticos consiste de moléculas lineares
dispostas na forma de cordões soltos, mas agregados, como num novelo de
lã.
b) Termorrígidos ou termofixos: são rígidos e frágeis, sendo muito estáveis a
variações de temperatura. Uma vez prontos, não mais se fundem, pois o
aquecimento do polímero acabado a altas temperaturas promove
decomposição do material antes de sua fusão. Logo, sua reciclagem é
complicada.
c) Elastômeros (borrachas): classe intermediária entre os termoplásticos e os
termorrígidos. Não são fusíveis e por isso sua reciclagem é complicada, mas
apresentam alta elasticidade. Os elastômeros possuem estrutura molecular
similar à dos termorrígidos, mas com menor número de ligações entre os
“cordões”: é como se fosse uma rede, mas com malhas bem mais largas que
os termorrígidos. Exemplos: pneus, vedações, mangueiras de borracha.

2.5.1.2.Plásticos Aplicáveis

Poliestireno

Uma das mais antigas resinas sintéticas,é um termoplástico que se


caracteriza por sua clareza brilhante, sua dureza, sua facilidade de processamento e
seu baixo custo. Sua colorização é excelente. Como modificações de resina básica
de uso geral, podem ser citados os tipos resistentes à elevada temperatura e os
vários graus de resistência a impactos. Todavia, tanto a clareza quanto o brilho
diminuem nos tipos resistentes a impactos.
Outros polímeros pertencentes à família do estireno são as resinas ABS e
SAN que serão tratadas na seqüência.
O poliestireno é processado por vários métodos, como moldagem por
41

injeção, por sopro de injeção e extrusão, a conformação térmica, a extrusão de


chapas e perfilados, as moldagens em espumas, as chapas de espumas de injeção
direta e o poliestireno expandido.
O poliestireno resistente ao impacto tem resistência à tração e módulo de
elasticidade inferiores ao do poliestireno comum, enquanto que o alongamento pode
melhorar de 10 a 40%. Apresenta menor resistência térmica e às intempéries.
Os poliestirenos de uso geral são aplicados em maçanetas, protetores de
luz, artigos descartáveis e em artigos de embalagens. As formulações resistentes ao
calor são utilizadas em artigos domésticos, peças de máquinas e veículos, gabinetes
para rádio e televisão, etc. Os tipos resistentes a impactos são empregados em
aparelhos domésticos e brinquedos, entre outros.

ABS/SAN

As resinas ABS são compostos semelhantes à borracha rígida, contendo


butadieno em expansão. Este termoplástico amorfo e de custo médio é duro, rígido e
tenaz, mesmo a baixas temperaturas. É encontrado em vários tipos que apresentam
diferentes níveis de resistência a impactos, ao calor, retardamento de chama e de
capacidade para galvanização.
A maioria das resinas ABS varia de translúcida a opaca, mas também
podem ser produzidas em tipos transparentes, podendo ser pigmentadas com
praticamente todas as cores. Podem ser encontradas em tipos adequados para
moldagens por injeção, extrusão, por sopro, expansível e para conformações a
quente. Alguns tipos da ABS são compostos com outros tipos de resinas com a
finalidade de atingir propriedades especiais, podendo, por exemplo, ser ligadas com
policarbonatos para obter um equilíbrio melhor quanto a propriedades relativas ao
calor e nos impactos, a um custo de natureza mediana.
Relacionada com a ABS está a SAN (sem o butadieno), que se caracteriza
por excelente resistência química, estabilidade dimensional e facilidade de
processamento. Tais resinas são normalmente processadas em moldagem por
injeção, podendo também ser usada a extrusão e a moldagem por sopro.
Os produtos moldados em resina ABS são aplicáveis em capacetes
esportivos de proteção, cobertura de equipamentos para acabamentos, carcaças de
42

pequenas utilidades domésticas, equipamentos para telecomunicação, máquinas


para escritório, painéis de instrumentos de veículos, tubos e suas conexões,
dispositivos de segurança domésticos. As resinas ABS cromadas têm substituído
metais fundidos sob pressão em blindagens de hardware e em guarnições para
veículos e fixadores de espelho.

Acrílico

Possui alta transparência óptica, excelente resistência à exposição ao


tempo, ótimas propriedades elétricas e resistência química razoável. Pode ser
encontrado em cores transparentes e brilhantes, em chapas fundidas ou extrudadas,
em películas e em compostos destinados a moldagens por extrusão e injeção.
Embora os plásticos acrílicos se encontrem entre os mais resistentes
termoplásticos quanto a arranhões e riscos, as operações normais de limpeza e
manutenção das peças podem arranhar ou esmerilhar estes materiais. Encontram-
se chapas ou placas especialmente processadas para resistirem a essas ações e
que apresentam as mesmas propriedades que as chapas normais.
Os materiais resistem à exposição à luz fluorescente sem que venham a
escurecer ou se deteriorar. Contudo, descoram quando expostos à radiação
ultravioleta de elevada densidade.
A chapa de acrílico substitui com igual ou maior transparência o uso do
vidro. É aproximadamente 17 vezes mais resistente a quebras do que este e, nas
raras ocasiões que isto se dá, o acrílico se desfaz em pedaços, pouco afiados,
reduzindo o risco de acidentes sérios. É amplamente usado em portas, janelas, ao
redor de aparelhos de ar condicionado, visores, anúncios luminosos, objetos de
decoração, luminárias, displays, maquetes, esquadros, etc. É possível adicionar-lhes
corantes e produzir um espectro completo de cores transparentes, translúcidas e
opacas.

Teflon®

As resinas PTFE (o popular Teflon®), em função de sua alta viscosidade em


estado de fusão, não podem ser processadas segundo as técnicas convencionais de
43

estrusão e moldagem. Em lugar delas, as resinas são processadas por métodos de


prensagem e sinterização, ou então por extrusão lubrificada e sinterização.
Elas são opacas, cristalizadas e maleáveis. Quando aquecidas acima de
340°, tornam-se transparentes, amorfas e de tratamento relativamente difícil,
sofrendo fraturas quando severamente deformadas. Ao serem resfriadas, voltam ao
seu estado original.
As resinas PTFE são utilizadas de modo a aproveitar suas excepcionais
qualidades elétricas, químicas e mecânicas. Existem inúmeras aplicações: anéis de
vedação, assentos de válvulas, revestimento de cilindros, películas anti-aderentes,
isoladores, parafusos, buchas, porcas, arruelas, etc.

Policarbonato

O Policarbonato é semelhante ao vidro, caracteriza-se por possuir alta


transparência, que pode chegar acima de 90%. Essa transparência é conseguida
graças à sua estrutura amorfa. Dentre todos os termoplásticos, o Policarbonato é o
que possui maior resistência ao impacto, sem qualquer aditivação, a não ser os
elastômeros.
A mais importante característica das chapas é sua estabilidade em
temperatura e em utilizações difíceis, onde não é possível o uso de outros materiais.
Outra característica é sua elevada dilatação, que é uma variável importante para um
correto dimensionamento das chapas caso sejam contidas em estruturas ou perfis
metálicos, fixas e colocadas, ou acopladas a outros materiais.

2.5.2Metais

Cerca de 80% dos elementos químicos existentes são metais - substâncias


geralmente sólidas, boas condutoras de corrente elétrica e calor, maleáveis (podem
ser laminadas) e dúcteis (podem ser reduzidas a fios). A maioria tem cor prateada ou
cinzenta, com exceção do cobre (avermelhado) e do ouro (amarelo). Seu brilho
acentuado é reflexo da luz. Alguns metais são conhecidos desde a Pré-história,
como cobre, estanho e ferro. Puros ou na forma de ligas têm diversas aplicações.
Muitos, como ferro e alumínio, são abundantes na natureza. Outros são raríssimos,
44

e deles existem apenas vestígios. A maioria não é encontrada em estado livre, mas
apenas sob a forma de compostos. Alguns metais, como ouro e platina, não se
alteram em contato com o ambiente e esse é um dos motivos de sua valorização.
Outros reagem ao oxigênio presente na água e no ar e oxidam.
Os plásticos têm limitações, e é importante considerar isto quando se quer
construir uma peça. Neste caso, agentes modificadores podem minimizar estes
problemas com a utilização de reforços que melhoram as suas características. Os
casos a seguir são os quais se é sugerido utilizar o metal:
a) quando se necessita de grande resistência mecânica;
b) quando se necessita de grande dureza;
c) quando se necessitam dimensões muito rígidas- tolerâncias de centésimos ou
milésimos;
d) quando a temperatura constante de trabalho é alta (geralmente os plásticos
se deformam sob estas condições, ou dilatam muito facilmente).

Aço inoxidável

Originalmente o aço foi obtido com a fundição do ferro, hoje aço carbono é o
material ferroso mais comum e conhecido que se tem, é muito utilizado na indústria
em geral e na construção civil.
A partir do aço carbono foram obtidas várias ligas resultantes de
experiências bem sucedidas, das quais, em especial, o aço inoxidável. Quando o
cromo foi adicionado ao aço carbono, criou-se um tipo de aço mais protegido contra
a corrosão.
Produtos em aço inoxidável são isentos de toxinas e não soltam resíduos,
podendo então serem utilizados para a preparação, o acondicionamento e a
distribuição de alimentos. Outra característica interessante é que o aço inoxidável
não quebra, sendo assim a melhor relação custo X benefício do mercado e é
reciclável, sendo ecologicamente correto.

Cobre (Cu)
45

O cobre é um metal vermelho-marrom, muito dúctil e maleável; sendo, após


a prata, o melhor condutor de calor e de eletricidade. Por isso, uma de suas
principais utilizações é na indústria elétrica. Apresenta ainda excelente
deformabilidade e alta resistência à corrosão: exposto à ação do ar, ele fica, com o
tempo, recoberto de um depósito esverdeado.
O cobre possui resistência mecânica e característicos de fadiga satisfatórios,
além de boa usinabilidade e cor decorativa. Pode ser facilmente recoberto por
eletrodeposição ou por aplicação de verniz.

Ligas de cobre

O cobre forma uma série de ligas muito importantes, que apresentam-se


numa vasta gama de variantes com propriedades e características diferentes,
conforme os elementos com os quais o cobre está ligado e de acordo com as
proporções em que se encontram na liga.

Bronze

Entre as ligas de cobre e estanho, só se conhecem com o nome de bronzes


aquelas que possuem um teor de estanho inferior a 32%, dado que as ligas que
contêm uma porcentagem maior deste elemento são extremamente frágeis. Os
bronzes são empregados geralmente no estado fundido, mas também se podem
utilizar sob a forma de peças forjadas e de barras e perfis laminados ou extrudados.
No que diz respeito à sua aplicação, há dois tipos de bronzes:
a) Bronzes maleáveis: teor de estanho inferior a 9%. Sua aplicação geralmente
é em peças estampadas a frio de pequena resistência. Os bronzes maleáveis
foram amplamente utilizados para cunhar moedas e medalhas, empregando-
se também sob a forma de peças fundidas.
b) Bronzes mecânicos: teor de 9 a 25% de estanho, são os mais utilizados na
indústria. São mais duros que os anteriores e podem deformar-se a quente.
Utilizam-se para peças fundidas ou forjadas.
Para melhorar as características dos bronzes para determinadas aplicações,
adicionam-se-lhes elementos tais como o chumbo, o níquel, o zinco, o alumínio e o
46

manganês, obtendo-se os chamados bronzes especiais. O chumbo aumenta a


plasticidade do material e diminui o preço da liga. O zinco, o níquel e o silício
melhoram as características de resistência ao desgaste. O silício aumenta, além
disso, a dureza; e o níquel, a resistência à corrosão. O manganês aumenta
consideravelmente a resistência à corrosão.

Latões
São ligas de cobre e zinco. Utilizam-se muito, tanto sob a forma de peças
fundidas como sob a forma de perfis laminados, chapas e arame.
A porcentagem máxima de zinco contida nos latões é de 45%, as ligas com
maiores porcentagens são muito frágeis. À medida que o teor de zinco aumenta,
corre também uma diminuição da resistência à corrosão em certos meios
agressivos, levando à “dezinficação”, ou seja, corrosão preferencial do zinco.
Os latões com menos de 36% de zinco são muito plásticos em frio e, por
isso, utilizam-se em barras laminadas, arames e, principalmente, em chapas para
estampagem. Chamam-se latões de primeira categoria e podem adquirir diferentes
características mecânicas mediante recozimento total ou parcial.
Os latões com mais de 36% e menos de 45% de zinco não deformam
facilmente a frio, mas podem ser facilmente trabalhados a quente. Empregam-se sob
a forma de barras laminadas, especialmente para o fabrico de torneiras e pacas
torneadas em tornos automáticos de grande velocidade, aproveitando sua grande
facilidade de corte. Chamam-se latões de segunda categoria. Em geral, sua
porcentagem de zinco é de 40%, e por vezes, lhes são adicionados 2% de chumbo.
Alumínio

O alumínio é um metal branco brilhante de extrema importância na indústria.


A sua qualidade mais interessante é a densidade muito baixa em comparação com
os outros metais, tendo como conseqüência o fato de as suas ligas serem também
de baixa densidade em comparação com as suas características mecânicas, que
são bastante elevadas. O peso do alumínio é mais ou menos três vezes menor que
o peso do cobre e do latão. Assim, é um metal de grande utilidade em equipamentos
de transporte.
47

A condutibilidade térmica, inferior somente às da prata, cobre e ouro, o torna


adequado para aplicações em equipamentos destinados a permutar calor. Sua alta
condutibilidade elétrica o torna recomendável em aplicações na indústria elétrica.
Finalmente, o baixo fator de emissão o torna aplicável como isolante térmico.

2.5.3Dispensador

O dispensador é um mecanismo aplicável à torneira, por isso, foi necessária


uma pesquisa para detalhamento do funcionamento e do processo, para posterior
inserção no produto.
Para entender como funciona um dispensador, é necessário saber o
princípio básico de um sistema de bombeamento. Tomando-se como exemplo a
Figura X, para extrair o sabonete do reservátorio é necessário pressionar a alavanca
para baixo, realizando este movimento inicia-se o processo de bombeamento.

FIGURA 7 – ESQUEMA BÁSICO DO DISPENSADOR

Alavanca
Pistão
Mola
Cilindro
Tubo Plástico

Reservatório

Sabonete

Fonte: gerado pela autora, 2007

O sistema é acionado através do pistão, dentro do pistão existe um cilindro e


uma pequena mola, quando pressiona-se a alavanca é introduzido o pistão no
cilindro, que por sua vez comprime a mola, quando solta-se a alavanca o pistão é
empurrado para trás e para fora do cilindro, encerrando-se assim um ciclo do
bombeamento.
48

Quando a alavanca é pressionada para dentro diminui-se a área do cilindro,


que força o sabonete para fora, quando a mola empurra o pistão para trás, expande-
se a área do cilindro sugando o sabonete para a bomba.
Para que este processo ocorra a bomba deve forçar o líquido somente para
cima, ou seja, em apenas um sentido, quem é responsável por esta tarefa é a
válvula unidirecional.
A válvula unidirecional é uma minúscula esfera de borracha alojada
perfeitamente dentro de uma pequena vedação. Quando o pistão move-se para fora
a área em expansão do cilindro cria sucção, que empurra o sabonete e o ar.
A válvula entre a bomba e o reservatório é posicionada de tal modo que a
sucção empurra a esfera para cima e para fora da vedação. Uma vez erguida a
esfera, o sabonete sai do reservatório. É necessário também uma segunda válvula
unidirecional, posicionada entre a bomba e a saída do dispensador, para que a
sucção pressione a esfera para dentro de sua vedação de modo que o sabonete não
possa passar. Sem esta segunda válvula unidirecional, não haveria sucção, já que o
movimento para cima não baixaria a pressão do ar na bomba - ele puxaria o ar de
fora para manter a mesma pressão, de modo que não haveria qualquer força para
puxar o sabonete do reservatório.
No movimento para baixo, quando apertamos o gatilho, o fluxo é invertido.
Na válvula, entre a bomba e o reservatório, a esfera é empurrada para a vedação,
bloqueando a passagem do sabonete.

2.5.4LED

Outro produto aplicável no produto são os Light Emitting Diode (Diodo

emissor de luz ) – LED. É um componente semicondutor que converte energia

elétrica em luz. Diferentemente da lâmpada incandescente sua luminosidade é fria e

para ser produzida necessita de uma potência muito menor, resultando em um baixo

consumo de energia (consome em torno de 8 vezes menos potência para o mesmo

brilho se comparado a uma lâmpada incandescente), entre outras vantagens pode-


49

se citar a grande variedade de cores, reduzido tamanho e manutenção, material

mais resistente e a longa durabilidade .

O processo de emissão de luz pela aplicação de uma fonte elétrica de energia

é chamado eletroluminescência. Quando é aplicada uma tensão nos terminais do

led, uma corrente começa a fluir fazendo com que os eletróns cruzem a barreira de

potencial e se recombinem com as lacunas emitindo energia na forma de luz visível

(WIKIPEDIA, 2007).

FIGURA 8 – FUNCIONAMENTO DO LED

Fonte: Wikipedia, 2007

Leds Coloridos

Para se obter a cor da luz desejada deve-se escolher adequadamente as

impurezas para a confecção dos leds. O led que utiliza o arsenieto de gálio emite

radiações infra-vermelhas. Dopando-se com fósforo, a emissão pode ser vermelha

ou amarela, de acordo com a concentração. Utilizando-se fosfeto de gálio com

dopagem de nitrogênio, a luz emitida pode ser verde ou amarela. Hoje em dia, com
50

o uso de outros materiais, consegue-se fabricar leds que emitem luz azul, violeta e

até ultra-violeta (WIKIPEDIA, 2007)

2.5.5Água Bem Precioso

A água é o composto mais característico da Terra, cobrindo cerca de três


quartos da superfície do planeta. Encontra-se principalmente nos oceanos e calota
polares,além de nuvens, água de chuva, rios, aquíferos ou gelo, isso lhe confere a
maioria de suas características, como a presença de vida, por exemplo.
Uma pessoa desperdiça, em média, 112 litros para lavar pratos, 75 litros ao
fazer a barba, uma torneira gotejando desperdiça 46 litros em 24 horas (a
quantidade que um ser humano necessita para suprir suas necessidades básicas
diárias), 18 litros para escovar os dentes e sete litros para lavar as mãos.
Hoje, e, para o futuro, há uma necessidade de planejar, usar racionalmente
a água, que é um bem finito e vulnerável. Seu valor econômico e gestão
descentralizada e participativa, são temas a serem discutidos visando a preservação
dos recursos hídricos.

2.5.5.1.Recursos hídricos disponíveis

O uso racional da água e o combate ao seu desperdício são hoje uma


preocupação mundial. Os problemas associados à água estão relacionados à sua
distribuição geográfica desigual, ao aumento desordenado da população e ao mau
uso do recurso, e atingem hoje principalmente o Oriente Médio, o Norte da África, a
Ásia Central e a África Subsaariana. Estudos realizados pelo Instituto Internacional
de Gerenciamento da Água (IWMI, 2000), estimam que cerca de 1/3 da população
mundial vai experimentar efeitos extremos da escassez de água até o ano 2025.
O crescente agravamento da falta de água deve levar as pessoas a
estabelecerem uma nova forma de pensar e agir, mudando seus hábitos e
desenvolvendo uma cultura da economia. Investimentos em educação ambiental
pública e pesquisas de desenvolvimento e aperfeiçoamento de equipamentos e
51

métodos economizadores têm sido a alternativa adotada por alguns países


desenvolvidos desde a década de 70.
No Brasil, somente na última década essas questões começaram ser mais
estudadas. Até hoje, o problema de demanda maior que a oferta de água é
tradicionalmente contornado através de medidas estruturais, como a ampliação ou
construção de novas estações de tratamento, que captam água em mananciais cada
vez mais distantes dos centros urbanos. Esse tipo de solução torna-se menos viável
à medida que a população cresce, que a urbanização e a poluição atinge os cursos
d’água e que são necessárias quantias vultuosas e anos de trabalhos para se
concluir um grande empreendimento.
O processo de esgotamento do recurso água é uma realidade e o uso
racional deve ser considerado uma prioridade ambiental e social. Segundo Tundisi
(2003), populações carentes em diversos países chegam a despender até 20% de
seus rendimentos com água (AMENGA-ETEGO, 2004).
Além disso, populações de baixa renda em geral não têm acesso aos
equipamentos economizadores de água, já que esses custam de 6 a 7 vezes mais
que os modelos convencionais, nem recebem informações e educação sobre o
assunto. Esse quadro mostra-se um tanto perverso, já que o combate ao
desperdício para essas populações teria duplo significado: a contribuição para a
conservação do recurso e para a possível melhoria da qualidade de vida dessas
famílias, uma vez que qualquer economia nos gastos com água poderia ser utilizada
para outros fins.

2.5.5.2.Uso Racional na Construção Civil

Programas de Uso Racional da Água são realizados por todo o mundo,


através de leis, orientações e conscientização da população, e principalmente,
tecnologia de ponta aplicada a aparelhos hidráulicos sanitários.
No Brasil, o estudo de demanda de utilização da água dentro das
residências é recente, tendo início em 1.995, em um estudo de parceria do IPT
(USP) com a Sabesp. Ainda hoje estamos em estudos constantes para a
determinação deste tipo de consumo.
52

Mais do que uma necessidade, o uso racional da água tem se tornado uma
tendência quase que obrigatória em todo o mundo. E entre todos os métodos
utilizados para preservar e economizar o principal recurso natural da humanidade,
os sistemas de captação de água da chuva e o reaproveitamento da água doméstica
despontam como os mais eficientes e importantes a serem difundidos.
Em operação em grandes empresas e até em alguns condomínios
residenciais, os sistemas de captação de água de chuva já podem ser encontrados
no mercado com uma tecnologia que faz frente àquelas dos países mais avançados.
E o melhor: existem sistemas simples e eficientes por menos de R$ 2 mil.
Outra opção para racionar o uso doméstico da água é o reaproveitamento
da água do chuveiro - também conhecida como ‘água cinza’ - nas descargas dos
vasos sanitários.
Nos anos 90, os programas de conservação de água passaram a valorizar
menos as soluções que dependiam da colaboração contínua dos consumidores e
enfatizaram mais a adoção dos equipamentos economizadores, que garantiam uma
redução mais automatizada do consumo de água. Muitos desses dispositivos hoje
apresentam utilização consagrada, principalmente dentre os grandes consumidores
dos setores industrial e comercial.
Segundo estudos, o banheiro é o ponto mais crítico nos domicílios em
relação ao consumo de água, sendo o local mais indicado para instalação desse tipo
de equipamento (GRISHAM & FLEMING, 1989). O consumo de água para fins de
higiene pessoal está entre 65% e 75% do total de água utilizada no domicílio.

2.6PESQUISA DE MERCADO

Os profissionais da área de arquitetura, design e decoração são unânimes


ao afirmar que os fatores a serem considerados na compra de metais sanitários são:
design, acabamento, preço, qualidade, funcionalidade e facilidade de manutenção.
Estes são requisitos fundamentais, que devem pesar mais sobre a decisão de
compra.
Este texto relaciona os principais fabricantes do mundo e do Brasil. Através
da técnica de pesquisa de mercado, que é uma ferramenta que avalia o
posicionamento competitivo dos produtos frente aos líderes mundiais de seu setor
53

(IATA, 2006), mostra as características do principal produto de uma linha de metais


sanitários, a torneira e/ou os misturadores.
A partir da comparação com as melhores empresas mundiais do setor
específico de atuação, objetiva-se obter informações sobre o posicionamento dos
produtos da linha de metais sanitários a ser desenvolvida em relação à prática e
performance das líderes de seu setor, ou seja, a distância a percorrer para alcançar
o padrão das líderes internacionais.
A pesquisa do mercado de metais sanitários foi desenvolvida comparando
itens estética, nacionalidade, preços e detalhes técnicos de cada peça. A
categorização se deu tomando dois ou três produtos de cada fabricante dos
principais países produtores de metais sanitários: Itália, Alemanha, França, Estados
Unidos, Espanha e China, pelo critério preço, o mais caro e o mais barato de cada
fabricante. De alguns fabricantes, como a suíça KWC, foi necessário coletar mais
informações, devido aos prêmios dos produtos, geralmente na área inovação e
design.
Para os produtos brasileiros, estão relacionados os produtos das três
principais fabricantes nacionais, a Docol e a Deca, que são grupos de capital
nacional.
Os preços foram obtidos em sites de venda online, que distribuem os
produtos mundialmente, no caso dos internacionais, e em âmbito nacional, para os
produtos brasileiros.

QUADRO 4 – PESQUISA DE MERCADO MUNDIAL


LINHA
PREÇOS
FOTO FABRICANTE DETALHES TÉCNICOS
(CROMADOS)
NACIONALIDADE

Water Rainbow Metais para banheira. U$ 214,00


Fill Spout 6000 Acionamento por
Jacuzzi pressão.
Itália
54

Aura Bath Misturador de três £ 267,50


Tapware cavidades. Bronze fosco.
Jacuzzi
Itália

Kaya Monocomando £ 127,50


Jacuzzi Bronze cromado
Itália

Murano Uma cavidade $710.50 on


KWC Prato de vidro de USA
Suíça segurança
Lever handle
Disco de cerâmica com
temperature e fluxo
ajustáveis

Hansacanyon Prêmio do ISH de $1,578.15 nos


KWC Frankfurt pela beleza e EUA
Suíça funcionaldade.
Sensor eletrônico que
faz a água variar as
cores do azul ao
vermelho conforme o
aumento da temperatura
da água.

Absens Funcionamento: uma


M&Z placa na parede abre
Itália uma torneira que,
quando termina sua
função, se insere de
volta na placa da
parede. O mecanismo é
acionado quando o
55

usuário faz uma leve


pressão com a mão.
Nexto Misturador de ¼ de volta
M&Z Cromado
Itália

Arcadia Misturador duas $1,062.60


Paul cavidades, bronze
USA cromado.

Valentino Design baseado no $395.00


Vessel Lavatory estilista italiano
Le Bijou Valentino.
France

T4120-L Os produtos
Tomato chineses são
Xangai, China ofertados para
exportação ao
ocidente em
atacado, por
isso, os
preços não
são
disponíveis na
rede.
Plastic bib tap ISO9002
0702
ZHONGYE
China
56

FH 8150-631 Corpo de bronze


Taizhou Fenghwa Misturador 2 cavidades
Brassworks
China

BY3701A Single Lever Basin


Taizhou Boyuan Faucet.
Sanitary Ware Detalhe: tem formas
Co., Ltd. identicas ao KWC
China Murano.

Double Handle Disco cerâmico U$ 47,20


Laundry Misturadores acrílicos
Danze
França

Roman Metais para banheira U$ 614,78


Danze com
França Bico de broze
Banho individual com
acionamento leve com
um toque,
Plug no bico para teste
da pressão
20.711.200 Misturadores com 3 U$ 1.156,40
Dornbracht cavidades
Alemanha Válvulas de alta pressão
Fluxo irrestrito

20.000.325 Válvulas de alta pressão U$ 144,00


Dornbracht Fechamento no sentido
Alemanha horário
Discos cerâmicos
Roseta
Sem nível
57

Alterna Durabilidade. U$ 1.950,00


Kohler Discos cerâmicos
United States Bronze polido
Design com linhas
fluidas para facilidade na
limpeza.
Vas Corpo de cerâmica, com U$ 829,00
USA pegador de bronze
cromado.

Finial Art Manoplas Kudu U$ 1.109,00


USA Fluxo Vertical
Flexible connections
¼ de volta

Little Butler Misturador de bancada R$620,59


Franke de duas cavidades.
Estados Unidos

Amura Acionamento com U$ 850,00


Roca sensor eletrônico
Espanha alimentado por pilha 1,5
V. Em caso de pane, o
mecanismo assume a
posição fechada.
Totalmente asséptico, a
válvula é acionada
quando o usuário se
posiciona corretamente
em frente à torneira.
58

Adonis Ambientes modernos, U$ 1.500,00


Roca cromado, 3 cavidades.
Espanha

FONTE: Gerado pela Autora, 2007-10-07

QUADRO 5 – PESQUISA DE MERCADO BRASIL


LINHA
FOTO FABRICANTE DETALHES TÉCNICOS PREÇOS
NACIONALIDADE
Saga Latão R$ 1.299,00
Fabrimar Cromado
Brasil De parede
Peso do conjunto: 3kg

Digital Line Cromado R$ 83,00


Fabrimar Latão
Brasil Peso 800 gramas
Somente água fria

1193 C23 Latão, zamac e polímeros R$ 29,90


Esteves Tamanho (LxAxP): 120 x 100
Brasil x 42 mm
Peso: 0,325 kg

Stick Volantes de abertura R$ 645,00


Deca embutidos
Brasil Lembra um joystick de
videogame.

Windsor Inspirada no estilo vitoriano. R$ 2.140,00


Deca
Brasil
59

Standard Linha básica da Deca. Água R$ 51,30


Deca fria.
Brasil

Pressmatic Premiada na categoria R$ 357,00


Docol Marketing Ecológico -
Joinvile - SC Destaque na Economia da
Água. A Linha DocolMatic
também conquistou a
premiação na Categoria
Produto Verde, no ano de
1993.
Produtos economizadores de
água.
Também recebeu prêmio da
revista NEI, o 1º lugar na
categoria Sistemas de
Automatização de Sanitários.
Square Misturador Bica Alta para R$ 1.519,00
Docol Lavatório de Mesa
Joinvile - SC

DocolEletric Alimentada por energia R$ 897,00


Docol elétrica. Liga quando o
Joinvile - SC usuário coloca as mãos na
área de leitura do sensor
infravermelho e desliga após
o afastamento das mãos.
Arejador incorporado ao
produto. Instalação com
entrada universal de energia
90 a 240 vca, tensão
alternada e com segurança
contra choques elétricos.
60

Torneira Plástica R$ 7,70


Astra
Jundiaí - SP

FONTE: Gerado pela Autora, 2007

2.7ANÁLISE DO CÁPITULO

Agora temos um panorama claro do mercado de metais sanitários, da


demanda e da oferta. Daqui podem-se identificar atributos necessários ao
desenvolvimento do produto.
Os indicadores econômicos mostram um futuro de crescimento em todos os
setores produtivos do Brasil, inclusive o de metais sanitários. Este é um mercado
dominado quase totalmente por fabricantes nacionais.
Os maiores compradores de metais sanitários são os distribuidores e
comerciantes, que induzem o usuário final à compra. Logo, o produto deve ter de
qualidade, tecnologia e preço, já que estas são as qualidades mais apreciadas por
todos.
Como os maiores mercados mundiais são também grandes exportadores,
inclusive o Brasil, deve-se considerar que será um produto voltado para o mercado
nacional, que terá como concorrentes as maiores empresas do cenário mundial e as
do Brasil.
Para isto, o produto deve ter características técnicas ajustadas à realidade
brasileira, onde os sistemas hidráulicos não são tão confiáveis como no exterior,
deve ter um design que participe no processo produtivo desde a concepção à
colocação do produto no mercado, nos moldes estrangeiros.
O produto será fabricado em pequenas ou médias empresas, já que estas
representam quase 80% dos fabricantes nacionais. A terceirização de processos
como fundição e polimento, por exemplo, deverá ser adotada no processo. É
necessário ainda um investimento alto na formação do processo produtivo, para a
compra de máquinas automatizadas, que necessitem de interferência humana
mínima.
61

A inspiração dos produtos não será de linhas líderes existentes, mas sim o
usuário. O conceito de design não se limitará aos aspectos estéticos das peças. A
inovação tecnológica, utilização de novos materiais, aprimoramento da qualidade e
funcionalidade estão diretamente associados. Serão adotadas tendências, tais
como:
a) racionalização do consumo de água;
b) substituição de metais não ferrosos pelos materiais termoplásticos;
c) aperfeiçoamento de registros e torneiras de esferas;
d) uso de materiais alternativos para vedação;
e) utilização de novas ligas, como o Zamac, que incorpora alumínio;
f) aparelhos monocomando para misturadores;
g) torneiras e registros de fechamento rápido (1/4 de volta).
62

3 CARACTERIZAÇÃO DO USUÁRIO IDOSO

3.1INTRODUÇÃO

Para o marco da idade, o principal critério estipulado para situar as


categorias etárias é a data de aniversário das pessoas, embora seja um indicativo
grosseiro para o envelhecimento, visto que é um processo biológico, psicológico,
sociológico e cultural. A OMS (Organização Mundial de Saúde), em 1963, fez uma
divisão das faixas etárias considerando meia idade: 45 aos 59 anos; idosos 60 – 74;
anciãos: 75 - 90 e velhice extrema: 90 ou mais (VIEIRA et. al. , 2006).
Envelhecer não significa apenas um processo contínuo de crescimento
intelectual, emocional e psicológico. A velhice se caracteriza também por um declínio
gradativo do funcionamento de todos os sistemas do corpo humano, das funções
físicas, emocionais e intelectuais, o que pode gerar conseqüências inevitáveis
(SILVA et. al, 2007).
A população brasileira vem envelhecendo de forma rápida desde o início da
década de 60, quando a queda das taxas de fecundidade começou a alterar sua
estrutura etária, estreitando progressivamente a base da pirâmide populacional.
Passados 35 anos, a sociedade já se depara com um tipo de demanda por serviços
médicos e sociais outrora restritos aos países industrializados.
Este artigo tem como objetivo caracterizar o usuário final do projeto, pela
definição da OMS, os anciãos. Serão analisadas características fisiológicas, saúde,
doenças, renda, consumo, o papel do governo na atual situação de crescimento
muito rápido desta parcela da população e a adequação do mercado a estes
usuários.

3.2DADOS DEMOGRÁFICOS

O envelhecimento da população é um fenômeno de amplitude mundial. A


OMS prevê que em 2025 existirão 1,2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos,
sendo que os muito idosos (com 80 ou mais anos) constituem o grupo etário de
maior crescimento. Ainda de acordo com a mesma fonte a maior parte dessas
pessoas (aproximadamente 75%) vive nos países desenvolvidos.
63

Embora nos países da Europa esse envelhecimento tenha ocorrido devido


às melhorias médico-sanitárias, no Brasil, para a maioria da população, tais
condições estão longe de ocorrer. Em 2002, 43% dos idosos tinham rendimento
familiar per capita inferior a um salário mínimo. Em 2002, o Brasil tinha 77,7% do
total de idosos aposentados ou pensionistas. O nível educacional das pessoas de 60
anos ou mais é baixo, mas vem aumentando. Entre os idosos, a maioria morava
com os cônjuges e com filhos ou outros parentes. Quase 65% dos idosos eram a
pessoa de referência de suas famílias (IBGE 2004).

GRÁFICO 5 – TAXAS DE MORTALIDADE, CRESCIMENTO VEGETATIVO E


FECUNDIDADE TOTAL NO BRASIL, DE 1900 A 2000

FONTE: 1900-1940: Santos, 1978; 1940-1980: FIBGE, 1990, 1980-1990: FIBGE, 1994; 1990-2000:
Neupert, 1987.

Somente a partir de 1960, com o declínio da fecundidade em algumas


regiões mais desenvolvidas do Brasil, iniciou-se o processo de envelhecimento
populacional. Também os diferentes estágios do processo em que se encontram
algumas regiões do Brasil podem ser observados de maneira mais clara ao se
analisar as pirâmides etárias da figura 3. O formato da pirâmide da região Norte, em
1980, é similar à do Brasil em 1940; base alargada e ápice estreito caracterizavam
uma população bastante jovem, com elevada taxa de fecundidade (CHAIMOWICZ,
1997).
64

GRÁFICO 6 – PIRÂMIDES ETÁRIAS DO BRASIL E ALGUMAS REGIÕES: A)


REGIÃO NORTE, 1980; B) BRASIL, 1980; C) BRASIL, 1991; D)
REGIÃO SUDESTE, 1991

FONTE: IBGE 2000

Em 2020, quando a esperança de vida ao nascer estiver alcançando 75,5


anos, a população será formada por 25 milhões de idosos. Por volta de 2080 a
proporção de jovens e idosos deverá se estabilizar. A partir de então, novos
incrementos na proporção de idosos dependerão não mais do declínio da
fecundidade, mas da redução da mortalidade após os 64 anos, como já ocorre hoje
em países como Suécia, Inglaterra e Estados Unidos (CHAIMOWICZ, 1997).
Tal a rapidez com que se processam as mudanças que, o Brasil deverá
passar, entre 1960 e 2025, da 16ª para a 6ª posição mundial em termos de número
absoluto de indivíduos com 60 anos ou mais.
Como menciona Litvak (citado por CHAIMOWICZ, 1997) "os problemas
sociais, econômicos e de saúde dos idosos são, em grande parte, os das mulheres
idosas", que vivem mais que os homens, ao se tornarem viúvas têm maior
dificuldade para casar novamente, são mais sozinhas, apresentam menores níveis
de instrução e renda e maior freqüência de queixas de saúde. A proporção de idosas
que vivem sozinhas vem aumentando nas últimas décadas e a maioria delas
possuíam renda inferior ou igual a um salário-mínimo.

3.3CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS
65

3.3.1Doenças

As mudanças demográficas decorrentes do processo de envelhecimento


populacional, fenômeno que vem ocorrendo em alguns países latino-americanos,
dentre eles o Brasil, com espantosa velocidade, são acompanhadas por mudanças
epidemiológicas que, por sua vez, geram a urgente necessidade de reorganizar a
atenção à saúde do idoso. Isso se deve, em primeiro lugar, ao aumento na
incidência de doenças crônico-degenerativas resultante do processo de
envelhecimento populacional. Muitas vezes, essas doenças são acompanhadas por
seqüelas limitantes de um desempenho funcional ótimo, o que pode gerar uma
situação de dependência do idoso e ocasionar diferenciadas demandas assistenciais
(DUARTE et. al., 2005).
No novo contexto vivenciado pelo Brasil, no qual a população idosa tem
crescido acentuadamente, tem também ocorrido uma modificação nas causas de
morte, que até então eram representadas por doenças infecto-contagiosas e são
agora apresentadas por doenças crônico-degenerativas (MEIRA et. al, 2005).
“Entre os idosos os acidentes (automobilísticos, queimaduras, asfixia,
envenenamento e queda) classificam-se em sexto lugar como causa de morte,
sendo as quedas a principal causa desta” (ABRAMS, 1995, p. 75, apud Meira,
2005).
Em indivíduos maiores de 60 anos a predominância de óbitos relacionados
às doenças crônico-degenerativas é evidente. No Brasil, em 1990, mais de metade
dos óbitos em idosos foram causados por doenças do aparelho circulatório e 15%
por neoplasias (CHAIMOWICZ, 1997).
De um modo geral, indivíduos idosos são portadores de múltiplos problemas
médicos coexistentes; estudo mostrou que, em média, o número de condições
crônicas (como osteoartrite, dispnéia ao esforço ou diminuição da acuidade visual)
aumentava muito entre os 65 e 75 anos de idade. Inquérito domiciliar realizado em
amostra aleatória de 1.602 indivíduos com 60 anos ou mais do Município de São
Paulo, em 1989, revelou que apenas 14% dos entrevistados se consideravam livres
de doenças crônicas (como hipertensão, diabetes, asma, "reumatismo", "derrame" e
"insônia"). Dentre os grupos de menor poder aquisitivo, 17% dos idosos se referiram
66

à presença de pelo menos cinco condições simultâneas. Em subamostra da mesma


população, também um terço dos indivíduos referiram "dificuldade na conversação
devido a problemas auditivos e 63% apresentavam deficiência auditiva ao exame
audiológico. Inquérito sobre saúde oral realizado no mesmo município demonstrou
que indivíduos idosos possuíam em média apenas dois dentes sadios e,
especialmente dentre os de baixa renda, era elevada a freqüência de lesões
periodontais e problemas relacionados ao uso de próteses sem manutenção
adequada (CHAIMOWICZ, 1997).
No Rio de Janeiro, Veras (citado por CHAIMOWICZ, 1997), em amostra
aleatória de indivíduos com 60 anos ou mais, de baixo poder aquisitivo, submetidos
à entrevista domiciliar, foi relativamente alta a proporção daqueles que relatavam
"má visão" (42%), "má audição" (17%) e problemas dentários (63%). Ainda neste
grupo foram consideradas "surpreendentemente elevadas" as proporções de idosos
cujos resultados de testes padronizados identificaram déficits cognitivos
significativos (30%) e depressão (35%).
Outro inquérito demonstrou freqüência ainda maior de problemas referidos.
As condições mais citadas foram "coluna" (48%), "pressão alta" (47%), "insônia"
(41%), "visão" (38%), "reumatismo" (38%), "circulação" (37%), "angústia" (34%),
"stress" (33%), "depressão" (32%), "coração" (30%) e "varizes" (26%), reafirmando a
freqüência de queixas relacionadas às doenças crônico-degenerativas e revelando
proporção impressionante de transtornos afetivos, ambos provavelmente refletindo
na deterioração da qualidade de vida dessa população (CHAIMOWICZ, 1997).
Denominado "fragilidade", o estado de redução da reserva dos diversos
sistemas fisiológicos determinada pelo efeito combinado do envelhecimento
biológico, condições crônicas e abuso (e.g. tabagismo, alcoolismo) ou desuso (e.g.
sedentarismo), priva os idosos de uma "margem de segurança" e aumenta a
susceptibilidade às doenças e à incapacidade. Em condições limítrofes de equilíbrio,
eventos simples como uma infecção respiratória podem desencadear conseqüências
em outros sistemas como a descompensação de insuficiência cardíaca e
insuficiência renal, elevando a mortalidade.
A presença das doenças crônicas nesta população impede a realização das
atividades diárias de forma autônoma e independente acarretando prejuízo no
67

estado nutricional. As atividades da vida diária (AVD1) envolvem atividades que são
realizadas no dia a dia e estão relacionadas ao autocuidado, cuidado do seu meio e
sua participação social.
Além do exercício físico, alguns fatores influenciam de modo definitivo o
perfil de morbidade de uma população de idosos. A divulgação destas práticas deve
alcançar toda a sociedade como forma de estimular o auto-cuidado. Já está bem
estabelecida a importância da abstenção do cigarro e do controle da hipertensão
sistólica isolada na prevenção primária e secundária de doenças do aparelho
cardiovascular mesmo em idosos. Devem ser amplamente divulgadas e seguidas as
recomendações para screening de neoplasias de mama, cervical, colorretal e de
próstata em pacientes idosos, bem como as práticas de imunização contra o
pneumococo e Influenza. As orientações higieno-dietéticas para a aquisição de
massa óssea adequada antes da menopausa e, posteriormente, a reposição de
estrogênios devem se estender a toda a população feminina, de modo a reduzir a
incidência de fraturas e suas complicações na terceira idade. A prevenção primária e
secundária de quedas deve ser realizada por equipes interdisciplinares, mas
medidas simples como utilização judiciosa de anti-hipertensivos e medicamentos
psicoativos e o aconselhamento ambiental podem reduzir a sua incidência. O
diagnóstico precoce e acurado das demências e da depressão, e a utilização correta
do tratamento medicamentoso, quando indicado, associado ao suporte e orientação
aos familiares (e.g. as orientações da Associação Brasileira de Alzheimer - ABRAz),
são aspectos básicos da abordagem adequada destas condições, pouco
identificadas pelos médicos e tão freqüentes em idosos (CHAIMOWICZ, 1997).
A avaliação mental ocupa-se especialmente da memória e orientação, bem
com estado de ânimo e vontade de viver. Para conhecermos o grau de
independência de um indivíduo faz-se necessário verificar tanto a avaliação
funcional quanto mental.

3.3.2Locomoção

1
Atividades da vida diária, significa para (Silva et. al. Apud RIBAS, 2001, p.5) que o idoso deve “poder
lidar com as dificuldades funcionais associadas as atividades físicas e ao autocuidado, como por
exemplo, caminhar, tomar banho, alimentar-se, escovar os dentes, pentear os cabelos, usar o toalete,
higienizar-se, tomar medicações, tirar e colocar próteses, dentadura e aparelho de surdez. As AVD´s
mantém uma relação próxima com a maior e menor autonomia do idoso, e as conseqüentes questões
emocionais e da perda da auto-estima para ele”.
68

Desde os tempos mais remotos de que se tem noticia o aparelho locomotor


corresponde ao arquétipo do envelhecimento. Nas Ruínas do antigo Egito o
hieróglifo que correspondia a palavra velho era de um homem curvado, apoiado em
um bastão. Atualmente a imagem que simboliza pessoas idosas é um homem
apoiado em uma bengala, ou seja, cinco mil anos após, a imagem significando o
idoso é a mesma (SAAD, 1991).
O sistema locomotor, composto pelas articulações, ossos, músculos,
tendões e bursas, é um dos mais afetados na terceira idade. Nesse faixa etária, a
artrose é a doença reumática mais incidente. Segundo a Sociedade Brasileira de
Reumatologia, cerca de 80% dos idosos brasileiros maiores de 65 anos têm a
enfermidade, conhecida também como osteoartrite ou osteoartrose. A artrose se dá
a partir de um processo degenerativo de desgaste e inflamação, natural ou não, da
cartilagem das articulações (SAAD, 1991).
Isto significa que as alterações derivadas do aparelho locomotor são as que
mais interferem na qualidade de vida das pessoas na 3° idade. As alterações
cardíacas na população idosa causam uma mortalidade maior, porém as alterações
que afetam o aparelho locomotor são as mais incapacitantes e que mais interferem
nas atividades do cotidiano(SAAD, 1991).
As alterações como as artroses causam dor e limitação aos movimentos. A
osteoporose enfraquece os ossos, deforma a coluna vertebral por micro fraturas das
vértebras e pode causar fraturas em ossos como o fêmur. A diminuição da massa
muscular chamada de sarcopenia apresenta risco para a população idosa. A falta de
atividade física é acompanhada por uma importante diminuição da massa muscular
que pode chegar a mais de 1,5% ao dia, estes fatos aumentam as quedas e os
riscos de fraturas incapacitantes (SAAD, 1991).
A melhor maneira para manter as articulações saudáveis na 3ª idade é
movimento. Não adianta um coração bom se o joelho com artrose impedir a pessoa
de caminhar (ex. fratura de colo do fêmur no idoso). Geralmente os cuidados devem
iniciar na idade adulta e são simples como orientações de postura, manutenção da
mobilidade das articulações com exercícios específicos e atividade física para tratar
a sarcopenia (diminuição da massa muscular). Os exercícios físicos devem ser
prazerosos e não estressantes (SAAD, 1991).
69

3.3.3Independência

A restauração ou preservação da qualidade de vida depende diretamente da


habilidade de manter-se independente e não, simplesmente, da ausência de
doenças. O conceito de Saúde proposto pela OMS em 1947 aplica-se de forma
inequívoca: "Saúde representa o mais completo estado de bem-estar físico, psíquico
e social e não meramente ausência de doença ou enfermidade.

QUADRO 6 – QUALIDADE DE VIDA


DESEMPENHO OU HABILIDADE PARA MANTER-SE
FUNCIONAMENTO GLOBAL INDEPENDENTE E AUTÔNOMO

FONTE: Baltes e Silvenberg, 1998

Baltes & Silvenberg (SOUZA et. al. 2003 apud Baltes & Silvenberg),
descrevem três tipos de dependência:
a) Estruturada, onde o significado do valor do ser humano é determinado, em
primeiro lugar, pela participação no processo produtivo (na velhice salienta-se
a dependência gerada pela perda do emprego);
b) Física, incapacidade funcional individual para realizar atividades de vida
diária;
c) Comportamental, com freqüência antecedida pela dependência física, é
socialmente induzida independentemente do nível de competência do idoso, o
meio espera incompetência.
70

QUADRO 7 – CONTRIBUIÇÕES VARIÁVEIS PARA CADA FATOR

FONTE: Lima et. al, 2000

As questões da capacidade funcional e autonomia do idoso são muito


importantes pois se relacionam diretamente à qualidade de vida. O Projeto Saúde,
Bem-Estar e Envelhecimento na América Latina e Caribe (SABE) realizou uma
pesquisa no ano de 2000 no que tange ao desempenho funcional, às demandas
assistenciais e aos arranjos familiares dos idosos do Município de São Paulo, Brasil.
O desempenho funcional foi medido pela capacidade dos idosos de executar
atividades básicas de vida diária (ABVD) (atravessar um cômodo da casa, comer,
deitar-se e levantar da cama, usar o vaso sanitário, vestir-se e despir-se e tomar
banho) e atividades instrumentais de vida diária (AIVD, comprar e preparar
alimentos, realizar tarefas domésticas leves e pesadas, ir a outros lugares sozinho,
usar o telefone, tomar os próprios medicamentos e manejar dinheiro), sendo a
limitação funcional (demanda assistencial) definida como a necessidade de ajuda
para executar pelo menos uma dessas atividades. Se dos 65 aos 69 anos 54% dos
indivíduos não necessitavam de auxílio para realizar tarefas, a partir dos 80 anos
apenas 15% dos entrevistados não necessitavam de algum auxílio, enquanto 28%
possuíam grau de incapacidade tal que requeriam cuidados pessoais em tempo
integral. A proporção de indivíduos que apresentam deficiência física - e
provavelmente gozam de menor grau de autonomia - também aumenta de acordo
com a idade. Apesar de sua pequena proporção - 8,0% da população total - aqueles
com 60 anos ou mais representam quase 50% do total de indivíduos cegos, surdos
71

ou surdo-mudos, e 30% daqueles com falta de um membro ou paralisia, na Grande


São Paulo.
Dos idosos que que apresentaram limitações funcionais, destes, observou-
se uma piora de desempenho com o avançar da idade (um aumento no
comprometimento funcional em três ou mais atividades), sendo tal situação mais
acentuada entre os homens. Dentre as ABVD, vestir-se, deitar-se e levantar da
cama e tomar banho foram as que apresentaram os maiores índices de dificuldade.
Em todas as atividades, a proporção de mulheres com dificuldade foi maior do que a
proporção de homens, com exceção da alimentação (Tabelas 1).
Quanto às atividades instrumentais de vida diária, “Ir a outros lugares
sozinho”, que neste estudo relacionou-se diretamente ao uso de transportes
coletivos, mostrou-se a atividade mais comprometida em ambos os sexos, sendo
muito mais limitante para as mulheres do que para os homens (Tabela 2). “Fazer
compras de alimentos” também é outra dificuldade. Tais resultados revelam uma
tendência à redução das atividades externas ao domicílio.

QUADRO 8 – DISTRIBUIÇÃO DOS IDOSOS SEGUNDO O SEXO, O GRUPO


ETÁRIO E O TIPO DE ATIVIDADE DE VIDA DIÁRIA EXECUTADA
COM DIFICULDADE

FONTE: Fonte: Lima et. al, 2000


72

Com relação à moradia, a situação mais freqüente é a de idosos que


residem com o cônjuge ou os filhos (sem os netos); a menos comum é a de idosos
que moram sozinhos (SOUZA, 2003).

QUADRO 9 – DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA GLOBAL DE IDOSOS DE ACORDO


COM QUEM ELES VIVEM

FONTE: Lima et. al, 2000

As conclusões desta pesquisa mostram que os idosos com limitações


funcionais não estão sendo assistidos suficientemente pela família ou co-residentes,
e as políticas públicas não suprem esse déficit assistencial. Dado o acelerado
processo de envelhecimento da população, o sistema de assistência corre o risco de
se tornar não só insuficiente, mas caótico (LIMA et. al., 2005).

3.4CONSUMIDOR IDOSO

O idoso de hoje não pode ser comparado, de forma alguma, a maioria dos
avós de anos atrás. Primeiro, porque se trata de indivíduos com dinheiro suficiente
para consumir, com nível de exigência e instrução alto, que acompanham a moda e
desejam lazer com qualidade. E, segundo, porque, como conseqüência disso, a
cada ano que passa, essas pessoas são vistas como um mercado consumidor
solidificado e crescente (REDE BAHIA DE TELEVISÃO, 2005).
O problema é que, na maioria das situações, não encontram o que procuram
com facilidade. É o que aponta a pesquisa do IBGE, que mostra, entre outras coisas,
que senhoras com mais de 60 anos de idade, por exemplo, querem as cores da
moda, o modelo usado pelas mais jovens, mas adaptado ao seu corpo (e querem
encontrar esse produto tão facilmente quanto qualquer outro (REDE BAHIA DE
TELEVISÃO, 2005).
73

Os idosos têm tempo de sobra, vão ao supermercado ao menos uma vez


por semana, consideram o ato de ir às compras uma atividade de lazer e gostam de
pagar à vista, em dinheiro. Injetam R$ 150 milhões por ano na economia brasileira,
conforme pesquisa da consultoria GFK Indicator. Ainda assim, os consumidores de
terceira idade parecem passar despercebidos aos olhos das redes de varejo, que
não traçam uma estratégia diferenciada para atrair este público (LONDRES, 2006).
Com o objetivo de conhecê-los melhor, o Programa de Administração de
Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração (FIA) e a Canal Varejo
acabam de concluir a pesquisa Perfil e Hábitos de Consumo na Terceira Idade. O
estudo reflete um comportamento nacional. Um dos pontos que chamaram a
atenção na pesquisa da Fia foi o fato de mais da metade (54%) dos entrevistados
admitirem experimentar novas marcas, desmentindo a crença de que o consumidor
idoso é conservador. Grande parte (20%), segundo a pesquisa, associa as compras
a uma atividade de lazer (LONDRES, 2006).
74

FIGURA 9 – PERFIL DE CONSUMO NA TERCEIRA IDADE

FONTE: Pesquisa Perfil e Hábitos de Consumo na Terceira Idade, Canal Varejo e


Provar

No Brasil, 27% dos idosos são responsáveis por mais de 90% do rendimento
familiar. E nos municípios com até 20 mil habitantes essa contribuição é significativa.
Neles, 35% das pessoas com 60 anos ou mais de idade se responsabilizam por 30 a
50% do rendimento familiar. Essa participação dos idosos pode ser explicada pelo
fato de, em 2000, no Brasil, 66,8% das pessoas de 60 anos ou mais de idade estar
aposentadas e 11,2% serem pensionistas (PROVAR, 2006).
Essas informações fazem parte dos "Indicadores Sociais Municipais - uma
análise dos resultados da amostra do Censo Demográfico 2000". A publicação
também traz análises sobre aspectos demográficos, cor, educação, mercado de
75

trabalho e domicílios, desagregadas para os 5.560 municípios brasileiros(PROVAR,


2006).
A pesquisa demonstrou, ainda, que a proporção de idosos aposentados era
maior nos municípios de menor porte, provavelmente em decorrência da
universalização dos benefícios da seguridade social ocorrida durante a década de
1990 (PROVAR, 2006).

3.4.1Renda e Consumo

O mercado consumidor formado por pessoas que já passaram dos 60 anos


tem se tornado cada dia mais independente. De acordo com uma pesquisa do GFK
Indicator, pessoas desta faixa etária em diante consomem, no mundo, cerca de R$
150 bilhões/ano, com ganhos mensais que representam R$ 12,2 bilhões. Muitos
deles são aposentados que se tornaram aos poucos o público alvo de agências de
turismo especializadas, supermercados, farmácias, bancos e até empreendimentos
imobiliários (OLIVEIRA, 2007).
No Brasil, os idosos ingressam nas universidades com o objetivo de atualizar
o conhecimento, e não de conseguir um diploma. Entre 2001 e 2002, o grupo de
universitários acima de 50 anos de idade cresceu 23%. E os idosos já comparecem
com um papel decisivo na renda familiar brasileira: quase 9 milhões de residências
são bancadas por pessoas com 60 anos ou mais. É um segmento que se detém
diante dos aparelhos de TV por 30 a 40% mais tempo do que o resto da população
(REIS, 2007).
Ao aumentarem em número, essa parcela da população não somente
aumentou em renda como, consequentemente, aumentou também sua gama de
interesses. A pesquisa do IBGE mostra que os idosos não apenas votam mais
freqüentemente como ainda assistem mais a telejornais e lêem mais jornais do que
os jovens (REDE BAHIA DE TELEVISÃO, 2005).
Aliando a isso o fato de que as rendas da aposentadoria e dos fundos de
pensão tiveram um crescimento de 54% (enquanto a renda do trabalhador caiu 8,5%
ao ano, em média), entende-se o porquê de só agora o mercado resolver pesquisar
e entender as expectativas e os anseios deste segmento da população – e, com
76

isso, conhecer dados dos mais relevantes que ajudam a traçar um perfil minucioso
sobre a terceira idade.
Entre os principais, têm-se que (REDE BAHIA DE TELEVISÃO, 2005):
b) a maioria das pessoas acima de 60 anos de idade no Brasil é mulher;
b) A renda desta faixa etária totaliza R$ 60 bilhões ao ano (o dobro da média
nacional);
b) A renda média desta população é de cerca de R$ 600,00;
b) A proporção de pessoas que pertencem às classes AB é maior do que a média
nacional (38% dos idosos estão nesta classe, contra 29% do total nas regiões
metropolitanas);
b) 68% das pessoas neste segmento influenciam as compras em seus lares;
b) 47% dos idosos auxiliam com contribuições esporádicas, mas que ajudam a
melhorar o padrão de consumo da família.
Uma das características marcantes da população que envelhece no Brasil é
a queda do poder aquisitivo. Aposentadorias e pensões constituem a principal fonte
de rendimentos da população idosa. Se por um lado o número de benefícios
concedidos a cada ano é crescente, por outro, as despesas médias com o
pagamento desses benefícios pela Previdência vêm apresentando, com raras
exceções, variações negativas (CHAIMOWICZ, 1998).
Em conseqüência do baixo valor dos benefícios, 1/3 dos brasileiros com 60
anos ou mais se mantinham em atividades produtivas em 1995. O retorno ou a
permanência no mercado de trabalho, no entanto, se dá sobretudo no mercado
informal, em atividades mal remuneradas e com jornadas de trabalho extensas. Em
1993, 46,9% dos trabalhadores com 60 anos ou mais não possuíam carteira
assinada (e garantias trabalhistas). A valorização profissional torna-se difícil em
parte devido às condições de alfabetização dessa população; em 1991, 44,2% dos
maiores de 59 anos não sabiam ler e escrever (CHAIMOWICZ, 1998)..

3.5A CASA DO IDOSO

Com o avanço da idade, as pessoas têm sua vitalidade prejudicada e


necessitam de cuidados e preocupações especiais em relação a sua saúde e seu
bem-estar. É necessário que a residência tenha o planejamento e projeto adequados
77

para assegurar conforto, a segurança e a livre locomoção do morador pela casa


(SIQUEIRA, 2006).
Uma porcentagem significativa das quedas ocorre no próprio ambiente físico
domiciliar, no exercício das atividades da vida diária. As quedas são provocadas na
maioria das vezes por riscos domésticos comuns (tapetes pequenos, objetos no
chão etc.), piso escorregadio, má iluminação, barreiras arquitetônicas e outros.
Construídos com barreiras arquitetônicas, esses ambientes propiciam escorregões,
tropeços, erros no passo, trombadas; constituindo causa de quedas em idosos
ativos, que deslocam constantemente seu centro de gravidade no processo de
deslocamento em ritmo de caminhada (MEIRA et. al, 2005).
Os acidentes domésticos estão classificados no grupo das causas externas
de morbidade e mortalidade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que
para cada acidente fatal ocorrem entre 150 e 200 acidentes com ferimentos graves.
Cerca de 5 a 10% da população com idade acima de 60 anos sofre acidente
doméstico. Estatísticas do Sistema Único de Saúde (SUS) revelam que um terço dos
atendimentos por lesões traumáticas nos hospitais do País ocorre com pessoas com
mais de 60 anos. E o mais espantoso é que cerca de 75% dessas lesões acontecem
dentro de casa, sendo que 34% das quedas provocam algum tipo de fratura. A maior
parte desses acidentes (46%) acontece no trajeto entre o banheiro e o quarto,
principalmente à noite (MATA, 2004).
As quedas são as principais causas de acidentes domésticos com os idosos.
Ocorrem, principalmente, devido a problemas relacionados à saúde - às condições
físicas e mentais -, bem como, relacionam-se a fatores ambientais e aos hábitos do
indivíduo. Algumas circunstâncias predispõem a ocorrência de quedas em idosos:
hipertensão arterial, fraqueza muscular, osteoporose, diminuição da visão e
diminuição da coordenação motora. A ocorrência de quedas em idosos oferece
riscos à saúde uma vez que além das possíveis fraturas, o tempo de imobilismo
pode acarretar comprometimento pulmonar e cardíaco. Contudo, a prevenção é
simples e pode ser instituída com a mudança de alguns hábitos e algumas
alterações ambientais, tendo os familiares como importantes aliados (MATA, 2004).
Portadores de diversas deficiência e carências, os idosos não podem ser
tratados como um morador comum na casa. Esta já é uma preocupação dos
designers de interiores e das áreas que tratam de moradia, que já projetam a Casa
78

do Futuro, com alternativas que ajudam a evitar alguns problemas (SIQUEIRA,


2006).
Algumas pessoas encaram a pessoa idosa como se fossem o problema,
mas, na realidade, a casa em que habitam é que deixa de ser funcional. Não atende
mais às necessidades específicas daquele momento de suas vidas. Quando não há
funcionalidade e ambientação adequada, o rendimento é menor. Apesar de idosos,
muitos indivíduos ainda contribuem com trabalho, sabedoria e uma série de coisas.
Bastam algumas melhorias no espaço para sentirem-se melhor consigo mesmos. E
isso também é revertido em benefício às pessoas que vivem em volta deles
(SIQUEIRA, 2006).

FIGURA 10 – ESBOÇO DE ATRIBUTOS DE UM QUARTO PARA IDOSO

FONTE: Siqueira, 2006

A casa da maturidade precisa ser adequada às limitações físicas inerentes à


idade. Quando baseados nos princípios do Design Universal e da Ergonomia,
garantirão ambientes funcionais e seguros. Esse espaço, exatamente por falta de
conhecimento, pode deprimir, ao contrário de proporcionar independência, estimular,
dar prazer e maior qualidade de vida a essa parcela da sociedade. A Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define a velhice como uma deficiência que
79

reduz efetivamente a mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e percepção. É


válido afirmar que o Design Universal não é feito para poucos. É instrumento a
serviço do homem, visando proporcionar bem estar, conforto e melhoria na
qualidade de vida. Isso porque a velhice não comporta sonhos, projetos e
realizações (SIQUEIRA, 2006).
O trajeto do quarto para o banheiro, principalmente à noite, é considerado o
de maior risco na moradia, pois 46% das fraturas domiciliares são provenientes de
acidentes ocorridos nele. A utilização de interruptores iluminados ou mesmo de luzes
de emergência nos caminhos ajudaria a diminuir o número de acidentes. Com a
automação residencial, isso será resolvido muito facilmente, já que os sistemas
podem ser configurados para acender as luzes do corredor quando a pessoa abre a
porta, por exemplo. É importante que a casa conte a história de vida do morador
especial e tragam lembranças de viagens e de eventos familiares, para ajudá-lo a
resgatar sua existência (SIQUEIRA, 2006).

3.5.1O Banheiro

Um dos principais, se não o principal cômodo de uma casa, cuja propensão


a acidentes domésticos é muito alta, é o banheiro. Por ser um ambiente úmido, ou
seja, destinado ao uso direto da água (principalmente a área destinada ao chuveiro
e/ou banheira), o banheiro torna-se um ambiente favorável a quedas, e até mesmo,
acidentes mais sérios (SIQUEIRA, 2006).
Freqüentando os banheiros dos domicílios dos idosos com seqüelas de
acidente vascular encefálico (AVE), verificou-se que em 30% o vaso sanitário é
muito baixo. Embora os demais (70%) se encontrem na altura ideal, as adaptações
feitas (foram colocados vasos sanitários em cima de uma superfície de cimento mais
elevada que o chão, formando uma espécie de degrau) não excluem os riscos de
quedas, mas os acentuam (Tabela 6). O uso do vaso sanitário exige que o idoso
flexione demasiadamente as articulações do quadril e joelho, o que os expõe ainda
mais a quedas, já que essas pessoas possuem alterações musculares, que limitam
a amplitude de movimento e equilíbrio. É necessário adequar os vasos sanitários à
altura do idoso, por meio de medidas seguras que não venham a acentuar ainda
mais o risco de quedas (MEIRA, 2005).
80

QUADRO 10 – RISCO DE QUEDAS: FREQÜENTANDO O BANHEIRO DO


DOMICÍLIO DE IDOSOS COM SEQÜELAS DE AVE
Vaso Sanitário Nº %
Altura adequada 7 70
Altura inadequada 3 30
Altura muito baixa - -
Total 10 100
FONTE: Reis, L A. jequié/ BA, 2005

Nos dez banheiros avaliados, 70% necessitam de barras paralelas, para dar
sustentação/apoio ao idoso durante o banho. Além de não contarem com essas
barras, de extrema necessidade para indivíduos que apresentam instabilidade
postural, 20% dos banheiros não dispõem de chuveiro manual e em 40% os idosos
têm dificuldades para utilizar as torneiras (MEIRA, 2005).
Mediante essas informações, foi possível verificar que os banheiros das
residências avaliadas são inadequados para atender às necessidades do processo
de saúde/doença desses idosos. A inadequação dos mesmos favorece a ocorrência
de quedas durante a realização das atividades básicas diárias de higiene pessoal
dos idosos . Quarenta por cento das quedas ocorrem na própria residência, no
exercício de atividades cotidianas; 30 % eram atribuíveis à falta de atenção,
enquanto pouco menos de 30% ocorreram em conexão com atividades perigosas ou
imprudentes (GALLO, 1992).
O banheiro deve ser elaborado pensando-se na liberdade de locomoção do
usuário. Portanto, um bom banheiro é aquele que sem muito mobiliário, apenas o
considerado essencial para seu usuário, como um armário de remédios e de higiene
pessoal, e um banco destinado à troca de roupa ou até mesmo, descanso. A
instalação de muitos móveis num espaço restrito, e de uso diário, acaba dificultando
ainda mais a locomoção da pessoa (SIQUEIRA, 2006).
Outro fator importante, e indispensável na hora da concepção de um
banheiro, é a preocupação com os "acidentes domésticos", ou assim dizendo,
quedas inesperadas. Para prevenir este tipo de acidente, é recomendável a
utilização de pisos e tapetes antiderrapantes. Além disso, vale lembrar que as barras
de apoio são elementos indispensáveis num projeto de banheiro destinado às
pessoas idosas. A disposição das barras de apoio deve ser realizada de maneira a
81

proporcionar segurança ao idoso, no momento de suas atividades. Existem lugares


estratégicos de implantação das barras, que são: as paredes próximas ao chuveiro,
vaso sanitário e pia (SIQUEIRA, 2006).

3.5.2Detalhamento

As informações anteriores permitem fazer algumas observações a respeito


da segurança e eficiência do banheiro. Abaixo seguem algumas considerações
importantes para o projeto e execução do ambiente.
As barras de apoio destinadas ao chuveiro devem ser presas na parede a
uma altura de 90 cm do piso. O comprimento ideal das barras de apoio é de 80 cm.
Uma das barras deve ser instalada na mesma parede de onde estiver saindo o cano
do chuveiro (esta deverá ficar na posição horizontal, e a outra barra, na parede
perpendicular mais próxima à parede do chuveiro (esta deverá ficar na posição
vertical). É interessante instalar barras de apoio em todas as paredes que envolvem
o Box do chuveiro, porém no mínimo necessário é a instalação de duas barras,
como foi dito anteriormente. Além das barras de apoio, é muito importante ter um
banco dentro do box, localizado um pouco abaixo do chuveiro a fim de facilitar o
banho do idoso e também evitar acidentes decorrentes de quedas. Esse banco pode
ser fixado na parede a uma altura de 46 cm do piso, podendo ser articulável ou fixo
(SIQUEIRA, 2006).
82

FIGURA 11 – PERSPECTIVA DO BANHEIRO DESTINADO A IDOSOS

FONTE: Siqueira, 2006

Também pode ser móvel, contando que seja pesado o suficiente para não
sair do lugar durante o banho e conter em seus pés borrachas antiderrapantes. As
barras de apoio de quem utiliza o vaso sanitário possuem comprimento mínimo de
80cm e devem ser fixadas na parede a uma altura de 76 com do chão . A distância
entre a barra de apoio e a parte lateral do vaso sanitário varia entre 20cm e 25cm, a
fim de garantir, ao usuário, melhor liberdade de movimentos durante a utilização do
vaso sanitário. Caso o vão sanitário fique no canto do banheiro , e a outra barra
deverá ser instalada na parede perpendicular mais próxima à parede no vaso
sanitário (SIQUEIRA, 2006).

FIGURA 12 – VISTA SUPERIOR DO BANHEIRO DESTINADO A IDOSOS

FONTE: Siqueira, 2006


83

Caso o banheiro seja muito pequeno, é recomendável a troca da porta


convencional (de abrir e fechar) por uma porta sanfonada (ou "de correr"), que tem a
vantagem de aumentar o espaço interno do banheiro (SIQUEIRA, 2006).
Com relação aos móveis do banheiro, é imprescindível que estes sejam
fixados nas paredes para evitar que os idosos , ao se apoiarem sobre eles , tenham
acidentes graves, com a queda do próprio móvel sobre ele. Sempre fixe os móveis a
certa altura acima do chão a fim de facilitar limpeza diária do ambiente. Essa altura
varia entre 20 cm a 25 cm do chão. Os puxadores ideais para os móveis são
aqueles em formato de alça, porque são mais fáceis de pegar e manusear
(SIQUEIRA, 2006).
Os metais sanitários também têm um papel importante neste banheiro.
Alguns registros dos chuveiros e pias que, devido ao seu desenho, dificultam o
manuseio. Os registros ideais para usuários idosos, são aqueles em forma de
alavanca, na qual não necessitam de força para abrir ou fechar (SIQUEIRA, 2006).

FIGURA 13– METAIS NO BANHEIRO

Fonte: Siqueira, 2006

Banheiro: Os tapetes devem ter ventosas aderentes e resistentes para


mantê-los fixos no chão; o vaso sanitário ideal é aquele mais elevado e com alças
de apoio próximas; as toalhas devem ficar em cabides junto à pia e ao chuveiro –
84

para que a pessoa ao tentar alcançá-las não mole o chão, tornando-o escorregadio
(SIQUEIRA, 2006).

3.6ERGONOMIA

3.6.1Movimentos

Os registros dos movimentos são importantes porque delimitam o espaço


onde deverão ser colocados os objetos. Os controles das máquinas ou peças para
montagem, que exigem manipulação freqüente, devem ser colocados na zona
preferencial, enquanto aqueles de manipulação ocasional podem ser colocados na
zona de alcance máximo (IIDA, 2005).
O alcance das mãos pode ser traçado pelos planos sagital, frontal ou
transversal. Estes fornecem um traçado de volume, que apresentam uma zona
preferencial, e outra para o alcance máximo. O primeiro corresponde ao movimento
realizado mais facilmente, apenas com o movimento dos braços e menos gasto
energético. O alcance máximo envolve movimentos simultâneos do tronco e ombros,
podendo ser mais demorados e menos precisos (IIDA, 2005).

FIGURA 14 – ALCANCES MÁXIMOS DO CORPO

FONTE: Iida, 2005


85

A área de alcance ótimo sobre a mesa pode ser traçada, girando-se os


antebraços em torno dos cotovelos com os braços caídos normalmente ao lado do
tronco. Estes descreverão um arco com raio de 35 a 45 cm. A parte central, situada
em frente ao corpo, fazendo interseção com os dois arcos, será a área ótima para se
usar as duas mãos (IIDA, 2005).

FIGURA 15 – ÁREA DE ALCANCE ÓTIMO PARA AS MÃOS

FONTE: Iida, 2005

A altura ideal da bancada para trabalhos em pé depende da altura do


cotovelo e do tipo de trabalho que se executa. Em geral, a superfície da bancada
deve ficar de 5 a 10 cm abaixo dos cotovelos Para trabalhos mais grosseiros, a
altura pode ser mais baixa, até 30cm abaixo do cotovelo (IIDA, 2005).

FIGURA 16 – MOVIMENTOS DE PRONAÇÃO E SUPINAÇÃO


86

FONTE: Iida, 2005

3.6.2Pega e Manejo

Manejo é uma forma particular de controle, onde há predomínio dos dedos e


da plama das mãos, pegando, prendendo ou manipulando alguma coisa.
É importante que sejam destacados os tipos de manejo: o geométrico e o
antropomorfo. O geométrico, segundo IIDA (1990), promove pouca superfície de
contato com as mãos, permite maiores variações de pega que o antropomorfo, e é
menos prejudicado pelas variações individuais das medidas antropométricas.
Entretanto, tem a desvantagem de concentrar as tensões em alguns pontos da mão
e transmitir menos força.
Portanto, embora menos eficiente, o manejo geométrico pode ser mais
adequado quando não se exigem grandes forças, devido à maior flexibilidade de uso
que proporciona. O manejo antropomorfo, por sua vez, apresenta maior superfície
de contato, permite maior firmeza de pega, transmissão de maiores forças com
concentração menor de tensões. Assim, o manejo antropomorfo pode ser usado
vantajosamente quando o trabalho é de curta duração, quando a pega exige poucos
movimentos relativos e quando a população de usuários apresenta poucas
variações nas medidas antropométricas.
Pega é a parte do equipamento que vai ser segurada pelas mãos, e que
aqui assume importância fundamental. Existem alguns requisitos quanto à pega que,
quando seguidos, trazem conforto ao usuário.
A pega deve ser um pouco convexa para aumentar o contato com as mãos.
Pegas anatômicas ou antropomorfas (com sulcos para os dedos) não são muito
indicadas, pois devido a variações no tamanho das mãos de diferentes pessoas, os
dedos podem ficar apertados, além de dificultar a mudança de posição. Uma pega
muito larga também pode machucar a palma de mãos menores.
Ao invés de torcer os punhos usando pegas retas, pode-se usar
empunhaduras curvas, que permitam conservar o punho reto.

3.6.3Mãos e punhos
87

As articulações que compõem o membro superior podem ser relacionados à


garantia da função dos movimentos especializados da mão. Tarefas motoras finas,
como as realizadas por um neurocirurgião, são executadas fazendo uso da mesma
estrutura anatômica usada por um lutador de artes marciais que utiliza a mão para
quebrar tábuas e tijolos, que é uma tarefa grosseira que utiliza a força da mão. O
punho e a mão são compostas de mais de 20 articulações e de 29 ossos (RASCH,
1991).

FIGURA 17 – A MEDIDA PADRÃO DA MÃO PARA 95% DA POPULAÇÃO


SEGUNDO A DIN 33402
Mulheres (mm) Homens (mm)
Comprimento 190 201
Largura 101 116
Comprimento da palma da mão 108 117
Largura da palma da mão 85 93
Cilindro de pega Máxima (diâmetro) 157 157
FONTE: Norma DIN 33402, 1981, Alemanha

Pelos punhos passam diversos tendões de músculos do antebraço que


movimentam a mão e os dedos, nervos e vasos sanguíneos. Ao se trabalhar com a
mão inclinada para cima ou para baixo, os tendões que passam pelo punho ficam
meio dobrados, causando maior atrito quando os tendões se movimentam. Quanto
maior a inclinação do punho, maior o atrito. Com o tempo há irritação dos tendões,
podendo até mesmo resultar em uma inflamação dos nervos, resultando em dores e
sensações de formigamento nos dedos.

3.6.3.1.Movimentos das mãos


88

FIGURA 18 – MOVIMENTOS COM AS MÃOS

FONTE: Dul e Weerdmeester, 1995

O trabalho usando as mãos e os braços em posturas inadequadas por


grande período de tempo pode produzir dores nas articulações e músculos dos
membros superiores. Para evitá-los, o primeiro passo é conhecer as posições de
conforto principalmente do punho, do cotovelo e do ombro.
Os movimentos da mão se dividem em: movimento de preensão, movimento
de garra e movimento de pinça.
O movimento de preensão é caracterizado como a categoria de movimentos
da mão nos quais a mão segura um objeto, que classificam-se como aperto de
potência ou aperto de precisão. A força de aperto é contribuída pelos quatro dedos
mediais. O controle fino de preensão é realizado pelos músculos intrínsecos.
(RASCH, 1991).

FIGURA 19 – CONFIGURAÇÃO E POSICIONAMENTO DOS DEDOS NAS


PREENSÕES PALMAR E LATERAL

FONTE: Castro, 2001

Movimento de garra: dependendo das atividades, podem ser usadas as


garras de potência, padrões de precisão e garras combinadas. As garras de potência
89

atuam primariamente com funções isométricas, como no agarrar de um objeto com


dedos semi-fletidos contra a palma da mão, e com o polegar aduzido fazendo
contrapressão (KISNER E COLBY, 1992).

FIGURA 20 – DEDOS NO MOVIMENTO DE GARRA

FONTE: Kisner e Colby, 1992

Movimento de pinça: é realizado pelo músculo adutor do polegar, pelos


interósseos e flexores intrínsecos (músculos da eminência tenar) e também pelos
lumbricais, que propiciam a compressão entre o polegar e dedos. Pode ser usado
em movimentos que não exijam grande precisão, mas necessitem de grande força
(KISNER E COLBY, 1992).

FIGURA 21 - (a) MÃO EM POSIÇÃO DE PINÇA LATERAL (b) DETERMINAÇÃO


DOS ÂNGULOS E TRAJETÓRIA DOS DEDOS

FONTE: Nagen et. al, 2007

3.6.4Cotovelos e Antebraços

Para manter uma postura ou realizar movimentos, as articulações devem ser


conservadas, tanto quanto possível, na sua posição neutra. Nesta posição, os
90

músculos e ligamentos que se estendem enter as articulações são esticados o


menos possível, ou seja, são tensionados ao mínimo (DUL e WEERDMEESTER,
1995).
Posição de conforto: ângulo entre braço e antebraço em torno de 100° (entre
90° e 110°). O antebraço fica ligeiramente inclinado para baixo, ou pelo menos na
horizontal.
Além de ser mais confortável para o cotovelo e os músculos do braço, essa
posição é necessária para evitar que a mão fique inclinada para baixo ou para cima
ao segurar-se. É importante notar que este ângulo de 100° é o ideal para uma
atividade estática.

FIGURA 22 – ZONAS DE ALCANCE

FONTE: Dul e Weerdmeester, 1995

Posição de conforto: braços pendentes junto ao tronco, com cotovelos


próximos da cintura. Como a atividade não permite apoio para o antebraço, convém
evitar que os cotovelos fiquem muito afastados do tronco: o afastamento para o lado
não deve ultrapassar 20° e o afastamento para frente não deve ultrapassar 25°, pois
quando se trabalha com os cotovelos afastados do tronco, sem que os antebraços
estejam apoiados, os músculos dos ombros precisam realizar um esforço
91

permanente para sustentar o peso dos braços, o que é muito desconfortável. Quanto
mais afastados os cotovelos, maior o esforço.

3.6.5Trabalho em Pé

Toda atividade realizada na postura em pé acaba provocando fadiga nas


costas e pernas,
Um estresse adicional pode aparecer quando a cabeça e o tronco ficam
inclinados, provocando dores no pescoço e nas costas. Isto porque quando se olha
pouca coisa para baixo (uns 15°), na direção horizontal, os músculos que giram os
olhos para cima e para baixo ficam relaxados. É chamada a direção natural ou
normal de olhar. A zona que fica um pouco acima ou um pouco abaixo desta linha é
denominada zona de conforto da visão (DUL e WEERDMEESTER, 1995).

FIGURA 23 – A POSTURA PODE SER MELHORADA INCLINANDO-SE A


SUPERFÍCIE DE LEITURA

FONTE: Dul e Weerdmeester, 1995

3.6.6Controles

As pessoas podem transmitir idéias ou decisões à máquina ou sistema por


meio de controles. Estes podem assumir diversas formas, mas precisam considerar
que os movimentos musculares tem características diferentes de velocidade,
precisão e força. Um controle que necessite maior precisão deve ser acionado com
os dedos (DUL e WEERDMEESTER, 1995).
Os controles devem ser discrimináveis entre si, podendo variar formas,
tamanhos, proporções, texturas, etc. Devem ficar dentro da área de alcance do
operador, de preferência na área de alcance ótimo.
92

Para possibilitar as interações no sistema homem-máquina deve haver


subsistemas próprios para que o homem possa introduzir informações no sistema.
Esses sub-sistemas são chamados de controles. Os tipos usuais de controles são
volantes, manivelas, botões, teclados, mouse, joysticks, controles remotos e outros.
Estes controles geralmente são acionados principalmente com movimentos das
mãos e dedos.
Para facilitar a discriminação entre os controles, podem ser feitas
combinações entre diversas variáveis, como forma, tamanho, cores, textura,
localização e letreiros. A localização dos controles supõe a sua identificação pelo
senso cinestésico, sem acompanhamento visual (IIDA, 2005).

3.6.7Atividade Diária do Idoso

Para uma análise ergonômica completa, é necessário analisar quais as


atividades que o idoso executa imediatamente antes e após o uso do produto, para
inseri-lo no contexto do cotidiano de cada indivíduo.
Abaixo, está descrita uma seqüência genérica de atividades que o idoso
realiza no banheiro quando acorda. Esta seqüência não é regra para todos os
indivíduos, mas contém a maioria das atividades que eles realizam diariamente,
nesta ou em outra seqüência.

FIGURA 24 – PRIMEIRAS ATIVIDADES DO DIA DO IDOSO


93

FONTE: Gerado pela Autora, 2007

3.6.8Seqüência de Operações Usando a Torneira

Para este projeto, foi definido que a torneira atenderá as atividades de lavar
as mãos e o rosto, escovar os dentes ou lavar algum objeto, nesta seqüência ou na
que achar mais conveniente. A seqüência de operações para uso da torneira
geralmente inicia com a lavagem das mãos.
a) Lavar as mãos;
- Posicionamento em frente à pia;
- Identificação da manopla de abertura da água;
- Acionamento da manopla de abertura da água (mão direita para destros,
esquerda para sinistros); regulando a água para um jato constante (sem
tocar a pia com o corpo ou com as mãos para que o processo seja
asséptico);
- Eventual: regulagem de água quente e fria, a recomendação é de usar
sempre água morna. Entre cada manejo das torneiras de água quente e
fria e a conseqüente mudança na temperatura da água, há um intervalo de
tempo até que o efeito se complete. Caso não se espere para ver se a
temperatura testada com a mão está estável, corre-se o risco do susto de
um jato de água gelada ou de uma queimadura.
Após a lavagem das mãos, o usuário coloca as duas mãos sob o jato de
água e pode executar alguma ou todas as operações seguintes:
b) Utilização do sabonete:
- Sabonete em barra ou líquido: pega o sabonete com a mão direita ou
aciona a válvula para liberar o sabonete líquido (de 2 a 5 ml);
- Ensaboa e esfrega as duas mãos cuidadosamente (FIGURA XX);
- Enxágua as duas mãos retirando totalmente os resíduos de sabão;
- Acionamento da manopla de fechamento da água (mão direita para
destros, esquerda para sinistros);
Os procedimentos de lavagem das mãos e utilização do sabonete requerem,
em média, 15 a 30 segundos.
94

c) Escovar os dentes:
- Acionamento da manopla de abertura da água (mão direita para destros,
esquerda para sinistros); regulando a água para um jato constante (sem
tocar a pia com o corpo ou com as mãos para que o processo seja
asséptico);
- Eventual: Molhar a escova;
- Escova os dentes com a torneira fechada;
- Expele a água da boca;
- Coloca água na boca com a(s) mão(s) em concha;
- Bochecho ou gargarejo e repete a operação;
- Enxágua as mãos novamente;
- Fecha a torneira;Coloca a escova no suporte.
d) Lavar o rosto:
- Acionamento da manopla de abertura da água (mão direita para destros,
esquerda para sinistros); regulando a água para um jato constante (sem
tocar a pia com o corpo ou com as mãos para que o processo seja
asséptico);
- Sabonete em barra ou líquido: pega o sabonete com a mão direita ou
aciona a válvula para liberar o sabonete líquido (de 2 a 5 ml);
- Leva as duas mãos até o rosto e massageia suavemente a pele da face;
- Leva água até o rosto com as mãos em concha, repete duas ou três vezes
até tirar todo o excesso.
Qualquer um destes processos conclui-se com a secagem das mãos e do
rosto:
e) Secar as mãos:
- Erguer os braços para puxar a toalha de pano ou papel;
- Esfregar as mãos na toalha ou papel até secar completamente iniciando
pelas mãos e seguindo pelos punhos e cotovelos, depois secar o rosto da
mesma forma;
- Devolver a toalha de pano ao suporte ou jogar a toalha de papel no lixo.
Em caso de utilização do ar quente, elevar as mãos até a saída de ar e
esperar até secar.
95

FIGURA 25 – COMO LAVAR AS MÃOS CORRETAMENTE

Fonte: gerado pela autora, 2007.

Para todas as atividades relacionadas acima, é importante que o idoso tenha


um local para apoiar-se em caso de tonturas, uma distância apropriada da pia e da
cuba, e que estas estejam em altura adequada para atende-lo. Abaixo temos um
quadro com as operações e os maiores problemas encontrados nestas.

QUADRO 11 – DIFICULDADES ENCONTRADAS NO USO DE TORNEIRAS


Operação Abre Duraçã Dificuldades Ergonômicas Deficiência da Idade
torneira o
Lavar as mãos Sim 15 s Acionamento da torneira Articulações e visão,
por torção ou alavanca, cortes identificação quente/fria e
com cantos vivos, acesso à volume de água, tonturas,
96

frente da hematomas por chocar-se


pia, derrapagem das mãos, com os elementos do
dores nas costas pela altura banheiro, quedas
incorreta da
bancada
Utilização do Já está 10 s Alcançar ou encontrar o Firmeza nas mãos para
sabonete aberta sabonete por causa da segurar ou acionar o
umidade nas mãos, dores nas sabonete líquido,
costas pela altura incorreta da articulações, visão, tonturas,
bancada quedas
Escovar os Continua De 30s Manipular a escova por causa Firmeza nas mãos para
dentes aberta a da umidade nas mãos, dores manipular a escova de
5min nas costas pela altura incorreta dentes, tonturas, quedas
da bancada
Lavar o rosto Continua 15 s Fechar os olhos por causa do Visão nula, errar a
aberta sabonete, dores nas costas quantidade de sabonete e
pela altura incorreta da machucar os olhos, tonturas,
bancada, dores nas costas pela quedas
altura incorreta da bancada
Secar as mãos Fecha a 10 s Alcançar a toalha que fica Dificuldade na amplitude de
e o rosto torneira sempre em local mais alto e movimentos, hematomas
próximo à parede, dores nas por chocar-se com os
costas pela altura incorreta da elementos do banheiro,
bancada quedas e tonturas
FONTE:: Gerado pela autora, 2007

Para ilustrar estas dificuldades, foram feitas simulações em software, para


que se possa perceber quais as áreas sujeitas a maior esforço quando do
acionamento e uso da torneira de banheiro.

FIGURA 26 – PERFIL DE PESSOA UTILIZANDO A PIA E TORNEIRA


97

FONTE: Gerado pela autora, 2007

Percebe-se, ainda, que a altura da pia e cuba são fundamentais para que o
esforço seja maior ou menor. Pessoas de estatura alta sofrem muito com as
bancadas comuns, que utilizam, na sua maioria, alturas de 80 centímetros do chão.
O posicionamento correto do corpo também deve ser considerado, já que deste
dependem as flexões laterais e equilíbrio.

FIGURA 27 – EXEMPLOS DE POSTURA NO USO DE TORNEIRAS

FONTE:: Gerado pela autora, 2007

3.7ANÁLISE DO CAPÍTULO 3

No Brasil, a população idosa é a que tem maior crescimento nos últimos


anos. Já não é um país formado por jovens, como antes, agora existe uma
população diferente, com mais idade, que tem demandas e particularidades
específicas, e que não é analisada nem objeto do interesse do mercado de
consumo.
98

Os idosos têm dificuldades de independência estruturada, física e


comportamental, que afetam negativamente a qualidade de vida dos mesmos,
porque os tornam cada vez mais dependente do meio e das pessoas à sua volta.
A pessoa idosa, como usuário, tem dificuldades e limitadores. Causam
grandes impactos as de locomoção e de instabilidade postural, causadas por
doenças, principalmente as reumáticas que dificultam e até impedem os movimentos
e o uso dos produtos. Também as dificuldades de cognição, da perda ou falha
gradativa dos sentidos, principalmente a visão, dificultam o entendimento do meio à
sua volta, e são os motivadores de projetos específicos para esta população.
Por outro lado, como consumidor, a terceira idade é um segmento de
mercado com nível de instrução mais baixo, mas que tende a aumentar com o
envelhecimento demográfico. São pessoas com padrão de consumo médio-alto, que
não encontra produtos e serviços da forma ou com a facilidade que deseja. Muitos
continuam no mercado de trabalho. Apesar de ser um extenso mercado consumidor,
os idosos não possuem renda alta. Por outro lado, têm tempo de sobra, dinheiro
guardado e muita vontade de aproveitar a vida, pois sabem que ela é mais curta
para eles. A maioria destas pessoas são mulheres, a maior parte mora com a
família. Influenciam ou são as decisoras das aquisições da casa.
A casa do idoso quase sempre é a mesma em que ele viveu a vida inteira,
com a família. Por isso, não dispõe de adaptações que facilitam a vida de pessoas
com dificuldades de locomoção, de visão, de cognição, etc.
Produtos para esta parcela da população devem considerar necessários
critérios para evitar acidentes, principalmente no banheiro e no período noturno.
Com o uso do design universal e ergonomia, é possível diminuir as dificuldades na
operação dos produtos neste ambiente. É importante sejam diminuídas as
exigências de flexões corporais, amplitude dos movimentos e dificuldades na leitura.
Os produtos também devem oferecer apoio e suporte no caso de desequilíbrios
posturais ou tonturas, devem ter pegas antiderrapantes para não escorregar.
Também devem ter um apelo estético, já que a maior parte dos usuários
serão mulheres idosas e a família das mesmas, pessoas com idades variadas. O
uso da automação resolve questões de ergonomia e dificuldade de operação por
causa das doenças, além de tornar os produtos mais seguros e economizar água.
99

4 DESENVOLVIMENTO

Neste capitulo o objetivo é apresentar informações sobre o Processo de


Desenvolvimento dos produtos da linha de metais sanitários, bem como expor o
método2 adotado no processo. O capítulo mostrará quais as premissas adotadas
pela autora para atingir o objetivo final, que é a definição do produto a ser
desenvolvido.

4.1META-REQUISITOS DO PROJETO

A partir da análise dos capítulos anteriores, foram extraídos os requisitos de


mercado e do cliente (Capítulo 2), assim como os requisitos do usuário idoso
(Capítulo 3) e de ergonomia. A passagem do texto para as palavras-chave (os
requisitos) deu-se através de uma visão global, relacionando todas as ofertas do
mercado, todos os requisitos do cliente e do usuário, sem restrições. A partir desta
visão global, foi realizada uma análise que resultou nos meta-requisitos do projeto,
que são premissas iniciais para um projeto de metais sanitários para os citados
mercado, cliente e usuário.
Os meta-requisitos selecionados servirão de base, na fase seguinte, para a
composição dos cenários para o futuro e também para a geração de alternativas.

4.1.1Quadros

O quadro 12, denominado Materiais trata das opções existentes no mercado


para as matérias primas dos metais sanitários, para os acabamentos que estas
recebem, usualmente por causa de melhorias estéticas, e das características da
matéria prima, como qualidade do fornecimento e durabilidade do produto. O
objetivo deste item não é discutir a composição química ou processo de manufatura,
mas ilustrar as possibilidades existentes.

2
Metodologia, segundo GIL (2002), é a ciência ou estudo dos métodos, uma investigação de seu
emprego nas diferentes ciências, seus fundamentos e validade, sua relação com as teorias. Enquanto
método é o conjunto de processos racionais postos em prática para chegar à verdade, a metodologia
é o estudo (análise e descrição) de qualquer método.
100

As palavras foram geradas pela análise dos produtos dos fabricantes,


consulta às entidades regulamentadoras de matéria prima, documentos de
assistência técnica referentes à defeitos nos produtos causados pelo material do
qual são produzidos.

QUADRO 12 – MATERIAIS
1 MATERIAIS
MERCADO CLIENTE USUARIO (Idoso) META-REQUISITOS
Acabamentos

Acabamentos

Acabamentos
Acabamentos
Cromado Cromado Cromado Acetinado / cromado
Fosco Escovado Escovado
Dourado Prata Acetinado Acabamentos foscos
Pintado Acetinado Emborrachado diminuem a reflexão da
Acetinado luz, o que contribui para
Níquel fosco a visibilidade do
Prata produto, já que o
Ouro usuário tem problemas
Prata Plus de visão e pode
confundir-se. O
Escovado
acabamento cromado
dá um maior valor
estético à peça.
O acabamento
emborrachado é uma
necessidade do usuário
por causa da segurança
no uso.
Característica

Característica

Característica
Característica

Não tóxico Não tóxico Não tóxico Qualidade, Assepsia,


Asséptico Mecânica Durabilidade resistência à corrosão
(bactérias) (resist) Mecânica Os materiais da torneira
Corrosão Qualidade (resist) devem atender às
(resist.) Corrosão Corrosão demandas acima
Limpeza (resist.) (resist.) porque o banheiro é um
Rígido Durabilidade Transparência local de alta
Durabilidade Limpeza proliferação de
Qualidade Asséptico organismos nocivos ao
Mecânica (bactérias) ser humano.
(resist) A rigidez permite que o
produto seja usado
como apoio em caso de
acidentes. A
transparência permite
uso de automação para
informar o status de
variáveis como a
temperatura, por
exemplo.
101

Matéria prima
Antiderrapante Latão Ligas metálicas e
Termoplásticos Bronze Polímeros de
Bronze Termoplásticos engenharia
Latão Plástico Ambos os materiais
Ligas de cobre acima atendem aos
Matéria prima

Matéria prima
Matéria prima
Plástico requisitos do cliente,
Cerâmica podem ser usado
Polímeros de separados ou em
engenharia conjunto no mesmo
produto. Ambos têm
alta durabilidade,
qualidade e são
abundantes no
mercado.
FONTE: Gerado pela autora, 2007

Para obtenção dos meta-requisitos, a sistemática usada é a da repetição.


Por exemplo, os meta-requisitos acetinado e cromado encontram-se em todas as
três colunas, e permaneceu na quarta porque são características importantes tanto
para o mercado quanto para o cliente e o usuário.
Abaixo, o quadro Tecnologia trata de características tecnológicas das
torneiras, como a quantidade de furos e o acionamento. Aqui, outra vez, foram
consultadas as linhas de produtos de outros fabricantes, normas para metais
sanitários, acionamentos e acessibilidade para usuários com dificuldades físicas ou
mentais. Os requisitos classificados pela autora como tecnologia são referentes à
saída da água das tubulações para o ambiente externo através de torneira. O
método mais simples e mais antigo é a tecnologia hoje mais barata e mais comum, a
torneira de um furo, chamada pilar. Para circuitos de água à temperatura normal,
utiliza válvula de gaveta, que abre e fecha regulando o fluxo de saída da água.

QUADRO 13 – TECNOLOGIA
2 TECNOLOGIA
MERCADO CLIENTE USUARIO (Idoso) META-REQUISITOS
102

Furos 1 furo (pilar) 1 furo (pilar) 1 furo (pilar) Monocomando / 4

Furos
Furos

Furos
2 furos 2 furos Monocomando furos
3 furos 3 furos 4 furos
4 furos 4 furos A torneira
(duchinha) (duchinha) monocomando é um
1 furo mecanismo externo
Monocomando mais simples, o que
facilita a instalação e
manutenção. A opção
de 4 furos possibilita
higiene íntima e
banhos rápidos para
pessoas com
problemas de
acessibilidade.
Característica

Característica
Característica

Característica
Uso racional Uso racional Segurança Uso racional de água
de água de água Limpeza fácil / Limpeza fácil /
Manutenção Segurança Manuseio
fácil Limpeza fácil ergonômico
Direcionador Manuseio O uso racional da
de jato ergonômico água indica pessoas
Segurança Transparência com nível de instrução
Limpeza fácil Cores variadas alto, que contribuem
(sem muitos para a conservação
encaixes onde dos recursos naturais.
acumula O manuseio
sujeira) ergonômico é uma
Manuseio condição tecnológica
ergonômico e possibilita da
autonomia do idoso
no uso do produto.
Uso de cores para
identificação aumenta
a segurança no uso.
Acionamento

¼ de volta ¼ de volta Compressão Automação / Válvula


com alavanca com alavanca Monocomando de gaveta /
½ volta com misturador Sensores compressão
alavanca Válvula de eletrônicos
Válvula de gaveta Dispensar A automação diminui
gaveta Monocomando sabonete ou até dispensa o uso
misturador Sensores automaticamente das mãos para o
Acionamento

Acionamento
Acionamento

Automação eletrônicos acionamento,


Compressão Compressão economiza água e
Sensores torna o produto
eletrônicos asséptico.
Monocomando O acionamento por
compressão diminui o
uso das mãos e
também tem o recurso
de economia de água,
sendo mais barato do
que usar automação.
FONTE: Gerado pela autora, 2007

O quadro Mercadológico é formado, prioritariamente, pelas condições do


mercado, mas também pelas do cliente e que refletem na decisão de compra do
103

usuário. Aqui, foram pesquisadas as características da oferta do mercado, qual o


processo de concepção e estratégias de mercado dos outros fabricantes de metais
sanitários, a condição da demanda por estes produtos no Brasil e no mundo, os
sistemas de distribuição e pós venda dos mesmos.

QUADRO 14 – MERCADOLÓGICO
3 MERCADOLÓGICO
MERCADO CLIENTE USUARIO (Idoso) META-REQUISITOS
Característica

Característica

Característica

Característica
Crescimento Crescimento Assistência Propaganda é um
constante da constante da técnica ampla diferencial promove
construção civil – construção civil Garantia aumento nas
aumento da Variedade Propaganda vendas e mostra o
demanda Inovação Preços produto aos clientes.
Variedade Concorrência variados
Recall nacional e Luxo A garantia e a
Assistência técnica importadas Médio luxo assistência técnica
ampla Vendas para Popular são condições
Garantia construtoras essenciais na venda
Inovação Propaganda de produtos, faz o
Pesquisa e Design como consumidor
desenvolvimento processo acreditar no produto
Concorrência Padroniza e na empresa
nacional e preços fabricante.
importadas Qualidade
PAC Pontualidade na Crescimento
Indústrias entrega constante da
pequenas e construção civil – O
Grande
médias aumento da
quantidade de
demanda
Vendas para pontos de venda
no mercado de
construtoras Luxo
construção civil
Propaganda Médio luxo
indica que a fábrica
Padroniza preços Popular terá produção em
Qualidade Uso racional de larga escala, com
Pontualidade na água número alto de
entrega Preços médio- tiragens.
Ponto de venda baixo
Luxo Preços variados
Médio luxo/popular
Popular A produção em
Design como larga escala e
processo venda para um
Uso racional de mercado
água consumidor com
Preços variados renda pessoal
média-baixa
estabelecem que
preço praticado.
Porém, existe
demanda para
produtos de luxo,
médio luxo e
populares.
FONTE: Gerado pela autora, 2007
104

Percebe-se que as condições de garantia e assistência técnica são, para os


usuários, tão importantes quanto a qualidade do produto, porque enfatizam a
confiabilidade do produto e fidelizam os consumidores.
O usuário idoso é o foco deste projeto. Aqui foram listadas características do
usuário final. Como pode ser visto no Quadro 14, a maioria destas palavras-chave
referem-se às condições físicas do idoso, como saúde, psicologia e convivência com
outras pessoas. Estas características são decisivas na concepção da forma do
produto. O mesmo respeitar e ajudar a diminuir as conseqüências dos problemas e
deficiências causados pelo avanço da idade, como as de locomoção, visão, falhas
na percepção e entendimento do ambiente e das partes que fazem parte dele.
Muitas das condições do usuário serão atendidas somente se o produto for
instalado de maneira correta. A altura e o modo de fixação dos mesmos às paredes
ou bancadas são decisivos para atender aos requisitos.

QUADRO 15 – USUÁRIO
4 USUARIO (Idoso)
MERCADO CLIENTE USUARIO (Idoso) META-REQUISITOS
105

Característica

Característica
Mulher, Mulher, Mulher
Homem, Homem, lentidão Manutenção da
profissionais da profissionais da Recordações autonomia
área área Problemas de
Segurança Segurança visão O produto deve
Transformação Transformação Segurança garantir que o idoso
constante constante independência não terá dificuldades
Evitar Evitar Manutenção da e operará o mesmo
Acidentes Acidentes autonomia em segurança.
Design Design Acidentes
Não tem universal
produtos Não tem Ergonomia
Problemas nas
específicos produtos articulações
para idosos específicos A ergonomia garante
Transformação
para idosos a diminuição das
constante
flexões e amplitudes
Aproveitar a
de movimento, o que
vida
é importante para o
Característica

Característica
Necessidades idoso que tem
informativas, diversas debilidades
sociais e físicas físicas decorrentes da
Dificuldades de idade. Os objetos
postura devem ser
Vive com a posicionados em
família alturas corretas, e
Artrite utilizados com o
Envelhecimento mínimo de esforço e
Declínio servir de apoio em
Design caso de acidentes.
universal
Diminuir flexões Sabonete
e amplitudes A diminuição do
Movimentos esforço na atividade é
livres um requisito do idoso.
É importante analisar
Usar todos os a possibilidade de
sentidos integrar outras
funções no uso
Conforto do produto.
Aconchego
FONTE: Gerado pela autora, 2007

O quadro produto lista características do produto final, reunindo palavras-


chave de todos os capítulos e também dos quadros anteriores. São requisitos para o
projeto do produto, na visão de designer, que fornecem informações importantes
para o desenho de alternativas. Aqui são consideradas obrigatórias as condições de
normas técnicas para elaboração de projetos, como a NBR9050, que trata de
questões de acessibilidade. Neste quadro, como no anterior, a conformidade com as
normas depende da instalação do produto em local e de maneira adequadas.
106

QUADRO 16 – PRODUTO
5 PRODUTO
MERCADO CLIENTE USUARIO (Idoso) META-REQUISITOS
107

Característica
Sem arestas Regulagem de Sem arestas
salientes fluxo de água salientes Sem arestas
Manejo fácil Manejo fácil Ergonomia salientes / Manejo
Ergonomia Ergonomia Cores fácil
Servir como Estilo Moderno Servir como
apoio Estilo clássico apoio O produto deve
Design Atende às Concorda com garantir o mínimo
Universal normas de o ambiente risco para o idoso.
Atende às construção e Estável / Firme Sem arestas, diminui
normas de instalação Fácil de limpar o risco de cortes. O
construção e Evita acidentes Segurança manejo fácil diminui o
instalação Cores Funcionalidade risco de batidas e
Suportes Segurança contusões, considera
Estilo clássico
Cores o mínimo esforço no
Funcionalidade Estilo Moderno
Texturas acionamento da
Concorda com
válvula e sem esforço
Estilo Moderno o ambiente
para o fechamento.
Concorda com Fácil de limpar
Para isto, a válvula
o ambiente
monocomando ou
sensores elétricos
Liberdade de atendem este
movimentos requisito.
Evita acidentes
Fácil de limpar Servir como apoio /
Regulagem de Firme e estável
fluxo de água
Estável / Firme
Característica

Característica

Característica

Atende à NR 9050
Informação para pessoas com
luminosa problemas de
Segurança acessibilidade. Os
Funcionalidade metais sanitários
Antiderrapante devem servir como
suporte em caso de
tonturas ou quedas,
por isto também
devem ser firmes e
estáveis.

Concorda com o
ambiente /
funcionalista

O estilo funcionalista,
inspirada na
Bauhaus, tem alto
valor estético e
permite todos os
itens anteriores. Tem
formas
arredondadas, livres
de adornos e
encaixes que
dificultam a limpeza e
a operação, além de
serem fixados
firmemente às
paredes e bancadas.
FONTE: Gerado pela autora, 2007
108

4.2TÉCNICA DE CENÁRIOS

A técnica de cenário é um método poderoso para analisar o futuro. Seus


pilares principais são os sistemas e o pensamento aberto para o futuro. Um cenário
pode ser definido como uma descrição geralmente compreensível para a tomada de
decisões futuras, baseada em uma rede complexa dos fatores que podem influenciar
esse futuro, tais como economia, política, biotecnologia, engenharia genética. Essa
técnica permite aos responsáveis por esse estudo identificar os elementos críticos
que podem pôr em risco a organização e agir eficientemente. (REIBNITZ, 1997)
Aqui, esta técnica é usada como auxílio importante na definição do desenho
da linha de metais sanitários, qual será a alternativa mais adequada para a época
em que será colocado no mercado. Abaixo, nos quadros 16, 17 e 18, estão
descritos, de três formas diferentes, como será a vida de um idoso no futuro.
Os cenários são coerentes porque partem de informações reais coletadas no
período cronológico atual, ou seja, o ano de 2007, informações que preservam a
história e a evolução das situações econômicas, políticas, demográficas,
educacionais e sociais da população brasileira e do mundo.
Os meta-requisitos gerados nos quadros anteriores estão aqui distribuídos
nos três cenários de acordo com a situação que o idoso poderá enfrentar neles.
Para esta distribuição, os meta-requisitos dependem das condições financeiras e
físicas do usuário, uma sempre atrelada à outra. Por exemplo, os materiais e
processos mais sofisticados e luxosos estão distribuídos no cenário mais favorável,
o contrário acontece com os mais baratos e mais simples.
Esta técnica é relevante para o projeto da linha de metais sanitários porque
serve como definição do produto a ser desenvolvido. Dos três cenários, será
escolhido o que possui meta-requisitos fechados ou melhor definidos para o
desenho do produto, permitindo que a geração de alternativas seja feita com alto
percentual de acerto.

4.3CENÁRIOS
109

O Cenário 1 é o mais favorável. Considera uma situação melhor do que as


atuais do aumento da escolaridade dos adultos de hoje, da permanência das
pessoas no mercado de trabalho após a aposentadoria, do aumento da expectativa
de vida e de melhores condições de saúde criadas pela conscientização da
população sobre procedimentos preventivos, melhorias na alimentação, prática de
exercícios, enfim, melhor qualidade de vida para toda a população. É embasado
ainda em um crescimento da economia brasileira a uma média de 6% ao ano, no
enriquecimento da população e em taxas de natalidade cada vez menores.

QUADRO 17 – CENÁRIO ORDEM E PROGRESSO


CENÁRIO 1 Ordem e progresso
A população envelhece cada vez mais, chegando Ligas metálicas / Polímeros de engenharia
próximo aos 100 anos de idade como média. Acetinado/ fosco
Permanecem no mercado de trabalho até os 80 2 furos / Monocomando (1 furo) / Automação
anos, em plena atividade. – água quente e fria obrigatório
A renda é mais alta devido à capacitação Propaganda
profissional, níveis de estudo, melhorias Garantia e assistência técnica
curriculares sempre constantes no decorrer da Preço não tem importância
vida. Luxo
O casal vive sozinho em uma casa confortável, Manuseio ergonômico
adaptada para satisfazer todas as necessidades Firme e estável
especiais decorrentes da idade. São cheios de Design funcionalista (Bauhaus)
saúde, tiram férias duas vezes por ano, Sem arestas cortantes
aproveitam a vida muito melhor que os jovens ou
adultos.
A velhice é perfeitamente compreendida pela
sociedade, a oferta de serviços e produtos para
este segmento de mercado é tão numerosa
quanto para todas as outras.
Os problemas de saúde decorrentes da idade
são minimizados com a evolução da medicina e
da conscientização da sociedade a respeito da
alimentação e atividades físicas.
FONTE: Gerado pela autora, 2007

Com isso, têm-se idosos com maior poder aquisitivo, que podem comprar
produtos de melhor qualidade. Vivem sozinhos ou com o cônjuge, ambos
autônomos. Assim, o produto a ser desenvolvido pode usar matérias primas de
qualidade, onde o fator custo tem prioridade mais baixa que os outros requisitos.
Obrigatoriamente deve ter sistema de controle de água quente e fria, para maior
conforto do usuário, deve fazer uso da automação, com sensores de presença que
acionam o mecanismo que libera a água, deve ter desenho e acabamento luxuosos,
ser facilmente encontrado no mercado, inclusive a assistência técnica e garantia do
110

fabricante, entre outros requisitos. O design é mandatório no processo de fabricação


do produto.
O cenário “Sobrevivência” é uma situação menos favorável que o anterior,
mas não é desfavorável. Aqui, o nível de instrução é menor que no anterior, a
expectativa de vida é de 80 anos, as condições de saúde são medianas, os idosos
permanecem no mercado de trabalho, porém com cargos e salários menores. Está
embasado no crescimento real projetado por órgãos estatísticos, como o IBGE, de 3
a 4% ao ano. Baseia-se ainda na condição de que os idosos continuarão vivendo
com suas famílias, que não são numerosas, ou sozinhos.

QUADRO 18 – CENÁRIO SOBREVIVÊNCIA


CENÁRIO 2 Sobrevivência
Os idosos vivem mais, são uma população muito Latão / Termoplásticos cromados ou pintados
numerosa. Possuem condições de saúde regular, Monocomando / Compressão – Água quente
devido aos maus costumes e qualidade de vida e fria opcional
do passado, mas são conscientes de que podem Propaganda
viver muito e bem se cuidarem dela. garantia e assistência técnica
Permanecem no mercado de trabalho, em produção em larga escala – preço médio-
cargos inferiores aos que ocupavam quando baixo
jovens, porque a sociedade ainda não aceita Médio - luxo
totalmente a permanência dos idosos nas Manuseio ergonômico
empresas. Contudo, conseguem sustentar a Firme e estável
casa em que vivem, algumas vezes com o Desing funcionalista (Bauhaus)
cônjuge, outras viúvos com a família, outras Sem arestas cortantes
sozinhos. Possuem poder aquisitivo razoável,
somando salários e aposentadoria, por isso
formam um mercado consumidor importante.

FONTE: Gerado pela autora, 2007

Para este cenário, a linha de metais sanitários deve considerar o fator custo
com papel importante e até limitador no projeto, porém, sem perder a qualidade,
garantia e assistência técnica. Aqui adota-se o sistema de misturadores de água
quente e fria, respeito às normas de fabricação e matérias primas, e permanecem as
condições do cenário anterior que não interferem no preço, como o design
funcionalista, sem arestas salientes, firme e estável.
O cenário 3 é muito parecido com a realidade do ano 2007. É uma situação
mais difícil de acontecer, visto que hoje as pessoas estudam mais, tem nível de
instrução melhor do que antigamente, mas que deve ser considerada em caso de
alguma catástrofe natural, falência dos sistemas públicos ou guerra civil. Aqui as
111

condições são totalmente desfavoráveis, os idosos são pobres, doentes, vivem em


casas com famílias numerosas, tanto as famílias quanto as casas despreparadas
para avanços da idade.

QUADRO 19 – CENÁRIO NÃO QUERO VIVER NESTE


CENÁRIO 3 Não quero viver neste
A população idosa cresce pouco ou permanece Materiais termoplásticos, podem ser pintados
constante. Os idosos são pessoas que pararam Pilar / Válvula de gaveta – somente água
de estudar cedo para sustentar a casa, e quente
chegam aos 60 anos com muitos problemas de Garantia – preço baixo
saúde. Popular
Possuem renda baixa porque não podem Ergonomia
trabalhar, vivem de aposentadoria e precisam Firme e estável
comprar muitos remédios, além de ajudar na Desconsidera o design no processo de
casa. Não tem qualidade de vida, vivem com a fabricação
família em casas pequenas e cheias de filhos e Sem arestas cortantes
netos. A casa não tem preparo especial para
recebê-los, muitos perdem os cônjuges cedo,
são tristes, decadentes e não tem perspectivas
de mudança.
A velhice é considerada um incômodo, ninguém
têm paciência com a pessoa idosa, que não é
independente nem para fazer suas próprias
compras sozinho, por isso é um segmento de
mercado esquecido.
FONTE: Gerado pela autora, 2007

Para este cenário, o produto deve ser concebido com objetivo único de
atender às limitações do custo. Estas limitações podem ser tão críticas a ponto de
comprometer a funcionalidade e a matéria prima, não dispõe de garantias ou rede
de assistência técnica, o sistema é simples e utiliza somente água na temperatura
ambiente. Como no anterior, permanecem as condições que não interferem no
preço, como o design funcionalista, sem arestas salientes, firme e estável.

4.4REQUISITOS DE PRODUTO

Os requisitos do produto foram gerados como resultado dos cenários, com o


objetivo de facilitar a geração de alternativas de desenho. Os requisitos facilitam
este trabalho porque definiram as idéias que serão seguidas na próxima fase,
evitando que se perca tempo gerando desenhos que serão descartados mais tarde.
Por causa da melhor definição dos requisitos, o cenário escolhido foi o de
número 3, que é a visão de um futuro promissor e acolhedor.
112

Alguns requisitos relacionados são para todos os produtos da linha, porém,


existem alguns relacionados exclusivamente à torneira, já que é a peça principal de
uma linha de metais sanitários.
Na interferência destes dois cenários, obtiveram-se os seguintes requisitos:

QUADRO 20 – REQUISITOS DA TORNEIRA E DA LINHA DE METAIS


SANITÁRIOS

1 Materiais
Acabamento Acetinado Acabamentos foscos diminuem a reflexão da luz, o que contribui para a
visibilidade do produto, já que o usuário idoso tem problemas de visão
e pode confundir-se no uso.
Ligas metálicas e Matéria prima durável, resistente mecanicamente e à corrosão,
Polímeros limpeza fácil, rígido.
Estas condições, somadas, permitem que o usuário idoso apóie-se nos
produtos em caso de tonturas ou tropeços, impede cortes e infecções
causadas pelos defeitos causados pela corrosão ou infiltração e
proliferação de bactérias, e também facilita a limpeza.
As duas matérias primas atendem aos requisitos de usuário, tecnologia,
mercado e ergonomia, podendo ser fabricados de diferentes formas
para atender à forma final. Os polímeros permitem que seja usada
transparência.
Antiderrapante O acabamento antiderrapante aumenta a segurança no uso do produto,
diminui a incidência de hematomas ou machucados por batidas
acidentais.
2 Tecnologia
Monocomando A opção de acionamento monocomando minimiza os mecanismos
externos, tornando a bancada mais desimpedida e acessível. Com ela,
é possível fazer regulagem de água quente e fria, no próprio corpo da
torneira.
Automação Uso racional de água Segurança, Limpeza fácil, Manuseio
ergonômico
O uso racional da água indica pessoas com nível de instrução alto, que
contribuem fazendo a sua parte para a preservação dos recursos
naturais. O manuseio ergonômico é uma condição tecnológica e
possibilita da autonomia do idoso no uso do produto, assim como
atende a vários outros requisitos do projeto. Dispensa o uso das mãos
para o acionamento do produto, tornando-o ergonômico e asséptico,
diminui a zero o esforço físico do idoso para acioná-lo, respeitando as
normas de acessibilidade, economiza água, permite o uso de cores para
controle informacional do processo, etc.
3 Mercadológico
Propaganda Promove aumento nas vendas e mostra o produto aos clientes
Garantia São condições essenciais na venda de produtos, faz o consumidor
Assistência técnica acreditar no produto e na empresa fabricante.
Produção em larga escala O aumento da demanda causado pelo crescimento constante do setor
de construção civil
Brasileiro indica que a produção será em larga escala, o que faz com
que os preços possam ser mais baixos.
Preço médio-alto A produção em larga escala e a venda para um mercado consumidor
atualmente com renda pessoal média-baixa estabelecem que os
113

produtos podem ser de luxo, médio luxo ou populares. Porém, a técnica


de cenários mostra que a tendência a para o futuro é a de idosos com
maior poder aquisitivo, o que enquadra este requisito nesta categoria,
ou médio luxo.
4 Usuário
Autônomo O projeto trata de usuários definidos como autônomos, isto é, que vivem
sozinhos ou com o companheiro, mas que não precisam da ajuda de
outra pessoa para executar as atividades da vida diária, como tomar
banho ou escovar os dentes.
Servir como suporte Este requisito do usuário atende ao meta-requisito manutenção da
autonomia, o que inclui as dificuldades comuns decorrentes da idade,
como tonturas, perda instantânea de memória, quedas, desequilíbrios,
etc.
O desenho do produto deve garantir que o idoso não terá dificuldades
de operação com segurança, sem a necessidade de ajuda de outras
pessoas ou de apoios, e que também aumente a autononia no seu uso.
Ergonomia Manejo fácil
A ergonomia garante a diminuição das flexões e amplitudes de
movimento, o que é importante para o idoso que tem diversas
debilidades físicas decorrentes da idade. Os objetos devem ser
posicionados em alturas corretas, em tamanhos adequados às medidas
antropométricas, e utilizados com mínimo ou nenhum esforço físico e
mental. O manejo fácil diminui o risco de batidas e contusões, considera
mínimo ou nenhum esforço no acionamento e no fechamento. Os
sensores elétricos atendem este requisito.
Será considerado aqui o uso do produto com as mãos, com extensão
para os membros superiores como cotovelos e braços.
5 Produto
Sem arestas cortantes O produto deve garantir o mínimo risco físico para o idoso, para isto é
imprescindível reduzir a zero as arestas e áreas de interferência nos
movimentos. Isso evita risco de batidas e contusões, facilita a limpeza e
permite que o produto seja usado como barra de suporte em caso de
desequilíbrios posturais.
Servir como apoio Para que o produto atenda ao idoso, o produto deve atender à NR 9050,
que trata de pessoas com problemas de acessibilidade. Os metais
sanitários devem servir como suporte em caso de tonturas ou quedas,
por isto também devem ser firmes e estáveis. Porém, o produto limita-
se a usuários autônomos, que não precisam de ajuda de outra pessoa
para as atividades da vida diária, não considerando limitações como o
uso de cadeira de rodas ou cegueira, por exemplo.
Estilo funcionalista O estilo funcionalista, inspirado na Bauhaus, tem valor estético que
permite todos os itens anteriores. Tem formas arredondadas ou retas,
livres de adornos e encaixes que dificultam a limpeza e a operação,
além de poder ser fixados firmemente às paredes e bancadas.
O funcionalismo agrega mais funções a um objeto, o que aqui será
atendido pela inclusão do sabonete líquido no produto.
Transparência Identificação visual
A transparência permite, junto com a automação, prover informações
como temperatura da água, fluxo ativo ou não, sabonete, etc, além de
incluir valor estético importante.
Inovação Sabonete
A inovação no design considera um produto com mais funções
agregadas. Aqui, será incluído o processo de dispensar sabonete,
porque as atividades realizadas na torneira geralmente incluem o uso do
mesmo, por isso, esta rotina será incorporada ao produto, o que
minimiza uma ou duas atividades extras que o idoso precisa realizar na
114

pia do banheiro.
Água como uma Jóia O conceito de valorização da água será utilizado aqui como um
requisito simbólico.
Com as deficiências nas fontes de água potável, a água está cada vez
mais valorizada, e o produto tratará deste tema como um requisito de
projeto.
FONTE: Gerado pela autora, 2007

4.5GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS

A geração de alternativas foi executada a partir dos requisitos listados no


quadro 19. Cada um deles é uma condição de desenho, mas alguns serão
observados somente no processo produtivo, que é uma etapa seguinte ao desenho.
Os principais requisitos considerados para a geração de alternativas são relativos à
conformação física, como tecnologia empregada e ergonomia. É definido aqui que o
produto terá ênfase na função prática, com interferência da função simbólica,
utilizando o conceito da água como uma jóia, o que inclui valor estético para a
torneira. No design funcionalista, a forma segue a função, e esta aqui terá um peso
maior que os outros valores.

FIGURA 28 – VALOR PRÁTICO DO PRODUTO

FONTE: Gerado pela autora, 2007

As palavras-chave tomadas como ponto de referência para a geração de


alternativas são os requisitos gerados anteriormente:
115

a) Sem arestas cortantes;


b) Monocomando;
c) Automação;
d) Uso racional de água;
e) Manejo fácil (Ergonomia);
f) Servir como suporte (Firme e estável);
g) Luxo ou médio luxo;
h) Quente e frio;
i) Limpeza fácil;
j) Segurança (autonomia do usuário) ;
k) Estilo funcionalista;
l) Antiderrapante (Acabamento Acetinado);
m) Transparência (visibilidade do processo)
n) Ligas metálicas e Polímeros;
o) Sabonete (Inserção do processo no produto);
p) Valorização da água.

4.5.1Primeira Geração de Alternativas

A primeira geração de alternativas mostrou-se muito simplificada e não


atendeu aos objetivos do projeto, nem aos requisitos. Abaixo segue a geração
infrutífera, que gerou um produto que desagradou possíveis usuários e não
demonstrou toda a capacidade da autora em desenvolver um bom design. Abaixo
segue um pequeno resumo deste desenvolvimento e resultados.

QUADRO 21 - PRIMEIRA GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS


ALTERNATIVA DESCRIÇÃO
Alternativa A1 A alternativa A1 é um
modelo simples, de
pilar, com misturador
incorporado,
acionada por sensor
elétrico redundante
(dois sensores, em
caso de falha do
primeiro o outro
continua atuando a
torneira). Tem formas
116

arredondadas,
portanto é facilmente
manuseável, com
poucas peças e sem
encaixes.

Alternativa A2 A alternativa A2 é um
modelo com desenho
moderno, longuilíneo,
a proposta é diminuir
a área do bocal ao
mínimo, com espaço
somente para a saída
da água. Também é
acionada por
sensores, a mistura
da água quente e fria
é feita no corpo da
torneira.

Alternativa A3 A alternativa A3
abaixo é outra
proposta simples,
com mecanismo
acionado por sensor,
sem encaixes que
dificultem a limpeza e
manutenção. Esta
pode ser produzida
com custo mais baixo
e em grande escala.

Alternativa A4 A alternativa A4
também é uma
proposta inovadora,
com montagem e
manutenção simples,
sem encaixes que
dificultam a limpeza,
com desenho
sofisticado e
inovador, alinhada
com o ideal
117

funcionalista da
escola Bauhaus.

Alternativa A5 Esta alternativa


também usa
sensores para
acionamento da
água, tem desenho
simples, com o
tamanho do bocal
reduzido, utilizando
bocal inclinado para
direcionar o jato de
água às mãos do
usuário.

Alternativa A6 A alternativa A6
também tem desenho
inovador, utilizando
linhas quadradas e
sensor eletrônico
para acionamento da
água.

FONTE: Gerado pela autora, 2007

4.5.2Escolha da Alternativa

A decisão da alternativa foi feita através de uma matriz binária de


correlações, onde os requisitos do produto receberam notas correspondentes ao
desenho. A vantagem do uso desta matriz é que a escolha a alternativa é mais
racional e não somente subjetiva, já que a alternativa escolhida será a que reúne a
maior quantidade de requisitos solicitados anteriormente.
118

A alternativa cuja somatória dos requisitos atendidos é maior é a alternativa


escolhida. A matriz utiliza somente notas 0 ou 1, o que significa dizer que atende ou
não ao requisito solicitado, ou seja:
Se a alternativa indicada A1...AX atende o requisito indicado por R1...RX,
logo o fator é 1;
Se a alternativa indicada A1...AX não atende o requisito indicado por
R1...RX, logo o fator é 0;
Assim tem-se que o Ax=f(RX), e a escolha de Ax=∑RX.

QUADRO 22 – TABELA MATRICIAL DE CORRELAÇÕES DAS ALTERNATIVAS E


REQUISITOS DOS PRODUTOS
Uso Autom Manej Estáv Luxo Mistura Limpe Segu- Estilo Sem Ergo- Total
raciona a-ção o fácil el ou dor za rança clássi aresta nomia =∑RX
l de médio Fácil co s
água luxo
R1 R3 R4 R5 R6 R8 R9 R10 R11 R12 R13
A1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 ∑9
A2 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 0 ∑8
A3 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 ∑9
A4 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 ∑9
A5 1 1 1 1 0 1 1 1 0 0 0 ∑7
A6 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 ∑9
FONTE: Gerado pela autora, 2007

Daqui, tem-se que a alternativa que atendeu à maioria dos requisitos é a A4,
seguida de perto pelas outras alternativas. Esta semelhança de notas dá-se porque
as alternativas foram geradas com base no atendimento aos requisitos.
O critério de escolha é a matriz, portanto, será agora feito o desenvolvimento
da alternativa A4. Esta idéia atende à maioria dos meta-requisitos, como automação,
firmeza e estabilidade, luxo, água quente/fria e ergonomia.
Para que atenda a todos os requisitos, serão feitas algumas alterações.
Serão removidas as arestas cortantes, o que também melhorará o processo de
limpeza e segurança.
A alternativa escolhida possui duas hastes laterais com sensores
redundantes, é classificada como monocomando porque a água quente se mistura
com a fria no corpo da torneira, para fornecer água na temperatura ideal para o
usuário. É um produto de formas elegantes que pode ser vendido como luxo ou
119

médio luxo, por ser preso à parede é firme e estável, servindo inclusive como apoio
em caso de queda, pode ser construído em materiais metálicos ou termoplásticos,
com acabamentos variados, mas como meta-requisito terá superfície fosca ou
acetinada.

4.5.3Modificação da alternativa escolhida

FIGURA 29 – RENDER

FONTE: Gerado pela autora, 2007

O modelo abaixo está ambientado e traz ilustrações dos itens mais


necessários no banheiro: torneira, saboneteira, suporte para toalha e para papel
higiênico.
120

FIGURA 30 – LINHA DE METAIS SANITÁRIOS AMBIENTADA

FONTE: Gerado pela autora, 2007

4.5.4Segunda Geração de Alternativas

Para a segunda geração de alternativas, o principal requisito considerado foi


o da valorização da água, ou da água como um bem precioso que precisa ser
conservado, valorizado e mostrado, como em uma vitrine. Considera o requisito de
transparência, sensor de presença, mistura de água quente e fria e sem arestas
cortantes. Considera a torneira como um encaminhamento para a água,
transcendendo o estereótipo popular de que a torneira é só uma extensão do
encanamento, só melhor acabado. Sendo um encaminhamento para a água, esta
pode sair de outros lugares que não sejam a bancada ou a parede, pode passar por
outros caminhos antes de chegar ao seu destino, as mãos do usuário. Em algumas
alternativas foi considerada a saída de água até por gravidade, na maioria delas a
água é bastante visualizada antes de sair do sistema de fornecimento de água. Isto
faz com que o usuário perceba quanta água está sendo gasta, e que tome
121

consciência de como ela é importante, reduzindo, mesmo que inconscientemente,


seu consumo.
A alternativa chamada Vaso é um mecanismo de torneira adaptado para
parecer um vaso de vidro, transparente, onde a água é contida antes de sair pelo
bico. Fixa na bancada da pia, tem o jato direcionado para o ralo da cuba com um
bico semelhante às torneiras comuns que existem hoje.

FIGURA 31 – VASO

FONTE: Gerado pela autora, 2007

A alternativa da Tulipa e Flor são dois produtos que simbolizam flores, com a
haste sendo o encaminhamento da água até o bico, que é a flor propriamente dita.
Tem fixação na bancada, as folhas podem servir de misturadores de água, podem
ser utilizadas cores ou seguir uma linha monocromática.
122

FIGURA 32 – TULIPA E FLOR


123

FONTE: Gerado pela autora, 2007

A alternativa chamada Folha também tem inspiração na flora. O centro da


folha é o encaminhamento da água, que sai diretamente da parede com um redutor
de pressão, e escorre até a cuba encaminhada pelo produto, cujo perfil permite a
visualização da água que está saindo do sistema de fornecimento de água.

FIGURA 33 – FOLHA

FONTE: Gerado pela autora, 2007

A alternativa da Semi-esfera transparente é um mecanismo inovador


transparente, de onde a água sai diretamente da parede, é desviado para que faça
círculos no interior da esfera e saia pela parte superior do produto, escorrendo sobre
ele até o centro da cuba.
124

FIGURA 34 – SEMI-ESFERA

FONTE: Gerado pela autora, 2007

A alternativa chamada Lustre é outro produto inovador, onde o


encaminhamento da água para o centro da cuba é feita por uma esfera transparente
125

polimérica, fixada por um tirante de aço no teto, de onde também saem a


alimentação de água quente e fria e do sabonete. Como na alternativa da semi-
esfera, a água descreve círculos dentro da esfera antes de sair por gravidade por
furos na parte inferior da esfera, que é de onde também sai o sabonete. Aqui, seria
necessária uma interferência maior em infraestrutura externa para a fixação do
conjunto e o desvio comum nos sistemas de água para a torneira, que aqui sai do
teto.

FIGURA 35 - LUSTRE

FONTE: Gerado pela autora, 2007

Na alternativa abaixo, chamada Colar, o encaminhamento da água se dá por


um círculo que fixado na parede, imitando um colar. A saída de água se dá por um
orifício terminado com uma pedra preciosa, podendo ser uma safira ou água
marinha, desde que seja azul, simbolizando a água. Este pingente faz com que água
seja espalhada antes de sair do sistema, e cria um efeito de continuação da jóia.
126

FIGURA 36 – COLAR

FONTE: Gerado pela autora, 2007

Na alternativa Vitória régia, a água sai diretamente de um orifício na parede,


passando pela superfície minimamente inclinada, um “prato” com bordas
arredondadas, cuja forma lembra uma vitória régia. A água pode sair por algumas
bordas arredondadas pré-definidas, que também espalham a água antes de sair do
sistema.
127

FIGURA 37 – VITÓRIA RÉGIA

FONTE: Gerado pela autora, 2007

A alternativa abaixo chamada Brilhante conceitua uma pedra preciosa, o


brilhante, que lapidado, transparente. Aqui, a água sai do centro do produto, jorrando
como fonte em direção ao centro da cuba.

FIGURA 38 – BRILHANTE

FONTE: Gerado pela autora, 2007


128

A alternativa da Football também utiliza o conceito forma transparente como


encaminhamento da água. Nesta, a forma é um sólido elíptico, lembrando uma bola
de futebol, fixada no tampo da mesa. A saída da água pela parte superior da elipse
segue o conceito de fonte, água como bem precioso.

FIGURA 39 – FOOTBALL

FONTE: Gerado pela autora, 2007

A alternativa Haste, a exemplo da alternativa Lustre, é um sistema que utiliza


a saída de água pelo teto, através de uma haste metálica, com direcionador de fluxo
e redutor de pressão na extremidade, para evitar esparramamento de água quando
esta tocar a cuba.
129

FIGURA 40 – HASTE

FONTE: Gerado pela autora, 2007

Esta alternativa considera o encaminhamento da água como uma alça, que


serve para dar equilíbrio ao usuário em caso de tonturas ou vertigens. O comando
da torneira fica na parte superior, assim como a saída de água e do sabonete. É
fixada na bancada, com inclinação vertical para direcionamento do fluxo.
130

FIGURA 41 – HASTE

FONTE: Gerado pela autora, 2007

4.5.4.1.Escolha da alternativa

A decisão da alternativa foi feita novamente através da matriz binária de


correlações, onde os requisitos do produto receberam notas correspondentes ao
desenho.

QUADRO 23– TABELA MATRICIAL DE CORRELAÇÕES DAS ALTERNATIVAS E


REQUISITOS DOS PRODUTOS
Uso Autom Manej Supor Luxo Regulag Limpe Segu- Estilo Sem Sabon Total
raciona a-ção o fácil te ou em za rança/ funcio aresta ete =∑RX
l de médio quente/f Fácil auton nalista s
água luxo rio omia
R1 R3 R4 R5 R6 R8 R9 R10 R11 R12 R13
vaso 1 1 1 0 1 1 0 0 0 1 0 ∑6
Flor/
tulip 1 1 1 0 1 1 0 0 0 0 1 ∑6
a
Folh
1 1 1 0 1 1 1 0 0 0 0 ∑6
a
Semi
- 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 ∑9
esfer
131

a
Lustr
1 1 1 0 1 1 0 0 0 1 1 ∑7
e
Cola
1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 ∑9
r
vitóri
a- 1 1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 ∑5
régia
Brilh
1 1 1 0 1 1 0 0 0 1 1 ∑7
ante
Foot
1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 ∑9
ball
Hast
1 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 ∑6
e
Alça 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 ∑11
FONTE: Gerado pela autora, 2007

Como esta variação de conceitos pode gerar alternativas das mais diversas,
e fugir aos requisitos do projeto, foi definida, pela matriz binária, uma linha dentre as
alternativas geradas nesta segunda bateria. A linha aqui é a funcionalista, com
ênfase na função prática do produto, sem desconsiderar, porém, os valores estéticos
e simbólicos.
A alternativa que somou o maior número de requisitos atendidos é a da Alça,
com atendimento total a todos os requisitos.
A partir desta matriz, serão geradas mais alternativas a partir da linha da
Alça. Estas alternativas precisam atender a todos os requisitos, a exemplo da
primeira, e ser um estudo estético/formal para a resolução do produto.

4.5.5Terceira Geração de Alternativas

Para a terceira geração de alternativas, foram gerados desenhos com


formas que permitissem suporte para uma ou ambas as mãos, em uso eventual ou
contínuo, de uma vez ou as duas ao mesmo tempo. Estas alternativas são a
evolução da alternativa da alça, que é a que somou, na etapa anterior, o maior
número de requisitos do projeto que foram atendidos.
Os resultados estão ilustrados e detalhados abaixo, com croquis dos
esquemas de funcionamento e vistas diferenciadas. Todas as alternativas
consideram um espaço de polímero transparente para que o usuário obtenha
132

informações sobre o fluxo de água e a temperatura, e também o processo de


dispensar sabonete, em diferentes posicionamentos, no corpo da torneira.
Esta alternativa permite suporte lateral com uma das mãos, a saída de água
é feita lateralmente, considera a mistura de água quente e fria embaixo da bancada
e a saída do sabonete no mesmo orifício de saída da água, com um
encaminhamento físico independente desta.

FIGURA 42 – ALÇA

FONTE: Gerado pela autora, 2007

A alternativa proveniente da Geração de Alternativas 2 é a da Alça. Esta


alternativa, representada acima, considera a torneira como uma alça de mala, que
não serve para carregar, mas para dar segurar, dando equilíbrio ao usuário. O
comando da torneira fica na parte superior, assim como a saída de água e do
sabonete.
133

FIGURA 43 – ALÇAS ASSIMÉTRICAS

FONTE: Gerado pela autora, 2007

A alternativa das alça assimétricas permite uma melhor postura ergonômica,


uma maior área de leitura das cores e boa fixação à parede. A saída da água quente
e fria se faz pelas laterais, misturando-se no ponto médio das duas trajetórias.
134

FIGURA 44 – ALÇAS SIMÉTRICAS LATERAIS


135

FIGURA 45 – ALTERNATIVA 3 CONTINUAÇÃO

FONTE: Gerado pela autora, 2007

Esta opção também possui o comando fixo na parede e alças de suporte,


porém as alças são centralizadas na direção do ralo da cuba, num conjunto menor e
mais simplificado que a alternativa 02. É uma mistura da opção 2 e 3.

FIGURA 46 – ALÇAS LATERAIS SAINDO DA PAREDE

FONTE: Gerado pela autora, 2007


136

A alternativa 5 é uma barra de apoio quadrada, que tem as entradas de água


nas extremidades. A fixação e a entrada de água se dão no tampo do móvel, que
precisa ser de material resistente e estar bem fixado, por sua vez, na parede ou no
piso. A saída de água é frontal, assim como a do sabonete.

FIGURA 47 – BARRA QUADRADA

FONTE: Gerado pela autora, 2007

A alternativa 6 é uma variação da alternativa e, da alça, só que em


proporções maiores e com fixação na parede, o que aumenta a resistência do
conjunto e diminui pontos de falha, no caso de aplicação de força muito grande no
produto.

FIGURA 48 – ALÇA NA PAREDE, VOLANTE

FONTE: Gerado pela autora, 2007

A decisão da alternativa foi feita novamente através de pesos para os


requisitos, já que a premissa é que todas as alternativas atendam a todos os
requisitos. Todos os requisitos tem o mesmo peso, portanto, a somatória das notas
dá a alternativa vencedora. As notas foram dadas de 1 a 3, conforme segue:
137

1 para atende o requisito nas mínimas condições, ou o valor estético e


simbólico é muito prejudicado pela função prática,
2 para mediano;
3 para atende satisfatoriamente as condições de valores estético, simbólico
e prático.
Nesta tabela, foi incluído um requisito, que é a coluna Processo, que trata da
execução do processo produtivo, considera o número de peças do produto, a
tecnologia envolvida, a montagem do conjunto no banheiro, enfim, todas as
questões relacionadas com a produção, uso e manutibilidade percebidas no
desenho do produto. Segue a mesma pontuação acima.

QUADRO 24 – COMPARATIVO DAS ALTERNATIVAS DA TERCEIRA GERAÇÃO


A1 A2 A3

A4 A5 A6

Fonte: Gerado pela autora, 2007

QUADRO 25 – TABELA MATRICIAL DE CORRELAÇÕES DAS ALTERNATIVAS E


REQUISITOS DOS PRODUTOS
Uso Autom M S Luxo Regul Limpe Segu- Estilo Se Sabon Proce Total
racion ação anej upo ou agem za rança/ funcio m ete sso =∑RX
al de o rte médio quent Fácil auton nalista ares
água fácil luxo e/frio omia tas
R1 R3 R4 R5 R6 R8 R9 R10 R11 R12 R13
Alça 3 3 2 3 2 3 3 2 1 3 3 2 ∑30
Barra 1
3 3 2 3 2 1 3 3 1 3 1 ∑26
Lateral
Alça 3
Simétric 2 3 3 3 2 1 3 3 1 3 3 ∑29
a
Alça 2
3 3 2 3 2 3 3 3 1 3 2 ∑30
parede
Barra 2
Quadra 3 3 2 3 2 3 3 3 1 3 2 ∑30
da
138

Volante 3 3 3 2 3 3 3 3 1 3 2 2 ∑31
FONTE: Gerado pela autora, 2007

Aqui, percebe-se que as alternativas obtiveram notas muito parecidas. O


que definiu a alternativa vencedora foi a análise ergonômica estudada
anteriormente, e a forma de fixação do produto na parede, porque as alternativas
que utilizam o tampo da pia geram uma restrição de ambiente, porque este tampo e
cuba precisam ter medidas adequadas ao produto que será instalado. A alternativa
de parede não necessita do tampo como apoio, o que reduz um ponto de falha em
caso de aplicação de força muito grande sobre o produto.
A partir desta alternativa, foi confeccionado um mockup para análise da
função, pegas, interação do usuário, etc. O mockup de papel conformado
possibilitou a análise ergonômica com um usuário com altura do padrão
antropométrico para homem brasileiro, ou seja, 1,70 de altura. A altura da pia, na
análise ergonômica, está com 98 centímetros, o que evita que o usuário se incline
para frente, diminuindo, assim, o risco de quedas e tonturas.
A análise mostra que o produto precisa ser inclinado em um ângulo de
aproximadamente 30º da parede, para que as pegas sejam ergonômicas. O visor do
produto ficará em um ângulo de aproximadamente 45º dos olhos do usuário, medida
esta recomendada pelos padrões ergonômicos (IIDA, 2005).
A saída de água ficará junto com o visor transparente, o que quer dizer que
estará bem visível para o usuário, o que é mais uma informação sobre o status do
fluxo de água, ligado ou desligado. Com isto, também é mantido o conceito de água
como bem precioso, já que ela sai de um comando transparente, descrevendo um
caminho sobre o produto, e caindo por gravidade sobre as mãos do usuário.
139

FIGURA 49 – SIMULAÇÃO ERGONÔMICA

FONTE: Gerado pela autora, 2007

Será utilizado com as mãos no movimento de pinça, podendo ser usado com
as palmas das mãos tanto para cima como para baixo, sem prejudicar articulações
do punho, cotovelo ou ombros. A barra pode ser usada como suporte, não sendo o
uso, entretanto, obrigatório, pois o acionamento pode ser feito com os polegares ou
indicadores, conforme veremos abaixo.

FIGURA 50 – USO DAS DUAS MÃOS


140

FONTE: Gerado pela autora, 2007

FIGURA 51 – MOVIMENTO DE PINÇA

FONTE: Gerado pela autora, 2007

O acionamento do comando pode ser feito com os polegares ou indicadores,


em caso de usar as mãos com as palmas para baixo. O comando é feito por dois
botões de pressão, um para água quente, outro para água fria, simétricos em
direção ao centro da peça. O sabonete é dispensado apertando a esfera
transparente que ficará no centro do conjunto, na direção dos olhos do usuário.

FIGURA 52 – ACIONAMENTO DO COMANDO

FONTE: Gerado pela autora, 2007


141

Abaixo temos algumas fotos da análise da função, com usuário escovando


os dentes, secando o rosto ou somente apoiado no produto.

FIGURA 53 – SIMULAÇÃO DE USO

FONTE: Gerado pela autora, 2007

Verificou-se que a forma está muito simples, podendo ser mais bem
trabalhada para que o valor estético não seja prejudicado, por isso, surgiu à
necessidade da quarta geração de alternativas sobre o modelo Volante.

4.5.6Quarta Geração de Alternativas

A quarta geração de alternativas é um estudo estético-formal da alternativa


escolhida na geração 3, baseada no estudo ergonômico do mockup. Basicamente,
analisa diversos tipos de comandos, a localização dos controles, o tamanho do
comando, a saída de água, a saída e reposição do sabonete, etc.
142

As barras de apoio não foram objeto desta quarta geração pois são definidas
pelos padrões ergonômicos, com diâmetro de 3 a 5 cm, com empunhaduras curvas,
o que evita flexionar os punhos, o que não dá espaço para muitas modificações
estéticas, pois já atende a função prática, que é servir de barra de apoio.

FIGURA 54 – ALTERNATIVA 01

FONTE: Gerado pela autora, 2007

As alternativas do comando foram geradas com formas arredondadas e


retilíneas geométricas, inclinadas em relação à parede e às barras de suporte, com
distância entre as entradas de água quente e fria de 40cm, e distância da parede de
25 a 35cm, conforme esboço técnico abaixo.

FIGURA 55 – ALTERNATIVA 02

FONTE: Gerado pela autora, 2007


143

O comando deve ser inclinado para proporcionar uma melhor visibilidade do


processo e das informações fornecidas pelo conjunto. Na alternativa 02, painel com
formas arredondadas.
A alternativa 03 tem painel mais geométrico, e considera uma tampa traseira
para o conjunto, necessária em caso de o usuário querer manter as instalações de
água iguais sempre, sem alterar a infraestrutura do banheiro. Torna o produto mais
pesado e menos seguro porque a fixação à parede fica limitada à tampa.

FIGURA 56 – ALTERNATIVA 03

FONTE: Gerado pela autora, 2007

A alternativa 04 estende o encaminhamento da água, criando a ilusão de um


prolongamento da caixa de comando, de onde a água despenca até a cuba.
144

FIGURA 57 – ALTERNATIVA 04

FONTE: Gerado pela autora, 2007

A alternativa 05 é uma versão mais arredondada da alternativa 04, cujo


processo de fabricação é simplificado porque o produto é simétrico e segue a forma
geométrica cilíndrica em toda a extensão, sem irregularidades.

FIGURA 58 – ALTERNATIVA 05

FONTE: Gerado pela autora, 2007

A alternativa 06 também considera a tampa traseira, com um desenho


geométrico similar a um losango.
145

FIGURA 59 – ALTERNATIVA 06

FONTE: Gerado pela autora, 2007

A alternativa 08 tem o cabeçote simplificado, mais fino, com grande área de


contato e formas geométricas assimétricas.

FIGURA 60 – ALTERNATIVA 07

FONTE: Gerado pela autora, 2007

A alternativa 8 é um desenho geométrico trapezoidal, que pode ter


inclinação menor devido à área de visualização, que é bastante grande,
146

FIGURA 61 – ALTERNATIVA 08

FONTE: Gerado pela autora, 2007

FIGURA 62 – ALTERNATIVA 09

FONTE: Gerado pela autora, 2007

Para a escolha da aparência do produto, além da estética, foram


considerados o processo produtivo, instalação, posição dos comandos, localização
do depósito de sabonete. Foram eliminadas uma a uma as alternativas que
tornavam esses quesitos mais difíceis, e também realizada uma pesquisa
estético/formal com os professores do departamento de Design.
147

FIGURA 63 – COMPARATIVO DAS ALTERNATIVAS DA QUARTA GERAÇÃO

FONTE: Gerado pela autora, 2007

Por fim, a alternativa escolhida foi a que tem o comando arredondado, com o
visor em forma esférica, e barras levemente inclinadas partindo da parede, conforme
FIGURA 58.
A partir desta escolha, pode ser feito o detalhamento técnico do desenho,
definição do processo produtivo, da tecnologia usada, escolha de cores e texturas,
fixação e reforços, materiais de cada parte, etc.

4.5.7Detalhamento da Alternativa Escolhida

4.5.7.1.Materiais escolhidos

Os materiais escolhidos foram a liga de cobre e zinco, o latão, para as


partes metálicas e o polímero policarbonato, pelas características físico-quimicas e
de conformação destes materiais.
O latão tem um perfil cilíndrico contínuo de 20mm, que descreve um raio de
200mm. O processo de conformação do tubo de latão de 2mm de espessura será a
dobragem a quente. O latão será revestido de uma camada de policarbonato, que
148

serve como isolante térmico. O policarbonato será produzido por molde e injeção,
em duas partes, que serão posteriormente unidas por cola para policarbonato.
O policarbonato será, ainda, revestido por uma camada de ABS, para dar o
efeito antiderrapante e macio ao acabamento da torneira. A camada de 2mm de ABS
será também colada ao policarbonato.
O corpo do comando será produzido em latão, por fundição, em dois
moldes: a parte superior e a inferior, que serão soldadas. O acabamento será dado
com polimento, tratamento anticorrosivo e tinta. Os botões do comando serão
embutidos em moldura metálica, com revestimento de alumínio de 0,1mm de
espessura embutidos na moldura.

4.5.7.2.Acabamento

O acabamento foi definido através de tabelas comparativas de acabamentos


foscos, brilhantes, dourados, prateados, etc, em combinação com as cores da
temperatura da água, que são azul, amarelo, laranja e vermelho.
A gama de tons frios estão dentro do semi-círculo do lado do azul ciano
situado entre o amarelo e o azul violeta. E os tons quentes estão situados entre os
tons mencionados anteriormente e incluindo o amarelo opostamente aos tons frios.
A partir da montagem de uma tabela comparativa das cores dos leds com o
acabamento do comando, ficou estabelecido que a linha de metais sanitários
poderão ter acabamento Prata, prata velha, prata fosca ou ouro fosco.

QUADRO 26 – COMPARATIVO DE ACABAMENTOS METÁLICO


Azul Amarelo Laranja Vermelho
Bronze

Bronze Velho

Bronze Fosco
149

Prata

Prata Velha

Prata Fosco

Ouro

Ouro Velho

Ouro Fosco

4.6MEMORIAL DESCRITIVO

A torneira para banheiro aqui desenvolvida atende a todos os requisitos de


projeto e é um produto inovador, para ser lançado no mercado no futuro. Aqui
descreveremos como o produto é construído, materiais e funcionamento.

4.6.1Peças

A torneira de banheiro para idosos é constituída por quatro peças:


a) Duas barras de fixação e apoio laterais, com o mesmo tamanho e
funcionamento;
b) Uma caixa de comando centralizada em relação às barras, onde estão dispostos
os botões para regulagem de água, a saída da água e do sabonete;
c) Um botão ovóide centralizado na caixa de comando.
150

4.6.2Barras de Apoio

As barras de apoio cumprem a função de suporte e encaminhamento da


água até a caixa de comando. Servem ainda para fixar a caixa de comando e
reforçar a estrutura do conjunto.
O maior ponto de falha da torneira montada é o encaixe da torneira na
parede. Por isso, em uma das extremidades, são fixadas na parede com pinos de
aço reforçados, com 8 centímetros de comprimento por ¼” (seis milímetros) de
diâmetro. Estes pinos de fixação tem dois centímetros de comprimento soldados à
parte metálica da barra, e 6 cm fixados na parede de concreto por encaixe. Os pinos
reforçam a estrutura do conjunto, que tem a função de suportar uma grande força
aplicada por tração ou compressão.
Ao lado destes pinos, encontra-se a entrada de água, quente à esquerda e
fria à direita. As entradas de água são vedadas contra vazamentos através de
roscas, que unem as barras de apoio ao sistema de fornecimento de água, e de
anéis de vedação.

FIGURA 64 – VISTA LATERAL EXPLODIDA DO ENCAIXE NA PAREDE

FONTE: Gerado pela autora, 2007


151

FIGURA 65 – VISTA LATERAL DO ENCAIXE MONTADO NA PAREDE

FONTE: Gerado pela autora, 2007

As barras de apoio são produzidas com miolo de latão de 0,5mm de


espessura, de circunferência igual em toda a extensão da barra. São revestidas por
uma segunda camada, de policarbonato, que tem como função reduzir a
transmissão de calor para o meio externo e proteger as mãos do usuário de
escaldamento.

FIGURA 66 – BARRA DE APOIO EM CORTE TRANSVERSAL

FONTE: Gerado pela autora, 2007


152

Na outra extremidade, estas barras de apoio são fixadas à caixa de


comando por soldagem, portanto, as três partes não são desmontáveis.

4.6.3Caixa de comando

O cabeçote de comando tem a função de misturar água, controlar a


temperatura, informar a temperatura eliberar sabonete e água.
A liberação da água se dá através do sensor de presença eletrônico. Este
sensor libera água quando as mãos entram no seu raio de alcance, que é de 50
centímetros a partir do local onde está instalado. A altura do alcance do sensor é
limitada a 15 cm a a partir do ponto onde está instalado.

FIGURA 67 – ÁREA DE ALCANCE DO SENSOR COM AS MÃOS DO USUÁRIO

FONTE: Gerado pela autora, 2007

O local de instalação do sensor é a parede, centralizado em relação às


barras laterais e linear com o ralo da cuba. Assim, ele também controla e funciona
em série com o comando de água quente e fria.
O sensor possui um ciclo, que inicia quando as mãos entram na área de
alcance. Então, a torneira libera um litro de água enquanto as mãos permanecem na
área de alcance do sensor. Fecha-se automaticamente após a quantidade pré-
153

determinada de água ser liberada. O ciclo de liberação de água demora 20


segundos, mas provê a sensação de um jato abundante devido à instalação de
alguns mecanismos: aerador, redutor de pressão e queda por gravidade até as
mãos.
Para liberação de um novo jato de água, o usuário deve retirar as mãos da
área de alcance do sensor e colocá-las ali novamente.
A altura do acionamento do sabonete fica fora da área de alcance do sensor
que libera a água. Isso evita que o sabonete saia junto com a água e seja
necessário liberá-lo novamente, e, com isto, mais água para retirar todo o sabonete
das mãos.
O sensor eletrônico e o termostato são alimentados por uma bateria
completamente auto-suficiente, composta por uma turbina de água que carrega o
fornecimento e armazenagem de energia durante o uso, eliminando a necessidade
de troca de baterias ou uso de eletricidade externa. Este sistema inovador atende
aos requisitos de segurança, já que o banheiro é um ambiente crítico para o uso de
eletricidade, por causa da umidade e falta de isolação elétrica.
Para o acionamento do cabeçote de comando, serão utilizados os princípios
do estereótipo popular, chamados comandos compatíveis, porque são aprendidos
mais facilmente e executados com maior confiabilidade (IIDA, 2005).
Os controles são acionados com movimentos das mãos e dedos. Para o
projeto aqui desenvolvido, será utilizado o controle chamado por IIDA como discreto,
que admite apenas algumas posições bem definidas. Será utilizado um botão de liga
para dispensar o sabonete, que, após o ciclo completo, volta automaticamente à
posição inicial, isto é, fechada.
Os comandos de água possuem três posições para água quente e a mesma
quantidade para a água fria. A posição inicial do sistema é normalmente fechada
para a entrada de água quente. A cada acionamento do botão, porcentagem da água
quente na mistura aumenta 15%, chegando a 45% de água quente. Os leds
juntamente com o sensor de presença: quando as mãos entram na área de alcance,
o led azul é ligado. Quando o botão “quente” é apertado uma vez, o led azul é
desligado e o amarelo é ligado, no mesmo instante. Quando é apertado pela
segunda vez, o led laranja acende, apertado pela terceira vez, acende-se o led
154

vermelho, e, no quarto aperto consecutivo, o led azul é acende-se novamente, e


desliga o fornecimento de água quente.

FIGURA 68 – SEQUÊNCIA DE ACIONAMENTO DA ÁGUA QUENTE

FONTE: Gerado pela autora, 2007

Para facilitar a discriminação entre os controles, podem ser feitas


combinações entre diversas variáveis, como forma, tamanho, cores, textura,
localização e letreiros. No presente projeto, a localização dos controles supõe a sua
identificação pelo senso cinestésico, sem acompanhamento visual. A variável
localização permite que o acionamento de água quente e fria será feita através do
estereótipo popular, que localiza o botão de água fria à direita, e de água quente à
esquerda. Será acionado com os polegares ou indicadores, dependendo do
movimento com o qual está segurando a barra, se é de pronação ou supinação. O
botão de água quente terá, ainda, um pequeno relevo junto à junção com a barra de
suporte, para diferenciação dos dois botões.
155

FIGURA 69 - VISTA SUPERIOR DA CAIXA DE COMANDO

FONTE: Gerado pela autora, 2007

4.6.4Botão Ovóide

No centro do cabeçote de comando existe um ovóide que tem duas funções:


uma é a indicação da temperatura da água, com o uso de leds e termostato, e outra
é a de ser o acionamento para dispensar o sabonete líquido. Quando este botão é
pressionado – o desenho orienta que seja pressionado com a ponta dos dedos, de
preferência o indicador – ele libera 1 mililitro de sabonete líquido com 5 mililitros de
água da torneira.
Este botão é feito também de policarbonato maciço, com os leds e o
termostato embutidos no seu interior. A alimentação dos leds é feita com o mesmo
sistema de alimentação do sensor, a bateria auto-suficiente, que recarrega-se com o
aumento da temperatura da água que passa pelo botão. Este mecanismo tem uma
vida útil de cinco anos, limitado pela vida útil dos leds coloridos.
156

FIGURA 70 – BOTÃO OVÓIDE COM LEDS COLORIDOS

FONTE: Gerado pela autora, 2007

A sensação de uso desta torneira é para que, no futuro, quando as reservas


naturais estiverem mais comprometidas do que atualmente, o usuário perceba, por
sinestesia, todo o valor e encanto da água, este bem tão precioso. Enquanto a água
cai por gravidade, o usuário tem a sensação de uma cascata de água natural, pois
até a sonoridade é parecida.
Será utilizado o controle de on/off para dispensar o sabonete, e três
posições para água quente. Para o controle de ativação, como é o caso, o mais
indicado é que seja usado botões de liga/desliga, para o sabonete, e um botão de
regulagem de três posições, para três temperaturas diferentes da água.
No caso da torneira de banheiro, foi escolhida a variável localização. O
controle de água quente e fria será feita através do estereótipo popular, que localiza
o botão de água fria à direita, e de água quente à esquerda. Será acionado com os
polegares ou indicadores, dependendo do movimento com o qual está segurando a
barra, se é de pronação ou supinação.
Para o projeto aqui desenvolvido, será utilizado o controle chamado por IIDA
como discreto, que admite apenas algumas posições bem definidas.
Para a utilização do cabeçote de comando, serão utilizados os princípios do
estereótipo popular, chamados comandos compatíveis, porque são aprendidos mais
facilmente e executados com maior confiabilidade (IIDA, 2005).

Dimensões do produto
157

FIGURA 71 – VISTA SUPERIOR DO PRODUTO

FONTE: Gerado pela autora, 2007

FIGURA 72 – VISTA LATERAL DO PRODUTO E CUBA

FONTE: Gerado pela autora, 2007


158

FIGURA 73 – VISTAS DO PRODUTO

FONTE: Gerado pela autora, 2007

4.6.5Simulação de uso

Como citado anteriormente, a ergonomia do produto depende do correto


posicionamento na parede. A altura de fixação recomendada é de 1,10 metros, para
uma cuba com 0,90 metros de altura.
159

FIGURA 74 – USUÁRIO SE APROXIMA DA TORNEIRA

FONTE: Gerado pela autora, 2007

Quando as mãos são posicionadas na zona de alcance do sensor, a água é


liberada conforme descrito no item Funcionamento.

FIGURA 75 - ZONA DE ALCANCE DO SENSOR

FONTE: Gerado pela autora, 2007


160

4.6.6ANUKIS

O nome escolhido para o produto é Anukis.


É uma Deusa egípcia muito antiga, que acredita-se ter sido importada da
Núbia, considerada como sendo a personificação da fonte do rio Nilo, que nascia do
seu ventre.
O Egito é "a dádiva do rio Nilo", sem ele, a terra teria sido infecunda. Foi o
rio, que fez desde o início do Egito uma nação agrícola.Os egípcios não tinham
necessidade de olhar ansiosamente para o céu à procura de chuva, pois todos anos
no verão, o Nilo proporcionava a irrigação necessária. A cheia anual, que renovava a
vida, nunca deixava de chegar quando o calor se aproximava, irrigando a terra dos
faraós e fazendo do Egito uma das mais prósperas nações do mundo antigo e
alimentando uma civilização que atravessou milênios de história.
Anuket era conhecida também, pelos nomes: Anukis, Anqet, Anket, "Senhora
da Núbia".

4.6.7Fotos do Modelo
161
162

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